36. a REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO 36.ª RAPv



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Transcrição:

36. a REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO 36.ª RAPv CURITIBA/PR - BRASIL - 24 a 26 de agosto de 2005 Local: Auditório I da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) UM ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO TIPO DE AGREGADO NA DOSAGEM DE MISTURAS DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND PARA PAVIMENTAÇÃO UTILIZANDO MATERIAIS RECICLADOS Rita Moura Fortes 1 ; Álvaro S. Barbosa Jr. 2 1 Rita Moura Fortes, Professor Universidade Presbiteriana Mackenzie, Escola de Engenharia, Departamento de Engenharia Civil. UNICAMP Faculdade de Engenharia Civil Professor Doutor Rua da Consolação, 896 Prédio 6-01302-907 São Paulo SP Brasil. E-mail: rmfortes@terra.com.br 2 Aluno de Pós graduação da UNICAMP Faculdade de Engenharia Civil Mestrando e Gerente de Controle de Qualidade da LENC R. General Asdrúbal da Cunha, 108 Jardim Arpoador São Paulo SP Brasil CEP 05565 000 E-mail: alvaro@lenc.com.br

RESUMO Os resíduos sólidos de um laboratório se constituem de materiais utilizados em ensaios laboratoriais, como por exemplo, os corpos de prova utilizados na determinação da resistência do concreto, de blocos cerâmicos ou pavimentos de concreto de cimento Portland. Estes materiais são geralmente encaminhados a aterros sanitários pois são produtos inertes e não poluentes. Os problemas ambientais causados por este desperdício são principalmente devido ao fato de que estes aterros estão próximos aos centros urbanos. Hoje as leis ambientais estaduais e federais têm afetado o transporte destes materiais. Este trabalho apresenta um estudo e recomendações para procedimento de dosagem da mistura para pavimentos de concreto de cimento Portland usando materiais reciclados como um material para substituição parcial do agregado natural. PALAVRAS-CHAVE: reciclagem de material; agregado reciclado, dosagem de mistura, pavimento de concreto, cimento Portland. ABSTRACT Laboratory solid waste usually comprises materials used in tests, for example specimens from hardened concrete, concrete blocks, ceramic bricks, concrete block pavement. Those items are commonly used in earthwork construction because they are non-inert and non-pollution recycling products. The environmental problems caused by this waste are mainly device these materials are left in the fill near urban centers. Today the State and Federal environmental laws have affected transportation of these materials. This paper presents a study and recommendations of a mix design procedure for cement concrete pavements using recycled materials as a partial substitution material for natural aggregate. KEY WORDS replacement material, recycled waste aggregate, mix design, concrete pavement; Portland cement.

INTRODUÇÃO Ainda que a literatura seja rica em relatos de pesquisas sobre dosagens de concreto para estruturas convencionais, muito se tem a desenvolver na área de pavimento de concreto. Por outro lado, devido à escassez cada vez maior de materiais disponíveis onde se soma a consciência ambiental, urge que se busque novas tecnologias que contemplem a utilização e de materiais reciclados. Nesse sentido, tem-se sentido os esforços desenvolvidos pela engenharia que tem procurado criar destinos mais nobres a materiais que eram considerados dejetos e dessa maneira descartados. Sob esse prisma cabe refletir sobre os entulhos oriundos de laboratórios de ensaios e obras, que são os corpos de prova de concreto, blocos de concreto e blocos cerâmicos utilizados em ensaios tecnológicos. Esses materiais têm sido geralmente descartados e destinados a aterros sanitários. Isso significa um grande desperdício além de contribuir negativamente para a saturação dos mesmos. Desperdício, pois se tratam de materiais nobres e até poderíamos dizer, selecionados que poderiam