A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e os. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Documentos relacionados
O QUE SÃO OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM)

O BRASIL E OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

Sistema de Monitoramento e avaliação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em Belo Horizonte

1. Garantir a educação de qualidade

Agenda de Compromissos dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Governo Federal e Municípios

RESPONSABILIDADE SOCIAL 8 JEITOS DE MUDAR O MUNDO

Declaração dos Mecanismos das Mulheres da América Latina e do Caribe frente ao 58º Período de Sessões da Comissão do Status da Mulher (CSW)

OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO E A UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES

LEI N , DE 17 DE JANEIRO DE INSTITUI A POLÍTICA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA FAMILIAR.

AGENDA PROPOSITIVA DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

DIÁLOGOS PARA A SUPERAÇÃO DA POBREZA

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO CAPÍTULO 24

Agenda Nacional de Trabalho Decente

Núcleo Regional de Piên

Apresentação. Objetivos do Programa

Plano Nacional de Trabalho Decente - PNTD

DEBATE SOBRE PROMOÇÃO ECONÔMICA MUNICIPAL CAMPINAS SÃO PAULO 26 DE MAIO DE 2009

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

O DESAFIO CONTINUA.. A AGRICULTURA FAMILIAR FRENTE AO DESAFIO Alan Bojanic Ph.D. Representante da FAO no Brasil

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

PNDH - 3 DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE

PACTO GLOBAL RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE

Proposta para que o PAA possa apoiar a regularização ambiental

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa

Desenvolvimento Sustentável nas Terras

CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA SOBRE MEIO AMBIENTE E RESPONSABILIDADE SOCIAL WORKSHOP: OS OITO OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

Municípios participantes

ELEIÇÃO 2014 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA BRASIL 27 DO BRASIL QUE TEMOS PARA O BRASIL QUE QUEREMOS E PODEMOS DIRETRIZES GERAIS DE GOVERNO

O Marco de Ação de Dakar Educação Para Todos: Atingindo nossos Compromissos Coletivos

DIRETRIZES GERAIS PARA UM PLANO DE GOVERNO

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº 522, DE 2014

EIXO II EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: JUSTIÇA SOCIAL, INCLUSÃO E DIREITOS HUMANOS PROPOSIÇÕES E ESTRATÉGIAS

Edital de seleção de Projetos Sociais de Impacto (PSI)

ANEXO I QUADRO 1: CÓDIGOS DA DIMENSÃO «DOMÍNIO DE INTERVENÇÃO» Investimento produtivo genérico em pequenas e médias empresas («PME»)

Relatório Estadual de Acompanhamento Relatório Estadual de Acompanhamento 2008 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Carta de Adesão à Iniciativa Empresarial e aos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade Racial - 1

ELEIÇÕES 2008 A RELAÇÃO ENTRE VEREADORES, ADMINISTRAÇÕES PETISTAS E O MOVIMENTO SINDICAL SUGESTÕES

Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro

O que é Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher? Quais suas estratégias e ações? Quantas instituições participam da iniciativa?

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM: Responsabilidade Social, Cidadania e Solidariedade

Plataforma Ambiental para o Brasil

Proposta de Plano de Desenvolvimento Local para a região do AHE Jirau

ICC fevereiro 2012 Original: inglês. Conselho Internacional do Café 108. a sessão 5 8 março 2012 Londres, Reino Unido

V Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Marcelo Neri SAE/PR

PREFEITURA MUNICIPAL DE VOLTA REDONDA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO DEPARTAMENTO DE ORÇAMENTO E CONTROLE PROGRAMA Nº- 250

PROJETO DE LEI N.º, DE 2011 (Do Sr. Deputado Marcelo Matos)

1ª CONFERÊNCIA REGIONAL DE

1. Que os Estados partes fortaleçam o Instituto de Políticas Públicas de Direitos

CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE CONFERÊNCIAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2015

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

Conversando sobre a REALIDADE. Propostas Educação. Ano 1 - nº 3 - Nov/15

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E SUAS 20 METAS. Palestra: Campo Grande MS

PROJETO DE LEI Nº 015/2015, DE 29 DE ABRIL DE 2015.

