47
Porto Escondido Cuidados de saúde a pessoas sem-abrigo
51 Na cidade do Porto, voluntários de Médicos do Mundo - Portugal percorrem a pé, duas noites por semana, as ruas da cidade. Fazem-no durante todo o ano, mesmo quando o frio e a chuva convidam ao abrigo das suas casas. Fazem-no movidos pelo desejo de apoiar as pessoas sem-abrigo daquela cidade, a quem abordam directamente e oferecem cuidados de saúde e apoio emocional. Com este projecto, em curso há dois anos, a delegação do Porto de Médicos do Mundo procura minimizar as graves carências de saúde que continuam a afectar a população sem-abrigo da cidade, em especial aquelas que não estavam a ser contempladas por outras organizações. São vários os serviços prestados por estes voluntários: distribuem gratuitamente medicamentos, realizam tratamentos, procedem à detecção e rastreio das principais patologias com elevada prevalência neste subgrupo populacional e sensibilizam para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, assim como de doenças infecto-contagiosas, como a SIDA. Não menos importante é o apoio psicológico prestado, para além da distribuição de alimentos e vestuário. O balanço deste projecto apresenta um saldo positivo: entre as conquistas está o encaminhamento com sucesso de um razoável número de pessoas para a Segurança Social. Mas talvez a principal se traduza na frase de Francisco, um sem-abrigo que pernoita numa das ruas do Porto: "Acham que não vale a pena levantar um sem-abrigo, mas eu quero ser alguém".
O primeiro passo: encontros no chão HELENA VALENTE 52
53 O abrigo de um sem-abrigo HELENA VALENTE
A solidão de uma mulher HELENA VALENTE 54
55 Um sorriso para a voluntária HELENA VALENTE
Um guarda-roupa ao ar livre e uma cama improvisada HELENA VALENTE
57 Contradições do nosso tempo HELENA VALENTE
Assistência médica fora de portas HELENA VALENTE 58
Instantes de quem habita as ruas HELENA VALENTE
Solidão partilhada HELENA VALENTE 60
61 Ritmos de vida HELENA VALENTE
Viver Saudável Promoção do envelhecimento activo no bairro da Picheleira
65 O envelhecimento da população é uma característica das sociedades ocidentais. Portugal não é excepção, com um índice de envelhecimento de 102%, de acordo com os Censos de 2001 do Instituto Nacional de Estatística. O maior problema do envelhecimento, sobretudo nas grandes cidades, é o isolamento em que grande parte dos idosos se encontra. A falta de convívio, agravada muitas vezes por recursos escassos, gera condições de vida difíceis que aceleram a debilidade física e psicológica dos idosos. Nesta situação encontram-se muitos dos idosos do bairro da Picheleira. Desde há dois anos que Médicos do Mundo apoia estes idosos, por um lado assegurando o seu acompanhamento domiciliário, realizando consultas médicas semanais e rastreios à tensão arterial e, por outro, promovendo iniciativas que facilitem a sua sociabilidade, bem-estar físico e psicológico. Numa palavra, o conceito de "envelhecimento activo" defendido pela Organização Mundial de Saúde. Com o apoio da equipa e voluntários de Médicos do Mundo, os idosos da Picheleira passaram a ter aulas de alfabetização, ginástica e yoga e reúnem-se, uma vez por semana, numa tarde de convívio, preenchida por jogos, danças e cantares populares. Momentos intensos que minimizam a solidão e enchem os rostos destes idosos com risos de crianças.
