UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UEG UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FABRÍCIO NUNES DA MATA MONTALVÃO



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UEG UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FABRÍCIO NUNES DA MATA MONTALVÃO ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS COMPONENTES DAS FACHADAS ANÁPOLIS / GO 2011

ii FABRÍCIO NUNES DA MATA MONTALVÃO ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS COMPONENTES DAS FACHADAS PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOÍAS. ORIENTADORA: VALÉRIA CONCEIÇÃO MOURO COSTA ANÁPOLIS / GO 2011

iii FICHA CATALOGRÁFICA Montalvão, Fabrício Nunes da Mata Análise do desempenho dos componentes das fachadas. / Fabrício Nunes da Mata Montalvão Anápolis: Universidade estadual de Goiás Curso de Engenharia Civil, 2011. (ENC/UEG, Bacharel, Engenharia Civil, 2006) Projeto Final Universidade Estadual de Goiás. Unidade de Ciências Exatas e Tecnológicas. I. Montalvão, Fabrício Nunes da Mata II. Título III. Monografia CD ROM 1. Fachada 2. Desempenho 3. Revestimento 4. Durabilidade REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MONTALVÃO, F. M. N. Análise do desempenho dos componentes das fachadas. Anápolis, GO, 58p. 2011. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Fabrício Nunes da Mata Montalvão TÍTULO DA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL: Análise do desempenho dos componentes das fachadas GRAU: Bacharel em Engenharia Civil. ANO: 2011. É concedida à Universidade Estadual de Goiás a permissão para reproduzir cópias deste projeto final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste projeto final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. Fabrício Nunes da Mata Montalvão Rua 33, nº 86, Vila Formosa 1ª etapa 75100-550 Anápolis/GO Brasil engfabriciomontalvao@gmail.com

iv FABRÍCIO NUNES DA MATA MONTALVÃO ANÁLISE DO DESEMPENHO DOS COMPONENTES DAS FACHADAS PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTDUAL DE GOÍAS COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL. APROVADO POR: VALÉRIA CONCEIÇÃO MOURO COSTA, M. Sc. (ORIENTADORA) CLÁUDIO MARRA ALVES, M. Sc. (EXAMINADOR INTERNO) JULIANO RODRIGUES DA SILVA, M. Sc. (EXAMINADOR INTERNO) DATA: ANÁPOLIS/2011

v RESUMO A análise do desempenho de fachadas fornece subsídios relativos às técnicas construtivas e aos materiais utilizados, permitindo a compreensão da compatibilidade construtiva dos componentes que interliga a durabilidade do edifício. O comportamento do revestimento de fachadas tem a preocupação das incidências de manifestações patológicas, que podem requer manutenção ou recuperação de suas fachadas. O objetivo principal deste projeto é analisar o desempenho de fachadas de três edifícios situados na cidade de Anápolis GO. A metodologia a utilizada será uma análise do desempenho do revestimento, sugestão para prevenir as incidências patológicas futuras e a conscientização da manutenção preventiva da fachada. As investigações das fachadas dos edifícios se deram por depoimentos do engenheiro de execução da obra, que também vem acompanhando pós-entrega do empreendimento. O comportamento das fachadas está claramente interligado com método executivo do revestimento e a manutenção pós-ocupação. Conclui-se, portanto, que independente do tipo de revestimento da fachada pode-se evitar algumas patologias, a partir de planejamento do projeto executivo de revestimento externo e, orientações em manutenções preventiva da fachada. Palavras chave: Fachadas; Desempenho; Durabilidade.

