Manual de Avaliação de Prédios Urbanos



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Transcrição:

Manual de Avaliação de Prédios Urbanos (versão 5.0) Direcção de Serviços de Avaliações (Maio de 2011)

Nota introdutória..3 Mapa síntese das actualizações do Manual de Avaliação....5 1. Conceito de prédio.6 1.1. Classificação de prédios..7 1.2. Avaliação de prédios (Tabela I Regras de Avaliação)...8 2. Determinação do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos edificados (Vt).10 2.1. Determinação do valor base dos prédios edificados. 11 2.1.1. Determinação do valor médio de construção..12 2.2. Determinação da área bruta de construção (do edificio ou fracção) mais a área excedente à da implantação (A)...12 2.2.1. Coeficiente de ajustamento de áreas (Caj) Tabéla e fórmula...14 2.3. Aplicação do coeficiente de afectação (Ca) (Tabela II - coeficiente de afectação).. 16 2.4. Aplicação do coeficiente de localização (Cl)...19 2.5. Aplicação do coeficiente de qualidade e conforto (Cq). 20 Tabela III A Prédios urbanos destinados a habitação....21 Tabela III B Prédios urbanos destinados a comércio, indústria e serviços.....22 2.5.1. Directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva, da localização excepcional, da localização e operacionalidade relativas e do estado deficiente de conservação. 24 2.5.2. Aplicação de coeficientes majorativos às moradias unifamiliares (Tabela IV - coeficientes majorativos para as moradias unifamiliares).....25 2.6. Aplicação do coeficiente de vetustez (Cv) (Tabela V - coeficiente de vetustez)...25 3. Determinação do valor patrimonial tributário dos terrenos para construção.28 3.1. Regra geral... 28 3.2. Método comparativo a que se refere o artigo 76.º do CIMI...30 4. Determinação do valor patrimonial tributário dos prédios da espécie outros (Tabela VI regras de avaliação de prédios tipo outros ).........31 Regra geral com as adaptações necessárias (n.º 1 do artigo 467.º do CIMI) Prédios urbanos destinados a habitação.....32 Método de custo (n.º 2 do artigo 46.º do CIMI).... 33 Avaliação de prédios da espécie outros sem capacidade construtiva (n.º 3 do artigo 46.º do CIMI). 33 Avaliação de prédios em ruinas (n.º 4 do artigo 46.º do CIMI)....34 1

5. Outras questões......37 5.1. Avaliação das fracções autónomas, ou partes susceptíveis de utilização independente, com a afectação estacionamento coberto e fechado com arrecadações no seu interior...37 5.2. Avaliação dos terrenos onde se encontram colocados contentores de mercadorias, que servem de apoio administrativo à actividade de venda de veículos automóveis ou outras mercadorias/serviços (ex. venda de imóveis).38 5.3. Avaliação de prédios urbanos (lotes de terreno para construção), cujo alvará refira que o mesmo tem como destino duas afectações distintas.38 2

A reforma da tributação do património visou, na sua essência, introduzir uma maior equidade fiscal e transparência no relacionamento do Estado com os demais cidadãos, bem como, conferir mais eficácia no combate à tão famigerada evasão fiscal. Ora, como é sabido, uma das pedras basilares daquela reforma foi a criação do novo sistema de apuramento do valor patrimonial de prédios urbanos que permitiu assegurar uma metodologia de avaliação predial bem mais objectiva, eficaz e coerente do que a existente até então. Nesse sentido, sublinha-se, entre outras, o facto da determinação deste valor patrimonial passar a ter por base nomeadamente o valor médio de construção, as áreas, a localização, o tipo de construção, as características intrínsecas e as infra-estruturas das zonas onde se localizam os imóveis a serem avaliados. Desta forma, foram criadas regras objectivas, simples e coerentes que se traduzem, por um lado, na redução efectiva da subjectividade e discricionariedade muitas vezes associadas à temática em apreço e, por outro, na certeza de que o valor patrimonial dos prédios urbanos apurado para efeitos fiscais se aproxima do denominado valor normal de mercado. No entanto, o acervo normativo plasmado no Código do Imposto Municipal Sobre Imóveis (CIMI) não pode, nem sequer nos parece que isso poderá algum dia ser objectivamente possível, abarcar todas as questões práticas de índole técnico decorrente da aplicação do citado sistema de avaliação. Assim, mostrou-se necessário criar um instrumento de cariz operacional, nomeadamente um manual, que pudesse auxiliar quer os peritos avaliadores encarregues de efectuarem as avaliações dos prédios urbanos para efeitos fiscais, quer os funcionários dos Serviços e Direcções de Finanças da Direcção- Geral dos Impostos que tratam desta matéria. A primeira versão do manual de avaliação de prédios urbanos, da autoria da Direcção de Serviços de Avaliações, foi elaborado em Setembro de 2004, no entanto, o seu conteúdo já foi por diversas vezes alterado com vista à sua actualização (a ultima das quais ocorreu em Abril de 2009). Esta necessidade de quase permanente actualização do mesmo surge, grosso modo, por força das alterações legislativas que directa ou indirectamente influenciam os procedimentos das avaliações, quer pela dinâmica de mercado imobiliário, quer ainda pelo acumular da experiência nas avaliações de prédios urbanos para efeitos tributários e pelo desenvolvimento de mecanismos de validação e controlo da qualidade das mesmas. 3

Ora, como já se encontra referido anteriormente, a ultima revisão do manual de avaliação (versão 4.0) foi concretizada há quase dois anos e teve a sua génese na alteração legislativa sofrida pelo CIMI, mediante a entrada em vigor da Lei nº 64-A/2008, de 31/12, que aprovou o Orçamento de Estado para 2009, bem como da experiência adquirida ao longo de mais de cinco anos de aplicação prática dos normativos de avaliação, sendo por isso sancionada matéria por diversas vezes em informações, circulares e outros normativos, que foram divulgados a todos os intervenientes no período compreendido entre a aprovação da versão anterior e a actualidade. Desde aquela data, e até ao presente, muitas têm sido as matérias objecto de análise nesta Direcção de Serviços que justifica, durante o ano de 2011, a elaboração da presente revisão do já referido Manual de Avaliação de Prédios Urbanos. Tratando-se de um manual de avaliação em que o objecto património imobiliário para fins fiscais é uma realidade dinâmica, não tem a Direcção de Serviços de Avaliações (DSA) a pretensão de produzir um documento definitivo e abrangente, admitindo, naturalmente, futuros ajustamentos. Lisboa, Maio de 2011. 4

