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Transcrição:

iretrizes Clínicas Protocolos Clínicos 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Traumatismo Abdominal Última revisão: 27/06/2012 Estabelecido em: 13/12/2005 Responsáveis / Unidade Equipe de Cirurgia do HJXXIII Colaboradores Leonardo B. Ottoni Porto Médico HJK Eduardo Thomaz Froés Médico HJK isponível em www.fhemig.mg.gov.br e intranet

INTROUÇÃO / RACIONAL A avaliação do abdome é um dos componentes mais críticos na abordagem inicial do traumatizado. O momento mais oportuno para avaliação abdominal deve ser determinado considerando o mecanismo de trauma, sua localização e o estado hemodinâmico do paciente. A lesão intra-abdominal não diagnosticada é causa frequente de mortes evitáveis. Qualquer doente vítima de traumatismo abdominal contuso ou penetrante deve ser visto como portador de lesão cirúrgica, até que se prove o contrário (APÊNICE II). OBJETIVOS 1. Sistematizar o atendimento inicial ao paciente vítima de trauma abdominal por médicos especialistas ou não especialistas, em unidades básicas da rede hospitalar FHEMIG; 2. Identificar os padrões de Trauma Abdominal de acordo com sua causa; 3. Sistematizar os procedimentos diagnósticos e estabelecer prioridades de tratamento conforme o mecanismo da lesão; 4. Evitar a liberação de pacientes com risco elevado de desfecho desfavorável; 5. Evitar internações desnecessárias de pacientes com baixo risco de desfecho desfavorável; 6. Reduzir custos com transferências inter-hospitalares e tomografias computadorizadas (TC) do abdome desnecessárias; 7. iminuir o número de cirurgias no HJXXIII, que possam ser realizadas em outros hospitais. SIGLAS ATLS: Advanced Trauma Life Support CTI: Centro de Tratamento Intensivo ECG: Escala de Coma de Glasgow RX: Radiografia TCE: Traumatismo Cranioencefálico TC: Tomografia Computadorizada TRM: Traumatismo Raquimedular TTIH: Termo de Transferência Inter-hospitalar USA: Ultrassonografia Abdominal MATERIAL / PESSOAL NECESSÁRIO 1. Serviços médicos de urgência, com equipe médica qualificada (cirurgião geral, clínico geral e/ou pediatra), coordenada por um cirurgião geral com formação em trauma, para avaliação inicial deste tipo de paciente segundo os preceitos do ATLS; 2. Equipe de enfermagem treinada e orientada para cuidados com o paciente, vítima de trauma; 3. Especialidades de suporte com médicos disponíveis 24 horas: Indispensável: cirurgião vascular, anestesiologista, ortopedista, neurocirurgião, cirurgião plástico; Complementar: intensivista. 4. Imaginologia (disponível 24 horas): Ultrassonografia na sala de emergência; Pág. 2 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Traumatismo Abdominal

Indispensável: radiologia convencional, tomografia computadorizada ou referir para HJXXIII e retornar conforme formulário TTIH (APÊNICE I); Complementar: recursos para angiografia. 5. Infraestrutura de bloco cirúrgico 24 horas; 6. Veículo e equipe médica e paramédica capacitada para o transporte inter-hospitalar de pacientes vítimas de trauma (estes pacientes apresentam o risco de rápida deterioração durante o transporte, portanto o veículo deve estar capacitado para reanimação); 7. Medicamentos essenciais: analgésicos, anticonvulsivantes. ATIVIAES ESSENCIAIS 1. Reavaliação clínica periódica do paciente; 2. Monitorização respiratória e hemodinâmica; 3. Revisão laboratorial; 4. Métodos de imagem para eventuais intercorrências; 5. Trauma abdominal contuso ou penetrante (pensar em possibilidade cirúrgica). Usar o ATLS conforme a padronização: A. Manutenção das vias aéreas com proteção da coluna cervical; B. Respiração e ventilação; C. Circulação com controle da hemorragia;. Avaliação neurológica (vide protocolo de TCE); E. Exposição do paciente e prevenção da hipotermia. Alternativa em caso de desvios e ações necessárias: Pacientes vítimas de trauma abdominal exclusivo, que não necessitem do concurso de outras especialidades, deverão ser tratadas nas unidades da FHEMIG que dispõem de estrutura básica para tratamento de doentes cirúrgicos (vide atividades essenciais estrutura básica). Naquelas situações em que a conduta cirúrgica não está definida e que há necessidade de complementação propedêutica com algum método de imagem (ultrassom ou tomografia computadorizada) não disponível na unidade naquele momento, o paciente deverá ser encaminhado ao Hospital João XXIII (estrutura avançada), com posterior retorno à unidade de origem para tratamento definitivo. Este encaminhamento deverá ser feito após contato telefônico prévio com a coordenação do plantão do Hospital João XXIII e com o preenchimento do formulário TTIH (APÊNICE I). ITENS E CONTROLE 1. Monitoramento dos índices de trauma; 2. Número de protocolos aplicados; 3. Tempo entre admissão do paciente até a resolução definitiva; 4. Número de contra referências preenchidas. 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Trauma Abdominal Pág. 3