vi ABSTRACT The performance analysis provides facade grants relating to construction techniques and materials used, enabling constructive understanding of the compatibility of the components that connect the durability of the building. The behavior of the cladding has a concern that the incidence of pathological manifestations, which may require maintenance or recovery of their facades. The main objective of this project is to analyze the performance of facades of three buildings in the city of Anapolis - GO. The methodologies to be used will be an investigation into the facade of the building process by identifying the behavior after the coating run, suggestions for preventing future incidents and pathological awareness of preventive maintenance of the facade. Investigations of the facades of buildings are testimonies given by the engineer carrying out the work, which also accompanied the post-delivery of projects. The behavior of the facades is clearly connected with the Execute method of the coating and post-occupancy maintenance. We conclude, therefore, that regardless of the type of finish of the facade, you can prevent some diseases from the project planning executive outer covering and guidance on preventive maintenance of the facade. Keywords: Facades; Performance, Durability.

vii Lista de Figuras Figura 2. 1 Metodologia de avaliação de desempenho NBR 15.575-1 (ABNT, 2007).... 4 Figura 2. 2 - Camada constituinte de revestimento cerâmico (ANTUNES, 2010).... 9 Figura 2. 3 - Revestimento em camada dupla (ANTUNES, 2010).... 9 Figura 2. 4 - Fatores que influenciam nos SRF (SILVA, 2009).... 10 Figura 2. 5 - Modificações ocorridas no sistema de revestimento de argamassa: (a) revestimento tradicional; (b) revestimento de camada única; (c) revestimento decorativo de monocamada aplicado sobre alvenaria e revestimento decorativo monocamada aplicado sobre a estrutura e concreto (PIOVEZAN e CRESCENCIO, 2003)... 15 Figura 2. 6 - Desplacamento localizado no emboço (Fonte: GOOGLE IMAGENS, 2011).... 18 Figura 2. 7 - Junta de movimentação deteriorada (ANTUNES, 2010).... 19 Figura 2. 8 - Destacamento de pintura (Fonte: GOOGLE IMAGENS, 2011).... 20 Figura 2. 9 - fissuração por movimentação diferenciada (FIGUEROLA, 2006).... 21 Figura 2. 10 - Destacamento causado pela má preparação da massa (FIGUEROLA, 2006)... 21 Figura 4. 1 - Vista da fachada do edifício A... 29 Figura 4. 2 - Vista dos lados do edifício A.... 30 Figura 4. 3 - Fachada com acabamento travertino... 31 Figura 4. 4 - Indicação do aparecimento de trinca.... 32 Figura 4. 5 - Detalhe do tratamento da trinca (SAINT-GOBAIN 2009)... 33 Figura 4. 7 - Vista da fachada do edifício B... 33 Figura 4. 8 - Vista dos lados do edifício B.... 34 Figura 4. 9 - Indicação do aparecimento de fissura.... 35 Figura 4. 10 - Vista da fachada do edifício D... 36 Figura 4. 11 - Vista dos lados do edifício C.... 37 Figura 4. 12 - Indicação do aparecimento de trinca.... 39 Figura 4. 13 - Indicação da diferença de tonalidade.... 40

viii Lista de Tabelas Tabela 2. 1 - Fatores que determinam na trabalhabilidade de argamassa (SOUSA, 2005, citado por ANTUNES, 2010)... 12 Tabela 2. 2 - Requisitos analisados e especificação (FILHO, 2011)... 14 Tabela 2. 3 - Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras (CARAZEK, 2010).... 22 Tabela 4. 1 - Roteiro dos componentes da fachada do edifício A... 29 Tabela 4. 2 - Roteiro dos componentes da fachada do edifício B.... 34 Tabela 4. 3 - Roteiro dos componentes da fachada do edifício C.... 36

