O ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA RESUMO



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Transcrição:

O ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA OLIVEIRA, Araújo Vanilza FEITOZA, Saraiva Izis IE/UFMT RESUMO A presente pesquisa foi desenvolvida numa Escola Municipal de Ensino Básico localizada em Cuiabá-MT, no mês de abril de 2008. O objetivo foi observar, investigar e analisar os livros didáticos de Ciências Naturais e como estão sendo trabalhados os conteúdos do 1º ao 5º ano. A metodologia aplicada foi organizada a partir de perguntas abertas com três professoras, análise do PPP, livro didático e pesquisa bibliográfica. O ensino de Ciências é uma ferramenta importante no ensino fundamental, que visa contribuir para o aprendizado de conteúdos e ao mesmo tempo permite desenvolver capacidades, habilidades e atitudes nos alunos, como: desenvolver o raciocínio lógico, produzir, criar, observar. Ensiná-los a pensar criticamente, com um olhar questionador levará os à curiosidade de buscar resposta e compreender, através dessa criticidade, os fenômenos naturais em sua volta. As observações e análise feitas nos levaram a constatar que os estudos de Ciências Naturais estão distanciados do currículo estando nos anos iniciais "espremidos", sendo a leitura e a escrita à preocupação dos professores. Palavras-chave: Ciências, Livros Didático, Projeto Político Pedagógico-PPP. A partir de visita a uma Escola Municipal de Cuiabá-MT, observação, entrevistas abertas com três professoras, análise do Projeto Político Pedagógico - PPP e dos livros didáticos adotados, obtivemos os dados analisados. Tendo como intuito observar, investigar e analisar os livros didáticos de Ciências Naturais e como estão sendo trabalhados os conteúdos do 1º ao 5º ano. A filosofia da escola é desenvolver o processo educacional baseado na realidade da clientela onde está inserida, nas prerrogativas legais que regem o ensino, garantindo aos educandos o domínio do conhecimento produzido pela humanidade, de forma sistemática e gradativa, enquanto instrumental necessária à participação ativa do meio em que vive. Segundo o PPP, o objetivo geral da escola é possibilitar aos educandos a formação de pessoas mais abertas, flexíveis, solidárias, democráticas e críticas, preparadas para enfrentar uma sociedade onde às mudanças tecnológicas e cientifica envolvem através dos tempos.

A escola é ciente que o Projeto Político Pedagógico - PPP é tratado no coletivo, em que abrange todas as concepções dos grupos envolvidos no processo que visa mudanças e transformações qualitativas no contexto em que a escola está inserida. Afirma Sandrini (1999, p. 140) que o Projeto Político pedagógico precisa ser elaborado a partir da prática de quem faz a educação, num assumirem coletivo e coresponsável de todos os envolvidos no processo. Como foi dito anteriormente, o PPP é produzido num coletivo, ou seja, entre diretor, coordenador, professores, alunos, pais, com objetivo de atender as necessidades desse grupo com a realidade em que se encontram. Após a leitura do PPP, constatamos que a escola pesquisada tem o currículo fundamentado na pedagogia crítica, organizado por temas significativos tendo como princípios a interdisciplinaridade e a globalização, e no PCNs - de Ciências Naturais. Observamos que os conteúdos relacionados no PPP estão de acordo com os livros didáticos com as habilidades e competências e com o PCNs - de Ciências Naturais. Também constatamos que o objetivo geral da escola escrito no PPP está de encontro com os Parâmetros Curriculares Nacionais, isso indica que a escola busca no seu currículo um segmento de estudo de Ciências pautado para formar um ser crítico. Todavia no diálogo com os professores e a análise dos livros tais fatos não ficaram explícitos. Os livros didáticos analisados na escola são da coleção Ciências Ponto de Partida, do 1º ao 5º ano dos autores: Aloma Fernandes de Carvalho, Francisco de Arruda Sampaio e Marcos Engelstein. Os conteúdos são: o corpo humano, animais, as pessoas e as plantas, saúde alimentação, as pessoas e os outros animais, as plantas, luz e entre outros. Segundo as três professoras entrevistadas, as mesmas utilizam os livros didáticos e ás vezes outros livros. Para as docentes, ciências é importante, pois seus conteúdos são essências para o aprendizado dos alunos, porque trabalha a higiene, corpo humano e saúde mental. De acordo com o relato de uma das professoras trabalhar higiene é importante porque as crianças precisam ser higiênicas. Os educadores nos informaram que não teve Feira de Ciências no ano anterior á essa pesquisa, já outra professora disse não trabalhar aula de campo devido a dificuldade de sair com um número maior de alunos, seria necessário ter pessoas para ajudar e alugar ônibus. Ao perguntar se o estudo de Ciências é importante no currículo disseram que sim, porém sentimos certa incerteza e ainda nos informou que a aula é

