Citologia Genital Normal. Prof. Dr. Fernando Ananias



Documentos relacionados
Elementos normais em esfregaços cérvicovaginais

ATLAS DE CITOLOGIA GINECOLÓGICA. José Eleutério Junior 2008

Simone Maia, CMIAC ANACITO / SLAC sevaristo@uol.com.br

Citologia Clínica. Profa. MsC Priscila P. S. dos Santos

TROCANDO IDÉIAS XIV 27 a 29 de agosto de 2009 Centro de Convenções do Hotel Flórida Catete - Rio de Janeiro - RJ

Exame de Papanicolaou. para Diagnóstico da Flora. Vaginal

Células glandulares endometriais: típicas e atípicas. Profª Marcia P. Paim Bióloga/Citotecnologista DIPAT - INCa

CAPÍTULO 16 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS GENITAIS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Infecções Vulvo-vaginais

Nomenclatura Brasileira. Norma Imperio DIPAT

PREFEITURA MUNICIPAL DO MORENO Concurso Público 2009 Cargo: Citotécnico / Nível Médio CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

BETHESDA 2001 Versão portuguesa

O perfil do Citotecnologista em Angola

Citologia oncótica pela Colpocitologia

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS. C) apenas II, III e IV D) I, II, III e IV

Vulvovaginites Recorrentes. Maristela Vargas Peixoto

avaliar : como Prof Simone Maia Presidente ANACITO presidente@anacito.org.br

Vulvovaginites. Aline Estefanes Eras Yonamine

ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICO E DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE CANDIDA

CFU - E CFU - G CFU - GM. CFU - Meg

Relação do exame citológico com a utilização de hormônios

Iª Jornada Internacional de CITOTECNOLOGIA. Lesões Glandulares. Anormalidades Epiteliais Glandulares. Marilene F do Nascimento

Monte da Pube Não é um órgão, mas uma região ou limite, segundo Benson, é um coxim arredondado de tecido adiposo coberto de pêlos, que possui

LESÕES GLANDULARES EM CITOLOGIA CERVICOVAGINAL: CONVENCIONAL, THINPREP E SUREPATH

IFCPC TERMINOLOGIA COLPOSCÓPICA DO COLO DO ÚTERO

CAPÍTULO 16 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS GENITAIS: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. José Eleutério Junior Francisco das Chagas Medeiros Raquel Autran Coelho

CORRIMENTO VAGINAL (VULVOVAGINITES) UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Setor de Genitoscopia Prof André Luis F. Santos 2010

Infecções ginecológicas. - Vulvovaginites e DIP -

Histologia do sistema genital feminino. Células. superficiais. Células. intermediárias. Células. parabasais. Células. basais.

VULVOVAGINITES XXIII CONGRESSO MÉDICO ESTADUAL DA PARAÍBA MT/CCS/DMI/HULW

PALAVRAS-CHAVE Exame Papanicolaou. Câncer do Colo do Útero. Resultados.

Assine e coloque seu número de inscrição no quadro abaixo. Preencha, com traços firmes, o espaço reservado a cada opção na folha de resposta.

A Parede Celular em Bactérias

Citopatologia I Aula 3

Carcinoma Escamoso Invasor

Saúde da Mulher. Ana Cristina Pinheiro. Saúde da Mulher

Professor Fernando Stuchi


Citopatologia mamária. Histologia da mama feminina

Comissão de Processos Vestibulares 09/02/2014. Médico Citopatologista Geral

CÂnCER DE EnDOMéTRIO. Estados anovulatórios (ex: Síndrome dos ovários policísticos) Hiperadrenocortisolismo

UICC HPV e CÂNCER CERVICAL CURRÍCULO

Prevenção do cancro do colo do útero

Aparelho Reprodutor Feminino

HPV e Câncer Cervical. Brunna L. Misael Alves Programa de Oncovirologia Departamento de Genética

BAYCUTEN N I) IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO. clotrimazol acetato de dexametasona