ix SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 1 1.1 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA... 1 1.2 OBJETIVO... 1 1.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA... 2 2 DESEMPENHO DE FACHADA... 3 2.1 DEFINIÇÃO... 3 2.2 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO... 3 2.3 ENSAIOS DE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO... 5 2.4 MANUTENABILIDADE DE FACHADAS... 6 2.5 DURABILIDADE EM FACHADAS DE EDIFÍCIO... 7 2.6 SISTEMAS DE REVESTIMENTO DE FACHADAS... 8 2.6.1 Definição... 8 2.6.2 Elementos de fachadas... 9 2.6.2.1 Base ou substrato... 10 2.6.2.2 Chapisco... 11 2.6.2.3 Emboço, reboco, camada única... 12 2.6.2.4 Argamassa Colante... 13 2.6.2.5 Acabamento decorativo... 15 2.6.2.6 Argamassa de rejunte... 16 2.7 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO DE FACHADAS... 16 2.7.1 Patologia em sistema de alvenaria... 17 2.7.2 Patologia do sistema de revestimento de argamassa... 17 2.7.3 Patologias em revestimento cerâmico... 19 2.7.4 Patologias do sistema de revestimento de pintura... 20 2.7.5 Patologias em monocamada... 21 2.8 PRINCIPAIS CAUSAS DAS PATOLOGIAS... 22 2.8.1 Causas associadas aos materiais... 22 2.8.2 Causa associado à dosagem ou traço... 22 2.8.3 Causas na especificação... 23 2.8.4 Causa decorrente do processo executivo... 24

x 2.8.5 Causas decorrentes da ação de fatores externos... 25 3 METODOLOGIA... 26 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 26 3.2 DEFINIÇÕES DAS VARIÁVEIS CONTROLADAS E DE RESPOSTA... 26 3.3 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA UTILIZADA... 26 4 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS DE CASO... 28 4.1 ABORDAGEM TÉCNICA DAS EDIFICAÇÕES... 28 4.2 PERÍCIA REALIZADA NOS ESTUDOS DE CASOS... 28 4.2.1 Revestimento em argamassa decorativa... 28 4.2.2 Revestimento com pintura... 33 4.2.3 Revestimento cerâmico... 36 4.3 ANÁLISE GLOBAL DOS EDIFÍCIOS INSPECIONADOS... 40 4.4 ELABORAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO DE FACHADA... 41 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 43 5.1 CONCLUSÕES... 43 5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 45

1 1 INTRODUÇÃO 1.1 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA DO TEMA Desde primórdios da humanidade, o homem sempre se preocupou em abrigar-se, inicialmente em cavernas protegendo do tempo e de animais selvagens. Ao longo dos anos, o homem sentiu necessidade de elaborar abrigos mais seguros, surgindo às primeiras construções feitas com materiais disponíveis na região. Portanto, o homem busca edificações mais duráveis, sólidas, confortáveis e seguras (GUIMARÃES, 2003). Existe a preocupação em construir edifícios que apresentam alto potencial de durabilidade, que é alcançada através do avanço na tecnologia e na ciência dos materiais. Também se têm buscado especiais cuidados à manutenção e na utilização dos edifícios (GUIMARÃES, 2003). Mesmo com a atenção voltada à durabilidade e manutenção das construções, percebem-se patologias nos revestimentos de fachadas em edifícios com vida útil curta. Exemplos de patologias comuns são: falhas provenientes de especificações de projeto, problemas com relação à durabilidade e qualidade dos materiais, falta ou insuficiência de operações de manutenção (SILVA, 2009). O presente trabalho se justifica em analisar o desempenho da fachada desde seu método executivo até após a entrega do investimento incluindo a importância da manutenção da fachada. O processo construtivo do revestimento considerará também a mão-de-obra que utilizou e a qualidade dos materiais aplicados. 1.2 OBJETIVO O objetivo principal do presente trabalho é analisar o desempenho do revestimento de fachada de edifícios da cidade de Anápolis-Go, ou seja, as vantagens e desvantagens do processo construtivo e manutenção das mesmas, consequentemente propor um conceito de iniciar um projeto com os requisitos e critérios de seu desempenho dividindo em quatro níveis: 1. Definir quais são os requisitos prioritários do revestimento das fachadas;

