Entrevista ao Diretor

Documentos relacionados
Entrevista ao Professor

Pedagogia Estácio FAMAP

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE REDONDO PROJETO EDUCATIVO. Indicações para Operacionalização

Regulamento Interno. Dos Órgãos. de Gestão. Capítulo II. Colégio de Nossa Senhora do Rosário

PERGUNTAS FREQUENTES. Sobre Horários. Pessoal docente, escolas públicas. 1 Há novas regras para elaboração dos horários dos professores?

PLANO PLURIANUAL DE ATIVIDADES

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE AMARES PLANO ESTRATÉGICO

Regimento do Conselho Municipal de Educação

PLANO ESTRATÉGICO DE MELHORIA 2014 / 2017

Projeto Pedagógico e de Animação Do Estremoz Férias

Escola Secundária José Saramago Mafra. Cursos Profissionais. Guião para os Professores

ORIENTAÇÕES PARA A APLICAÇÃO DAS NOVAS MEDIDAS EDUCATIVAS DO REGIME EDUCATIVO ESPECIAL

ESTATUTO 10 de setembro de 2014

Critérios Gerais de Avaliação

PARA UMA ESCOLA PROMOTORA DA CIDADANIA E DA SAÚDE

Regimento. do Conselho Municipal de Educação. município, garantir o adequado ordenamento da rede educativa nacional e municipal;

Nº 13 AEC - Papel e Acção na Escola. e-revista ISSN

RELATÓRIO DE AUTOAVALIAÇÃO

NCE/10/01836 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

Regimento do Conselho Municipal de Educação do Concelho de Marvão. Preâmbulo

Plano de Melhoria. Biénio 2013/2015

Desde 1995, tem sido desenvolvido no Centro Municipal de Juventude, um espaço no âmbito da dança contemporânea, através da ESCOLA DE DANÇA.

Regimento do Conselho Municipal de Educação de Cinfães

JOVENS PROMOTORES DE SAÚDE

Lógicas de Supervisão Pedagógica em Contexto de Avaliação de Desempenho Docente. ENTREVISTA - Professor Avaliado - E 5

Agrupamento de Escolas de Arronches. Metas Estratégicas para a Promoção da Cidadania ACTIVA e do Sucesso Escolar

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE RIO MAIOR

CHAMADA PÚBLICA SIMPLIFICADA Nº02/2012 SELEÇÃO DE CANDIDATOS PARA O PROJETO PRONERA/INCRA/UECE

ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL TEIXEIRA GOMES

Escola Secundária da Ramada. Plano Plurianual de Atividades. Pro Qualitate (Pela Qualidade)

FILOSOFIA SEM FILÓSOFOS: ANÁLISE DE CONCEITOS COMO MÉTODO E CONTEÚDO PARA O ENSINO MÉDIO 1. Introdução. Daniel+Durante+Pereira+Alves+

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EIXO Escola Básica Integrada de Eixo. Ano letivo 2012/2013

Introdução. Para a condução de cada ação teremos presentes duas questões importantes:

Regulamento de Visitas de Estudo e Intercâmbios Escolares

Manual de Procedimentos no âmbito da Educação Especial

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

FACULDADES INTEGRADAS SIMONSEN INTERVENÇÃO EDUCATIVA INSTITUCIONAL PROJETO PSICOPEDAGÓGICO

Direcções Executivas Projecto Gira Volei 2013/2014

A qualidade humana e pedagógica que carateriza o Externato Eduarda Maria está associada aos seguintes fatores:

MANUAL DO ALUNO PEDAGOGIA Salvador - Bahia

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS

Escola Básica e Secundária Pedro Ferreiro, Ferreira do Zêzere. Que mais-valias pode trazer um projeto desta natureza à escola?

difusão de idéias TECNOLOGIA PERMITE MAIOR AUTONOMIA NOS ESTUDOS

Regimento. Conselho Municipal de Educação de Mira

Externato Marista de Lisboa Gabinete de Psicologia 2014/2015

Regulamento do Curso Técnico Superior Profissional

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Segunda-feira, 21 de julho de Série. Número 132

Plano de ação da biblioteca escolar

REGIMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE GOLEGÃ

CONCLUSÕES. 2. Funcionamento do Núcleo de Educação Especial

Plano de Atividades 2014

Critérios Gerais de Avaliação

JUNTA DE FREGUESIA DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE SACAVÉM E PRIOR. Projeto Pedagógico e de Animação de Campos de Férias

Índice 1. Introdução Objetivo e Âmbito do Manual do Voluntariado Definições Voluntariado Voluntário

Externato Académico. Projeto Educativo

Ano Lectivo 2012/2013. Clube de Xadrez/Jogos Matemáticos. Responsáveis do Projeto: Rosário Alves e José Palma.

Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior Cód CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO. EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, ENSINOS BÁSICO e SECUNDÁRIO

ÍNDICE PATRONATO DE SANTO ANTÓNIO INTRODUÇÃO... 2 I - OPÇÕES E PRIORIDADES... 3

- REGIMENTO - CAPITULO I (Disposições gerais) Artigo 1.º (Normas reguladoras)

Proposta de Plano de Atividades do. Conselho Educativo de Marvila para

Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO PROGRAMA AFERIÇÃO

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS LEVANTE DA MAIA

Portaria nº 1102/97. DR. Nº 254 I-B de 3 de Novembro

SECÇÃO IV PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO: PARTICIPAÇÃO NO AGRUPAMENTO DE

ANEXO II. Regulamentação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado. Capítulo I Da admissão

ACADEMIA PIONEIROS Férias

Regulamento de Estágio Supervisionado Licenciatura em Música

CATÁLOGO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - Bacharelado

PROJETO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO

Regulamento Interno Academia Pioneiros

REGIMENTO Interno Avaliação De Desempenho Docente

PLANO DE AUTOAVALIAÇÃO

Politicas Municipais de Apoio à Criança

NCE/14/01786 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS N 1 DE MARCO DE CANAVESES (150745) Plano de Ação de Melhoria

REGULAMENTO DE UTILIZAÇÃO DOS INICIATIVA ESCOLAS, PROFESSORES E COMPUTADORES PORTÁTEIS EQUIPAMENTOS DO PROJECTO. Ano Lectivo 2006 / 07

Instituto de Educação

Instituição Particular de Solidariedade Social A.T.L. (Atelier de Ocupação Tempos Livres)

DE QUALIDADE E EXCELÊNCIA

MANUAL DO PROGRAMA DE ESTAGIO SUPERVISIONADO CAMPUS COLINAS DO TOCANTINS-TO

Projeto de Música Pop e Rock

PLANO DE ESTUDOS 2º CEB. Introdução

REGIMENTO INTERNO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOCENTE

ANO LETIVO 2013/2014 CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE UDM DIRECÇÃO ACADÉMICA CURRÍCULO DA ÁREA DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS AFAGE

ERRADICAR O ANALFABETISMO FUNCIONAL PARA ACABAR COM A EXTREMA POBREZA E A FOME.

COMUNICADO À COMUNIDADE ACADÊMICA DO PROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - IFMA

PLANO DE MELHORIA Julho 2014

Reconfiguração do contexto comunidade educativa: O Projecto Ria.EDU e a mediação tecnológica

Agrupamento de Escolas Dr.ª Laura Ayres

CENTRO DE ESTUDO E DESPORTO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MARAJÓ- BREVES FACULDADE DE LETRAS

AVALIAÇÃO EXTERNA DE ESCOLAS Plano de Ações de Melhoria

ANEXO 1 PROJETO BÁSICO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL DE ENTIDADES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

TEXTO PRODUZIDO PELA GERÊNCIA DE ENSINO FUNDAMENTAL COMO CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE

Município de Alfândega da Fé Câmara Municipal

Transcrição:

Dr. João Valsassina Colégio Valsassina - Lisboa Entrevista ao Diretor Dr. João Valsassina, agradecemos o tempo que nos concedeu para esta entrevista e, mais geralmente, a abertura que o Colégio Valsassina demonstrou ao aceitar participar no projeto Aula Aberta. Os alunos do vosso Colégio têm alcançado resultados excepcionais a nível nacional nos exames de 12. o ano. Estes bons resultados são frequentemente atribuídos ao carácter diferenciado dos vossos alunos, pois, regra geral, são jovens oriundos de meios sociais mais favorecidos, de agregados familiares com niveis de escolaridade superiores à média nacional. Isto é sem dúvida verdade. Porém, claramente não é a história completa, já que existem muitos outros colégios em Portugal que trabalham com alunos semelhantes aos vossos e que, regra geral, não obtêm resultados escolares tão bons quanto os do Colégio Valsassina. Portanto, no mínimo, alguma coisa certa o vosso Colégio está a fazer. O propósito desta entrevista é ouvir a sua opinião acerca deste assunto, sobre a questão das boas práticas no ensino básico e secundário, e apresentar aos leitores vários aspectos relevantes do funcionamento do vosso Colégio. 1) Não é uma pergunta fácil, mas tem ideia de quais são os principais fatores que fazem a diferença entre o vosso Colégio e a generalidade dos estabelecimentos de ensino que trabalham com alunos semelhantes? Pode dar alguns exemplos de práticas concretas que contribuam para os bons resultados dos vosso alunos? Os bons resultados a Matemática são em grande parte devidos aos seguintes aspetos: À importância dada ao desenvolvimento do raciocínio lógico e à implementação da matemática desde o Jardim de Infância, com recurso a materiais estruturados e não estruturados, tais como o Cuisenaire, os Blocos lógicos, o Tangran e as Calculadoras multibásicas, entre outros; À articulação do programa de Matemática entre os vários ciclos; Ao conhecimento que os professores têm dos programas devido ao facto de lecionarem diferentes ciclos, por exemplo, o 3 o ciclo e o secundário. Ao trabalho de equipa entre os vários professores do departamento de Matemática que permite a troca de experiências, a divulgação de boas práticas e a permuta e construção de materiais. 1

