AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E COMPENSAÇÃO DE IMPACTOS DAS USINAS HIDRELÉTRICAS DO COMPLEXO MADEIRA

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Transcrição:

AVALIAÇÃO, MONITORAMENTO E COMPENSAÇÃO DE IMPACTOS DAS USINAS HIDRELÉTRICAS DO COMPLEXO MADEIRA Nos últimos dias, a sociedade rondoniense assiste uma discussão acirrada sobre os fatores que teriam provocado alagamentos de cidades e comunidades ribeirinhas na região do rio Madeira, sem precedentes em nossa história recente. Tem surgido frequentes denuncias de que os barramentos de Santo Antônio e Jirau podem ter contribuído para esta tragédia, e que houve falhas nos estudos ambientais por não preverem tais riscos. Na semana passada, a Justiça Federal de Rondônia, com base em Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, as Defensorias Públicas da União e do Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil (seccional de Rondônia) determinou que os empreendedores atendam de imediato as necessidades básicas de famílias atingidas pela enchente do rio Madeira, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, e que sejam reelaborados os estudos de impactos ambientais, sob pena de perderam a licença de operação. Claro que todos querem saber agora até que ponto as hidrelétricas do Madeira e seus protagonistas são responsáveis pela situação de calamidade pública na região; porém, mais do que isso, queremos ter clareza sobre a qualidade dos estudos já realizados e segurança sobre os novos estudos em andamento, ou a serem realizados em breve. Neste momento, questionamos quem fará os estudos, como será feita a supervisão e acompanhamento dos trabalhos e como a sociedade terá acesso a esses dados. Com o inicio da implementação das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, várias condicionantes foram estabelecidas para garantir a minimização de impactos ao meio ambiente e à sociedade local. Contudo, a sociedade não sabe se as empresas as tem atendido ou como se dá o acompanhamento do cumprimento das condicionantes, bem como, desconhece o resultado das avaliações feitas pelos órgãos competentes. No site do IBAMA (http://www.ibama.gov.br/licenciamento/index.php) onde essas informações deveriam estar disponíveis, de forma que qualquer cidadão pudesse analisar a tempo os dados, estas são desatualizadas e confusas, e de difícil acesso. Em consulta feita no dia 14/março/2014 no referido site sobre os documentos do Licenciamento do empreendimento Santo Antônio, observamos que o ultimo documento disponível é o Parecer No. 6103/2013, sem data de ingresso no sistema. Este trata da Analise do 3º Relatório Semestral de Acompanhamento dos Programas Ambientais da UHE Santo Antônio após a emissão da LO, encaminhado por meio da Carta Santo Antônio Energia/PVH: 204/2013 de 15 de abril de 2013. Ou seja, com pelo menos 1 ano de atraso. No empreendimento de Jirau faz um ano que não é postado nenhum relatório de analise do desempenho de Programas Ambientais e demais condicionantes. Ou se estiver lá não está claro para que a população possa ou consiga localizar (provas em anexo). O que nos leva a concluir que as informações não são efetivamente disponibilizadas para a sociedade, seja por acúmulo de tarefas dos técnicos do IBAMA ou outro motivo, impossibilitando o acompanhamento e participação da sociedade.

Atualmente os empreendedores são os responsáveis por diagnosticar impactos que eles mesmos causam, em função dos quais devem ser arbitradas ações com vistas a minimizálos ou compensá-los, cujos custos devem ser arcados por eles mesmos. Os empreendedores também responsáveis por repassar e discutir esses dados com a sociedade, determinando o que, quando e onde apresentar. Ou seja, entregam-se as OVELHAS PARA O LOBO CUIDAR, não há garantia de que haja uma produção científica de qualidade, compromete-se a transparência que a nossa sociedade necessita e a possível adoção de medidas para a minimização de impactos. A normatização para que seja dessa forma, Decreto (99274/90) e na resolução Conama que orientam o licenciamento ambiental (237/97): No Decreto, artigo 17, parágrafo segundo: "2º O estudo de impacto ambiental será realizado por técnicos habilitados e constituirá o Relatório de Impacto Ambiental - Rima, correndo as despesas à conta do proponente do projeto." Na resolução, artigo 11: "Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. Este modelo pode induzir estudos "tendenciosos", comprometendo por sua vez a eficiência/eficácia do próprio instrumento que é o licenciamento em si. Temos uma situação em que o sujeito causador de alterações ( danos ) ao mesmo tempo se auto-monitora? O resultado desses estudos muitas vezes é um produto de consultoria no qual somente os empreendedores têm acesso, corrigem e, autorizam ou não a publicação ou divulgação como e quando querem. Sabemos que existem empreendedores e empresas de consultoria idôneas e outras nem tanto. Quem garante que o produto final reflita a realidade dos impactos? Hoje os empreendedores contratam diretamente empresas de consultoria baseados, muitas vezes, no critério econômico ou de apadrinhamento. O que nos levam a ter dúvidas de sua capacidade e idoneidade. O resultado disso estamos vendo agora. Os estudos realizados pelos empreendedores como subsídio para a realização da obra diziam que não haveria sérios impactos sobre a população local, mas agora há indicativos de eles podem estar equivocados. Será que as empresas realmente não sabiam que isso poderia acontecer ou esconderam essa possibilidade de risco? Estamos falando dos direitos de acesso a informação, em especial quando se fala de um recurso público e de bens públicos, bem como da segurança das populações. O cerceamento desse direito vem ocorrendo sem fiscalização dos órgãos competentes, colocando em risco a população diretamente atingida. Um exemplo claro desse descaso foi a tentativa da Santo Antônio Energia marcar a Audiência Publica para discutir a elevação da cota do reservatório, na cidade de Porto Velho, dificultando a participação das comunidades afetadas o que foi vetado pelo MPE. Dentre as inúmeras condicionantes da L.I. e L.O. e Instruções Técnicas do IBAMA, consta a 2

