COMPOSIÇÃO DE MAPA DE ENDEMIAS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO EM POLÍTICA PÚBLICA EM SAÚDE E VIGILÂNCIA EM MEIO AMBIENTE: O CASO MUNICÍPIO DE PARACAMBI/RJ



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Transcrição:

COMPOSIÇÃO DE MAPA DE ENDEMIAS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO EM POLÍTICA PÚBLICA EM SAÚDE E VIGILÂNCIA EM MEIO AMBIENTE: O CASO MUNICÍPIO DE PARACAMBI/RJ Duarte, Maria Aparecidade (*), Domiciano, Giselli Cristini, Wilian, Wallace, Vieira, Rafael * Faculdade Estadual Tecnológica do Rio de Janeiro FAETERJ, e-mail (mariaduarte.santos3@gmail.com) RESUMO No contexto de política social, vivenciamos uma desvalorização das boas práticas de saúde pública. As necessidades em saúde se ampliam em decorrência de um conjunto de interações de processos de natureza: econômica, social, cultural, política e científico-tecnologico (OPS, 1992). PALAVRAS-CHAVE: Controle de zoonoses, Gestão Pública, Vigilância em Meio Ambiente, informações em saúde. INTRODUÇÃO A área de estudo, o município de Paracambi está localizado entre a Baixada Fluminense e a Serra do mar, na parte ocidental do Estado do Rio de Janeiro, integrando a região metropolitana. Emancipado em 08 de agosto de 1960, possuindo uma população de 47.074 habitantes (Censo, 2010), sendo este município antes conhecido como cidade dormitório, devido à carência empregatícia. Considera-se que este cenário vem sofrendo alterações, no período recente, com a introdução de um novo distrito industrial, admitindo que a sua extensão é dividida entre a área rural e urbana. Assim com base na lei orgânica do município de Paracambi, Lei nº173, de 05 de abril de 1990 e seu Plano Municipal de Saúde, são demonstrados deveres e metas a serem cumpridas para a preservação da saúde da população local e adjacente, como objeto de política pública em saúde. No contexto que envolve os conceitos de endemias e zoonoses, compreende-se que as endemias são doenças, ou enfermidades, geralmente infecciosas que reinam constantemente em certa localidade, como estados ou municípios. O estudo e entendimento da relação de uma doença com uma dada população é essencial para poder tomar-se condutas com objetivo de minimizar danos dessas doenças na população, não só no momento presente mais também no futuro, visando à prevenção. Já as zoonoses são doenças e infecções transmitidas para o homem através dos animais, que devem ser notificadas com obrigatoriedade, estas podem variar de uma localidade para outra. As secretarias de vigilância foram criadas com objetivo de promover o controle das zoonoses e da população animal correspondente ao surto ocorrido de acordo com os registros locais, para que se tornem realizados cuidados de pesquisa em saúde, prevenção e os devidos tratamentos disponibilizados à população afetada, através da Lei 8.080 de 19/09/80 do Ministério da Saúde, Artigo 6, 1 o Parágrafo. A Vigilância Sanitária foi definida como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde (estudo das zoonoses) e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. No sentido de caracterizar aspectos ambientais do referido município, objeto deste estudo, identifica-se que este possui mata ciliar composta por resquícios de Mata Atlântica preservada, que equivalem a 39% de vegetação nativa, que contribuem para as chuvas constantes na região, propiciando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypt. Cabe ressaltar que a composição tipográfica é acidentada favorecendo as correntes de ar, assim facilitando a disseminação do vetor de uma das doenças abordadas. O cenário encontrado é favorável ao desenvolvimento do mosquito, que promove a deposição de ovos em águas limpas, rica em material orgânico que é facilmente carreado, em razão do volume chuva. É válido salientar a existência de épocas de calor e com maior volume de precipitação (dezembro/janeiro), propiciando o maior desenvolvimento de larvas, que duram em torno de 10 dias (processo de incubação). Considera-se que este contexto é adequado para o desenvolvimento dos estágios que passam desde ovo ao mosquito adulto, onde, se tratando de um arbovírus, (Martins e Castiñeiras, 2009), são transmitidos pela fêmea do mosquito Aedes aegypti e podem causar tanto a manifestação clássica da doença quanto a dengue hemorrágica. Sendo assim, deve ser considerado que as manifestações também ocorrem em outras épocas do ano, porém a duração do desenvolvimento da espécie, que vem se adaptando as condições climáticas, são prolongadas. É relevante citar que a catalogação local (Moreira, 2009), onde há a presença na região dos gêneros Culex sp., Aedes albopictus, além do agente transmissor portador do vírus. As espécies citadas, até momento não são agentes transmissores da doença, nesta região, mas há registros em literatura, em outras regiões do continente africano. IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 1