À motivação e valorização do esforço e trabalho autónomo dos alunos. Ao apoio precoce aos alunos com dificuldades de aprendizagem. À participação em atividades que promovem o desafio para alunos mais dotados, como, por exemplo, as Olimpíadas da Matemática, entre outros. 2) Poderia dar-nos uma ideia aproximada da proporção dos vossos alunos do Secundário que frequenta o Colégio já desde o nível Básico? Na sua experiência, até que ponto a entrada precoce no Colégio é indispensável ou não para os bons resultados escolares? O número de alunos que frequentam o Colégio desde o nível do ensino básico tem rondado os 90%. Penso que este é um dos fatores fundamentais para o sucesso e bons resultados dos alunos do colégio. A continuidade pedagógica, aliada a uma eficaz articulação entre os vários ciclos de ensino, é fundamental. Para além disso permite-nos efetuar uma verticalização, neste caso, do ensino da Matemática. 3) Dado um aluno com um historial de resultados escolares insatisfatórios, é geralmente aceite que, quanto mais velho ele é, mais difícil é recuperá-lo e convertê-lo num aluno com bons resultados. Na sua experiência, isto é verdade? Em termos médios, sente que existe alguma "idade crítica a partir da qual a recuperação de um aluno se torna mais difícil, ou não existem idades especialmente críticas? No nosso caso é dada especial atenção à recuperação dos alunos logo desde o 1 o ciclo do ensino básico. O trabalho de recuperação deve ser feito essencialmente durante o ensino básico permitindo que à entrada no ensino secundário o aluno tenha já colmatado as suas dificuldades. Após o 9 o ano torna-se mais difícil a recuperação. A ausência de pré-requisitos à entrada do secundário é impeditiva de um sucesso garantido, embora seja possível encontrar exceções, quando as dificuldades resultam fundamentalmente de falta de empenho e maturidade do aluno. 4) Sem dúvida que, mesmo no Colégio Valsassina, aparecem de quando em vez alunos particularmente difíceis, seja em termos de disciplina, seja pela falta de aplicação ao trabalho, seja por uma menor facilidade de aprendizagem. Em cada um destes três casos distintos, de que formas concretas procuram responder ao desafio? Em termos de disciplina o nosso Regulamento Interno define claramente os direitos e deveres dos alunos, assim como os procedimentos disciplinares no caso de faltas graves. O facto de termos um acompanhamento tutorial permite uma ação rápida nestes casos, com base num constante diálogo entre o tutor, o aluno e a família. 2