ANO INTERNACIONAL DA JUVENTUDE

1º SEMINÁRIO DESAFIOS DO SANEAMENTO ASSEMAE RS

LEI Nº 008/2003, DE 01 DE JULHO DE A CÂMARA MUNICIPAL DE RESERVA, Estado do Paraná, aprovou, e eu Prefeito Municipal, sanciono a seguinte LEI:

Curso de Formação de Conselheiros em Direitos Humanos Abril Julho/2006

RUMO AO FUTURO QUE QUEREMOS. Acabar com a fome e fazer a transição para sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis

ANEXO 1 PROJETO BÁSICO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL DE ENTIDADES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

1º Congresso Alianças Sociais Responsabilidade Social Corporativa em prol da Sustentabilidade

DOCUMENTO FINAL 8ª CONFERÊNCIA DE SAÚDE DE MATO GROSSO

Governança Solidária Local. Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local

Ações de Incentivo ao Consumo de Frutas e Hortaliças do Governo Brasileiro

Secretaria Nacional de Segurança Pública

Assistência Técnica e Extensão Rural no Brasil: Um debate nacional sobre as realidades e novos rumos para o desenvolvimento do País

erradicar a pobreza extrema e a fome

Atualizações das Leis Municipais Encontro Estadual dos Gestores e Técnicos da Assistência Social da Bahia

Premiação de Boas Práticas de Gestão Ambiental

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Estadual de Educação Ambiental e dá outras providências.

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

PNE: análise crítica das metas

COTAÇÃO DE PREÇOS 30/2013 MDA - Unicafes

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A LEGISLAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Atualizadas pela Lei Brasileira de Inclusão da PCD (Lei 13.

RELATÓRIO ATIVIDADE TECNICO ADMINISTRATIVO

Planejamento Estratégico Municipal. Tibagi -PR. A Cidade Que Nós Queremos

Compromisso com um plano de governo

Carta de Princípios dos Adolescentes e Jovens da Amazônia Legal

Prazo Limite de envio da Proposta ( informações atualizadas em 31/05/2012)

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

MELHORIA DA INFRAESTRUTURA FÍSICA ESCOLAR

PAUTA DE DEMANDAS 2012

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Belém/PA, 28 de novembro de 2015.

PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NO SISTEMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - SNDU

JOVEM ÍNDIO E JOVEM AFRODESCENDENTE/JOVEM CIGANO E OUTRAS ETNIAS OBJETIVOS E METAS

Moçambique. Estratégia da Suécia para a cooperação para o desenvolvimento com MFA

5ª EDIÇÃO DA CERTIFICAÇÃO SELO ODM MOVIMENTO NÓS PODEMOS PARANÁ REGULAMENTO

IMPLANTANDO O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS NA REDE ESTADUAL DE ENSINO

8 Jeitos de Mudar o Mundo

Tecnologia sociais entrevista com Larissa Barros (RTS)

DIRETRIZES DE FUNCIONAMENTO DO MOVIMENTO NACIONAL PELA CIDADANIA E SOLIDARIEDADE/ NÓS PODEMOS

Eventos/Programas Descrição Pontos Verificação. Participar do encontro anual da ADRA AP com a equipe completa - Diretora e secretária

CARTA ABERTA PELO DIREITO A CIDADE E A GESTÃO DEMOCRÁTICA

5ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Apoio. Patrocínio Institucional

Transcrição:

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Belo Horizonte 2014 1

Mesa da Assembleia Deputado Dinis Pinheiro Presidente Deputado Ivair Nogueira 1º-vice-presidente Deputado Hely Tarqüínio 2º-vice-presidente Deputado Adelmo Carneiro Leão 3º-vice-presidente Deputado Dilzon Melo 1º-secretário Deputado Neider Moreira 2º-secretário Deputado Alencar da Silveira Jr. 3º-secretário Secretaria Eduardo Vieira Moreira Diretor-geral José Geraldo de Oliveira Prado Secretário-geral da Mesa 2