Salvador/BA - 25 a 28/11/2013 Enfim como citados acima, tais fatores também acometem a proliferação dos vetores-roedores (Rattus novergicus) e outros animais silvestres, estes sendo portador da bactéria Leptospira interrogans. Este chega a atingir animais domésticos aumentando o risco de infecção humana através das situações de enchentes e inundações. Considerando que o contágio, se dá pela proximidade entre o hospedeiro e agente transmissor, onde o agente infeccioso penetra através do tecido epitelial e das mucosas da face, como também pela ingestão de água e alimentos contaminados, a exposição prolongada da água contaminada da pele íntegra ou pequenos ferimentos existentes proporcionam o aumento do risco de contágio. Por fim com base no exposto, o presente trabalho tem o objetivo de mapear endemias de dengue e leptospirose, formulando gráficos no município de Paracambi e municípios vizinhos, objetivando a disseminação da informação e da utilização medidas educativas e profiláticas, reduzindo riscos de ampliação de ocorrências, porém sendo, este estudo, um instrumento identificador de ações de política pública em vigilância em saúde e meio ambiente para o município. Breve histórico de endemias no município de Paracambi: contexto atual Com o acelerado aumento nos casos de dengue no Município de Paracambi se deu a necessidade da criação de um Plano de Contingência, organizado para reformular e planejar práticas para prevenção e controle, além de atendimento e tratamento nos casos de surta da doença no município. Mapeamento de ocorrências ( 2007 2013) Hospital Municipal, Policlínica e Postos de Saúde, estes nos quais acontecem principalmente em se tratando da dengue, pois nesta o indivíduo deve retornar após três dias do inicio dos sintomas iniciados para coleta de sangue para que seja realizada a sorologia para dengue que é feita através de um Laboratório fora de Município, porém de referência. O Município vem trabalhando desde à ultima epidemia de dengue no final do ano passado (2012), com testes rápidos enviados pelo programa do governo federal facilitando assim a verificação, confirmação e entrega dos resultados, principalmente porque nessa ocasião é que chegou ao município a dengue do tipo 4. Pelo exposto a figura 1, no qual é representado o comportamento das ocorrências deste tipo de zoonose, no âmbito dos municípios adjacentes, efetuando uma análise comparativa com base no município de Paracambi. Fig. 1 - Fonte: SINAN,2013. Elaboração dos autores. Na análise do gráfico acima, é verificada a ascensão e queda, no município de Paracambi, das ocorrências desta endemia em questão, destacando que...a limitação do indicador utilizado refere-se aos dados de notificações, uma vez que pode ter havido uma provável sub-notificação de casos de dengue, acarretando um viés de seleção, conforme argumenta ALMEIDA et all (2009). Todavia, não devemos levar apenas em conta os casos de ocorrências registrados, gerando assim uma análise mais perfilada de campo, onde a população dos determinados locais estudados, serão entrevistados as populações da região delimitada para este, a fim de se obter de relatos e se constatar novos casos, já que os próprios municípios não colaboram com esses dados. Por outro lado, admitindo que os ratos sejam os principais transmissores da leptospirose e fácil de serem encontrados em dados locais, assim como o maior acesso a população devido à ocorrência freqüente de enchentes, favorecendo o contato com a água contaminada com a urina do rato, já o mosquito transmissor da dengue é comum em algumas épocas 2 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

do ano. O animal em questão se prolifera de forma mais rápida e fácil, no período de calor e chuva, mais vale lembrar que a ocorrência da dengue ocorre o ano todo, sendo maior durante o verão, e que a população consciente é o fator principal para sua prevenção. Com base nos estudos realizados até o momento, o próprio banco de dados não revela dados suficientes para a realização de uma análise comparativa da região de abrangência, sendo necessária a visita nas Secretárias Municipais de Zoonoses para o referido levantamento visando dessa zoonose na região. Fig. 2 - Fonte: SINAN,2013. Elaboração dos autores. Ações de redução: política de saúde local Saúde Ambiental é a área da Saúde Pública que afeta ao conhecimento científico e à formulação de políticas públicas relacionadas à interação entre a saúde humana e os fatores do meio ambiente natural e antrópico que a determinam, condicionam e influenciam, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser humano, sob o ponto de vista da sustentabilidade (CGVAM, ABRASCO, 2003). Neste contexto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município