As dimensões da linguagem na Geografia: primeiras abordagens



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Transcrição:

Débora da Silva Pereira Universidade Federal de Goiás Debbora.sp@hotmail.com As dimensões da linguagem na Geografia: primeiras abordagens INTRODUÇÃO O objetivo central deste texto é veicular algumas abordagens acerca da linguagem e a Geografia. Portanto nas próximas linhas tentarei expor uma opinião coerente sobre questões pertinentes sobre o assunto que será abordado. Com uma abordagem focada primeiramente na linguagem e em seguida sobre a Geografia, como estes dois elementos podem estar relacionados. A principio será feito uma breve abordagem sobre a linguagem e alguns elementos que dão significado a ela. Posteriormente será abordado sobre o ensino de Geografia. Este trabalho tem como pressuposto esclarecer o que é Linguagem, esclarecendo primeiramente a diferencia entre Língua e Linguagem, para dar prosseguimento ao objetivo principal que é a relação direta que a linguagem tem com Geografia. Pode-se dizer que o ensino de Geografia se baseia na forma de construir instrumento adequados para fazer a leitura do mundo a partir do olhar espacial. O ensino de Geografia está presente em diversos aspectos, pois é um assunto amplo e engloba uma diversidade de objetos a serem estudados. A Geografia vem a ser presente na vida das pessoas de uma maneira bem ampla, a partir de uma localização, coordenada, questões políticas entre outras. Será tratado aqui alguns meios de comunicação da Geografia. A Geografia começa a ser apresentada para alunos a partir de diversos detalhes como desenhos, imagens e outros. É necessário ressaltar que, para que o aluno tenha o entendimento de Geografia ele tenha domínio da leitura do espaço, começando assim entender o meio em que vive e a ter uma ampliação do todo que esta inserido, por meio de observações em sala de aula, sendo o professor o principal intermediador para a construção desse conhecimento.

Este trabalho tem por principal foco expor a importância do entendimento Geográfico e quais as contribuições que a Linguagem quando é esclarecida pode trazer para o ser. Segundo Marilena Chauí, a linguagem, está sempre à nossa volta, sempre pronta a envolver nossos pensamentos e sentimentos, acompanhando-nos em toda a nossa vida. Ela não é um simples acompanhamento do pensamento. Por isso temos aqui a necessidade de compreender a linguagem e sua força de expressão no mundo geográfico. OBJETIVOS Partido da premissa que para se entender e transmitir o ensino de Geografia é necessário que se tenha o conhecimento de linguagem, e aqui abordaremos alguns itens de linguagem. Têm-se por objetivos a serem tratados aqui, ressaltar alguns autores e seus conceitos de linguagem, logo tratar também sobre o ensino de Geografia. METODOLOGIA 1.1 SOBRE LINGUAGEM O que é linguagem? Para darmos inicio a discussão de linguagem procuramos seu significado primeiramente no dicionário, onde encontramos a seguinte resposta para a pergunta, Segundo o dicionário: Emprego da língua, para a expressão dos pensamentos ou sentimentos. Expressão dos pensamentos e sentimentos por palavras. Qualquer sistema de sinais, empregados para a expressão do pensamento: linguagem mimica. Idioma ou dialeto de uma nação ou região. Tudo que exprime sensações ou ideias: a linguagem dos olhos. A principio a partir da descrição encontrada no dicionário é possível perceber que a linguagem esta vinculada a expressões de sentimentos e pensamento, é uma forma de se expressar e mediar com o externo, com os seres.