falada e explicativa para cada turma são um professor, e este é o que dar todas as disciplinas. A percepção que tivemos durante a observação dos livros e os relatos dos professores, trabalharem Ciências é passar para os alunos os conceitos de higiene, corpo humano e saúde mental. No entanto, parece claro que em Ciências nos anos iniciais alguns conteúdos não passam de obrigatórios, os mesmos não são ensinados de forma prática que leva o aluno ao aprendizado intelectual, criação de novas idéias, interpretação e compreensão dos fenômenos. Assim sendo, podemos admitir que o ensino de Ciências Naturais na escola pesquisada está pautado em uma perspectiva tradicional de transmissão de conhecimento estático, pois os próprios professores fazem seu horário, aula de Ciência é uma vez na semana. Isso é preocupante pelo fato de estarmos em um século em que a globalização tecnológica ganha destaque. Numa perspectiva crítica de ensinar Ciências Freire nos traz que: (...) cabe ao professor saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar aberto às indagações, á curiosidade, ás perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e enriquecedor, inquieto em face da tarefa que tenho a de ensinar a não a de transferir conhecimento. (FREIRE, 1996, p. 52) Neste sentido compreendemos que o educador deva ter uma nova visão dos conteúdos relativos a fatos, conceitos e princípios, para assim proceder de forma objetiva e significativa na formação de seus alunos. Os conteúdos escolares devem estar relacionados com usos práticos e imediatos e nas atividades, o professor é o mediador que leva o aluno a construir significados em que ele próprio atribui sentido aquilo que aprende. Ainda para Freire (1996, p. 44) na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O pensamento do autor acima nos leva a crer que o docente deve fazer do seu conhecimento teórico uma concretização em sua prática, fazendo dessa prática uma realidade sempre. É necessário que o professor saiba do seu papel, para que faça do seu

aluno um ser crítico capaz de produzir seus próprios conceitos, despertando ele à curiosidade de conhecer os fenômenos em sua volta. A profundidade e amplitude que são tratadas as questões ao enfocar ciências e senso comum, notamos que é preciso o professor repensar na sua maneira de ensinar Ciências. Para tanto Alves (1996, p. 12, 124) ressalta que o educador deve acabar com alguns mitos criados como o do cientista louco, manso, distraído, o indivíduo que pensa o tempo todo sobre fórmulas incompreensíveis ao comum dos mortais. Consideramos as concepções acima reflexivas, pois, ao ensinar as crianças partindo do senso comum facilitará a compreensão da Ciência. Como mostrar para as crianças os fenômenos que ocorre em sua volta de forma prazerosa, na sua casa, por exemplo: porque o leite derrama, o fermento faz a massa crescer, para acender a luz, aperte o interruptor, erva cidreira é calmante, entre outros. O ensino de Ciências Naturais não é somente os conteúdos dados no livro didático e a memorização de alguns conceitos. É importante no ensino fundamental, o educador trabalhar ciência com diversas atividades, que motivem os alunos à pesquisa, não o limitando, para que ele tenha compreensão do que acontece na natureza que muitas vezes contraria o "senso comum". De acordo com as observações do PPP, os livros didáticos e as entrevistas com os professores constatamos que não há uma ligação entre a teoria e o trabalho pedagógico, o estudo de Ciências Naturais estão distanciado do currículo estando, nos anos iniciais "espremido", sendo a leitura e a escrita à preocupação dos professores. Os dados coletados nos mostraram que o ensino de Ciências Naturais na sua dimensão nos anos iniciais, não tem tanta importância como Português e Matemática, estão voltados para aqueles conteúdos de higiene, saúde, alimentação, considerada como necessários, é como que, somente nos anos subseqüentes do (6º ano ao 9º ano) que o aluno terá um aprendizado e professores graduados na área. Os conteúdos dos livros didáticos tratam de outras ciências como: Física, Química, Geografia, História, Ecologia, e que também proporciona o aprendizado da Língua Portuguesa e Matemática. Neste sentido é de grande importância o docente trabalhar Ciências Naturais em outras disciplinas partindo de temáticas que surgem na sala de aula, que leva o aluno a se posicionar perante os acontecimentos do mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Rubem, 1933. Filosofia da Ciência São Paulo; Ars Poética, 1996. Brasil Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 136 p. naturais/ secretaria de Educação FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo; Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) SANDRINI, Nádia Maria Soares. Projeto Político Pedagógico e lideranças na condução do processo. POIÉSIS Revista Científica em Educação UNISUL - Universidade do Sul Santa Catarina V.1, n. 1 (jan/junh. 1999) - Tubarão: Ed. UNISUL, 1999 Semestral. ISSN 1516-2486. p. 140.