promove mais intensamente cursos e palestras para preparação de todo profissional de saúde envolvido. É fundamental relatar que, são feitas abordagens de casa em casa e em terrenos vazios, para verificação de possíveis criadouros de mosquito. Contudo, são promovidas atividades escolares como: teatro, oficinas construtivas e panfletagens; Uma medida inovadora foi o acréscimo de informações para a prevenção da doença Dengue, nos contracheques dos servidores municipais, a fim de difundir a informação entre a população. O mundo em que vivemos e trabalhamos parece cada vez mais cheio de riscos e perigos que representam ameaças a saúde do homem, do meio ambiente e das futuras gerações (Freitas & Gomes, 1997). A promoção da Saúde Pública demonstra que a prevenção e controle da doença dependem de toda população seja ela, adulta ou infantil. O que observamos como um todo é que muitas das vezes a doença é banalizada pela população, então este trabalho é realizado para provar exatamente o contrário do que se pensa e que a dengue pode até levar uma pessoa à morte. Emprego de medidas socioeducativas - População saudável; - Elevação no repasse das informações; - Queda nos índices; - Menor proliferação dos vetores; Fig. 3 - Elaboração dos autores. IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 3

Salvador/BA - 25 a 28/11/2013 Política de Saúde em Paracambi: limites e possibilidades A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 50 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto Europa. Não há tratamento específico para a doença, mas uma atenção médica apropriada salva com freqüência a vida dos pacientes acometidos da forma mais grave. Em se tratando de estratégia de controle de vetores e disseminação da doença, o município organizou os dados relacionados às ocorrências, as confirmações e o mapeamento de possíveis focos da doença que estivessem relacionadas com a população infectada, onde a confirmação foi efetuada através da sorologia, teste implantado para a identificação rápida da doença. Sabendo-se que ainda não existem formas de erradicar totalmente o mosquito transmissor, a única forma de combater a doença é eliminar possíveis locais onde o mosquito a fêmea, pode se reproduzir. Ressaltando sempre que, esta escolhe reservatórios com água parada e limpa, contendo material orgânico para sua alimentação das larvas. E, mesmo que neste período, não haja contato com a água, os ovos poderão entrar em estágio latente, por aproximadamente 400 dias. Em se tratando da Leptospirose, que é uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro pode variar desde um processo inaparente até formas mais graves. As inundações propiciam a disseminação e a persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos. No município em questão dentro do tempo utilizado para pesquisa, ou seja, os últimos cinco anos houve apenas um caso da doença, porém a bactéria é circulante, pois existem registros de animais infectados pela doença, cuja a informação foi repassada pelo Centro de Controle de Zoonoses municipal. Trata-se de uma zoonose de grande importância social e econômica, por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a 40% (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS), nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados. A finalidade institucional da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, afirmada na Lei n 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que a criou, é promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes. Um fator limitante ao escopo do projeto se dá pela articulação entre as três esferas governamentais e um conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde populacional. OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é mapear endemias, em particular Dengue e Leptospirose no município de Paracambi, visando não só formular gráficos relativos às ocorrências em um dado período, mais também fazer um breve comparativo com municípios vizinhos como Japeri, Paracambi, Queimados e Seropédica. Estes dados serão atribuídos ao sistema de vigilância em meio ambiente. Tendo como fonte de dados o Datasus. Objetivos Específicos Efetuar uma análise comparativa das ocorrências das endemias dengue e leptospirose em relação aos outros municípios vizinhos no período 2007-2013;. Propor a implantação de instrumentos de política publica em saúde relativa à redução dos casos de dengue e leptospirose, pelas secretarias municipais de saúde; Demonstrar as atividades realizadas junto a população nos últimos anos para diminuição das endemias citadas. Realizar educação ambiental, visando a prevenção destas endemias. METODOLOGIA Este trabalho foi realizado na Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro, onde busca-se realizar uma análise