MAPA SÍNTESE DAS ACTUALIZAÇÕES DO MANUAL DE AVALIAÇÃO PARA A VERSÃO 5 ASSUNTO: DESENVOLVIMENTO: VERSÃO 5 [actual] ITEM Nº PÁG ENQUADRAMENTO: Coeficiente de Vetustez Regras aplicadas no apuramento do Coeficiente de Vetustez 2.6. 25 Processo n.º 407/2010 da DSA (despacho proferido em 17.01.2011, pela Exmo. Senhor Subdirector-Geral substituto legal do Exm.º Senhor Director-Geral dos Impostos. Elementos a entregar pelos sujeitos passivos à declaração Modelo. 1 de IMI Documentação a ser exigida quando estejam em causa a avaliação de prédios urbanos não licenciados (clandestinos) 1.2. 9 Processo n.º 436/2010 da DSA (despacho proferido em 24.01.2011, pela Exma. Senhora Subdirectora-Geral. Garagens individuais/colectivas com arrecadações no seu interior Regras a aplicar na avaliação garagens individuais/colectivas que sejam fracções autónomas ou divisões susceptíveis de utilização independente com arrecadações no seu interior. 5.1. 37 Entendimento da DSA tendo por base o prescrito no Parecer jurídico n.º 521/2010 da DSJC Terrenos onde se encontram colocados contentores de mercadorias Regras a aplicar na avaliação dos terrenos onde se encontrem colocados contentores de mercadorias, que servem de apoio administrativo à actividade de venda de veículos automóveis ou outras mercadorias/serviços (ex. venda de imóveis). 5.2. 38 Entendimento preconizado pela DSA. Prédios dos quais façam parte garagens individuais e colectivas e/ou piscinas individuais e colectivas Regras a aplicar na avaliação de prédios urbanos dos quais façam parte garagens individuais e colectivas ou piscinas individuais e colectivas. 2.5. 24 Entendimento preconizado pela DSA. Prédios urbanos (lotes de terreno para construção), cujo alvará refira que os mesmos têm como destino duas afectações distintas Regras a aplicar nestas avaliações (critério da dominância). 5.3. 38 Entendimento preconizado pela DSA. Estabelecimentos prisionais Regras a aplicar nestas avaliações (n.º 2 do artigo 46.º do CIMI). 4. (regra n.º 5) 34 Entendimento preconizado pela DSA. Valor base dos prédios edificados Em 2011 603,00. 2.1 12 Portaria n.º 1330/2010, de 31.12. 5

1. Conceito de prédio (artigos nºs 1º a 7 º do CIMI) Na metodologia de avaliação do património imobiliário com o objectivo tributário, a definição de prédio e a sua tipificação constituem conceitos fundamentais, primeiro, pela razão óbvia, de serem os objectos da avaliação, segundo, por existirem outras definições, designadamente no âmbito do planeamento e ordenamento territorial e que não se enquadram, exactamente, na terminologia fiscal. Assim, de acordo com o art. º 2 do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (adiante designado por CIMI) um prédio...é toda a fracção de território, abrangendo as águas, plantações, edifícios e construções de qualquer natureza nela incorporados ou assentes, com carácter de permanência, desde que faça parte do património de uma pessoa singular ou colectiva, e em circunstâncias normais, tenha valor económico, bem como as águas, plantações, edifícios ou construções nas circunstâncias anteriores, dotados de autonomia económica em relação ao terreno onde se encontrem implantados, embora situados numa fracção de território que constitua parte integrante de um património diverso ou não tenha natureza patrimonial... Deste modo:...os edifícios ou construções, ainda que móveis por natureza, são havidos como tendo carácter de permanência quando afectos a fins não transitórios.... Quanto ao carácter de permanência, este é considerado quando:...os edifícios ou construções estiverem assentes no mesmo local por um período superior a um ano. Finalmente, e para efeitos de aplicação do IMI:...cada fracção autónoma, no regime de propriedade horizontal, é havida como constituindo um prédio. 6

Em síntese, para que determinada realidade territorial seja considerada como prédio tem de reunir os seguintes atributos: [a] - o atributo físico, ser uma fracção do território ; [b] - o atributo jurídico, que faça parte do património de uma pessoa singular ou colectiva ; [c] - o atributo económico, que em circunstâncias normais, tenha valor económico. Atento à conjugação destes três atributos, repare-se nos Terrenos Baldios que, por não fazerem parte do património de uma pessoa singular ou colectiva, não possuem o atributo jurídico, logo, não são considerados prédios. 1.1. Classificação de prédios Para efeitos tributários, os prédios são classificados em: a) Prédios rústicos (artigo 3º do CIMI); b) Prédios urbanos (artigo 4º do CIMI); c) Prédios mistos (artigo 5º do CIMI). Os prédios urbanos (vide a propósito o disposto no artigo 6º do CIMI) dividem-se em: (a) Habitacionais; (b) Comerciais, industriais ou para serviços; 7

(c)terrenos para construção - Terrenos para os quais tenha sido emitido licença ou autorização, admitida comunicação prévia 1 ou emitida informação prévia 2 favorável de operação de loteamento ou construção e ainda aqueles que assim tenham sido declarados no título aquisitivo; (d) Outros - Terrenos situados dentro de um aglomerado urbano 3 para os quais: As entidades competentes vedem qualquer licença ou autorização de operação de loteamento ou de construção; Edifícios e construções licenciados ou, na falta de licença, que tenham como destino normal outros fins que não a Habitação, Comércio, Industria ou Serviços). 1.2. Avaliação de prédios urbanos A iniciativa da primeira avaliação fiscal de um prédio urbano cabe ao Chefe de Finanças, com base na declaração Mod. 1 do IMI apresentada pelos sujeitos passivos num Serviço de Finanças à qual devem juntar os documentos/elementos necessários para a eficaz avaliação, destacando-se: Plantas de arquitectura das construções correspondentes às telas finais aprovadas pela Câmara Municipal (ou, no caso de construções não licenciadas, plantas da responsabilidade do contribuinte, à escala 1/50, 1/100 ou 1/200 cotadas se possível); Plantas das dependências (garagens, parqueamentos, arrecadações, etc.) com dados que permitam 1 Comunicação Prévia Processo instruído para comunicação à Câmara Municipal sobre a realização de determinadas operações urbanísticas (Portaria n.º 232/2008, de 11/03). Por analogia com o determinado no art.º 37º do CIMI, quando tenha sido feita comunicação prévia, os contribuintes devem entregar conjuntamente com a Declaração Mod 1 de IMI fotocópia da memória descritiva e das peças desenhadas (plantas) que instruíram o processo de comunicação prévia. 2 Informação Prévia Documento emitido pela Câmara Municipal com indicação de que o requerente está ou não autorizado a realizar determinadas operações de loteamento, obras de urbanização, obras de edificação, obras de demolição, alterações de utilização e outras operações urbanísticas (Portaria 232/2008, de 11/03). 3 A propósito, transcreve-se o determinado no ponto 4º do art. º 3º do CIMI,...consideram-se aglomerados urbanos, além dos situados dentro de perímetros legalmente fixados, os núcleos com um mínimo de 10 fogos servidos por arruamentos de utilização pública, sendo o seu perímetro delimitado por pontos distanciados 50 m do eixo dos arruamentos, no sentido transversal, e 20 m da última edificação, no sentido dos arruamentos. 8