As ações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que contribuíram para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, também conhecidos como ODM, resultaram de um pacto firmado em 2000, entre 191 países, perante a Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, cada país redigiu sua carta de intenções comprometendo-se a atingir oito objetivos até 2015. Para cada objetivo foram definidas algumas metas, que serão medidas por meio de indicadores. Os objetivos pactuados e suas respectivas metas foram: Objetivo 1 Erradicar a pobreza extrema e a fome As metas relacionadas a esse objetivo são: reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população com renda abaixo da linha da pobreza; reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população que sofre de fome. Trabalhar nessas metas exige programas de geração de renda, de redução da elevada desigualdade entre ricos e pobres e de direito à alimentação saudável para todos. Embora no Brasil e em Minas já se tenha atingido a meta de redução da pobreza em mais da metade, ainda existe um percentual da população que sofre privações de renda e falta de acesso a serviços públicos. É necessário, pois, avançar para a erradicação da miséria. Para contribuir com a erradicação da extrema pobreza e da fome, a Assembleia Legislativa realizou diversas ações, como seminários, fóruns e audiências públicas, que contribuíram para o planejamento das ações do Estado. Aprovou, também, leis que mudaram efetivamente a vida dos mineiros. Em 2011, a partir das discussões do seminário legislativo Pobreza e Desigualdade, a Assembleia aprovou a Emenda à Constituição nº 86, que incluiu, entre os objetivos prioritários do Estado, o de erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais. 3

Quanto à aprovação de leis que contribuíram para a redução da pobreza, merecem destaque a Lei nº 20.608, de 2013, que institui a Política Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA Familiar); a Lei nº 20.846, de 2013, que institui a Política Estadual para a População em Situação de Rua; a Lei nº 19.990, de 2011, que cria o Fundo de Erradicação da Miséria (FEM); a Lei nº 19.823, de 2011, que dispõe sobre a concessão de incentivo financeiro a catadores de materiais recicláveis Bolsa Reciclagem; entre outras. Também foram realizados ciclos de debates que discutiram a agricultura familiar, o cooperativismo, a geração de emprego e renda e o uso de tecnologias sociais para o desenvolvimento sustentável. Este último tema foi pauta do ciclo de debates Rumo à Rio+20 e à Cúpula dos Povos: tecnologias sociais, sustentabilidade e superação da pobreza, destinado a discutir o uso das novas tecnologias na superação da pobreza e a contribuir para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20. Em audiências públicas foi discutido o pagamento pela prestação de serviços ambientais aos produtores rurais e agricultores familiares, previsto no Programa Bolsa Verde, além de terem sido monitoradas tanto as ações do Estado com o objetivo de promover a proteção social às populações mais vulneráveis como as ações de segurança alimentar para a população mineira. Por iniciativa da sociedade, foi avaliada a implantação, em Minas Gerais, do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) Brasil sem Miséria. O debate sobre as oportunidades de desenvolvimento do setor de turismo criativo também foi importante pelo seu potencial de geração de emprego e renda para os mineiros. Da mesma forma, foram colhidas sugestões da sociedade para o aperfeiçoamento das politicas públicas de esporte e juventude do Estado. Objetivo 2 Alcançar o ensino básico universal A meta é garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, de todas as regiões do País, independentemente de cor, raça ou sexo, terminem o ensino fundamental. O esforço é pela melhoria da qualidade do ensino e pela ampliação do número de anos de estudo. A Assembleia de Minas realizou diversas ações para contribuir com a universalização e melhoria do ensino básico, como a aprovação da Lei nº 16.683, de 2007, que autorizou o Poder Executivo a desenvolver ações de acompanhamento 4