ser aproveitados pela indústria da construção. Embora já tenham sido apontadas várias pesquisas com materiais denominados de entulho da construção civil, este têm sido utilizados sem que haja uma separação dos diversos tipos, isto é, tem sido utilizado materiais advindos da demolição de paredes que geralmente são de origem cerâmica, com outro de estrutura, geralmente concreto. Esta heterogeneidade prejudica a qualidade dessa fonte de material. Esta pesquisa procura melhor estudar o aproveitamento desses materiais em pavimentos de concreto de cimento Portland sob os aspectos de dosagem de maneira a melhor conhecer o potencial de sua utilização na pavimentação. A importância da utilização desse material reside, além da sua qualidade, na quantidade de corpos-de-prova descartados diariamente pelos laboratórios espalhados pelo Brasil. DOSAGEM A resistência mecânica do concreto tem sido parâmetro de interesse principal dos projetistas de CCP, porém o crescimento do custo de reposição de estruturas degradadas está forçando os engenheiros a tomarem consciência dos aspectos de durabilidade. Os usos de concreto estão sendo estendidos a ambientes cada vez mais hostis como as estruturas construídas em regiões litorâneas. Em geral, as metodologias de dosagem de concreto encaram a questão da durabilidade pelo parâmetro relação água/cimento. É normal ser adotado, nos procedimentos de dosagem, um valor-limite dessa relação a ser empregada no amassamento das misturas de concreto. Embora os valores-limite se correlacionem genericamente com certa aptidão do concreto em resistir ao ataque dos meios agressivos, à medida que a compacidade dos concretos resulte diferente, esses valores podem estar associados a estruturas porosas com distintas capilaridades e permeabilidades [1, 2, 3, 4]. A água através da estrutura porosa do concreto exerce a função de vetor de transferência dos elementos agressivos. A estrutura porosa depende não só da relação água/cimento empregada, mas também da proporção dos materiais de maneira a que atinja a compacidade ótima da mistura [5, 6, 7]. Existem vários métodos de dosagem de concreto. Nessa pesquisa foi utilizado o método preconizado pelo ACI American Concrete Institute (ACI) [8]. MATERIAL UTILIZADO NA PESQUISA Nesta pesquisa foram utilizados agregados oriundos de corpos-de-prova ensaiados em laboratório. Os materiais apenas foram separados por grupo de material sem uma distinção quanto ao fabricante, resistências e idades; mas sim; quanto a granulométrica após moagem. Esses corpos-de-prova foram moídos conforme mostrado na Figura 1. Figura 1. Moagem dos corpos-de-prova.

Foram determinadas as seguintes características básicas dos agregados reciclados utilizados na preparação dos concretos: módulo de finura, absorção, massa especifica aparente, impurezas orgânicas. Estas características influem diretamente na trabalhabilidade do concreto. Não foi estudada a resistência, a dureza, o modulo de elasticidade e outras características dos agregados, pelo fato dessas não comprometerem a durabilidade do concreto. O agregado antes era tido como material inerente, disperso por entre a pasta de cimento, utilizado principalmente por razões econômicas e técnicas. [9] Além dos agregados naturais, existe uma série de outros agregados, tais como os leves, os pesados, os de escoria de alto-forno, os de cinza volante, os de concreto reciclado, alvenaria reciclada e o de cerâmicos reciclados, sendo estes três últimos objetos deste estudo. Foram utilizados na verificação, materiais coletados e amostrados na Usina Engemix e Mackenzie identificados a seguir: Material CP III 40 Areia de Quartzo Reciclado Brita 01 Brita 02 Aditivo 394 N Fornecedor Votoran Itaporanga Mackenzie Pedreira Itapasserra Pedreira Itapasserra MBT CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS Foram realizados os seguintes ensaios de caracterização: massa específica, teor de materiais pulverulentos, absorção de água, massa unitária, impureza orgânicas e húmicas e composição granulométrica. resíduo de bloco cerâmico As características dos agregados oriundos do bloco cerâmico estão na Tabela 1. Tabela 1. Características dos agregados oriundos do bloco cerâmico 1. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 52 [10] 2,48 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS NBR NM 46 [11] 4,77% < 5,0 % 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA NBR NM 30 [12] 18,00 % NÃO ESPECIFICADO 4. MASSA UNITÁRIA NBR 7251 [13] SECA 1,09 kg/dm 3 NÃO ESPECIFICADO 5.IMPUREZAS ORGÄNICAS E HÚMICAS NBR NM 49 [14] --- MAIS CLARA # % RETIDA (mm) INDIV. ACUM. 12,5 0 0 9,5 2 2 6,3 22 24 4,8 15 39 NÃO ESPECIFICADO NBR NM 248 2,4 21 60 6. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA [15] 1,2 16 76 0,6 12 88 0,3 7 95 0,15 3 98 FUNDO 2 100 1. Agregado referente a verificação de dosagem padrão com blocos cerâmicos. 2. Os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 7211 [16 MÓD.FINURA 4,58 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 9,5 mm NÃO ESPECIFICADO resíduo de bloco de concreto. As características dos agregados oriundos do bloco cerâmico estão apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Características dos agregados oriundos de bloco de concreto. 1. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 52 [10] 2,68 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS NBR NM 46 [11] 4,52% < 5,0 % 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA NBR NM 30 [12] 7,37 % NÃO ESPECIFICADO 4. MASSA UNITÁRIA NBR 7251 [13] SECA 1,34 kg/dm 3 NÃO ESPECIFICADO 5.IMPUREZAS ORGÄNICAS E HÚMICAS NBR NM 49 [14] --- MAIS CLARA 6. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NBR NM 248 [15] 1. agregado referente a verificação de dosagem padrão com resíduo de bloco de concreto. 2. os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 7211 [16] # % RETIDA (mm) INDIV. ACUM. 12,5 0 0 9,5 1 1 6,3 15 16 4,8 19 35 2,4 28 63 1,2 16 79 0,6 8 87 0,3 6 93 0,15 3 96 FUN DO 4 100 NÃO ESPECIFICADO MÓD.FINURA 4,54 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 9,5 mm NÃO ESPECIFICADO resíduo cp s de concreto. As características dos agregados oriundos do concreto estão apresentadas na Tabela 3. Tabela 3. Características dos agregados oriundos de concreto. 1. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 52 [10] 2,68 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS NBR NM 46 [11] 7,89% < 5,0 % 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA NBR NM 30 [12] 5,31 % NÃO ESPECIFICADO 4. MASSA UNITÁRIA NBR 7251 [13] SECA 1,37 kg/dm 3 NÃO ESPECIFICADO 5.IMPUREZAS ORGÄNICAS E HÚMICAS NBR NM 49 [14] --- MAIS CLARA 6. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NBR NM 248 [15] # % RETIDA (mm) INDIV. ACUM. 12,5 0 0 9,5 2 2 6,3 18 20 4,8 16 36 2,4 23 59 1,2 14 73 0,6 7 80 0,3 7 87 0,15 6 93 FUNDO 7 100 NÃO ESPECIFICADO MÓD.FINURA 4,30 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 9,5 mm NÃO ESPECIFICADO 1. Agregado referente a verificação de dosagem padrão com resíduo de cp s de concreto. 2. Os resultados apresentados não atendem as exigências da norma NBR 7211 [16], quanto ao teor de material pulverulento.. O cimento utilizado foi Votoran tipo CP III 40. A amostra foi realizada na Usina Engemix Guarapiranga. As características do cimento estão apresentadas na Tabela 4.