determinar as áreas brutas dependentes; Plantas do edifício, caso existam terrenos adjacentes à implantação; Escritura de constituição de propriedade horizontal. Para o caso dos terrenos para construção: fotocópia do alvará de loteamento ou, não existindo loteamento, fotocópia do alvará de licença de construção, projecto aprovado ou documento comprovativo da viabilidade construtiva, comunicação prévia e informação prévia. NOTA: No que respeita à avaliação de prédios urbanos não licenciados (clandestinos), quando os sujeitos passivos alegam que não existem plantas de arquitectura para o prédio que pretendam ver avaliado, não lhes deve ser exigida a apresentação de declaração camarária a atestar essa situação (devem entregar planta da sua responsabilidade), incumbindo, nestes casos, aos Serviços Locais de Finanças, em caso de dúvida, a responsabilidade de comprovar essa ausência junto das respectivas Câmaras Municipais. Sendo a determinação do valor patrimonial tributário dos prédios o objectivo da avaliação para fins fiscais, a Tabela I relaciona para os prédios urbanos e mistos o modo de aplicação das regras de avaliação com vista à obtenção daquele valor, em concordância com o estabelecido no artigo 7º do CIMI. TABELA I Regras de Avaliação Classificação dos prédios Regras de avaliação Prédios urbanos com partes enquadráveis em mais que uma utilização Uma parte principal (a de maior relevância económica) e outra (s) meramente acessória (s) exemplo de moradia com garagem no r/c e habitação no 1º andar. Diferentes partes economicamente independentes (exemplo: um prédio com dois pisos, um com comércio ou serviços e o outro com habitação) Regras de avaliação da parte principal, tendo em atenção a valorização resultante da existência de partes acessórias Regras de avaliação correspondentes a cada parte, resultando o valor da soma das partes 9

Vistoria Antes de se abordar o método de avaliação importa considerar a questão da vistoria prévia referida no art. º 14º do CIMI, para salientar que, apesar desta não ter carácter de obrigatoriedade, não desobriga o avaliador da responsabilidade de conhecer, com rigor, o prédio em avaliação. Para prédios cuja data de construção é anterior a 7 de Agosto de 1951 e prédios a avaliar cujo motivo seja penhora nos termos do art. 250º do CPPT, é obrigatória a vistoria; Atenção especial deve ser tida quando o perito efectua a localização geográfica do prédio, para efeitos de selecção do Coeficiente de localização (Cl) ou da percentagem do valor do terreno de implantação, uma vez que as coordenadas que o sistema assume são fundamentais para a identificação do prédio, não só em gestão corrente como também para efeitos de vendas resultantes de processos de penhora. 2. Determinação do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos edificados (Vt) (vide artigo 38º do CIMI) A determinação do valor patrimonial tributário dos prédios urbanos, para os vários tipos de afectação (habitação, comércio, indústria e serviços), resulta da aplicação da seguinte equação geral: Vt = Vc x A x Ca x Cl x Cq x Cv Sendo: Vt Vc A Ca Cl Valor patrimonial tributário Valor base dos prédios edificados Área bruta de construção mais a Área excedente à área de implantação Coeficiente de afectação Coeficiente de localização 10

Cq Cv Coeficiente de qualidade e conforto Coeficiente de vetustez NOTAS: 1. Na avaliação de edificações construídas temporária e precariamente em terrenos públicos (camarários e outros), à semelhança do que acontece com a avaliação de prédios construídos em direito de superfície, são observadas as regras previstas nos artigos 38º a 46º do CIMI; 2. O valor patrimonial tributário apurado é arredondado para a dezena de euros imediatamente superior. 2.1. Determinação do valor base dos prédios edificados (Vc) (vide artigo 39º do CIMI) O valor base dos prédios edificados [Vc] corresponde ao valor médio de construção por m2 adicionado do valor do m2 do terreno de implantação, fixado em 25% daquele valor. 11

2.1.1. Determinação do valor médio de construção O valor médio de construção por metro quadrado é proposto anualmente, até 31 de Outubro, para vigorar no ano seguinte, pela Comissão Nacional de Avaliação de Prédios Urbanos (CNAPU), sendo aprovado por Portaria do Ministro das Finanças. O valor médio de construção é determinado tendo em conta, nomeadamente, os encargos directos e indirectos suportados na construção do edifício, tais como os relativos a materiais, mão-de-obra, equipamentos, administração, energia, comunicações e outros consumíveis. 4 2.2. Determinação da Área bruta de construção (do edifício ou da fracção) mais a Área excedente à da implantação (A) (vide artigo 40º - A do CIMI) A determinação da Área bruta de construção e Área excedente à área de implantação, resulta da seguinte expressão: A= (Aa + Ab) x Caj + Ac + Ad 4 Para o ano de 2011 o valor médio de construção por metro quadrado foi fixado em 482,40 (vide Portaria n º 1330/2010 de 31 de Dezembro do Ministro de Estado e das Finanças), o que conduz a que o valor base dos prédios edificados [Vc] seja de 603,00. Os valores atribuídos para os anos anteriores são os da tabela seguinte: Ano Valor médio de construção /m2 [ ] Valor base Prédios Edificados/m2 [ ] Portaria 2003 480,00 600,00 982/2004 2004 480,00 600,00 982/2004 2005 490,00 612,50 99/2005 2006 492,00 615,00 90/2006 2007 492,00 615,00 1433-C/2006 2008 492,00 615,00 16-A/2008 2009 487,00 609,00 1545/2008 2010 482,40 603,00 1456/2009 12