social nas escolas da rede pública de ensino do Estado; a Lei nº 19.481, de 2011, que instituiu o Plano Decenal de Educação do Estado; a Lei nº 16.056, de 2006, que estabelece o limite máximo de alunos por sala de aula na rede pública estadual de ensino; e a Lei nº 18.030 de 2009, conhecida como Lei do ICMS solidário, que estabelece a educação como um dos critérios de distribuição de recursos do ICMS solidário. A violência e a segurança nas escolas foram objeto de preocupação da Assembleia, que realizou, em 2011, o fórum técnico Segurança nas Escolas: por uma Cultura de Paz, do qual resultaram diversas propostas que foram incorporadas ao planejamento do Estado. Da mesma forma, estiveram em pauta na assembleia temas como a alimentação escolar, a carreira e valorização salarial dos professores e os investimentos nas redes estadual e municipal de ensino. As condições para a inclusão das pessoas com deficiência na rede de ensino, inclusive o papel das Apaes, foi outro tema de discussão em audiência pública, bem como assuntos relacionados ao ensino básico, como o combate à prática do bullying nas escolas, a educação no campo, a educação infantil, as Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) e a importância da educação para o enfrentamento do uso do crack e outras drogas. A escola em tempo integral e os programas do sistema estadual de ensino também foram objeto de atenção das audiências públicas. Objetivo 3 Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres A meta era eliminar a disparidade entre os sexos, em todos os níveis de ensino, até 2005, ou, no mais tardar, até 2015. Aqui, trata-se também de combater o preconceito, ampliar as chances das mulheres no mercado de trabalho com melhores empregos e salário igual ao dos homens para iguais funções e aumentar a participação feminina na política. Para promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, a Assembleia aprovou a Lei nº 21.043, de 2013, que dispõe sobre a promoção da igualdade entre os gêneros e impõe sanções a firma individual e a empresa jurídica de direito privado em cujo estabelecimento seja praticado ato vexatório, discriminatório ou atentatório contra a mulher. A igualdade entre os sexos também foi discutida em eventos institucionais como 5

o ciclo de debates Piso Salarial em Minas Gerais (2011) e a audiência pública que discutiu a presença da mulher nos espaços de poder político e apoiou a Campanha Nacional pela Filiação de Mulheres, da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. Foi dado tratamento especial ao debate da violência contra a mulher, sendo que, em 2012, foi criada a Comissão Especial da Violência contra a Mulher, que realizou diversas audiências públicas em Belo Horizonte e no interior, com o objetivo de diagnosticar a situação e solicitar esclarecimentos sobre a atuação dos equipamentos públicos no atendimento e na proteção da mulher. Objetivo 4 Reduzir a mortalidade infantil A meta é reduzir em 2/3, até 2015, a mortalidade de crianças menores de 5 anos. O caminho para reduzir esse número dependerá de muitos e variados meios, recursos, políticas e programas, dirigidos às crianças, às famílias e às comunidades, notadamente no campo da atenção básica de saúde na primeira infância, da universalização do saneamento básico para todas as comunidades, do controle nutricional e de vacinação. O Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas, realizado em 2011, tratou de vários temas, entre eles a saúde pública no Estado, e teve como resultado a inserção, na agenda da Assembleia, das discussões sobre os recursos destinados à Estratégia Saúde da Família e os investimentos no fortalecimento da rede de assistência à saúde em todo o Estado. O cuidado com a vida e a saúde da criança foi facilitado pela Lei nº 18.879, de 2010, que dispõe sobre a prorrogação, por 60 dias, da licença-maternidade no âmbito da administração pública direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Estadual. Também tem impacto nesse tema a Lei nº 17.714, de 2008, que torna obrigatória a afixação, nas dependências dos hospitais e centros de saúde da rede pública estadual, de informações relativas às vacinas infantis obrigatórias. Objetivo 5 Melhorar a saúde materna 6 As metas relacionadas a esse tema são: reduzir, em 3/4, até 2015, a taxa de mortalidade materna;