Em relação à falta de aplicação, cabe ao professor, na sala de aula, e ao Tutor, junto do aluno e da família, alterar a situação. Em relação à menor facilidade de aprendizagem contamos com o apoio do gabinete Psicopedagógico que, juntamente com o Conselho de turma, traça um plano de recuperação avaliado periodicamente. 5) No Colégio têm aulas de dúvidas e de apoio ao estudo, além das aulas normais? Em caso afirmativo, poderia descrever-nos a frequência aproximada, e como funciona a distribuição de alunos e professores para essas aulas? Os professores são os mesmos das aulas regulares, ou são diferentes? Sim, temos aulas de recuperação e apoio ao estudo no ensino básico e de dúvidas/reforço no ensino secundário. Em geral os professores são os mesmos das aulas regulares, sendo a sua frequência de 90 minutos semanais. 6) As aulas de apoio ao estudo são obrigatórias para os alunos? Na sua opinião, quando um aluno frequenta uma aula de apoio ao estudo, é preferível que o professor seja o mesmo das aulas regulares, ou que seja um professor diferente? No ensino básico os alunos são propostos pelo Conselho de turma para a frequência destas aulas. Só não as frequentam os alunos cujos Encarregados de Educação afirmam, por escrito, que não pretendem este apoio. No ensino secundário as aulas de reforço/ dúvidas são facultativas, mas têm uma adesão praticamente de 100% dos alunos. Consideramos ser preferível que o professor seja o mesmo em virtude de conhecer os alunos e as suas dificuldades. 7) Na sua opinião, dado o número fixo de professores de uma escola e um máximo de carga horária total dos alunos, até que ponto vale a pena as escolas investirem no regime tutorial de aulas de apoio, por oposição às aulas regulares para toda a turma? Em termos médios, qual é uma proporção razoável entre aulas de apoio e aulas regulares? Tal como atrás já referi, consideramos que vale a pena investir em aulas de apoio, em regime tutorial, nomeadamente no ensino básico. No ensino secundário o investimento é igual e importante mas são abertas a todos os alunos. Em termos médios o ideal é 1 bloco e 90 minutos para aulas de apoio, tendo em atenção a excessiva carga letiva dos alunos, em termos globais. 8) Que critérios utilizam para fazer a distribuição dos alunos de um mesmo ano por turmas? Os resultados escolares passados dos alunos são um destes critérios? Em caso afirmativo, acha preferível construir turmas homogéneas, em que todos os alunos têm aproximadamente o mesmo nível de resultados, ou prefere turmas com uma mistura de heterogénea de alunos? 3

A prática do Colégio é manter a turma intacta desde o ingresso do aluno, nomeadamente entre o jardim de Infância e o 9 o ano. Assim, as nossas turmas são heterogéneas. No ensino secundário as turmas são constituídas de acordo com as opções dos cursos feitas pelos alunos. 9) Como são selecionados os professores para o Colégio? Os professores são selecionados através de um processo de seleção, que compreende: uma análise do curriculum do professor observação de aulas assistidas análise de uma programação de uma unidade didática 2 ou 3 entrevistas de acordo com as fases de seleção 10) No Colégio existe trabalho de equipa entre os professores das várias áreas? Em que consiste, e como o fomentam? Sim, o trabalho pedagógico no Colégio Valsassina, baseia-se no princípio do trabalho de equipa em todas as áreas. Os professores estão agrupados por Departamentos e têm destinado no seu horário 90 minutos, de quinze em quinze dias, para se reunirem. Para além destas reuniões quinzenais são também promovidas, periodicamente, reuniões sectoriais entre vários Departamentos, bem como reuniões de professores por ciclos. 11) O Colégio investe na formação contínua dos seus professores? Em caso afirmativo, de que formas? O Colégio desenvolve diversas ações de formação em dois âmbitos: a nível global do conjunto de professores de um ciclo de ensino ou de vários ciclos sobre temas gerais de pedagogia, como por exemplo Motivação na sala de aula ou Estratégias de Ensino-aprendizagem ; noutro âmbito, são desenvolvidas outras ações específicas por área disciplinar, quer sugeridas pelos departamentos, quer sugeridas pela Direção. É ainda de realçar que o Colégio tem um modelo de Avaliação Externa do desempenho dos professores, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Psicologia da Universidade de Oviedo, que engloba observação de aulas, avaliação dos professores pelos alunos e avaliação do Colégio pelos Pais. Também, em resultado deste processo, são propostas pela equipa externa de avaliadores ações de formação tendo em vista a melhoria do desempenho quer dos professores, quer do colégio. 12) Ao longo dos períodos lectivos, quais são as formas regulares de comunicação com os pais dos alunos? Se um aluno apresenta dificuldades particulares, seja de 4