Em que: Aa - representa a área bruta privativa É a superfície total, medida pelo perímetro exterior e eixos das paredes ou outros elementos separadores do edifício ou da fracção, incluindo varandas privativas fechadas, caves e sótãos privativos com utilização idêntica à do edifício ou da fracção. Aplica-se o coeficiente 1,00. Ab - representa as áreas brutas dependentes São as áreas cobertas e fechadas de uso exclusivo, ainda que constituam partes comuns, mesmo que situadas no exterior do edifício ou da fracção, cujas utilizações são acessórias relativamente ao uso a que se destina o edifício ou fracção considerando-se, para esse efeito, locais acessórios as garagens os parqueamentos, as arrecadações, as instalações para animais, os sótãos ou caves acessíveis e as varandas, desde que não integrados em Aa, e outros locais privativos de função distinta das anteriores Aplica-se o coeficiente 0,30 Caj Coeficiente de ajustamento de áreas Coeficiente aplicado ao somatório das áreas brutas privativas e dependente ponderada, variável em função de escalões de área para as afectações: Habitação, Comércio, Serviços, Indústria e Estacionamento Coberto, individual ou colectivo, fechado ou aberto. Ac - representa a área do terreno livre até ao limite de duas vezes a área de implantação Ad - representa a área do terreno livre que excede o limite de duas vezes a área de implantação A área do terreno livre do edifício ou da fracção ou a sua quota-parte resulta da diferença entre a área total do terreno e a área de implantação da construção ou construções. Integra jardins, parques, campos de jogos, piscinas, quintais e outros logradouros. Aplica-se o coeficiente 0,025, para o valor até ao limite de duas vezes a área de implantação; Aplica-se o coeficiente 0,005, para a área excedente ao limite de duas vezes a área de implantação. Nota: Entende-se por área de implantação a área situada dentro do perímetro de fixação do edifício ao solo medida pela parte exterior, incluindo a área ocupada por alpendres e telheiros com pilares fixos ao solo. As áreas de telheiros e alpendres não integram todavia a Ab, visto não serem áreas fechadas. Quando a área de caves se prolonga para além do corpo principal do edifício e a cobertura desta estiver acima do nível do solo, esta área integra igualmente a área de implantação. 13

2.2.1. Coeficiente de ajustamento de áreas (Caj) Tabelas e Fórmula Na aplicação do Caj seguem-se, para as diferentes afectações, os seguintes escalões de área: HABITAÇÃO COMÉRCIO E SERVIÇOS INDÚSTRIA ESTACIONAMENTO COBERTO Aa+0,3 Ab caj Aa+0,3 Ab caj Aa+0,3 Ab caj Aa+0,3 Ab caj <= 100 1,00 <= 100 1,00 <=400 1,00 <=100 1,00 >100 160 0,90 >100-500 0,90 >400-1000 0,90 >100-500 0,90 >160 220 0,85 >500-1000 0,85 >1000-3000 0,85 >500-1000 0,85 > 220 0,80 > 1000 0,80 >3000 0,80 >1000 0,80 Deve-se ter em conta as diferentes tabelas e os respectivos escalões de áreas consoante as afectações. Habitação (exemplo) Se Aa+0,3Ab <=100 m2 (Aa+0,3Ab) x 1,0 Se 100<( Aa+0,3Ab)<=160 m2 100 x 1,0+0,90 x (Aa+0,3Ab-100) Se 160<( Aa+0,3Ab)<=220 m2 100 x 1,0+0,90 x (160-100)+0,85 x (Aa+0,3Ab-160) Se (Aa+0,3Ab)>220 m2 100 x 1,0+0,90 x (160-100)+0,85 x (220-160)+0,80 x (Aa+0,3Ab-220) Notas importantes sobre a determinação da Área (A): No quadro abaixo, procura-se identificar algumas situações que, frequentemente, colocam dúvidas quanto à sua forma de determinação: Situação Áreas comuns no edifício Prédios em regime de propriedade horizontal Não considerar Prédios em regime de propriedade total com andares ou divisões susceptíveis de utilização independente Não considerar Terraços Não considerar Não considerar Jardins, parques, campos de jogos, piscinas, quintais e outros logradouros Considerar como terreno livre. No cálculo de Ac e de Ad, atender à permilagem da fracção autónoma Considerar como terreno livre. No cálculo de Ac e de Ad, atender à distribuição proporcional pelos diferentes andares ou divisões susceptíveis de utilização independente. Áreas dependentes comuns Calcular em função da permilagem da fracção autónoma Calcular atendendo à sua distribuição proporcional pelos diferentes andares ou divisões susceptíveis de utilização independente. Áreas de circulação em centros comerciais Não considerar Não considerar 14

a) Em prédios em regime de propriedade total com andares ou divisões susceptíveis de utilização independente, não se consideram as áreas comuns de circulação, por se tratar de áreas equivalentes às áreas comuns de circulação dos prédios em regime de propriedade horizontal patamares, escadas, elevadores. No caso de existirem escadas exteriores, estas têm o mesmo tratamento dado às escadas interiores, devendo a sua área ser, somente, considerada na área de implantação do edifício. (Despacho do Exm.º Senhor Director Geral dos Impostos de 2/8/2005 - Informação n.º 331/05/DSA Processo n.º 15/05; b) Quanto aos terraços (superfícies pavimentadas totalmente descobertas sobre um edifício coberturas, ou ao nível de um andar, geralmente a tardoz, que, embora sendo de uso exclusivo de uma ou mais fracções ou andares são parte estruturante e comum) não entram no cálculo de A, por não se enquadrarem no espírito do Art. º 40º do CIMI. Constituem excepção os terraços em edifícios com varandas: nestes casos, se um ou mais andares tem terraço, estes entram no cálculo de Ab com área equivalente à das varandas, por aplicação dos critérios seguintes: [i] Se a fracção ou andar com terraço tiver a devida correspondência, em termos de tipologia, com um andar ou fracção com varanda (s), deve considerar-se do terraço uma área igual à da (s) varanda (s), até ao limite da área total do terraço; [ii] Se não existir correspondência, em termos de tipologia, deve considerar-se do terraço a área da maior varanda do edifício, não podendo exceder a área total do terraço. c) As áreas de circulação assim como as áreas de armazenagem de stocks em centro comercial em propriedade total sem partes são enquadradas nas áreas brutas dependentes com excepção das áreas afectas a restauração ocupadas com as cadeiras e mesas que são enquadradas na área bruta privativa. 15