2 2. Adoção dos critérios de desempenho para os requisitos; 3. Definições da avaliação dos componentes do revestimento de fachadas e seu desempenho; 4. Finalizando com indicativos de projetos a serem adotadas no processo executivo da fachada. 1.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA O presente trabalho se estrutura da seguinte forma: a) O capítulo 1 apresenta a importância do tema a ser estudado. Aborda o objetivo geral da pesquisa, assim como a estruturação do estudo de caso. b) O capítulo 2 aborda uma revisão bibliográfica com a fundamentação teórica, abordagens sobre o sistema de revestimento de fachada, as principais patologias que ocorrem em fachadas de edifícios e, os seus mecanismos de incidência. c) O capítulo 3 mostra a metodologia proposta e, a apresentação das atividades a serem realizadas. d) O capítulo 4 aborda os estudos de casos inspecionados e sugestões para uma melhor definição do processo construtivo e de manutenção da fachada, uma análise global desse estudo. e) No capítulo 5 são tecidos de conclusões e sugestões para abordagem do tema em pesquisas futuras. f) O capítulo 5 apresenta a referência bibliográfica utilizada no trabalho.

3 2 DESEMPENHO DE FACHADA 2.1 DEFINIÇÃO O conceito desempenho implica quais condições devem ser satisfeitas pelo produto, tanto nível no requisito, como no critério e, métodos de avaliação, quando submetido às condições normais em uso, segundo NBR 15.575-1 (ABNT, 2007). Essas definições indicam os níveis de segurança, sustentabilidade e habitabilidade do edifício e de suas partes (SILVA, 2009). A norma de desempenho é utilizada como um procedimento de avaliação do desempenho de sistemas construtivos, onde estabelecem parâmetros de mercado para minimizar a não conformidade e, alcançar patamares mais diferenciados de desempenho como diferencial de produto (ANTUNES, 2010). O processo de avaliação do desempenho consiste em analisar o produto quando submetido às condições de exposição de uso e, o seu comportamento durante sua vida útil em relação às ações submetidas. 2.2 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO A avaliação do desempenho de fachadas está interligada a exigência dos usuários e as condições de exposição que estão submetidos às mesmas, como os elementos e componentes. Nesse conceito determinam os requisitos e critérios atendidos pelos edifícios e suas partes qualitativamente e quantitativamente que são: os requisitos de desempenho, o critério de desempenho e método de avaliação (ANTUNES, 2010). A exigência dos usuários pode ser explicada como segurança, habitabilidade e sustentabilidade, como apresentada na Figura 2.1.

4 Figura 2. 1 Metodologia de avaliação de desempenho NBR 15.575-1 (ABNT, 2007). Uma explicação minuciosa para esses critérios de identificação das exigências dos usuários é explicada por Filho e Hellene (1998). 1. Habitabilidade: a) Estanqueidade: os requisitos e critérios limitam a permeabilidade do ar em fachadas e coberturas de modo que garanta o conforto térmico. Quanto a estanqueidade a água os requisitos e critérios devem garantir aos elementos dos edifícios à água provenientes de chuvas, do solo e operações de limpeza e/ou uso. b) Conforto térmico: essa avaliação está interligada a partir de soluções construtivas e materiais empregados considerando-se as variações climáticas regionais. c) Conforto acústico: nos requisitos e critérios de desempenho, é avaliado pelo isolamento sonoro de elementos em relação a ruídos externos e internos produzido em recintos adjacentes, inclusive ruído proveniente de habitações próximas e ruído de equipamentos hidráulicos. Dessa maneira mantém à privacidade acústica dos usuários. 2. Sustentabilidade: a) Durabilidade: os requisitos e critérios de desempenho devem ser avaliados pela ação do calor, umidade, radiação ultravioleta, intempéries, atmosferas poluidoras, água, abrasão, agentes de limpeza e agentes biológicos. Para garantir a durabilidade na fase de projeto, considera-se a incompatibilidade de materiais e, detalhes construtivos que afetam o desempenho de fachadas.