Procuramos a ajuda para a descrição e definição de linguagem em outros autores, que se propagam a partir de suas obras definições e termos sobre a linguagem, que discutiremos logo em seguida. Ressaltaremos aqui a ideia de vários elementos referentes ao tema que traz sobre a Linguagem para formarmos um pensamento concreto e continuo do verdadeiro significado da Linguagem. Sobre a origem da linguagem, serão destacados aqui alguns itens que Marilena Chauí nos coloca para refletirmos sobre o assunto. De acordo com Marilena Chauí quando se pergunta da origem de linguagem pode-se ter quatro respostas, sendo assim a originalidade da linguagem está associada à: 1) A linguagem nasce por imitação, isto é, os humanos imitam, pela voz, sons da natureza (dos animais, dos rios, das cascatas e dos mares, do trovão e do vulcão, dos ventos, etc). A origem da linguagem seria, portanto, a onomatopeia ou imitação dos sons animais e naturais; 2) A linguagem nasce por imitação dos gestos, isto é, nasce como uma espécie de pantomima ou encenação, na qual o gesto indica um sentido, Pouco a pouco, o gesto passou a ser acompanhado de sons e estes se tornaram gradualmente palavras, substituindo os gestos; 3) A linguagem nasce da necessidade: a fome, sede, a necessidade de abrigar-se e proteger-se, a necessidade de reunir-se em grupo para defender-se das intempéries, dos animais e de outros homens mais fortes levaram à criação de palavras, formando um vocabulário elementar e rudimentar, que, gradativamente, torou-se mais complexo e transformou-se numa língua; 4) A linguagem nasce das emoções, particularmente do grito (medo, surpresa ou alegria), do choro (dor, medo, compaixão) e do riso (prazer, bem-estar, felicidade). A linguagem vem a surgir com a necessidade de comunicar com o mundo, de transmitir o pensamento de forma concreta. Em formas de sinais, signos que são usados para indicar processos ocorridos no meio, e a diversidade existente nele.

A origem da linguagem de acordo com Vygotsky: Assim como no reino animal, para o ser humano pensamento e linguagem têm origens diferentes. Inicialmente o pensamento não é verbal e a linguagem não é intelectual. Suas trajetórias de desenvolvimento, entretanto, não são paralelas - elas cruzam-se. Em dado momento, a cerca de dois anos de idade, as curvas de desenvolvimento do pensamento e da linguagem, até então separadas, encontram-se para, a partir daí, dar início a uma nova forma de comportamento. É a partir deste ponto que o pensamento começa a se tornar verbal e a linguagem racional. Inicialmente a criança aparenta usar linguagem apenas para interação superficial em seu convívio, mas, a partir de certo ponto, esta linguagem penetra no subconsciente para se constituir na estrutura do pensamento da criança. Podemos perceber que Vygotsky relaciona seus pensamentos sobre linguagem com o desenvolvimento e crescimento do ser humano. Nos apresentando que linguagem e pensamento são separados até uma determinada idade. Distinguindo o pensamento verbal e a linguagem racional. Ferdinand de Saussure coloca definições diferentes a cerca de língua e linguagem, nos apresentando que a língua é um elemento fundamental na linguagem, portanto a língua é um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos, nos afirmando assim que a língua é um sistema de signos e que faz parte da linguagem, é necessário para que se tenha a transmissão do pensamento. Ferdinand de Saussure ainda nos afirma a seguinte questão O estudo da linguagem comporta, portanto, duas partes: uma, essencial, tem por objeto a língua, que é social em sua essência e independente do individuo; esse estudo é unicamente psíquico. Outra, secundária, tem por objeto a parte individual da linguagem, vae dizer, a fala, inclusive a fonação e é psico-físco. (Saussure p.27) Segundo Marilena Chauí a linguagem, está sempre à nossa volta, sempre pronta a envolver nossos pensamentos e sentimentos, acompanhando-nos em toda a nossa vida. Ela não é um simples acompanhamento do pensamento. Por isso temos aqui a necessidade de compreender a linguagem e sua força de expressão no mundo geográfico.