Em centros comerciais em propriedade horizontal ou total com partes economicamente independentes, as áreas afectas à restauração ocupadas por cadeiras que não estejam integradas em qualquer fracção ou parte são consideradas áreas brutas privativas e distribuídas em função da permilagem ou proporcionalmente à área pelas fracções ou partes a que dão apoio. d) Em edifícios com garagens colectivas que não sejam fracções ou partes economicamente independentes, no cálculo da área bruta dependente (Ab) não são consideradas para efeitos de avaliação os corredores de circulação, os espaços de lavagem de automóveis e outras áreas ocupadas por equipamentos. e) Em prédios com piscinas cobertas e fechadas, ginásios, saunas, sala de condomínio, sala polivalente e afins estas entram para o cálculo da área bruta dependente (Ab), sendo considerada em função da permilagem de cada fracção autónoma, no regime de propriedade horizontal, ou, considerando uma distribuição proporcional pelos diferentes andares ou divisões susceptíveis de utilização independente, no regime de propriedade total. f) Em prédios com cozinha e/ou instalações sanitárias exteriores ao edifício principal, adoptamse os seguintes critérios (Despacho do Exm.º Senhor Director Geral dos Impostos de 2/8/2005 Informação n.º 331/05/DSA Processo n.º 15/05): [i] Se a cozinha e/ou instalações sanitárias exteriores forem as únicas existentes no prédio, a área destas deve integrar a área bruta privativa (Aa); [ii] Se a cozinha e/ou instalações sanitárias exteriores coexistem, cumulativamente, com as existentes no edifício principal, a área daquelas deve integrar a área bruta dependente (Ab). 2.3. Aplicação do coeficiente de afectação (Ca) (vide artigo 41º do CIMI) Em função do tipo de utilização de determinado prédio edificado, assim se aplica o respectivo coeficiente de afectação, de acordo com a tabela II abaixo. 16

TABELA II Coeficiente de Afectação (Ca) Tipo de utilização Coeficientes Comércio 1,20 Serviços 1,10 Habitação 1,00 Habitação social sujeita a regimes legais de custos controlados 5 0,70 Armazéns e actividade industrial 0,60 Comércio e serviços em construção tipo industrial 0,80 Estacionamento coberto e fechado 6 0,40 Estacionamento coberto e não fechado 7 0,15 Estacionamento não coberto 8 0,08 Prédios não licenciados, em condições muito deficientes de habitabilidade 0,45 Arrecadações e arrumos 0,35 Notas importantes sobre a aplicação do Coeficiente de Afectação (Ca): a) Prédio com licença que prevê mais do que uma utilização sem diferenciar a fracção, andar ou parte do prédio susceptível de utilização independente: [i] Se o prédio não se encontra ocupado, deve considerar-se a afectação declarada pelo contribuinte de entre as afectações previstas na licença de utilização; [ii] Se o prédio estiver ocupado, deve considerar-se a afectação correspondente à utilização efectiva, desde que esteja considerada na licença de utilização. 5 De acordo com o Oficio-Circulado n.º 40 078/2005, de 25 de Maio, aquando da entrega da declaração mod. 1 do IMI, deverá o contribuinte entregar um comprovativo de que aquela declaração corresponde a habitação social sujeita a regimes legais de custos controlados. Os contratos de desenvolvimento para a habitação, são considerados uma forma especifica de habitação a custos controlados (Despacho de 07/11/08 sancionado na informação nº 388/08 da DSA). Na transmissão de fracções em prédios ou fracções de habitação social, estas não perdem a sua natureza de habitação social (Despacho do Exm.º Senhor Director-Geral dos Impostos de 2005/08/02 - Informação n.º 331/05/DSA Proc.º 15/05]. 6 Prédio urbano da espécie Outros vide a propósito o ponto 4. 7 Prédio urbano da espécie Outros vide a propósito o ponto 4. 8 Prédio urbano da espécie Outros vide a propósito o ponto 4. 17

b) Prédio sem licença de utilização: Quando o prédio não possui licença de utilização considera-se a afectação correspondente ao destino normal e não ao destino concreto. c) Prédio não licenciado, em condições muito deficientes de habitabilidade: O coeficiente de afectação 0,45, apenas se aplica a edificações para habitação. Porém, para se poder considerar esta afectação é necessário que se verifiquem cumulativamente as duas condições não licenciados (sem licença de construção) e apresentar condições muito deficientes de habitabilidade (ex: barracas, casas abarracadas, ou habitações com telhados com infiltrações, paredes com escorrência de águas e/ou bolores, buracos nas paredes e pavimentos, etc.). d) Exemplos de afectação: Oficinas (ex. mecânica auto, de restauro de mobiliário, de reparações eléctricas), hotéis, restaurantes, bares, discotecas: Serviços; Oficinas (ex. marcenaria, metalomecânica, olaria): Indústria; Hipermercados / Supermercados: Fazer o devido enquadramento de acordo com a utilização (comércio, serviços, armazéns se constituem áreas economicamente independentes, etc.); Quiosques: Comércio ou serviços, de acordo com a utilização dominante em termos de actividade; Estabelecimentos onde a actividade principal é o ensino ( ex. creches, escolas de ensino básico e secundário, institutos politécnicos, universidades): Serviços; Estabelecimentos onde se prestam actos clínicos e cuidados de saúde (ex. Centros de enfermagem, casa de repouso e lares, clínicas, hospitais): Serviços; Clubes de caça e pesca: Serviços; Aviários e suiniculturas: Indústria; 18

Superfícies comerciais ou de serviços instalados em construções não tradicionais (aligeiradas e de menor custo): Comércio e Serviços em construção tipo industrial; Unidades fabris com partes destinadas a escritório, posto médico, refeitório, etc.: A norma é a avaliação ser sempre baseado no licenciamento. Se apenas existe uma licença para a unidade fabril, aplicam-se as regras de avaliação da parte principal, de acordo com a alínea a), do n.º 2, do art.º 7º do CIMI; Se existirem licenças diferenciadas, está-se perante a existência de partes susceptíveis de utilização independente, devendo a avaliação respeitar essa diferenciação. Assim, aquando do preenchimento do modelo 1. IMI, o seu anexo II, deverá discriminar essas partes (Despacho do Exm.º Senhor Director-Geral dos Impostos de 2/8/2005 - Informação n.º 331/05/DSA Processo n.º 15/05). Em andares com escritórios e ou consultórios, as áreas de salas de espera e instalações sanitárias de utilização comum são tratadas como áreas brutas privativas a distribuir proporcionalmente pelos respectivos escritórios ou consultórios. 2.4. Aplicação do coeficiente de localização [Cl] (vide artigos 42.º e 62.º do CIMI) O coeficiente de localização varia entre 0,4 e 2,0 podendo ser reduzido para 0,35 em situações de habitação dispersa, frequente no meio rural, e ser elevado até 3,0 em zonas de elevado valor de mercado imobiliário. De acordo com o n º 3 do art. º 42 do CIMI, a fixação do Cl deve considerar o seguinte quadro de referência: 19