obrigação das empresas de apresentar os resultados dos estudos para discussão com a população atingida. Dentre elas, a Informação Técnica n o. 060/2008 COHID/CGNE/DILIC/IBAMA, trata diretamente do Monitoramento Pesqueiro, indicando que as empresas deveriam apresentar e discutir os dados obtidos nos relatórios com os pescadores e seus representantes, bem como discutir com eles um Plano de Apoio à Atividade Pesqueira. De acordo com os pescadores locais, foram somente apresentados os dados dos dois primeiros anos de estudos (2010 e 2011). Os resultados dos 2 anos após o barramento nunca foram apresentados, o que gerou enorme desconfiança dos pescadores sobre o motivo desse segredo e porque os órgãos competentes não cobraram que tais condicionantes fossem cumpridas. Medidas a serem adotadas para minimização dos impactos na atividade pesqueira foram descritos no EIA/RIMA dos Empreendimentos Hidrelétricos do Madeira: - proposta para normatização e ordenamento da pesca, considerando o zoneamento da atividade pesqueira e co-gestão nos reservatórios com base nos resultados do monitoramento da pesca; - proposta para normatização e ordenamento pesqueiro participativo (co-gestão) a jusante do UHE Santo Antônio, principalmente no que se refere aos grandes bagres; - programa de treinamento e instrumentalização dos pescadores da região contemplando a nova realidade observada com a formação dos reservatórios - monitoramento da atividade, identificação e implantação de projetos que garantam a sustentabilidade do trabalho e da renda dos pescadores, propiciando aos mesmos a permanência na atividade ou a inserção em atividades produtivas alternativas, caso seja de seu interesse. A Informação Técnica nº 060/2008 - COHID/CGENE/DILIC complementa:... é fundamentalmente necessária a implantação de programa unificado voltado: (i) à manutenção da atividade pesqueira...; (ii) à compensação social da atividade pesqueira impactada, tendo como base os resultados do monitoramento contínuo, mediante a implantação de projetos que garantam a sustentabilidade do trabalho e da renda dos pescadores, permitindo a permanência na atividade ou a inserção, somente quando interessar, e desde que comprovada a viabilidade econômica, em atividades alternativas; (iii) à definição de um novo padrão tecnológico, incluindo ações para reestruturação da atividade, sempre que necessário.... De acordo com o impacto correspondente, o programa deve objetivar a manutenção da atividade pesqueira tradicional de forma a assegurar a renda (em bases semelhantes ou melhores) das famílias que dependem da pesca para subsistência e segurança alimentar ou a sua compensação. Diante do exposto, deveria ter sido implementado pelas duas empresas um Programa de Apoio à Atividade Pesqueira que possibilitasse a continuidade da atividade no rio Madeira depois da implantação dos empreendimentos hidrelétricos ou sua compensação em bases semelhantes ou superiores. Contudo nada foi feito até o momento e não houve cobrança efetiva das instituições competentes. Não vale dizer que o IBAMA, órgão federal responsável pelo licenciamento na esfera federal não tem condições financeiras ou técnicas para efetivamente supervisionar os estudos ambientais necessários para o processo de licenciamento. Isso deveria ter sido 3