disciplina, seja de aprendizagem, existe alguma coordenação especial com os pais para resolver o problema? A comunicação entre o Colégio e as famílias baseia-se no modelo de Acompanhamento Tutorial. Os Coordenadores / Tutores são professores que fazem parte da Equipa Diretiva, que têm um horário letivo reduzido e que se encontram no Colégio diariamente entre as 8h30m e as 18h, tendo por isso uma disponibilidade diária para atendimento aos alunos e aos Encarregados de Educação. A comunicação entre os Tutores e as famílias é feita quer por entrevistas individuais, previamente marcadas, quer por mail ou telefone em situações mais urgentes. O sistema de Portas Abertas em que todos nós trabalhamos permite um acesso imediato dos alunos aos nossos gabinetes e qualquer Encarregado de Educação que se desloque ao colégio para tratar de um assunto urgente é sempre recebido pelo Tutor ou pelo Diretor do Colégio. Assim, cabe ao Tutor acompanhar todo o percurso escolar do aluno que coordena, quer em termos disciplinares, quer em termos académicos, contactar a família, se necessário, e desenvolver as ações necessárias para resolver qualquer problema que surja durante o ano letivo, tendo em vista o sucesso académico do aluno. Em situações mais complicadas o assunto é de imediato comunicado ao diretor, e se necessário, é discutido em reunião da equipa diretiva. 13) Fazem muito uso das TIC no Colégio? Na sua opinião, até que ponto as novas tecnologias são úteis no ensino básico e secundário? Algumas tecnologias lhe parecem mais interessantes? O uso das TIC no Colégio está totalmente assumido e, quando usado de forma correta, é muito útil quer no ensino básico, quer no secundário. No entanto, consideramos que continua a ser essencial o papel do professor na explicação dos conteúdos e no acompanhamento individual do aluno. Em caso algum as TIC podem ter este papel de substituição do professor. No Colégio todas as salas de aula estão equipadas com projetor/ data show e aceso à internet. Pensamos que o recurso a determinado software pedagógico que existe de suporte a algumas disciplinas, bem como o acesso a determinados sites via internet, pode tornar as aulas mais atrativas e motivar mais os alunos. A apresentação de trabalhos em power point pelos alunos é uma prática vulgar desde o 5 o ano. Existe no Colégio uma Plataforma de e-learning Dokeos disponível a alunos e professores. 14) Que tipos de atividades extra-curriculares existem no Colégio? Qual é a vossa filosofia, e critérios de seleção, a este respeito? Os alunos podem optar entre várias atividades extracurriculares que, no nosso entender, visam uma educação global e que se distribuem pelas áreas do desporto, das artes e da cidadania. As atividades existentes no colégio são: Ballet, Hip pop, karaté, xadrez, ténis, voleibol, futebol, ginástica rítmica, teatro, teatro musi- 5

cal, viola, piano, violino, flauta, coro, ateliers de expressão plástica, clube do voluntariado. 15) De forma mais geral, dentro do espectro de possíveis equilíbrios entre trabalho e lazer, entre aprendizagem formal e informal, onde procuram que os alunos do Colégio se situem? O Colégio defende um equilíbrio entre o trabalho e o lazer. A escola deve ser um local que privilegia o trabalho e o esforço ligados a uma aprendizagem formal, e também um local onde se desenvolvem atividades variadas que promovam o bem estar e o equilíbrio emocional e físico dos alunos. Em suma que visam uma formação global e a promoção de uma vida mais saudável e mais feliz. 16) Na sua opinião, o que distingue um bom diretor de escola de um diretor mediano? Se visitasse uma escola durante alguns dias, a que sinais prestaria atenção para tentar perceber se a escola é ou não bem gerida? O Colégio, ao longo da sua história de mais de 100 anos, pelo facto de pertencer à mesma família, sempre se caracterizou por ser uma escola com Rosto. Assim, cada Diretor estabeleceu uma liderança forte, coerente nos seus procedimentos e de acordo com a Missão e Visão do nosso Projeto Educativo. Uma liderança forte não exclui o espírito de equipa, a capacidade de diálogo e abertura às críticas e a formação de uma equipa diretiva de apoio, num trabalho constante de reflexão sobre medidas e estratégias a serem implementadas com o intuito de uma contínua melhoria do ensino no Colégio. O Diretor de uma escola privada como a nossa deve defender a estabilidade do seu corpo docente e não docente para que haja uma verdadeira Comunidade educativa identificando-se e defendendo a identidade do projeto educativo. 17) Dirigir uma escola privada é muito diferente de dirigir uma escola pública. Dados os enquadramentos legais distintos e, por vezes, a disparidade de recursos, nem tudo o que os privados fazem pode ser implementado no ensino púlico. Dito isto, é contudo natural que existam algumas práticas correntes no Colégio Valsassina, mesmo coisas pequenas, com potencial interesse para escolas públicas. Vem-lhe alguma coisa à mente neste sentido? Tem alguma sugestão de práticas que têm dado bons resultados no vosso Colégio, e que, eventualmente, poderiam ser aplicáveis também noutras escolas? Claro que sim. O diretor de uma escola privada, com autonomia pedagógica, pode tomar medidas administrativas e pedagógicas de acordo com o seu projeto dando-lhe identidade, caráter próprio e continuidade no tempo, dentro dos normativos legais. A liberdade de seleção dos professores e dos funcionários bem como o facto dos Encarregados de Educação dos nossos alunos terem escolhido o Colégio distingue em muito o papel do diretor da escola Privada do da escola pública. 6