Tabela 4. Características do cimento. DISCRIMINAÇÃO DO ENSAIO NORMA RESULTADOS NORMA NBR 5735 [24] 1. CONSISTÊNCIA NORMAL NBR NM 43 [17] 24,2 % --- 2. FINURA NA # 200 NBR 11579 [18] 2,1 % < 8 % 3. TEMPOS DE PEGA NBR NM 65 [19] INÍCIO 3:25 HORAS INÍCIO > 1 h FIM 6:15 HORAS FIM < 12 h A A QUENTE 0,5 mm 4. EXPANSIBILIDADE LE CHATELIER NBR 11582 [20] QUENTE < 5mm A FRIO 0,0 mm A FRIO < 5 mm 5. ÁREA ESPECÍFICA BLAINE NBR NM 76 [21] 4040 cm²/g ---- 6. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NBR 7215 [22] Foi utilizada areia natural proveniente da Itaporanga. A amostragem foi realizada na Usina Engemix - Guarapiranga As características da areia estão apresentadas na Tabela 5. Tabela 5. Características da areia 1. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 52 [10] 2,55 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS NBR NM 46 [11] 0,93 % < 5,0 % 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA NBR NM 30 [12] --- NÃO ESPECIFICADO SECA 1,48 kg/dm 3 4. MASSA UNITÁRIA NBR 7251 [13] h= 4,0 % 1,15 kg/dm 3 NÃO ESPECIFICADO 5.IMPUREZAS ORGÄNICAS E HÚMICAS NBR NM 49 [14] MAIS CLARA MAIS CLARA # % RETIDA ZONA 01 6. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NBR NM 248 [15] IDADE (dias) IND. MÉDIA (mm) INDIV. ACUM. (MUITO FINA) 6,3 0 0 0 a 3 4,8 0 0 0 a 5 (A) 2,4 2 2 0 a 5 (A) 1,2 4 6 0 a 10 (A) 0,6 9 15 0 a 20 0,3 75 90 50 a 85 (A) 0,15 7 97 85 (B) a 100 FUNDO 3 100 --- MÓD.FINURA 2,10 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 2,4 mm NÃO ESPECIFICADO ZONA 1 (MUITO FINA) NÃO ESPECIFICADO 1. (A) pode haver uma tolerância de até um máximo de 5 % em um só dos limites marcados com a letra a ou distribuídos em vários deles. 2. (b) para agregado miúdo resultante de britamento este limite poderá ser 80. 3. Os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 7211 [16]. Foi utilizada brita 1 proveniente da Pedreira Itapaserra. A amostragem foi realizada na Usina Engemix - Guarapiranga As características da areia estão apresentadas na Tabela 6. 03 07 28 17,5 17,4 18,5 17,6 30,6 29,3 30,5 31,1 43,2 44,5 45,0 43,6 DESVIO (%) 17,8 3,9 > 12,0 MPa 30,4 3,6 > 23,0 MPa 44,1 2,0 > 40,0 MPa 7. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 23 [23] 3,02 g/cm³ --- 1. Este relatório refere-se a verificação de dosagem padrão com resido de cp s de concreto 2. Os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 5735 [24].

Tabela 6. Características da brita 1 1. MASSA ESPECÍFICA 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA 4. MASSA UNITÁRIA SECA 5. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NBR NM 53 [25] NBR NM 46 [11] NBR NM 53 [25] NBR 7251 [13] NBR NM 248 [15] 1. Agregado referente a verificação de dosagem padrão de resíduo de cp s de concreto. 2. Os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 7211 [16]. Foi utilizada brita 2 proveniente da Pedreira Itapaserra. A amostragem foi realizada na Usina Engemix - Guarapiranga As características da areia estão apresentadas na Tabela 7. Tabela 7. Características da brita 2 2,79 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 0,5 % < 1,0 % 0,87 % NÃO ESPECIFICADO 1,39 kg/dm³ NÃO ESPECIFICADO # % RETIDA LIMITES (mm) INDIV. ACUM. GRANULOMÉTRICO 25 0 0 0 19 2 2 0 a 10 12,5 66 68 -- 9,5 24 92 80 a 100 6,3 6 98 92 a 100 4,8 0 98 95 a 100 2,4 0 98 -- 1,2 0 98 -- 0,6 0 98 -- 0,3 0 98 -- 1,5 0 98 -- FUNDO 2 100 -- MÓD.FINURA 6,82 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 19 mm NÃO ESPECIFICADO GRADUAÇÃO 01 NÃO ESPECIFICADO 1. MASSA ESPECÍFICA NBR NM 53 [25] 2,66 g/cm³ NÃO ESPECIFICADO 2. TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS NBR NM 46 [11] 0,29 % < 1,0 % 3. ABSORÇÃO DE ÁGUA NBR NM 53 [25] 0,75 % NÃO ESPECIFICADO 4. MASSA UNITÁRIA SECA NBR 7251 [13] 1,33 kg/dm³ NÃO ESPECIFICADO # % RETIDA LIMITES 5. COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NBR NM 248 [15] 1. Agregado referente a verificação de dosagem padrão de resíduo de cp s de concreto 2. Os resultados apresentados atendem as exigências da norma NBR 7211 [16]. (mm) INDIV. ACUM. GRANULOMÉTRICO 32 0 0 0 25 7 7 0 a 25 19 72 79 75 a 100 12,5 19 98 90 a 100 9,5 1 99 95 a 100 6,3 0 99 -- 4,8 0 99 -- 2,4 0 99 -- 1,2 0 99 -- 0,6 0 99 -- 0,3 0 99 -- 1,5 0 99 -- FUNDO 1 100 -- MÓD.FINURA 7,72 NÃO ESPECIFICADO MÃX. 32 mm NÃO ESPECIFICADO GRADUAÇÃO 02 NÃO ESPECIFICADO