a) Acessibilidades; Qualidade e diversidade de vias rodoviárias, ferroviárias, fluviais e marítimas. b) Proximidade de equipamentos sociais; Estabelecimentos de ensino, serviços públicos, comércio. c) Serviços de transportes públicos; d) Localização em zonas de elevado valor de mercado imobiliário. Compete aos peritos avaliadores a definição de zonas homogéneas (designadas por áreas price na terminologia anglo saxónica), onde se verifica, para determinada afectação, preços unitários idênticos de imóveis semelhantes (por verificação dos valores correntes de mercado), aplicandose a estes o mesmo coeficiente de localização (Cl). Para a sua efectivação, já em 2004, a DGCI em colaboração com a DGITA desenvolveu, para a rede nacional de peritos avaliadores responsáveis pela execução do zonamento, uma aplicação informática baseada na Web SIGIMI 9 que permitiu de modo célere e homogéneo, obter o zonamento para todos os municípios, em formato digital. 2.5. Aplicação do coeficiente de qualidade e conforto [Cq] (vide artigos 43.º do CIMI) O coeficiente de qualidade e conforto (Cq) é aplicado ao valor base do prédio edificado, podendo ser majorado até 1,7 e minorado até 0,5, e obtém-se: Adicionando à unidade os coeficientes majorativos; Subtraindo à unidade os coeficientes minorativos. 9 SIGIMI Sistema de Informação Geográfica do Imposto Municipal sobre Imóveis, principalmente, com funcionalidades de visualização e de edição de Sistema de Informação Geográfica. 20

As tabelas III A e III.B evidenciam o gradiente de valores possíveis: TABELA III A: Prédios urbanos destinados a habitação Elementos de qualidade e conforto Majorativos Minorativos Descrição Coeficiente Descrição Coeficiente Moradias unifamiliares até 0,20 Inexistência de cozinha 0,10 Localização em condomínio fechado 0,20 Garagem individual 0,04 Garagem colectiva 0,03 Piscina individual 0,06 Piscina colectiva 0,03 Campo de ténis 0,03 Outros equipamentos de lazer 0,04 Qualidade construtiva até 0,15 Localização excepcional até 0,10 Sistema central de climatização 0,03 Inexistência de instalações sanitárias Inexistência de rede pública ou privada de água Inexistência de rede pública ou privada de electricidade Inexistência de rede pública ou privada de gás Inexistência de rede pública ou privada de esgotos Inexistência de ruas pavimentadas Inexistência de elevador em edifícios com mais de 3 pisos Existência de áreas inferiores às regulamentares 0,10 0,08 0,10 0,02 0,05 0,03 0,02 0,05 Elevadores em edifícios de menos de 4 pisos 0,02 Estado deficiente de conservação até 0,05 Localização e operacionalidade relativas Localização e operacionalidade relativas até 0,05 Utilização de técnicas ambientalmente sustentáveis activas ou passivas até 0,05 0,05 21

TABELA III.B: Prédios urbanos destinados a comércio, indústria e serviços Elementos de qualidade e conforto Majorativos Minorativos Descrição Coeficiente Descrição Coeficiente Localização em centro comercial 0,25 Inexistência de instalações sanitárias 0,10 Localização em edifícios destinados a escritórios 0,10 Sistema central de climatização 0,10 Qualidade construtiva até 0,10 Existência de elevador (es) e/ou escada(s) rolante(s 0,03 Inexistência de rede pública ou privada de água Inexistência de rede pública ou privada de electricidade Inexistência de rede pública ou privada de esgotos Inexistência de ruas pavimentadas Inexistência de elevadores em edifícios com mais de 3 pisos Estado deficiente de conservação Localização e operacionalidade relativas Localização e operacionalidade relativas até 0,20 Utilização de técnicas ambientalmente sustentáveis activas ou passivas 0,08 0,10 0,05 0,03 0,02 até 0,05 até 0,10 0,10 Da leitura das tabelas anteriores facilmente se percebe que os coeficientes de qualidade e conforto reflectem características intrínsecas do prédio (edifício ou fracção) e da sua envolvente urbana (infra-estruturas públicas). Ainda da leitura das mesmas tabelas, pode observar-se o seguinte: Para os prédios urbanos destinados a habitação, apenas quatro dos elementos majorativos e dois dos elementos minorativos admitem variação; Para os prédios urbanos destinados a comércio, indústria e serviços, apenas dois dos elementos majorativos e dois dos elementos minorativos admitem variação. Dos aspectos referidos nas alíneas anteriores tratarão os pontos 2.5.1 e 2.5.2. Visando a aplicação uniforme das tabelas antes referidas, o nº 2 do art. º 43 do CIMI explicita um conjunto de conceitos constantes das mesmas, sendo desnecessário aqui repeti-los. Todavia, no sentido de melhor objectivar o processo avaliativo, de seguida dá-se nota de alguns aspectos que se entende podem esclarecer ou aprofundar o que se encontra definido na lei. 22

Notas importantes sobre conceitos subjacentes à aplicação do coeficiente de qualidade e conforto (Cq) a) Moradia unifamiliar: Edificação destinada a alojar apenas um agregado familiar [1 fogo]. No caso de moradias geminadas ou em banda, são consideradas moradias unifamiliares se tiverem fundações e estrutura da parte habitacional independentes, mesmo que constituídas em propriedade horizontal e ainda que tenham áreas dependentes comuns fora do corpo principal (Despacho do Exm.º Senhor Director Geral dos Impostos de 02/07/2007 Informação n.º 220/06/DSA Processo n.º 227/05); b) Condomínio fechado: Corresponde à definição constante da alínea e) do art. º 43º do CIMI; c) Sistema central de climatização: Para efeitos de aplicação do CIMI e de acordo com o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (Decreto - Lei n.º 79/2006 de 4 de Abril, que revogou o Decreto-Lei 118/98, de 7 de Maio), considera-se sistema central de climatização, o conjunto de equipamentos combinados de forma coerente com vista a satisfazer um ou mais dos objectivos da climatização (ventilação, aquecimento, arrefecimento, humidificação, desumidificação e purificação de ar), situado ou concentrado numa instalação e num local distinto dos locais a climatizar, sendo o frio ou calor (e humidade) no todo ou em parte, transportado por um fluido térmico aos diferentes locais a climatizar. Se o edifício possuir pré - instalação do sistema central de climatização, para efeitos de avaliação, deve o mesmo ser considerado como se já estivesse efectivamente instalado, desde que existam pelo menos dois dos equipamentos: caldeira, tubagens e irradiador (despacho da Exma. Senhora Subdirectora Geral, de 02.07.2007, exarado sobre a Informação n. º 306/2006 Processo n.º 644/DSA); d) Existência/Inexistência de elevador: Para efeitos de aplicação do CIMI devem considerar-se os pisos acima e abaixo do solo com acesso pelo elevador e sempre que estejam em causa afectações de habitação, comércio, serviços e indústria; 23