Conviver: um bom remédio para a solidão HUMBERTO MOUCO
67
Risos numa tarde de Inverno HUMBERTO MOUCO 68
69
Uma ponte entre gerações HUMBERTO MOUCO
71
Natal de 2003: um ritual sem idade RENAN ROSA 72
73
Natal de 2003: a festa RENAN ROSA 74
75 Cada rosto uma história RENAN ROSA
Jardins Vividos Prevenção de doenças cardiovasculares
79 As doenças cardiovasculares são actualmente a maior causa de morte em Portugal. As mulheres são as mais afectadas, assim como a população com mais de 50 anos. Com o objectivo de sensibilizar para a prevenção destas doenças, Médicos do Mundo - Portugal promove, todos os anos desde 2000, a iniciativa "Jardins Vividos", em parceria com a Fundação Portuguesa de Cardiologia e as Câmaras Municipais onde o evento se realiza. Durante o mês de Maio, reunimo-nos com os nossos voluntários nos jardins da Grande Lisboa e, em tendas montadas para o efeito, fazemos rastreios ao Índice de Massa Corporal, tensão arterial e colesterol. Todos os anos aderem à iniciativa várias centenas de pessoas, em especial idosos para quem estes dias são, também, momentos de diversão e convívio. A todos distribuímos material informativo sobre prevenção destas doenças e estilos de vida saudáveis. Convidamos especialistas que conversam com as populações, organizamos sessões de ginástica ao ar livre e momentos de animação cultural que incluem apresentações de teatro, leitura e música. Sabe-se que, pela adopção de estilos de vida saudáveis, a incidência das doenças cardiovasculares pode ser reduzida. Esta curva descendente já se iniciou em muitos países europeus. Em Portugal, os Jardins Vividos são uma contribuição nesse sentido.
81 Maio de 2003: Utentes aguardam o início dos rastreios BRUNO CASTANHEIRA
Concentração no atendimento ao público BRUNO CASTANHEIRA 82
83
A dedicação ao outro BRUNO CASTANHEIRA 84
85
Saber ouvir: uma parte essencial dos cuidados médicos BRUNO CASTANHEIRA 86
87
Presidente de Médicos do Mundo e voluntária durante os Jardins Vividos JOÃO PRATA 88
89 Ginástica ao ar livre, um sorriso que se oferece JOÃO PRATA
91 Sobre Médicos do Mundo O acesso a cuidados de saúde é um direito fundamental de todos os seres humanos, independentemente da sua nacionalidade, religião, ideologia, raça ou possibilidades económicas. O facto de esse direito fundamental não ser garantido a um enorme número de pessoas, quer em Portugal quer no estrangeiro, justifica a acção de Médicos do Mundo. Como organização não-governamental (ONG) de ajuda humanitária e cooperação para o desenvolvimento, a prestação de cuidados globais de saúde é o pilar da acção de Médicos do Mundo. Não combatemos apenas a doença; lutamos por fazer chegar aos mais desprotegidos um conceito alargado de saúde, que inclui o bem-estar físico, psíquico e social, tal como foi definido pela Organização Mundial de Saúde na conferência que decorreu em 1979 em Alma Ata. Esta concepção alarga o campo de acção de Médicos do Mundo à denúncia das injustiças sociais junto da opinião pública, para que o aumento da consciência social de cada um seja a garantia da recusa das injustiças cometidas todos os dias um pouco por todo o mundo. Como afirma o nosso lema "Lutamos contra todas as doenças, até mesmo a injustiça!". Somos uma organização independente, sem fins lucrativos nem filiação religiosa ou partidária. O trabalho que desenvolvemos depende intimamente do apoio de centenas de voluntários e dos donativos de milhares de particulares e empresas que sentem afinidade com a missão de Médicos do Mundo. Só com o seu apoio nos é possível continuar! Contactos www.medicosdomundo.pt Sede Av. de Ceuta (Sul), lote 4, loja 1 1300-125 Lisboa Telefone: 21 361 95 20 Fax: 21 361 95 29 E-mail: mdmp-lisboa@medicosdomundo.pt Delegação do Porto Av. do Conde, 6150, 1º Dto / Fte, sala 11 4465-095 São Mamede de Infesta Telefone: 22 903 90 64 Fax: 22 903 90 66 E-mail: mdmp-porto@medicosdomundo.pt Donativos para Médicos do Mundo