alcançar, até 2015, o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva; deter, até 2015, o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero. Esse objetivo só será alcançado com a promoção integral da saúde da mulher em idade reprodutiva. A presença de pessoal qualificado na hora do parto será reflexo do desenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública. A Lei nº 15.952, de 2005, estabeleceu a Política de Prevenção da Mortalidade Materna, adotando medidas específicas com vistas à sua redução. A aplicação, por parte do governo do Estado, dos recursos nas ações e nos serviços públicos de saúde foi objeto de audiência pública em 2012 e, anualmente, a Assembleia realiza o monitoramento dessas ações. A Assembleia promoveu ainda o ciclo de debates Mais Recursos para a Saúde Assine Mais Saúde (2012), em que foi realizada campanha de coleta de assinaturas para apresentação de projeto de lei, de iniciativa popular, que propõe o investimento de 10% da receita corrente bruta da União na saúde pública. Objetivo 6 Combater a Aids, a malária e outras doenças Esse objetivo tem como metas: deter, até 2015, a propagação do HIV/Aids, a incidência da malária e da tuberculose; alcançar, até 2010, o acesso universal ao tratamento da hanseníase, bem como eliminar essa doença. Para tanto, dependerá fundamentalmente do acesso da população à informação e aos meios de prevenção e de tratamento, sem descuidar da criação de condições ambientais e nutritivas que estanquem os ciclos de reprodução dessas enfermidades. A Assembleia aprovou leis para prevenir a disseminação do HIV/Aids e outras doenças infectocontagiosas. Como exemplos, podemos citar a Lei nº 18.797, de 2010, que determina a utilização de seringas de agulha retrátil nos hospitais e 7

estabelecimentos de saúde do Estado; e a Lei nº 17.344, de 2008, que torna obrigatória a realização de testes sorológicos para o diagnóstico da infecção pelo vírus da Aids e o tratamento dos casos identificados. Outra importante norma sobre o tema é a Lei nº 14.582, de 2003, que proíbe a discriminação contra portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e pessoa com síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) nos órgãos e entidades da administração direta e indireta do Estado. A Lei nº 19.482, de 2011, dispõe sobre medidas de controle da proliferação de mosquitos transmissores da dengue. A proliferação do mosquito no Estado foi também objeto de audiência pública da Comissão de Saúde. A Assembleia realizou, ainda, esforços no combate ao uso de drogas que colocam em risco as condições de saúde e facilitam a disseminação de doenças. Entre outros eventos que já foram citados, devem ser lembrados o Movimento para Fortalecer as Famílias de Minas Gerais contra o Crack e Outras Drogas, em 2012; a 1º e 2ª Marcha contra o Crack e Outras Drogas, em 2012 e 2013, respectivamente; e o ciclo de debates Um Novo Olhar sobre a Dependência Química, realizado em 2013. Objetivo 7 Garantir a sustentabilidade ambiental As metas para esse objetivo são: reduzir a perda de diversidade biológica; reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso a água potável e esgotamento sanitário. Para alcançar essas metas, é necessário integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais. O desenvolvimento sustentável do Estado é uma das mais caras preocupações da Assembleia. Diversos eventos resultaram em contribuições para esse tema. Como exemplos, citamos o fórum técnico Mobilidade Urbana: construindo cidades inteligentes (2013); o ciclo de debates Rumo à Rio+20 e à Cúpula dos Povos: tecnologias sociais, sustentabilidade e superação da pobreza (2012); o ciclo de debates Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável (2012). 8