e) Aplicação de elementos de qualidade e conforto em prédios urbanos destinados a comércio, indústria e serviços (vide Tabela III.B do ponto 2.5) [i] Edifícios de escritórios: O elemento de qualidade e conforto majorativo denominado Localização em edifícios destinados a escritórios é aplicável, exclusivamente, aos espaços que possuem aquele tipo de utilização. [ii] Nos regimes de propriedade horizontal ou propriedade total com andares ou divisões susceptíveis de utilização independente, só se aplicam os coeficientes relativos a sistema central de climatização e existência de elevador (es) e ou escada (s) rolante (s), se estes elementos existirem no interior da fracção autónoma ou do andar. f) Na avaliação de prédios dos quais façam parte garagens individuais e colectivas e/ou piscinas individuais e colectivas deve considerar-se na avaliação apenas o coeficiente de garagem individual ou de piscina individual, conforme o caso. 2.5.1. Directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva, da localização excepcional, da localização e operacionalidade relativas e do estado deficiente de conservação. Os peritos avaliadores, na parametrização da sua grelha de valorização ou depreciação, devem atender e aplicar de forma coerente as directrizes relativas à apreciação da qualidade construtiva, da localização excepcional, da localização e operacionalidade relativas e do estado deficiente de conservação. Notas importantes sobre as justificações do perito avaliador na ficha de avaliações Na Aplicação de Gestão das Avaliações (AGA), a Ficha de Avaliação constitui um dos outputs mais importantes cuja responsabilidade de preenchimento pertence, naturalmente, ao perito avaliador. Desta forma, para estes coeficientes de qualidade e conforto e pelas razões acima expendidas, compete ao perito preencher, tendo em conta as directrizes constantes do Anexo I da ficha de avaliação, elaborar um grelha de valores dos respectivos coeficientes e fundamentá-los em conformidade com o nº 3 do art. º 43º do CIMI. 24

2.5.2. Aplicação de coeficientes majorativos às moradias unifamiliares. (Tabela I prevista no nº 1 do art. º 43º do CIMI) A alínea b) do n.º 1 art. º 62º do CIMI estabelece que compete à CNAPU propor para vigorar trienalmente, os coeficientes majorativos aplicados às moradias unifamiliares, sobre proposta dos peritos. Os valores destes coeficientes podem ser atribuídos com base numa correlação positiva com as percentagens do valor das edificações autorizadas ou previstas para determinado terreno para construção (vide a propósito o n.º 2 do art.º 45º do CIMI). 2.6. Aplicação do coeficiente de vetustez (Cv) (vide artigo 44º do CIMI) O coeficiente de vetustez é determinado em função do número inteiro de anos decorridos desde a data de emissão da licença de utilização, caso exista, ou desde a data de conclusão das obras de edificação, de acordo com a tabela V. No caso de prédios ampliados estas regras aplicam-se, respectivamente, de acordo com a idade de cada parte. Constituem excepção, as situações em que as licenças de utilização são obtidas para efeito de legalização; aqui a determinação do coeficiente de vetustez é feita com base na data de conclusão das obras. Quando não for possível determinar a data de conclusão das obras, esta será fixada pelo Chefe do Serviço de Finanças nos termos do n.º 2 do art.º 10º do CIMI (Despacho do DG 2/8/2005 Inf n.º 331/05/DSA Proc.15/05). TABELA V Coeficiente de Vetustez (Cv) Anos Coeficiente de Vetustez Menos de 2 1,00 2 a 8 0,90 9 a 15 0,85 16 a 25 0,80 26 a 40 0,75 41 a 50 0,65 51 a 60 0,55 Mais de 60 0,40 25

Notas importantes à aplicação do Coeficiente de Vetustez (Cv) a) Prédios ampliados [i] Prédio em propriedade total sem divisões, andares ou fogos susceptíveis de utilização independente: Havendo alterações em prédio edificado, em regime de propriedade total, por ampliação e desde que a parte ampliada não seja susceptível de utilização independente, a determinação do seu Vt será feita cumprindo as seguintes etapas: 1) Cálculo do Vt do prédio, sem a ampliação: A área do prédio a considerar é a anterior à ampliação; A idade do prédio, para aplicação do Cv, é a da ampliação. Se a ampliação incluir novos elementos de qualidade e conforto, estes devem ser considerados, para aplicação do Cq. 2) Cálculo do Vt do prédio com a ampliação: A área do prédio a considerar inclui a ampliação; A idade do prédio, para aplicação do Cv, é a da ampliação; Se a ampliação incluir novos elementos de qualidade e conforto, estes devem ser considerados, para aplicação do Cq. 3) Cálculo do Vt do prédio, reportado à situação anterior à ampliação: A área do prédio a considerar é a anterior à ampliação; A idade do prédio, para aplicação do Cv, é o do prédio, se não tivesse ocorrido ampliação. Se a ampliação incluir novos elementos de qualidade e conforto, estes devem ser considerados para aplicação do Cq. 26