REFERÊNCIAS Grau de Recomendação/Nível de Evidência 1. Feliciano V: Abdominal Trauma. In: Schwartz SI, Ellis H (eds): Maingot s Abdominal Operations, 9th Edition. East Norwalk, CT, Appleton & Lange, 1989. 2. Feliciano V: iagnostic modalities in abdominal trauma. Peritoneal lavage, ultrasonography, computed tomography scanning, and arteriography. Surgical Clinics of North America 1991; 71: 241-255. 3. Feliciano, V, Rozycki GS: The management of penetrating abdominal trauma. In: Cameron JL, et at (eds): Advances in Surgery. Volume 28. St. Louis, Mosby, 1995. 4. Root H: Abdominal trauma and diagnostic peritoneal revisited. American Journal of Surgery1990; 159: 363-364. 5. Trafton PG: Pelvic ring injuries. Surgical Clinicsof North América 1990; 70: 655-670. 6. Ivatury RR, et at: Penetrating gluteal injury. Journal of Trauma 1982; 22-706. C 7. Feliciano, V: Management of traumatic retroperitoneal hematoma. Annals of Surgery 1990; 211:109-123. 8. Coimbra R, Hoyt, Winchell R, et at: The ongoing challenge of retroperitoneal vascular injuries. Am J Surg 1996; 172: 541-545. C 9. Advanced Trauma Life Support Student Manual, 1999. Pág. 4 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Traumatismo Abdominal

APÊNICE I TERMO E TRANSFERÊNCIA INTER-HOSPITALAR (TTIH) TVE/AVC/ABOME AGUO/TRAUMA ABOMINAL/ECLÂMPSIA Hospital de origem ata / / Hora : Nome do Paciente Nº do registro iagnóstico Neurológico Outros iagnósticos Foi observado o protocolo? sim não Motivo clínico da transferência baseado na observação do protocolo História Sumária e dados vitais: PA / mmhg Pulso bpm FR irpm Glasgow SAÍA Médico Autorizador: CRM: Contato feito pelo autorizador no destino: CRM: Assinatura e carimbo do Autorizador Nome, nº de registro profissional e assinatura do Assistente Social ou profissional responsável pelo transporte: Ambulância: SAMU FHEMIG-UTI FHEMIG-COMUM Hora contato: : Hora saída: : Hora chegada: : CHEGAA Hora da chegada HJXXIII: : Exame: USA TC Angiografia Outro Laudo sumário (radiologista ou médico assistente): Nome, CRM e carimbo do médico avaliador: RETORNO Hora saída HJXXIII: : Hora chegada à origem: : Nome, CRM e carimbo médico que recebeu na origem: 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Trauma Abdominal Pág. 5