ATIPIAS DE SIGNIFICADO INDETERMINADO

ATLAS DE CITOLOGIA E HISTOLOGIA VETERINÁRIA I. Dra. Madalena Monteiro Doutor Pedro Faísca

Identificação de microrganismos em citologias cervico-vaginais em meio líquido Surepath. Resultados do Estudo Rodeo.

vulva 0,9% ovário 5,1%

EMBRIOLOGIA HUMANA. -Disciplina: Genética e Embriologia. -Profª: Ana Cristina Confortin -2014/1

Declaração de Conflitos de Interesse

Apresentação de Caso Clínico L.E.M.D.A.P.

REVISÃO PROTOZOÁRIOS, FUNGOS, PORÍFEROS E PLATELMINTOS

A região do colo uterino onde ocorre metaplasia escamosa é denominada de zona de transformação.

TD DE CIÊNCIAS 8ª. série PROFa. Marjory Tôrres. INTRODUÇÃO À GENÉTICA Os princípios básicos da Hereditariedade

[T] [I] Analysis of the results of preventives examinations and cervical cancer screening in a gynecological clinic in Curitiba, PR

CITOLOGIA ONCÓTICA CÂNCER

Procedimentos Técnicos. NOME FUNÇÃO ASSINATURA DATA Dr. Renato de Lacerda Barra Filho Dr. Ivo Fernandes. Gerente da Qualidade Biomédico

Colposcopia na Gravidez

FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Microbiologia do trato genital

COMO ATUAR NO DIAGNÓSTICO PRÁTICO E TRATAMENTO DO CORRIMENTO GENITAL FEMININO E CERVICITES

LEUCORRÉIA (CORRIMENTOS GENITAIS)

Ciclo Sexual ou Estral dos Animais Domésticos Prof. Dr. Wellerson Rodrigo Scarano Departamento de Morfologia Instituto de Biociências de Botucatu

Cédula de R$ 100,00. R$ 100,00 Dimensões: 140 x 65 mm. Cor predominante: azul

Matéria Escura. Introdução à Cosmologia 2012/02

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS. Professora Daiana Escola La Salle Águas Claras 8º ano

Keratin plug. Squamous epithelium. Lactiferous sinus. Interlobular ducts. Lobule with acini. Terminal (intralobular) ducts. Lobules.

Autópsia-Carcinoma de Reto

Unidade II Vida e ambiente Aula 7.1 Conteúdo: Métodos Contraceptivos.

Organismo. Sistemas. Órgãos. Tecidos. Células

Quais hormônios regulam a ovogênese?

Ectopia cervical: relação com CA colo? predisposição para DST?

ABORDAGEM DO ADENOCARCINOMA IN SITU

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DO CANCER CERVICAL DE MANITOBA PAPA NICOLAU. Entenda os resultados

Reprodução dos Seres Vivos Reprodução Humana Extras. Sistema Reprodutor. Prof. Thiago Lins. 1 /32

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Sistema Reprodutor Feminino

ANATOMIA I Profª Ingrid Frederico Barreto ICA 1 ESTUDO DIRIGIDO: OSSOS. Objetivo: Ajudar o estudante a rever os conteúdos de forma aplicada.

cartões de bolso serié 3 Transmissão das ITS

PROTOZOÁRIOS PARASITAS INTESTINAIS

CLOTRIGEL. Glenmark Farmacêutica Ltda. Creme vaginal 100 mg/5g. Clotrigel_VP01

Monera. Protista. Fungi. Plantae. Animalia. Tipo de nutrição. Exemplos. Organização celular. Reino / Critério. Autotróficos. Procariontes Unicelulares

VAGINOSE CITOLÍTICA: COMO ABORDAR

5 Caracterização por microscopia eletrônica de transmissão

ANATOMIA DO TÓRAX POR IMAGEM. Prof. Dante L. Escuissato

Embriologia humana: primeira semana de desenvolvimento embrionário

Transcrição:

Citologia Genital Normal Prof. Dr. Fernando Ananias 1

CÉLULAS ESCAMOSAS A: células superficiais (seta) = 40-60um Núcleos picnóticos;cromatina densa;citoplasma amplo cianofílico ou eosinofílico;granulação fina perinuclear(lipídeos) B: células intermediárias = 30-40um;citoplasma amplo cianofílico * aumenta deposição de glicogênio = célula navicular na gravidez e na menopausa C: células parabasais; 15-30um;núcleo volumoso;citoplasma cianofílico. Comum em: Mulheres menopausadas; Mulheres pré-menarca Processo infeccionso D: células metaplásicas. Ectocérvice normal: células escamosas intermediárias basofílicas e células superficiais com citoplasma basofílico ou eosinofílico 2

Esfregaço do meio do ciclo (fase ovulatória): células escamosas superficiais eosinofílicas, fundo limpo. Esfregaço do meio do ciclo (fase ovulatória): muco cervical formando estruturas cristalizadas tipo folhas de samambaia e células escamosas superficiais eosinofílicas 3

Fase luteínica com lactobacilos abundantes e citólise (núcleos nus e restos citoplasmáticos no fundo) e células escamosas basofílicas com citoplasma dobrado CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS Diferentes tipos de células glandulares endocervicais A e B: células secretoras; C: células ciliadas; D: núcleos nus de células glandulares endocervicais. 4

CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS CILIADAS Células glandulares normais do tipo ciliadas (setas) ou do tipo secretoras (elipses). CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS CILIADAS Células endocervicais normais do tipo ciliadas 5

CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS CILIADAS E SECRETORA Células glandulares endocervicais normais do tipo ciliadas ou do tipo secretoras (elipse). Os núcleos apresentam quase a mesma morfologia, exceto pelos contornos das células secretoras CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS SECRETORAS Células colunares secretoras normais com núcleos em posição basal (aspecto em paliçada) 6

CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS COLUNARES Células glandulares colunares normais, com polarização nuclear, em um fundo inflamatório com células vermelhas sanguíneas dispersas CÉLULAS GLANDULARES ENDOCERVICAIS COLUNARES Citologia em meio líquido: detalhes morfológicos de um grupamento de células colunares endocervicais 7

CÉLULAS ENDOMETRIAIS X CÉLULAS ENDOCERVICAIS Comparação entre células endometriais (lado esquerdo) e células endocervicais colunares (lado direito) CÉLULAS ENDOMETRIAIS E ESCAMOSAS Esfregaço coletado no período menstrual: aglomerado de células endometriais normais com núcleos pequenos e escuros, em meio a células escamosas 8

Citologia Genital Inflamatória Cérvice com inflamação leve: uma célula escamosa superfícial com citoplasma eosinofílico e polimorfonucleares, histiócitos (seta preta) e macrofágos (setas violetas) 9

Inflamação leve em endocérvice normal: células endocervicais Glandulares secretoras (elipse), com histiócitos (seta) e polimorfonucleares A: Cândida. B: Trichomonas vaginalis. C: Herpes. D: Gardnerella vaginalis. 10

Actinomicose: aglomerados típicos de material pseudofilamentoso. Esfregaço de uma mulher em uso de DIU. Fundo inflamatório, células escamosas com halo perinuclear claro e núcleo hipercromático de tamanho aumentado (seta violeta): infecção por Trichomonas vaginalis (seta preta: parasita). 11

Esfregaço ectocervical: microfilarias do tipo Wuchereria bancrofti. Gardnerella vaginalis: as bactérias são visualizadas no fundo, principalmente encobrindo as células escamosas resultando em células indicadoras (clue cells) (setas). Não há citólise. Os polimorfonucleares são ausentes ou raros. 12

Infecção herpética: células mononucleares com inclusão viral intranuclear (setas). Candidíase: hifas (seta violeta) e esporos (elipses) são evidentes nesse aumento. Células intermediárias com núcleos aumentados (seta preta) 13