4) Cálculo do Vt da ampliação = [2] [1] 5) Cálculo do Vt final do prédio = [3] + [4] Em suma, sempre que esteja em causa uma ampliação de um prédio, o Vt deve ser determinado para cada uma das partes, fazendo-se sempre três avaliações: Duas avaliações com o Cv à data da ampliação, determinando-se pela diferença o Vt da ampliação. Na terceira avaliação, calcula-se o Vt do edifício antigo com a respectiva idade, somando-lhe o Vt da ampliação. Sempre que seja necessário discriminar o Vt de áreas acessórias (ex. Garagem) aplicam-se as regras contidas nos números 1, 2 e 4, com as devidas adaptações. [ii] Prédio em propriedade total com divisões, andares ou fogos susceptíveis de utilização independente: Sempre que esteja em causa a avaliação de prédios com partes susceptíveis de utilização independente, a avaliação deve ser feita separadamente com discriminação do Vt, seguindo-se a regra geral para a determinação da idade de cada uma das partes. [iii] No caso da ampliação de terreno para construção ou de logradouros de prédio urbano (vulgar arredondamento de estremas): Deve a parcela de terreno a anexar ser avaliada só para efeitos de IMT nos termos do art.º 14, n.º 4 a 6 do CIMT. Os proprietários dos prédios daí resultantes (novos prédios) apresentarão a declaração modelo 1 do IMI, nos termos da alínea d) dos art.º 13.º do CIMI, devendo os prédios ser avaliados para efeitos de IMI. b) Outras regras Nas avaliações de prédios urbanos que sofreram mudança de afectação com emissão de nova licença de utilização, sem que tivessem ocorrido quaisquer obras nos mesmos, bem como, nos que se encontram na mesma situação mas que, no entanto, sofreram obras de melhoramento/conservação/manutenção 27

que não impliquem alterações da estrutura resistente, não deve ser alterada a idade do prédio, devendo-se, assim, contar o número de anos para aplicação do respectivo coeficiente de vetustez desde a data da emissão da primeira licença de utilização/conclusão da edificação. O efeito das eventuais obras deve ser contemplado na atribuição do valor patrimonial tributário ao nível do coeficiente de qualidade e conforto, previsto no artigo 43.º do CIMI; Nas avaliações de prédios urbanos que sofreram obras de reconstrução, que implicaram demolição total ou parcial da edificação, sujeitos por isso a nova licença de utilização ou comunicação prévia o número de anos para aplicação do respectivo coeficiente de vetustez deve ser contado desde a data de emissão da nova licença de utilização ou da comunicação prévia quando exista, ou da data da conclusão das obras de edificação efectuadas após a demolição total ou parcial. 3. Determinação do valor patrimonial tributário dos terrenos para construção (vide artigo 45º do CIMI) 3.1. Regra Geral A determinação do valor patrimonial tributário dos terrenos para construção... é o somatório do valor da área de implantação do edifício a construir, que é situada dentro do perímetro de fixação do edifício ao solo, medida pela parte exterior, adicionado do valor do terreno adjacente à implantação. n.º 1 do art.º 45º do CIMI, o que resulta na seguinte equação geral: 1. Vt = Vt implantação + Vt adjacente Sendo: 1.1. Vt implantação = Vc x [(Abc Ab) + (Ab x 0,3)] x %ai x Ca x Cl x Cq 28

Em que: Vc Abc Valor base dos prédios edificados Área bruta de construção autorizada ou prevista Ab Área bruta dependente %ai Ca Cl Cq Percentagem da área de implantação (variando entre 15 e 45 % do valor das edificações previstas ou autorizadas) Coeficiente de afectação Coeficiente de localização Coeficiente de moradia unifamiliar (só se aplica quando o terreno se destina a moradia unifamiliar) E, 1.2. Vt adjacente = Vc x [(Ac x 0,025) + (Ad x 0,005)] x Ca x Cl x Cq Em que: Vc Ac Ad Ca Cl Cq Valor base dos prédios edificados Área do terreno livre até ao limite de duas vezes a área de implantação Área do terreno livre que excede o limite de duas vezes a área de implantação Coeficiente de afectação Coeficiente de localização Coeficiente de moradia unifamiliar (só se aplica quando o terreno se destina a moradia unifamiliar) 29

Da conjugação de 1.1. Vtimplantação e de 1.2. Vtadjacente resulta o seguinte desenvolvimento da equação geral: 1.3. Vt = Vc x { [ (Abc Ab) + (Ab x 0,3) ] x %ai + (Ac x 0,025) + (Ad x 0,005) } x Ca x Cl x Cq As percentagens referentes à área de implantação (%ai) e respectivas áreas de aplicação, à semelhança do zonamento para os coeficientes de localização, são parte integrante dos conteúdos do SIGIMI e são igualmente aprovadas em Portaria. 3.2. Método comparativo a que se refere o artigo 76.º do CIMI Na determinação do valor patrimonial tributário dos terrenos para construção e dos terrenos da espécie outros quando seja reconhecida a distorção a que se refere o n.º 4 do art.º 76.º do CIMI, é aplicado o Método Comparativo dos Valores de Mercado com base na seguinte expressão: V terr = P terr x A terr V terr = Valor do terreno = Valor Normal de Mercado P terr = Preço de venda do terreno por m2, praticado no local, na situação de infra-estruturação em que se encontra à data do reporte da avaliação A terr = Área do terreno Notas importantes sobre o cálculo de Vt de terrenos para construção a) Terrenos para construção com diferentes afectações [i] Quando o terreno se destina à construção de edificações com diferentes afectações, com discriminação das respectivas áreas, estas devem ser consideradas no cálculo de Vt. Assim, nestes casos, o Vt corresponde à soma dos Vt s das diferentes afectações. Havendo terreno livre, será considerada a quota-parte de cada afectação; 30

[ii] Quando o terreno se destina à construção de edificações com diferentes afectações, sem discriminação das respectivas áreas, deve considerar-se, para atribuição dos coeficientes de afectação [Ca] e de localização [Cl], a área dominante. b) Nos prédios vazados 10, a área de implantação corresponde à projecção, na horizontal, do seu perímetro exterior; c) Terrenos para construção que abrangem zonas de Cl e de % de área de implantação diferentes (Despacho do Exm.º Senhor Director-Geral dos Impostos de 18/07/05 Informação n.º 241/05/DSA Processo n.º 234/05): Quando existem terrenos para construção que abrangem zonas de coeficientes de localização e % de área de implantação diferentes, o perito deve proceder por analogia com o art.º 79º do CIMI, referente à inscrição de prédios na matriz, quando situados em mais de uma freguesia. Assim, teremos: Se o terreno de construção possuir uma entrada principal, deve o perito adoptar como valores de Cl e % de área de implantação, os da zona onde aquela se situa; Se não for possível identificar uma entrada principal, deve o perito adoptar como valores de Cl e % de área de implantação, os da zona onde se encontra a maior área do terreno para construção. 4. Determinação do valor patrimonial tributário dos prédios de espécie Outros (vide artigo 46º do CIMI) Para a determinação do valor patrimonial tributário dos prédios de espécie Outros é necessário atender às suas especificidades, sendo aplicáveis as seguintes regras de avaliação. 10 Em regra, trata-se de edifícios cujo rés-do-chão apenas possui a caixa de escada e os pilares, sendo vazado o espaço sobrante por não se construírem os panos de alvenaria. 31