5 b) Manutenibilidade: são métodos executivos realizados em edificações e suas partes durante sua vida útil, com objetivo de manter seus desempenhos iniciais. A manutenção é uma ação preventiva para evitar problemas futuros e, não apenas como uma ação corretiva, portanto a manutenção deve ser realizada periodicamente. 3. Segurança: a) Segurança estrutural: os elementos de requisitos e critérios de desempenho da habitação devem garantir que não atinja o estado-limite último e de utilização. O estado limite último é a ruína do elemento ou parte dela seja por ruptura, deformação excessiva ou perda de estabilidade e, o estado limite de utilização está ligado ao comprometimento da durabilidade, seja por fissuração excessiva ou deformações que ultrapasse os limites aceitáveis. b) Segurança contra o fogo: para avaliar a resistência ao fogo devem-se abranger os elementos de cobertura, paredes externas e internas, sendo que as reações contra o fogo visam os elementos de acabamento superficial. Os requisitos e critérios limitam a influência dos materiais e elementos do edifício na alimentação e propagação de um foco de incêndio acidental, interno e externo à habitação, e garantir aos elementos a resistência mínima ao fogo. 2.3 ENSAIOS DE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Na avaliação do desempenho é feita uma investigação, baseada em métodos consistentes, capazes de obter um entendimento objetivo sobre o comportamento esperado do sistema, nas condições de uso definidas. Para adquirir uma avaliação do desempenho, exigese o conhecimento específico do edifício estudado, tais como os materiais e técnicas da construção, além das exigências dos usuários NBR 15.575-1 (ABNT, 2007). Um critério minucioso sobre a avaliação do desempenho consiste na realização de ensaios laboratoriais, inspeções em protótipos ou em campo, simulações e análise de projetos NBR 15.575-1 (ABNT, 2007). Através de coleta de dados adquiridos e, ensaio em geral é realizado um relatório para avaliação do desempenho de fachadas com explicações de identificações das patologias de fachadas identificadas, solicitação de ensaios a serem realizados (nos ensaios terão a

6 explicação e as metodologias a serem seguidas de acordo com referencias normativas) e soluções para inibição dessas patologias. Ensaios realizados para avaliar o desempenho de fachadas são: ensaios de caracterização, ensaios de desempenho, cálculos analíticos e julgamento técnico (FILHO e HELENE, 1998). Nos ensaios de caracterização estão relacionados os materiais e componentes empregados nos elementos, isto é, a determinação das características ou propriedades desses materiais. Os ensaios de desempenho simulam as condições de exposição do elemento de fachada e visa atender as condições de critérios de desempenho estabelecidos. Esse ensaio é conhecido no Brasil como impacto de corpo mole e, ensaios de solicitações transmitidas por peças suspensas ou ensaios de corpo duro, segundo a NBR 15.575-2 (ABNT, 2007). O ensaio de corpo mole é realizado com impacto de um saco de couro tendo como princípio corpo com massa e forma conhecida em movimento pendular, atingindo o componente que provoca deslocamentos, deformações ou rupturas verificáveis, conforme a NBR 15.575-2 (ABNT, 2007). A NBR 15.575-2 (ABNT, 2007) define os ensaios de impacto do corpo duro realizado com impacto de esferas de aço lançada a partir do repouso em queda livre de diferentes alturas, atingindo o componente que provoca depressões verificáveis. Nesse ensaio os componentes da edificação não devem sofrer ruptura ou traspassamento sob qualquer energia de impacto, sendo tolerada a ocorrência de fissuras, lascamentos e outros danos em impactos de segurança. 2.4 MANUTENABILIDADE DE FACHADAS Manutenção de fachadas é um conjunto de atividades realizadas para recuperar ou conservar a funcionalidade de uma edificação e, os critérios constituintes, para atender as necessidades e segurança dos usuários, de acordo com a NBR 5.674 (ABNT, 1999). Segundo a NBR 5.674 (ABNT, 1999), na manutenção de uma edificação devem ser considerados alguns pontos importantes, tais como: Número e dispersão geográfica das edificações; Tipo de uso das edificações; Relações especiais de vizinhança e implicações no entorno da edificação;

