O projeto A Articulação entre Teoria e Prática na Vivência Didática da Disciplina Teoria da Comunicação : Monitoria, da escuta ao incentivo.



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Transcrição:

O projeto A Articulação entre Teoria e Prática na Vivência Didática da Disciplina Teoria da Comunicação : Monitoria, da escuta ao incentivo. Victor Manoel Fernandes FONSECA 1 Kalianny Bezerra de MEDEIROS 2 André Araújo da SILVA 3 Juciano de Sousa LACERDA 4 RESUMO O projeto A Articulação entre Teoria e Prática na Vivência Didática da Disciplina Teoria da Comunicação, desenvolvido na UFRN, visa estreitar as relações entre apropriação e aplicabilidade dos conteúdos teóricos da comunicação social, discutidos na disciplina teoria da comunicação. Almeja-se, então, desenvolver estratégias didáticas que permitam uma nova perspectiva dos temas gerados em sala, além da iniciação a 1 Graduando em Comunicação Social Publicidade e Propaganda pela UFRN. Bolsista do Projeto de Iniciação à Docência A articulação entre teoria e prática na vivência didática da disciplina Teoria da Comunicação. Participante do Laboratório de Pesquisa e Estudos em Comunicação Comunitária e Saúde Coletiva - LAPECCOS/UFRN. Participante do Grupo de Pesquisa PRAGMA (UFRN). email: Victorf.folkcomunica@outlook.com 2 Graduanda em Comunicação Social Jornalismo pela UFRN. Bolsista do Projeto de Iniciação à Docência A articulação entre teoria e prática na vivência didática da disciplina Teoria da Comunicação. Participante do Laboratório de Pesquisa e Estudos em Comunicação Comunitária e Saúde Coletiva - LAPECCOS/UFRN. Participante do Grupo de Pesquisa PRAGMA (UFRN). email: kaliannybezerra@hotmail.com 3 Graduado em Comunicação Social Jornalismo pela UFRN. Aluno especial do Programa de Pós-graduação em Estudos da Mídia da UFRN. Ex-bolsista do Projeto de Iniciação à Docência A articulação entre teoria e prática na vivência didática da disciplina Teoria da Comunicação. Participante do Laboratório de Pesquisa e Estudos em Comunicação Comunitária e Saúde Coletiva - LAPECCOS/UFRN. Participante do Grupo de Pesquisa PRAGMA (UFRN). email: andre_ph_araujo@hotmail.com 4 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Comunicação Social da UFRN e do Mestrado em Estudos da Mídia/UFRN. Membro fundador do INPECC - Instituto Nacional de Pesquisa em Comunicação Comunitária. Coordenador do Laboratório de Pesquisa e Estudos em Comunicação Comunitária e Saúde Coletiva - LAPECCOS/UFRN. Coordenador do Projeto de Iniciação à Docência A articulação entre teoria e prática na vivência didática da disciplina Teoria da Comunicação (Prograd/UFRN 2013). Grupo de Pesquisa PRAGMA (UFRN). email: juciano.lacerda@gmail.com

pesquisa, introdução à produção acadêmica, no que tange a produção de artigos científicos e de produtos audiovisuais. A proposta também é de diminuir o número dos trancamentos e abandonos da disciplina. PALAVRAS-CHAVE: Teoria da comunicação, Apropriação, Aplicabilidade, Pesquisa. Introdução A disciplina teoria da comunicação é ofertada atualmente nos primeiros semestres das três habilitações do curso de comunicação social da UFRN: Publicidade e propaganda, radialismo e jornalismo. Com o intuito de apresentar algumas compreensões saudáveis aos ingressantes do curso de comunicação. No entanto, por ser uma disciplina extremamente teórica, foi percebida a necessidade de criarem-se estratégias extrassala, para melhor compreensão de um universo tão vasto, levando-se em conta que em algumas universidades os estudos teóricos dividem-se em dois módulos. O projeto foi iniciado com a preparação da disciplina, após reuniões previas com a participação dos monitores e professor. Consequentemente foram extraídos desses encontros os aportes teóricos e as possíveis articulações a serem feitas e sugeridas aos participantes da disciplina. Logo, docente e monitores motivaram os alunos a pesquisar e coletar outros produtos advindos da área profissional de seu curso, para articulação dos conceitos, entendendo que: Preciso, agora, saber ou abrir-me a realidade desses alunos com quem partilho a minha atividade pedagógica. Preciso tornar-me, se não absolutamente intimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos estranho e distante dela [...] (FREIRE. P, 19 96, Pag. 87). Paulo freire fala neste capitulo sobre a importância de escutar na relação educacional, ao pedirmos para pesquisarem e coletarem dados estamos nos aproximando das suas realidades e compreensões que circunscrevem suas vivencias comunicacionais. Alem de criarmos intimidade nas trocas de conteúdos, prospectamos em um objetivo não menos importante, a diminuição de trancamentos ou desistências da disciplina, o qual creditamos à aproximação e escuta aos alunos:

Melhoramos a taxa de aprovação em Jornalismo, de 79,6% em 2012 para 90,5 em 2013. Tomamos como taxa de aprovação o número de alunos aprovados na disciplina proporcionalmente ao total da turma, levando em conta trancamentos, abandonos e reprovações. Em Radialismo, tivemos uma melhora em 2013.1 (86,7%) em relação a 2012 (85%), mas em 2013.2 ficamos em 71,4%, pelo fato de seis trancamentos, dois abandonos e dois alunos que nunca compareceram em sala. O desafio do curso de Radialismo é que muitos alunos entram no primeiro semestre por segunda ou terceira opção. Não seria, de fato, o curso que desejariam. O que não acontece com os cursos de Publicidade e Jornalismo. Em Publicidade, notamos uma melhora no índice de aprovação em relação à turma do segundo semestre de 2012 (85,4%), pois em 2013.1 alcançamos 92,8%. (LACERDA, 2013, Pag 3) - Virtualidade estreitando laços Após os primeiros contatos com as turmas, percebemos que poderíamos continuar com os intercâmbios em um novo âmbito, o virtual. Como produto desse desejo, foi criado um grupo no SIGAA, Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas, que chama-se Práxis Serve! Teoria da Comunicação, no qual os alunos e monitores compartilhavam ideias, anseios e experiências durante a disciplina. Nesse grupo, realizaram-se desafios semanais, que consistiam em questões elaboradas pelos monitores, que deviam ser respondidas pelos discentes. Funcionava, basicamente, como um estímulo aos alunos para estudar as teorias passadas a cada encontro. Além disso, foi criado um grupo no Facebook, pois grande parte dos alunos estavam conectados a essa rede digital. O objetivo, então, foi aproximar monitores e alunos para otimizar a troca de conhecimentos, uma vez que: O computador e a Internet propiciaram mudanças no âmbito do trabalho, do estudo, do lazer e das relações pessoais, assim como a intensificação das trocas materiais e humanas pelo desenvolvimento dos transportes e a troca cultural realizada pela Indústria Cultural através das mídias tradicionais. (BRITTO, 2009, Pág. 173)

Além dos grupos virtuais, os monitores realizavam atendimentos presenciais para tirar dúvidas e trocar textos com os alunos, pois o processo do digital não é em substituição, é em relação e, às vezes, em reconfiguração (BRITTO, 2009, pág. 137). Reconfigurados, conseguimos harmonizar as ferramentas a nossa disposição, auxiliando-os nas atividades da disciplina e encorajando-os para produções mais autônomas. Na etapa final da disciplina foram desenvolvidas as capacidades em torno da produção audiovisual. Essas capacidades foram trabalhadas junto a temas chaves do conteúdo programático da disciplina, para discutir e realizar a melhor forma de traduzir conceitos e teorias em uma narrativa audiovisual. Nessa fase ministramos oficinas de produção de vídeo: enquadramentos, iluminação, roteiro etc. Sendo marcante a liberdade criativa nesse processo. Concomitante à produção audiovisual, essa etapa final era integrada por um caso concreto analisado e estudado por pesquisadores em forma de artigo, lido por cada grupo, com a feitura de uma proposta de artigo fomentada pelos alunos. Vale ressaltar que nessa estagio, as atividades não são meramente intuitivas, pois: Ou seja, o saber qualifica, transforma, renova, refina, dá sustentação ao fazer. Eles percebem que o fazer não é somente intuitivo ou aquilo que se aprende fazendo, mas que se faz também, e melhor, pensando, projetando, especulando o que se quer fazer. (LACERDA,2013, Pag.4) - Rotina curiosa incentivando à pesquisa como estilo de vida. Nós, alunos monitores, a partir do momento que entendemos a proposta do projeto de melhorar as compreensões e aplicabilidades da teoria da comunicação, tivemos que amadurecer primeiramente esses ideais em nós, sendo necessária uma rotina que se desvendou prazerosa e produtiva. A partir das reuniões semanais, já relatadas anteriormente, desenvolvemos o exercício da leitura critica dos autores teóricos, correlacionando-as com a produção de