previsto antes e embutido nos custos do empreendimento. Se não há estrutura, esta deve ser criada, junto as entidades federais que tenham competência para tais estudos nas localidades. Nesse sentido, acreditamos que os órgãos públicos afetos à construção de hidrelétricas (licenciadores) poderiam organizar critérios e exercer controle sobre essas organizações. Estes critérios deveriam, entre outros, considerar: a expertise da organização/equipe, experiência comprovada, antecedência de atuação na área do empreendimento, publicações técnico científicas, etc. Estes estudos, deveriam ser pagos com verba de um fundo, alimentado pelos empreendedores. O que requer mudança drástica no modelo atual, inclusive mudanças legais. E é isso que o GTA RO propõe para os novos estudos que estão sendo propostos para Rondônia e para toda a Amazônia onde estão sendo implementadas ou previstos novos empreendimentos. As informações coletadas e analisadas deveriam ser obrigatoriamente entregues diretamente aos órgãos licenciadores e/ou fiscalizadores, instituições de pesquisa e usuários IBAMA, MPA, MPF, Universidades. Que avaliariam o produto, com apoio de Instituições de Pesquisa de competência reconhecida e, com base nestes dados e análises definiriam ações compensatórias ou correções nestas, quando necessário. A rede GTA, solicita ao Governo de Rondônia e ao Governo Federal, um posicionamento oficial quanto aos fatos recentes narrados nesta carta, assim como respostas a suas propostas e reinvindicações. A rede GTA é formada por 20 coletivos regionais em nove estados brasileiros, envolvendo mais de 600 entidades representativas de agricultores, seringueiros, indígenas, quilombolas e outros grupos locais, assim com entidades ambientalistas e de direitos humanos. 4

ANEXOS LICENCIAMENTO JIRAU SAE 5

Destaques do Governo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Portal do Governo Federal Portal de Servià os do Governo Portal da Agência de NotÃ!cias Em Questà o Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal Voltar Principal Processo Procedimentos Consulta Petróleo Compensação Legislação Informações DILIC Cadastre-se UHE Santo Antônio (Rio Madeira) Documentos deste processo Nº Documento Assunto Data OPERAÇÃO 1 Licença Prévia LP 251*/2007 09/07/2007 Abrir 2 Licença Prévia LP 251*/2007 09/07/2007 Abrir 3 Estudo Ambiental PBA - Vol. 1 - Seções 1 a 5 07/03/2008 Abrir 4 Estudo Ambiental PBA - Vol. 2 - Seções 6 a 14 07/03/2008 Abrir 5 Estudo Ambiental PBA - Vol. 3 - Seções 15 a 24 07/03/2008 Abrir 6 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 25 07/03/2008 Abrir 7 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 01 07/03/2008 Abrir 8 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 02 07/03/2008 Abrir 9 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 03 07/03/2008 Abrir 10 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 04 07/03/2008 Abrir 11 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 05 07/03/2008 Abrir 12 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 06 07/03/2008 Abrir 13 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 07 07/03/2008 Abrir 14 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 08 07/03/2008 Abrir 15 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 09 07/03/2008 Abrir 16 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 10 07/03/2008 Abrir 17 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 11 07/03/2008 Abrir 18 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 12 07/03/2008 Abrir 19 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seção 26 - Parte 13 07/03/2008 Abrir 20 Estudo Ambiental PBA - Vol. 4 - Seções 27 a 29 07/03/2008 Abrir 21 Informação Técnica Complementação ao programa de educação ambiental e comunicação social 04/06/2008 Abrir 22 Informação Técnica Complementação ao programa de limnologia 10/06/2008 Abrir 23 Outros documentos públicos Protocolo Intenções Governo do Estado / Prefeitura Porto Velho celebrados com a MESA/SA 19/06/2008 Abrir 24 Informação Técnica adequações ao Inventário Florestal 22/07/2008 Abrir 25 Informação Técnica Análise do Subprograma de Monitoramento da Atividade Pesqueira 29/07/2008 Abrir 26 Informação Técnica Análise do Programa de Ações a Jusante 31/07/2008 Abrir 27 Ofício Público (site) análise pelo Ministério da Saúde do programa de monitoramento hidrobiogeoquimico (mercúrio) 07/08/2008 Abrir 28 Parecer Técnico Análise da solicitação de emissão da Licença de Instalação 08/08/2008 Abrir 29 Informação Técnica Análise do Programa de Compensação Social 11/08/2008 Abrir 30 Licença de Instalação LI 540/2008 13/08/2008 Abrir 31 Retificação de Licença de Instalação RET-LI 540/2008 18/08/2008 Abrir Autorização de Supressão de 32 Vegetação ASV 271/2008 22/08/2008 Abrir 33 Relatório de Vistoria Relatorio Mortandade (anexo fotografico ) parte 3 19/12/2008 Abrir 34 Relatório de Vistoria Relatorio Mortandade (anexo fotografico ) parte 2 19/12/2008 Abrir 35 Relatório de Vistoria Laudo de mortande de peixes 19/12/2008 Abrir 36 Relatório de Vistoria Relatorio Fotografico (mortante) parte 4 19/12/2008 Abrir 37 Relatório de Vistoria Relatorio Mortandade (anexo fotografico ) parte 1 19/12/2008 Abrir 38 Informação Técnica Alteração na condicionante da Licença de Instalação da Hidrelétrica Santo Antônio 21/01/2009 Abrir 39 Parecer Técnico Análise de solicitação para alteração da Condicionante Especifica 2.44 da LI 540/2008 13/03/2009 Abrir 40 Parecer Técnico Análise da Revisão do Programa de Ações a Jusante 09/07/2009 Abrir 41 Parecer Técnico Solicitação de alteração na destino de recurso do Programa de Compensação Social 01/09/2009 Abrir 42 Autorização de Supressão de ASV 379/2009 09/10/2009 Abrir 6