A cerca da linguagem podemos perceber que é um tema abrangente e tratado por diversos autores, porém aqui abordamos uma pequena análise sobre seu significado, sobre a língua e pensamento. Concordando que há uma diversidade de autores a serem analisados e estudados para dar mais fundamento teórico e metodológico a esta pesquisa, porém esta nova análise ficara para pesquisas posteriores. 1.2 SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA Pode-se dizer que o ensino de Geografia se baseia na forma de construir instrumento adequados para fazer a leitura do mundo a partir do olhar espacial. O ensino de Geografia está presente em diversos aspectos, pois é um assunto amplo e engloba uma diversidade de objetos a serem estudados. A Geografia vem a ser presente na vida das pessoas de uma maneira bem ampla, a partir de uma localização, coordenada, questões políticas entre outras. Junto com o tema já abordado que é linguagem, tentaremos expressar aqui como a geografia pode ser representada por diversas linguagens. A Geografia começa a ser apresentada para alunos a partir de diversos detalhes como desenhos, imagens, figuras, vídeos, sons, fala e outros elementos. É necessário ressaltar que, para que o aluno tenha o entendimento de Geografia ele tenha domínio da leitura do espaço, começando assim entender o meio em que vive e a ter uma ampliação do todo que esta inserido, por meio de observações em sala de aula, sendo o professor o principal intermediador para a construção desse conhecimento. A Geografia quando presente no ensino e aprendizagem oferece aos alunos o conhecimento de conceitos que se associados com outros relacionados desenvolverá competências para Geografia, dando ao aluno a capacidade de desenvolver conceitos básicos e elaborados sobre espaço. O que se deve fazer nas aulas de geografia é trabalhar o conteúdo a partes da realidade do aluno, afim de que ele se torne construtor do seu conhecimento. E o essencial seria que o aluno entendesse que é o responsável pela construção do mundo em que vive, e interagir no processo de construção do espaço, não importando com tamanha abrangência. CALLAI (2010).

A que serve ensinar Geografia na escola? Não é demais lembrar que todos os estudantes, quando no ensino fundamental e médio, têm contato com a Geografia escolar, por ser esta uma disciplina que faz parte do currículo, diante da formalidade da instituição escolar. CALLAI, p. 77. 2010. A respeito de aprender no meio escolar é necessário o interesse do aluno por ser ativo perante a sociedade em que se vive, com todas as mudanças existentes nos dias atuais, com toda esta corrente de informações e mutações existentes. É necessário ir além do senso comum para entender as questões expostas pela sociedade que nos cerca entender a dinâmica existente na sociedade que se vive. Segundo Callai (2010), é necessário encontrar alternativas para que o ensino de Geografia seja significativo para a vida dos estudantes. Havendo neste mundo a marca da sociedade da informação com a característica de velocidade. Tendo que o professor se atualize para que faça do seu conteúdo algo que processe o novo e o englobe para a sala de aula. Trazendo que alunos do ensino fundamental são muitos dispersos pelas suas idades sendo necessário despertar a curiosidade pelo novo e o incentivo pela aprendizagem na sala de aula. A Geografia pode ser um instrumento para compreender o mundo e a sociedade como esta se organiza para produzir a vida das pessoas, como são as relações entre as pessoas e como é esta relação com a natureza e a partir daí como se concretizam no espaço essas vivências. O ensino de Geografia caracteriza-se, então, como possibilidade de desenvolver raciocínios geográficos por meio de um olhar espacial que permita compreender a sociedade. (CALLAI, 2010, p.79) O aluno deve estudar Geografia para compreender o meio em que vive, e se reconhecer como sujeito ativo fazendo parte da história do lugar em que se está inserido. Entender o mundo que é de forma específica construído pela trajetória do homem, observar o seu espaço e analisar os desfeches complexos que estão inseridos. Aprender Geografia é algo que envolve muito mais que exercitar a cópia de mapas, o preenchimento de cruzadinhas, a construção de maquetes e roteiros de casa à escola, entre outras atividades tão recomendadas nos manuais de Geografia desde as séries iniciais. Aprender significa estabelecer um dialogo com o conhecimento, isto é, pensar sobre aquilo que esta sendo produzido, questionando as diferentes etapas e estabelecendo conexões com conceitos já construídos, tanto em Geografia como em outras áreas do conhecimento. (TONINI, p. 21. 2011.) É facilitar a leitura do mundo, dialogando com o que há no espaço, pois a Geografia tem suas particularidades e importância como disciplina, tratando também