APÊNICE II Texto Subsidiário Consenso de Trauma Abdominal Fechado OS CRITÉRIOS PARA EFINIR ESTABILIAE HEMOINÂMICA EVEM SER CLÍNICOS, COM PA SISTÓLICA > 90 mmhg, BOA PERFUSÃO TECIUAL E POSSIVELMENTE PULSO < 100 BPM. Para a quantificação do hemoperitôneo, deve-se usar a presença de sangue nos quadrantes, através de métodos de imagem. Assim, pequena quantidade seria quando houver presença de sangue em apenas um quadrante (ou restrito à pelve ou ao espaço hepato-renal); moderada quantidade, quando estiver presente em dois quadrantes e, finalmente, grande quantidade quando três ou mais quadrantes estiverem ocupados. Todos os pacientes com traumatismo abdominal fechado deverão ter o atendimento inicial realizado segundo os preceitos do ATLS. O Paciente Hemodinamicamente Instável (FLUXOGRAMA I) O paciente com trauma abdominal que se encontra hemodinamicamente instável após ABC (PA sistólica < 90 mmhg, pulso > 100 bpm e má perfusão tecidual) deverá ser submetido a ultrassonografia na sala de politraumatizados (FAST focused assessment sonographic in trauma), sempre que possível. Quando isto não for possível, deverá ser submetido ao lavado peritoneal com 500 ml de SF 0,9%, preferêncialmente aquecido. Não confundir com punção abdominal que tem sensibilidade menor (65%), comparado com aquele (95%). Se a ultrassonografia mostrar presença de líquido livre na cavidade abdominal, o paciente deverá ser encaminhado à laparotomia exploradora. Se, ao contrário, o resultado da ultrassonografia for normal, a avaliação prosseguirá na tentativa do diagnóstico de outra causa de choque. Havendo dúvida na interpretação da ultrassonografia deve-se realizar um lavado peritoneal. Se o exame realizado for o lavado peritoneal, o paciente deverá ser submetido à laparotomia se houver saída evidente de pelo menos 10 ml de sangue na aspiração ou retorno de líquido francamente sanguinolento. Se não houver saída de sangue ou a presença de sangue no líquido for microscópica, os exames prosseguirão na tentativa do diagnóstico de outra causa de choque. As radiografias de tórax, pelve e coluna cervical, quando indicadas, só serão realizadas se houver aparelhagem na sala de trauma. O Paciente Hemodinamicamente Estável (FLUXOGRAMA I) O paciente com trauma abdominal que se encontra hemodinamicamente estável (PA sistólica > 90 mmhg, pulso < 100 bpm e perfusão tecidual adequada) deverá ser submetido à ultrassonografia. Se o resultado for negativo em relação à presença de líquido, o paciente ficará em observação no hospital. Caso contrário, o paciente deverá submeter-se à tomografia computadorizada (preferencialmente com duplo contraste). Caso exista hemoperitônio, poderá ser considerado o tratamento não operatório se o lavado peritoneal, como recomendado para o paciente instável, exame físico ou mecanismo do trauma não sugerirem lesão de víscera oca. Se a causa do hemoperitônio não for definida, o paciente deverá ser insistentemente avaliado, monitorizado clinicamente e a possibilidade de laparotomia deve ser sempre considerada. Se não for possível a realização de tomografia computadorizada, não será aconselhável o tratamento não operatório. As radiografias de tórax, pelve e coluna cervical, quando indicadas, deverão ser realizadas antes da cirurgia. Situações especiais: Pág. 6 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Traumatismo Abdominal

Pacientes com lesão pélvica associada 1. A incisão para a realização de lavado peritoneal deverá ser supraumbilical; 2. Se positivo, a laparotomia deve ser indicada; 3. A fratura pélvica deve ser imobilizada com lençol ou outro dispositivo não ortopédico antes da laparotomia, particularmente nos pacientes instáveis. Pacientes com TCE associado 1. Pacientes com TCE, TRM e intoxicação exógena que tenham ultrassonografia e/ou lavado peritoneal evidenciando presença de sangue na cavidade, ainda que estáveis, deverão ser laparotomizados quando forem encaminhados à cirurgia extra-abdominal. 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Trauma Abdominal Pág. 7

FLUXOGRAMA I Tratamento Trauma Abdominal Fechado ABC Irritação perioteneal = Laparotomia Exploradora Hemodinamicamente ESTÁVEL Hemodinamicamente INSTÁVEL US normal US anormal Lavado peritoneal Observação TC FAST Hemoperitôneo com lesão de órgão sólido Hemoperitôneo de causa definida Indícios de lesão de vícera oca Líquido livre Normal Procurar outro diagnóstico para o choque Avaliar tratamento não operatório Negativo/ positivo microscópio Evidentemente positivo Instabilidade Laparotomia Pág. 8 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Traumatismo Abdominal

Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais Antônio Jorge de Souza Marques Presidente da FHEMIG Antônio Carlos de Barros Martins Chefe de Gabinete Fernando Eduardo Guimarães de Carvalho Procurador Júlio César Pinto Auditor Seccional Alexandre Gorgulho Cunningham Assessora de Comunicação Social Christina Guimarães Marândola iretor de Planejamento, Gestão e Finanças Cláudio Rodrigues amasceno de Andrade iretor Assistencial Henrique Timo Luz iretora de Gestão de Pessoas Flávia de Queiroz Lima iretora de esenvolvimento Estratégico Hilda Maria Silveira Mesquita Zschaber Coordenador da Comissão Central de Protocolos Clínicos da FHEMIG Guilherme Freire Garcia 002 Atendimento ao Paciente Vítima de Trauma Abdominal Pág. 9