Destaques do Governo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Portal do Governo Federal Portal de Servià os do Governo Portal da Agência de NotÃ!cias Em Questà o Sistema Informatizado de Licenciamento Ambiental Federal Voltar Principal Processo Procedimentos Consulta Petróleo Compensação Legislação Informações DILIC Cadastre-se UHE Jirau Documentos deste processo Nº Documento Assunto Data OPERAÇÃO 1 Licença Prévia LP 251/2007 09/07/2007 Abrir 2 Licença Prévia LP 251/2007 09/07/2007 Abrir 3 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 15/09/2008 Abrir 4 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 15/09/2008 Abrir 5 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 4-4.2 01/10/2008 Abrir 6 Estudo Ambiental Parecer Navegabilidade 01/10/2008 Abrir 7 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 3 01/10/2008 Abrir 8 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 1 01/10/2008 Abrir 9 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 6 01/10/2008 Abrir 10 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 8 01/10/2008 Abrir 11 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 11 01/10/2008 Abrir 12 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 2 01/10/2008 Abrir 13 Estudo Ambiental Parecer Sedimentos - Tradução Juramentada 01/10/2008 Abrir 14 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 2-2.1 01/10/2008 Abrir 15 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 3-3.4 01/10/2008 Abrir 16 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 3-3.2 01/10/2008 Abrir 17 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 2 01/10/2008 Abrir 18 Estudo Ambiental PBA de jirau parte 3 01/10/2008 Abrir 19 Estudo Ambiental Parecer Mercúrio 01/10/2008 Abrir 20 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 7 01/10/2008 Abrir 21 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Índice 01/10/2008 Abrir 22 Estudo Ambiental Transposição da Ictiofauna 01/10/2008 Abrir 23 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 12 01/10/2008 Abrir 24 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 10 01/10/2008 Abrir 25 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 4-4.1 01/10/2008 Abrir 26 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 3-3.3 01/10/2008 Abrir 27 Estudo Ambiental Estudos Energéticos e do Remanso 01/10/2008 Abrir 28 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Siglas e Abreviações 01/10/2008 Abrir 29 Estudo Ambiental Caminhamento da balsa - com eixo em Jirau 01/10/2008 Abrir 30 Estudo Ambiental Parecer de Migração de Peixes 01/10/2008 Abrir 31 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 5 - anexo 9 01/10/2008 Abrir 32 Estudo Ambiental Canteiro de Obras - Seção 3-3.1 01/10/2008 Abrir 33 Informação Técnica solicitação de avaliação de impactos da alteração de eixo da UHE Jirau 08/10/2008 Abrir 34 Ata de Audiência Pública Ata da Reunião Pública de discussão da alteração do eixo da UHE Jirau 15/10/2008 Abrir 35 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 12/11/2008 Abrir 36 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 12/11/2008 Abrir 37 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 12/11/2008 Abrir 38 Parecer Técnico Análise sobre as implicações da modificação do eixo da usina 13/11/2008 Abrir 39 Parecer Técnico Despacho sobre o Parecer Técnico nº 061/2008 13/11/2008 Abrir 40 Parecer Técnico Parecer Licenciamento Ambiental AHE Jirau 14/11/2008 Abrir 41 Parecer Técnico Despacho Diretor da DILIC 14/11/2008 Abrir 42 Licença de Instalação LI 563/2008 14/11/2008 Abrir Análise do RCA/PCA/PRAD relativo ao Canteiro Pioneiro, exploração de 43 Parecer Técnico jazidas, caminhos de acesso e instalação de ensecadeiras de 1ª fase da 14/11/2008 Abrir UHE Jirau 44 Informação Técnica Avaliação do programa de supressão de vegetação 17/11/2008 Abrir 45 Solicitação de Licença Solicitação de Licença 25/11/2008 Abrir 7