como a primeira identidade que o aluno obtêm, com o lugar que é vivido. Apresentando que a Geografia no Ensino Fundamental é a base para se aprender sobre o espaço, sendo que o aluno deve contextualizar o que se tem em momento acadêmico com seu cotidiano. Resultados preliminares Podemos finalizar este texto, afirmando que a geografia tem suas características, e a sua função como disciplina em específico, Ana Fani Carlos afirma que, a função de qualquer disciplina não é o entendimento de seu objeto de estudo, e sim a partir dele colaborar para a compreensão do todo. A geografia, por intermédio de seu objetivo de estudo o espaço geográfico. CARLOS (2008, p.46.). Pensar em geografia é pensar no espaço geográfico, junto a condições que o meio oferece. A educação geográfica diz respeito a: ensinar Geografia para que? Se for simplesmente para cumprir um compromisso com um rol de conhecimentos específicos, não há sentido de se pensar em educação geográfica; no entanto, se a perspectiva intrínseca do ensinar Geografia seja dar conta de explicar e compreender o mundo, de se situar no contexto espacial e social em que se vive, de construir instrumentos para tornar o mundo mais justo para a humanidade, então está sendo cumprido o papel educativo de ensinar Geografia. CALLAI (2010) O ensinar Geografia esta além do simples aprender, constitui em fazer com que o aluno entenda o lugar em que se vive, abrangendo o mundo que está inserido e esteja presente nas relações que a Geografia proporciona cotidianamente. Abrangendo o ensino de Cartografia que é essencial para uma nova leitura de mundo que o aluno está inserido. A linguagem como forma de comunicação é essencial no ensino-aprendizagem de geografia, pois se coloca como um representante que transmite de diversas formas e expressões sobre a geografia, cabe o professor ter conhecimento e discernir as linguagens a serem usadas em cada etapa para o ensino da geografia. É necessário ressaltar que este artigo provém de estudos preliminares que está sendo desenvolvido para abranger conhecimento para efetivação e conclusão de um trabalho que envolve o tema Linguagem, Cartografia e Geografia. Tendo que são apenas

estudos preliminares sobre a Linguagem e Geografia que podem ser modificados ao decorrer de novas leituras e análises sobre o tema. Bibliografia: ALMEIDA, Rosângela Doin de (org). Novos rumos da Cartografia escolar: currículo, linguagem e tecnologia. São Paulo: Contexto, 2011. CASTELLAR, Sonia Vanzella. A Cartografia e a construção do conhecimento em contexto escolar. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de (org). Novos rumos da Cartografia escolar: currículo, linguagem e tecnologia. São Paulo: Contexto, 2011. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo:Ática, FILIZOLA, Roberto. Didática da Geografia: proposições metodológicas e conteúdos entrelaçados com a avaliação. Curitiba: Base Editorial, 2009. FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia escolar crítica.2008 Disponivel em < http://www.bocc.ubi.pt/pag/francischett-mafalda-cartografia-escolar-critica.pdf> FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A cartografia no ensino da geografia: abordagens metodológicas para o entendimento da representação. Cascavel: EDUNIOESTE, 2010. PONTUSCHKA, Nídia Nacib, et.al. Para ensinar e aprender geografia. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2009. SAUSSURE, F. de. Curso de Lingüística Geral. 2º. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. VYGOTSKY, Lev Semenovich. Pensamento e linguagem. Tradução Jefferson Luiz Camargo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003a.