PROCEDIMENTOS: Com amostras dos materiais ensaiados, foram preparadas 10 (dez) dosagens de cada traço, da qual foi medida o abatimento e moldados 01 série de corpos-de-prova cilíndricos e 01 série de corpos-de-prova prismáticos, para determinação da resistência à compressão nas idades 1, 3, 7 e 28 dias e determinação da resistência a tração na flexão nas idades 1, 3, 7 e 28 dias [26, 27, 28]. Conforme mencionado foi selecionado um traço padrão com a utilização de pedrisco misto em sua composição granulométrica, onde esta proporção esta na ordem de 40% do agregado miúdo. Partindo deste principio, foi obtido através da moagem de material reciclado realizado na Universidade Mackenzie, uma granulometria próxima ao pedrisco misto. CARACTERÍSTICAS DA DOSAGEM Na Tabela 8 estão apresentadas as características de dosagem. Foram efetuadas quatro dosagens: nº 1 concreto convencional com utilização de pedrisco misto; nº 2 concreto com resíduo de bloco cerâmico; nº 3 - concreto com resíduo de bloco de concreto; nº 4 - concreto com resíduo de corpos de prova de concreto; f ck F ctmk Tabela 8. Características da brita 2 Abatimento pelo tronco de Cone (mm) [24] Agregado Graúdo Lançamento Consumo de (kg/m 3 ) Tipo de 01 30,0 4,5 80 ± 10 B1 e B2 Convencional 355 CP III 40 Traço padrão com utilização de pedrisco misto Areia de Areia Artificial Brita 01 Brita 02 Aditivo Água Quartzo 01 1,000 1,485 0,994 2,273 0,572 0,005 0,4730 Consumo de material para 1m³ de concreto (materiais secos) Areia Fator Areia de Quartzo Brita 01 Brita 02 Aditivo CPIII 40 Artificial a/c (l) 01 0,47 355 527 353 807 203 1,90 168 Traço unitário Bloco de cerâmico Areia de Resíduo de Bloco Brita 01 Brita 02 Aditivo Água Quartzo Cerâmico 02 1,000 1,485 0,994 2,273 0,572 0,005 0,590 Consumo de material para 1m³ de concreto (materiais secos) Areia Fator Areia de Quartzo Brita 01 Brita 02 Aditivo Água CPIII 40 Artificial a/c (l) (l) 02 0,47 355 527 353 807 203 1,90 209 Traço unitário bloco de concreto Areia de Resíduo de Bloco Brita 01 Brita 02 Aditivo Água Quartzo de concreto 03 1,000 1,485 0,994 2,273 0,572 0,005 0,440 Consumo de material para 1m³ de concreto (materiais secos) Areia Fator Areia de Quartzo Brita 01 Brita 02 Aditivo Água CPIII 40 Artificial a/c (l) (l) 03 0,47 355 527 353 807 203 1,90 156 Traço unitário corpos-de-prova de concreto Areia de Resíduo CP s de concreto Brita 01 Brita 02 Aditivo Água Quartzo 04 1,000 1,485 0,994 2,273 0,572 0,005 0,440 Consumo de material para 1m³ de concreto (materiais secos) Areia Fator Areia de Quartzo Brita 01 Brita 02 Aditivo Água CPIII 40 Artificial a/c (l) (l) 04 0,47 355 527 353 807 203 1,90 156 Água (l)

Como traço padrão foi utilizada a primeira dosagem. Observou-se que houve uma redução do consumo de água na dosagem utilizando-se bloco de concreto e corpos de prova de concreto, dosagens 3 e 4 respectivamente. A dosagem 2 apresentou um consumo maior de água. A relação água/cimento (a/c) foi mantida, dentro do possível, entre 0,47 e 044. RESULTADOS DOS ENSAIOS Os resultados das características do concreto fresco e do concreto endurecido das dosagens 1, 2, 3 e 4 estão apresentadas na Tabela 9. Para o concreto fresco foram realizados os ensaios para a determinação do abatimento tronco de cone [29], determinação do ar incorporado [30] e densidade. Para o concreto endurecido foram realizados os ensaios para a determinação da resistência à compressão axial [27] e da tração na flexão [28]. Tabela 9. Características do concreto fresco e endurecido das dosagens 1, 2, 3 e 4. CONCRETO COM PEDRISCO MISTO Concreto Fresco Fator a/c Abatimento medido (mm) Ar Incorporado (%) Densidade (kg/m 3 ) 01 0,47 70 2,0 2,40 Concreto endurecido f ck F ctmk Resistência Média á Compressão Axial Resistência Média Tração na Flexão 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 01 30,0 4,5 52,4 214,6 37,4 52,0 1,1 2,3 5,0 5,9 BLOCO CERÂMICO Concreto fresco Fator a/c Abatimento medido (mm) Ar Incorporado (%) Densidade (kg/m 3 ) 02 0,47 80 1,5 2,35 Concreto endurecido f ck F ctmk Resistência Média á Compressão Axial