7 Tamanho e complexidade funcional das edificações. Para o bom desempenho de um edifício, a manutenção de fachada deve ser preconizada, ainda em fase de projeto, prevendo que facilitem ou permitam o acesso à limpeza, estabelecendo as condições e a periodicidade, que colaboram com a durabilidade da construção (ANTUNES, 2010). A manutenção de fachada podem ser executadas e entendidas segundo Resende et al. (2001): Manutenção não planejada: são conjuntos de atividades realizadas para recuperar o desempenho perdido, devido a causas externas não previstas; Manutenção planejada preventiva: são as atividades realizadas durante a vida útil de uma construção, de maneira a antecipar-se ao surgimento de defeitos, ou seja, execução de atividades baseadas em planejamento e periodicidades fixas, permitindo uma redução de trabalhos extraordinários e menor interferência com a normal utilização do edifício; Manutenção planejada corretiva: são execuções em edificações que recuperam o desempenho perdido. As intempéries, como a umidade e a radiação solar, são os principais inimigos da conservação de fachadas. Em paredes externas de alvenaria revestidas de tijolo, madeira e pedra, a água ajuda na proliferação de fungos. Em contato com sol e chuva, o material da parede dilata e contrai, ocasionando bolhas na pintura, trincas e descolamentos de cerâmicas. Para evitar essas patologias, o ideal é conhecer os cuidados dos acabamentos ao encomendar o projeto de fachada (KOVACS, 2009). 2.5 DURABILIDADE EM FACHADAS DE EDIFÍCIO Segundo NBR 15.575-1 (ABNT, 2007), a durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem imóvel. A qualidade e durabilidade das fachadas, ao longo de toda sua vida útil, dependem de decisões tomadas desde o projeto da edificação até a manutenção e, a reparação dos sistemas adotados, normalmente da responsabilidade do usuário (SOUZA e VERÇOSA, 2003). De acordo com John (1998), são considerados mecanismos de se medir a durabilidade: A função onde o desempenho varia no tempo após a instalação do produto;

8 Por meio da vida útil, ou seja, o período de tempo no qual o produto se mantém com o desempenho acima dos níveis aceitáveis, havendo manutenção rotineira; Através de ensaios comparativos, entre a degradação numa amostra em análise por ambiente definido e, um padrão mínimo estabelecido, como sendo a degradação de um componente padrão. 2.6 SISTEMAS DE REVESTIMENTO DE FACHADAS 2.6.1 Definição Segundo a NBR 15.575-2 (ABNT, 2007), sistema é a maior parte funcional do edifício. Trata-se de um conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir como um macro função que a define, como a fundação, estrutura, vedações verticais, instalações hidrossanitárias e cobertura. Segundo a NBR 13.529 (ABNT, 1995), sistema de revestimento é o conjunto formado por revestimento de argamassa e acabamento decorativo, compatível com a natureza da base, com as condições de exposições, com o acabamento final e o desempenho, previstos em projetos. Portanto é entendível que em um sistema de revestimento de fachada, devem ser levados em consideração, tudo que interfira em sua vida útil e desempenho. As funções de um sistema de revestimento vão desde a proteção à alvenaria, regularização das superfícies, estanqueidade, até as funções de natureza estéticas, uma vez que se constitui do elemento de acabamento final das vedações (BAUER, 2005). Segundo BAUER (2005), os revestimentos em argamassa constituem-se em massa única, quando o acabamento é pintura, e o emboço quando a base é para outros revestimentos (exemplo: cerâmica, conforme Figura 2.2). No revestimento em duas camadas (emboço e reboco) tem-se o acabamento em pintura (Figura 2.3).