comparativa - quantitativa de dados extraído do Sistema de Informações e Agravos de Notificação SINAN. Compondo assim um relatório sobre a ocorrência das zoonoses estudadas no período de 2007 à presente data, abordando gráficos e traduzindo números em informações nos quais serão classificadas e analisadas, para a formação de gráficos comparativos com os municípios adjacentes, de suma importância para a população. Abordando em especial as doenças Dengue e Leptospirose que são comuns neste município. Sendo a Dengue uma virose, ou seja, uma doença causada por vírus, que é transmitida para uma pessoa através da picada da fêmea contaminada do mosquito, cujo agente etiológico é considerado um arbovírus, sendo o vetor o mosquito Aedes Aegypti,como também a Leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por bactérias patogênicas do gênero Leptospira, sendo o 4 IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais

vetor Rattus norvegicus. Ambas acometem os seres humanos independente da idade ou sexo, de acordo com a variável das estações do ano. No contexto que envolve os conceitos de endemias e zoonoses, compreende-se que as endemias são doenças, ou enfermidades, geralmente infecciosas que reinam constantemente em certa localidade, como estados ou municípios. O estudo e entendimento da relação de uma doença com uma dada população é essencial para poder tomar-se condutas objetivando minimizar danos dessas doenças à população, não só no momento presente mais também no futuro, ou seja, visando a prevenção. Já as zoonoses são doenças e infecções transmitidas para o homem através dos animais, que devem ser notificadas com obrigatoriedade, estas podem variar de uma localidade para outra, as secretarias de vigilância epidemiológicas de cada município foram criadas com objetivo de promover o controle das zoonoses e da população animal correspondente ao surto ocorrido de acordo com os registros locais, para que se tornem realizados cuidados de pesquisa em saúde, prevenção e os devidos tratamentos disponibilizados à população afetada, através da Lei 8.080 de l9/09/80 do Ministério da Saúde, Artigo 6, 1 o Parágrafo, a Vigilância Sanitária foi definida como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde (estudo das zoonoses) e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS A interpretação do cenário real destas ocorrências dispõe uma compreensão de que há tímidas ações efetivas de política pública que venham coibir a expansão dos casos das zoonoses descritas neste estudo no município estudado e sua circunvizinhança. Com isso as possibilidades de utilizar instrumentos capazes de minimizar este quadro, tais como mapeamento de zoonoses; descrição de áreas de influência/ocorrência e implementação de um SIG de vigilância ambiental, estão de acordo com o que o Ministério da Saúde, via Portal da Saúde, destacando ações como: alertar a população sobre a distribuição; identificação de formas de transmissão; manifestações clínicas e medidas de prevenção da doença, e ainda, como esclarecer sobre o problema, visando à busca conjunta de soluções para o cenário de gestão pública em vigilância ambiental/epidemiológica. A definição de formas de participação da população nas ações de controle da doença é fundamental, a considerar as estratégias observadas no dispositivo legal vigente, isto é, a lei nº8080/1980. Enfim, pelo exposto, este estudo reitera estes fatores com a contribuição direta de compor, no município de Paracambi, com desdobramento para municípios vizinhos, instrumentos e práticas de mobilização da população, a partir do mapeamento destes casos e, sobretudo, como objetivo final, associar esta práticas como instrumentos de política pública em meio ambiente e saúde na região, como base para orientar ações efetivas de gestão pública local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. Decreto-lei nº 8080, de 19 de setembro de 1980. Legislação do Sistema Único de Saúde. Disponível em < http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/lei8080.pdf> Acesso em: 8 mai. 2013. 2. ALMEIDA, A. S.; MEDRONHO, R. A.; VALENCIA, L. I. O. Análise espacial da Dengue e o contexto socioeconômico no município do Rio de Janeiro. Revista Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2009; n.43, ano 4, pag. 666-73. 3. TEIXEIRA, T. R. A.; MEDRONHO, R. A. Indicadores sócio-demográficos e a epidemia de dengue em 2002 no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n.24, ano 9, pag.:2160-2170,2008. 4. TEIXEIRA, T. R. A. Análise Espacial e Temporal da Dengue no Contexto Sócio-Ambiental do Município do Rio de Janeiro, 1996-2006. Tese (Mestrado) Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2009. 5. Disponível em: <www.saude.gov.brfsinan>. Acesso em: 25 mai. 2013. IBEAS Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais 5