Diversas leis que contribuíram para o desenvolvimento sustentável foram aprovadas na Assembleia. Para citar apenas as mais recentes, a Lei nº 21.156, de 2014, que institui a Política Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável da Agricultura Familiar; a Lei nº 21.147, de 2014, que institui a Política Estadual para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais; a Lei nº 21.128, de 2014, que estabelece diretrizes para a formulação da Política Estadual de Desenvolvimento do Setor de Petróleo e Gás Natural no âmbito do Estado; e a Lei nº 20.922, de 2013, que dispõe sobre as Políticas Florestal e de Proteção à Biodiversidade no Estado. Podem-se, citar, ainda outras normas que criaram áreas de proteção ambiental ou parques estaduais; dispuseram sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e sobre a concessão de incentivo financeiro a proprietários e posseiros rurais, sob a denominação de Bolsa Verde; entre outras. O desenvolvimento sustentável foi pauta de inúmeras audiências públicas em que especialistas, gestores, sociedade civil e parlamentares debateram assuntos diversos como o repasse dos recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro); os comitês de bacias hidrográficas; os impactos ambientais decorrentes da expansão das atividades industriais e minerárias; a revitalização de lagoas; a preservação ambiental; o abastecimento público de água; o tratamento de esgotos; a prevenção de enchentes; o desenvolvimento do turismo; a Política Estadual de Resíduos Sólidos; e a situação do lixo nuclear produzido em Poços de Caldas. Objetivo 8 Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento Para se atingir esse objetivo, é necessário avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro não discriminatório; tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento; formular e executar estratégias que ofereçam aos jovens um trabalho digno e produtivo; além de tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial de informação e de comunicações. Embora várias metas desse objetivo sejam da competência do governo federal, algumas ações da Assembleia também buscam contribuir para o alcance desse propósito. Além dos eventos já citados, destacam-se aqui o fórum técnico Mobilidade Urbana: construindo cidades inteligentes (2013); o ciclo de debates 9

Cooperar 2012 Ano Internacional das Cooperativas (2012); o ciclo de debates Rumo à Rio+20 e à Cúpula dos Povos: tecnologias sociais, sustentabilidade e superação da pobreza (2012); o seminário legislativo Pobreza e Desigualdade (2011); e o Fórum Democrático para o Desenvolvimento de Minas Gerais (2011). Em termos de legislação, podemos citar a Lei nº 15.011, de 2004, que dispõe sobre a responsabilidade social na gestão pública estadual; a Lei nº 15.028, de 2004, que institui a Política Estadual de Fomento à Economia Popular Solidária no Estado de Minas Gerais; a Lei nº 15.075, de 2004, que dispõe sobre a Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo; a Lei nº 18.136, de 2009, que institui a Política Estadual de Juventude; e a Lei nº 18.716, 2010, que institui a Política Estadual de Fomento ao Voluntariado Transformador. Foi ainda debatido com a sociedade, em audiência pública, um tema de particular interesse para o alcance desse objetivo: a inclusão digital da rede estadual de educação de Minas Gerais. Todos os seminários, ciclos de debates e audiências públicas são formas de a Assembleia ouvir a sociedade e colher sugestões para o trabalho dos parlamentares. Anualmente, a Assembleia monitora os programas e as ações desenvolvidas no Estado, além de avaliar as políticas públicas e propor melhorias no seu planejamento com a participação popular. Dessa forma, busca cumprir sua visão de futuro, que é ser reconhecida como o poder do cidadão na construção de uma sociedade melhor. Ainda nesse sentido, um dos compromissos da Assembleia é avaliar e fiscalizar políticas públicas com foco em resultados. Assim, visando facilitar o monitoramento dessas políticas por parte dos cidadãos e parlamentares, a Assembleia desenvolveu o site Políticas Públicas ao Seu Alcance, onde publica informações atualizadas sobre o planejamento, o financiamento e a gestão das políticas públicas no Estado. Visite o site http://politicaspublicas.almg.gov.br/ e contribua com suas sugestões, avaliações e comentários. Referências https://www.unric.org/html/portuguese/uninfo/mdgs/mdgs2.html http://www.odmbrasil.gov.br/os-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio http://www.pnud.org.br/odm.aspx http://www.objetivosdomilenio.org.br/ 10