Resistência Média Tração na Flexão 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 02 30,0 4,5 5,8 21,9 28,6 37,3 1,3 3,6 3,9 5,0 BLOCO DE CONCRETO Concreto fresco Fator a/c Abatimento medido (mm) Ar Incorporado (%) Densidade (kg/m 3 ) 03 0,47 80 1,6 2,38 Concreto endurecido f ck F ctmk Resistência Média á Compressão Axial Resistência Média Tração na Flexão 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 03 30,0 4,5 7,1 21,6 42,2 50,2 1,45 3,6 4,3 6,3 CORPOS DE PROVA DE CONCRETO Concreto fresco Fator a/c Abatimento medido (mm) Ar Incorporado (%) 04 0,47 80 1,5 2,40 Concreto endurecido f ck F ctmk Resistência Média á Compressão Axial Densidade (kg/m 3 ) Resistência Média Tração na Flexão 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 24 h 03 dias 07 dias 28 dias 04 30,0 4,5 7,2 25,5 41,7 45,7 1,4 3,2 5,3 6,1

Resistência em MPa Resistência em MPa Nas Figuras 2 e 3 estão apresentadas as resistências médias em cada idade, da compressão axial e da tração na flexão, respectivamente. 60,0 Concreto Padrão com Diversos Materiais Resistência Média á Compresão Axial 7,0 Concreto Padrão com Diversos Materiais Resistência Média Tração na Flexão 50,0 6,0 40,0 5,0 4,0 30,0 3,0 CP s de Concreto 20,0 10,0 CP s de Concreto Pedrisco Misto Blocos Cerâmicos Blocos de Concreto 2,0 1,0 Pedrisco Misto Blocos Cerâmicos Blocos de Concreto 0,0 0 5 10 15 20 25 30 Idade em Dias 0,0 0 5 10 15 20 25 30 Idade em Dias Figura 2. Gráficos: (a) resistência a compressão axial versus idade (b) resistência à tração na flexão versus idade. Cabe salientar que para se manter uma dosagem próxima da dosagem 1 (referência) foi necessário se acrescentar mais água no caso da dosagem utilizando-se o bloco cerâmico. Por esta razão e também pelo fato do material cerâmico apresentar menor resistência, observou-se nas figuras 2(a) e 2(b), resistências à compressão e a tração na flexão, os menores valores. Observou-se também que a resistência apresentada quando da utilização do traço convencional, se equiparam aos valores obtidos para o traço com utilização de corpos de prova de concreto ou de blocos de concreto, embora estes últimos tenham apresentado valores um pouco inferiores, o que s justifica pelo fato do agregado ser composto também pela argamassa. CONCLUSÕES FINAIS Esta pesquisa permite avaliar o potencial da utilização de materiais reciclados, o que amplia as opções para utilização de materiais que até então têm sido relegados ao descarte. Recomenda-se, no entanto que a sua utilização seja feita de maneira racional, evitando-se a mistura de materiais de comportamento muito diferente, ou seja, é possível se trabalhar com materiais de comportamento similar, como é o caso de blocos de concreto e corpos de prova de concreto. Observou-se também que para um consumo de 355 kg de cimento por m 3, obteve-se resistências à tração na flexão, aos 28 dias, próximas a 6 MPa, no caso dos concretos das dosagens com utilização de pedrisco misto, corpos de prova de concreto ou blocos de concreto, o que é muito promissor. Como era esperado, o traço com utilização de materiais cerâmicos apresentou menor resistência à tração na flexão, embora os valores obtidos estejam na faixa de 5 MPa, o que também é um valor bastante razoável e se justifica também pelo fato do traço ter sido realizado com uma maior proporção a/c. Os autores pretendem continuar a sua pesquisa, acrescentando parâmetros da determinação do módulo de deformação estática [31]. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MEHTA P.K., Durability of Concrete Fifth Years of Progress?, DURABILITY OF CONCRETE, SECOND INTERNATIONAL CONFERENCE, MONTREAL, CANADA 1991 AND ACI SP 126 [2] CEB Boletins 203, 204, 205 DE 1990 [3] Olav Gautefall, Nordie Concrete Research 7, 1988 [4] Proceedings, First International Conference on Durability of Building Material and Components, ASTM STP, 1980 [5] Proceedings, Symposium on Durability of Concrete, ACI SP 47, 1975 [6] Proceedings, Symposium on Durability of Concrete, RILEM, 1969, 1984 [7] Symposium on the Chemistry of Cement, Third (1952), Fourth (1960), Fifth (1968), Seven (1980), and Eight (1986)