fichamentos, os quais demonstravam a forma como nós estávamos nos relacionando com os conceitos. Juntamente com nosso Professor orientador, fazíamos a reflexão de nossas considerações, sendo crucial esse momento, pois éramos provocados a aperfeiçoar e renovar ideias. Nesse ambiente também eram expostas nossas sugestões de materiais auxiliares a serem passados em sala, percebíamos nossas observações teóricopráticas sendo refinadas nesses encontros. O incentivo a pesquisa bibliográfica foi extremamente importante para que aumentássemos o acervo de referenciais em nossas monitorias, e para que pudéssemos estar em um continuo amadurecimento em relação à pesquisa, considerando a tímida relação que ainda persiste entre pesquisa e graduação. Marialva Barbosa aponta isso com lucidez: Se bem que em tais instituições a pesquisa não assuma, ainda hoje, o caráter de ação prioritária. Elas continuam a se dedicar preferentemente ao ensino, vale dizer, à transmissão de conhecimento em sala de aula, relegando a pesquisa a uma posição secundária. Sua emergência depende da iniciativa isolada de professores que se interessam pela criação do conhecimento novo do que do patrocínio e a iniciativa institucional. (BARBOSA,2007. Pág. 14) O projeto A Articulação entre Teoria e Prática na Vivência Didática da Disciplina Teoria da Comunicação incentiva alunos monitores e alunos da disciplina a transcenderem os aspectos profissionalizantes hoje encontrados na graduação (BARBOSA 2007), e desenvolverem suas técnicas e interesses na pesquisa, o que evidencia a pluralidade do projeto, visto que: [...] não há sentido em estabelecer a dicotomia entre pesquisador profissional x pesquisador acadêmico. O pesquisador cientifico é um só, independe do seu espaço de atuação. Quer ele trabalhe na empresa, no governo, na universidade ou nos movimentos sociais, sua competência cientifica constitui o único instrumento de legitimação social. (MELO DE MARQUES, 1991 Pag.98) João Pedro Sousa (2006, p.613) dita atribuições desse pesquisador cientifico: A pesquisa científica visa à resolução de problemas fenomenológicos ou o esclarecimento de dúvidas sobre a realidade perceptível. Resultando em um incentivo a indivíduos mais curiosos, indagadores e inquietos, encorajados a ultrapassar o empirismo despropositado.

Considerações finais: Explicitando algumas de nossas considerações, Juciano de Souza Lacerda, o professor orientador do projeto reitera: Avaliamos que o caráter pedagógico inovador do nosso projeto de ID é o contínuo esforço de discutir teoria a partir da perspectiva da práxis, ou seja, da relação complexa entre teoria e prática, em que estas são complementares e indissociáveis no processo de produção no campo do jornalismo, da publicidade e propaganda e do radialismo. Desta forma, o desenvolvimento prático da produção audiovisual como forma de traduzir conceitos teóricos em imagens, narrativas, estórias, situações ordinárias das mais criativas, possibilitaram os alunos a desenvolver sua criatividade e perceber que essa criatividade pode ser potencializada pela teoria. (LACERDA,2014 PAG.3) Além de incentivar a união entre teoria e pratica como base de uma criatividade original e crítica, o projeto desenvolvido na disciplina teoria da comunicação, conseguiu estabelecer um ambiente predisposto a absorção de conhecimento e praticas de ensino e estudo, que serão moldadas e intensificadas ao decorrer da carreira curiosa dos envolvidos no projeto. Isso diz respeito ao: Incentivo aos monitores à docência e ao ensino metódico, implementação da leitura como instrumento imprescindível em produções futuras, exploração das artes como produção cientifica, compromisso com a universidade tendo-a como ambiente fértil para projetos e aspirações, percebendo que um universo multifacetado e profundo nos é aberto na universidade quando amadurecemos o pesquisador que há em nós. O avanço animador que conseguimos desde o inicio do projeto, nos faz acreditar que projetos similares a esse, quando replicados com compromisso e liberdade experimental, tem um potencial transformador de hábitos, que se revela imprescindível para pensar-se em um novo ambiente aos recém inseridos na vida acadêmica.

Referencias: BRITTO, Rovilson Robbi. Cibercultura sob o olhar dos Estudos Culturais. Paulinas, São Paulo: 2009. MARQUES DE MELO, José. Comunicação e Modernidade: O ensino e a pesquisa nas escolas de comunicação. Loyola, São Paulo:1991 BARBOSA, Marialva (org). Vanguarda do Pensamento Comunicacional Brasileiro: As contribuições do Intercom (1977-2007). 1º Ed.INTERCOM. 2007. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. EGA, São Paulo. 1996. SOUSA, João Pedro.Elementos da Teoria e da Pesquisa em Comunicação dos Media. Porto, Rio Grande do Sul. 2006. LACERDA DE SOUZA, Juciano. Relatorio Parcial do Projeto de Ensino: A Articulação entre Teoria e Prática na Vivência Didática da Disciplina Teoria da Comunicação :. SIGAA- UFRN, Rio Grande do Norte. 2014.