Perspectivas para a agenda de desenvolvimento pós-2015 A reunião de revisão dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), realizada em Nova York, em setembro de 2010, deu início oficial ao processo de debates sobre as metas para o período após 2015. Em 2012, iniciou-se um debate sobre a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o que provocou uma mudança terminológica para Agenda Pós-2015, a fim de acomodar tanto a revisão dos ODM como o processo de criação dos ODS. Em 2014, conforme o calendário da ONU, iniciaram-se formalmente as negociações dos ODS e do futuro da agenda global de desenvolvimento, estando previsto para setembro de 2015 um grande encontro internacional que celebrará o fim do regime dos ODM e o início da nova agenda de desenvolvimento global. Em documento intitulado Concretizando o Futuro que Queremos para Todos, o grupo de trabalho instituído pelo secretário-geral da ONU defende a estruturação da agenda global de desenvolvimento para o período pós-2015 em torno de três princípios fundamentais: (i) direitos humanos; (ii) igualdade; e (iii) sustentabilidade. Propõe, ainda, quatro dimensões centrais que serviriam de base para a elaboração de eventuais objetivos e metas: (i) desenvolvimento social inclusivo; (ii) sustentabilidade ambiental, com especial atenção à eficiência energética, à energia de baixo carbono e à importância da transferência de tecnologia, capacitação e cooperação internacional; (iii) desenvolvimento econômico inclusivo; e (iv) paz e segurança, com ênfase na ausência de violência, conflito e abuso, como também no acesso a recursos naturais livre de conflito. O relatório afirma que a segurança humana deve estar no centro da agenda de desenvolvimento. O Brasil assumiu o compromisso com esse processo na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), em junho de 2012. Em fevereiro de 2014, o Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro RIO+) e a Secretaria-Geral da Presidência da República realizaram o evento Diálogos Sociais: Desenvolvimento Sustentável na Agenda Pós-2015 Construindo a Perspectiva do Brasil, que reuniu representantes de organizações da sociedade civil, do governo brasileiro e das Nações Unidas para iniciar o diálogo sobre o posicionamento do Brasil na construção de uma agenda para o desenvolvimento sustentável pós-2015 e a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ODS. O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Jorge Chediek, salientou, em entrevista, a importância de que 11

o processo seja democrático, participativo, com o engajamento de governos e da sociedade civil na geração dessa nova agenda de desenvolvimento. No evento, os representantes da sociedade civil identificaram 91 temas de relevância para a Agenda pós-2015. Entre eles destacam-se: combate à desigualdade, garantia dos direitos humanos, novos modelos de desenvolvimento, participação social, meios de financiamento e justiça socioambiental. Membros do governo brasileiro ressaltaram também a importância de se promover o equilíbrio entre crescimento econômico, inclusão social, sustentabilidade ambiental, desenvolvimento e equidade social. No site www.participa.br/desenvolvimento-sustentavel/, a Secretaria-Geral da Presidência da República expôs sua perspectiva para o Desenvolvimento Sustentável na Agenda Pós-2015 e espera que, ao longo do processo de debate, seja possível integrar alguns temas como as políticas para a juventude, a sustentabilidade socioambiental, novas formas de produção em especial a agricultura familiar e ecológica fundamentadas no cooperativismo e no associativismo autogeridos pelos trabalhadores e a participação social como principal mecanismo de efetivação de direitos impulsionada pela inclusão digital. Referências http://www.participa.br/desenvolvimento-sustentavel/desenvolvimento-sustentavel/a-perspectivada-secretaria-geral-da-presidencia-da-republica-para -o-desenvolvimento-sustentavel-na-agendapos-2015 http://www.pnud.org.br/noticia.aspx?id=3805 http://www.odmbrasil.gov.br/consulta-pos-2015-e-seguimento-a-rio-20 http://www.pnud.org.br/noticia.aspx?id=3797 http://www.secretariageral.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2014/02/14-02- 2014-governo-brasileirocentro-rio-e-sociedade-civil-iniciam-dialogossobre-agenda-pos-2015 http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,onu-lanca-rascunho-de-objetivosde-desenvolvimentosustentavel, 1029869,0.htm http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,onu-cria-grupo-para-definirmetassustentaveis, 975881,0.htm http://pt.slideshare.net/governodeminasgerais/objetivos-de-desenvolvimentodo-milnio-odmsrepactuao-governo-de-minas-gerais-onu-pnud 12

Realização: Apoio: Empoderando vidas. Fortalecendo nações. Secretaria-Geral da Presidência da República