[8] ACI. COMMITTEE 211, Recommended practice for selecting proportions for nome and heavyweight concrete, (ACI 211. 1-77), J. Amer. Concr. Inst. 66 n. 8 págs. 612-29 (1969) 70, n. 4, págs. 253-5 (1973); 71, n. 11 págs. 413-50 (1971); 72, n. 7 págs. 361-2 (1975). [9] NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Tradução brasileira: Salvador E. Giammusso. São Paulo, Pini, 1982. [10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52/2003 Agregado miúdo determinação da massa específica e massa específica aparente. ABNT, Rio de Janeiro, 2003. [11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 46/2003 determinação do material fino que passa através da peneira 75 m, por lavagem. ABNT, Rio de Janeiro, 2003. [12] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 30/2001. Absorção de água. ABNT, Rio de Janeiro, 2001. [13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7251/1982 Massa unitária de agregado em estado solto. ABNT, Rio de Janeiro, 1982. [14] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 49/2001 Impurezas orgânicas húmicas. ABNT, Rio de Janeiro, 2001. [15] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248/2003 Determinação da composição granulométrica. ABNT, Rio de Janeiro, 2003. [16] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211 - Agregado para concreto Especificação, ABNT, Rio de Janeiro, 2005. [17] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 43/2002 - Portland - Determinação da pasta de consistência normal. ABNT, Rio de Janeiro, 2002. [18] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11579/91 Portland Determinação da finura por meio da peneira 75 mm. ABNT, Rio de Janeiro, 1991. [19] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NM65/2002 - Portland - Determinação do tempo de pega. ABNT, Rio de Janeiro, 2002. [20] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11582/91 Portland Determinação da expansibilidade de Le Chatelier. ABNT, Rio de Janeiro, 1991. [21] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 76/98 - Portland - Determinação da finura pelo método de permeabilidade ao ar (Método de Blaine). ABNT, Rio de Janeiro, 1998. [22] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7215/96 (MB 1) Portland - Determinação da resistência à compressão. ABNT, Rio de Janeiro, 1996. [23] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 23/2001 - Portland e outros materiais em pó Determinação de massa específica. ABNT, Rio de Janeiro, 2001. [24] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5735/1991 - Portland de alto-forno. ABNT, Rio de Janeiro, 1991. [25] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 53/2003 - agregado graúdo determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água. ABNT, Rio de Janeiro, 2003. [26] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738/2003 moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos e prismáticos, ABNT, Rio de Janeiro, 2003. [27] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739 Concreto ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos, ABNT, Rio de Janeiro, 1994. [28] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR12142/91 - Concreto - Determinação da resistência à tração na flexão em corpos-de-prova prismáticos, ABNT, Rio de Janeiro, 1991. [29] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 67/1998 Consistência pelo abatimento do tronco de cone. ABNT, Rio de Janeiro, 1998. [30] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 47/2002 Item 7.3 Teor de ar pelo método pressométrico. ABNT, Rio de Janeiro, 2002. [31] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1. NBR 8522/2003 - Determinação do módulo de deformação estática e diagrama tensão - deformação, ABNT, Rio de Janeiro, 2003.