9 Figura 2. 2 - Camada constituinte de revestimento cerâmico (ANTUNES, 2010). Figura 2. 3 - Revestimento em camada dupla (ANTUNES, 2010). 2.6.2 Elementos de fachadas Segundo SILVA (2009), as funções dos elementos de fachadas visam: Embelezar e proteger a edificação das intempéries; Promover a segurança e conforto dos usuários; Evitar a degradação dos materiais de construção. Os elementos de fachadas estão associados ao sistema de revestimentos, tais como: base ou substratos, chapisco, emboço, reboco, argamassa colante, acabamento decorativo e

10 argamassa de rejunte. A Figura 2.4 apresenta claramente os fatores que influenciam nos sistemas de revestimentos de fachadas. Figura 2. 4 - Fatores que influenciam nos SRF (SILVA, 2009). 2.6.2.1 Base ou substrato Em se tratando de sistema de revestimento, deve-se incluir desde a base do edifício, até o acabamento a ser aplicado, pois é importante nortear a escolha do revestimento em cada caso e, para isso é avaliado a interação base com a estrutura (ANTUNES, 2010). Bauer (2005) classifica os substratos de diferentes formas: Pela natureza dos materiais constituintes: alvenaria de blocos cerâmicos, blocos de concreto, blocos de concreto celular e os elementos estruturais em concreto (pilar, vigas e lajes); Pela função: elementos de vedação, estruturais; Por suas características físicas: textura, porosidade, capacidade de sucção de água (absorção capilar), propriedades mecânicas. As propriedades mecânicas do substrato, ou seja, os elementos que compõem alvenaria e a estrutura são fundamentais para influência nas características de suporte e

11 ancoragem para os sistemas de revestimentos. Torna-se importante considerar a otimização das características de deformabilidade do sistema de revestimento (BAUER, 2005). O sistema de revestimento deve ser compatível com a natureza do substrato, para o desenvolvimento da aderência, pois a rugosidade superficial do mesmo permite um maior intertravamento do revestimento à base, além de aumentar a superfície de contato, principalmente se a superfície for rugosa e tiver poros abertos. Sabe-se que os substratos rugosos possuem maior área de contato com a argamassa aplicada e, os substratos lisos devem ter as superfícies preparadas com o intuito de torná-las adequadamente rugosas (ANTUNES, 2010). 2.6.2.2 Chapisco O chapisco é um dos elementos de preparação da base, deve apresentar aderência ao substrato e tem a função de regular a capacidade de sucção por parte da base. A espessura média do chapisco situa-se próxima de 5 mm, dependendo das características granulométricas da areia empregada (ANTUNES, 2010). Bauer (2005) classifica os chapiscos em diferentes naturezas: Chapisco convencional: composto da aplicação de uma argamassa fluída de cimento e areia média-grossa (superfície para dar a textura necessária), com o traço de volume da ordem de 1:3 (cimento:areia); Chapisco modificado com polímeros: muito parecido com o chapisco convencional, diferenciando-se pelo emprego de adesivos polímeros látex adicionado à água de misturas; Chapisco rolado: constituem-se da aplicação de uma argamassa de cimento e areia, de traço 1:3, em volume, em que se utilizam areia média. Também podem ser empregados adesivos poliméricos látex. A aplicação é feita com rolo de pintura (rolo para textura), não se devendo fazer movimentos de vai e vem, pois ocasiona selagem dos poros. O substrato deve ter condições muito boas de planeza para uma correta aplicação; Chapisco industrializados: é uma argamassa industrializada a qual se mistura com água, e aplica-se a mesma sobre o substrato com o uso de desempenadeira denteada (processo semelhante à argamassa colante para assentamento de cerâmica).

12 2.6.2.3 Emboço, reboco, camada única Emboço é o corpo do revestimento, cujas principais funções são as vedações, a regularização da superfície e, a proteção da edificação, evitando a penetração de agentes agressivos. O emboço também pode servir de base para outros revestimentos. Dependendo do tipo de acabamento especificado em projeto, o emboço pode se constituir em uma única camada de revestimento cuja função é a regularização da superfície e o acabamento (BAUER, 2005). A geometria da fachada está relacionada à capacidade de aderência do emboço às superfícies de suporte, o preenchimento de juntas e, a correção de irregularidades de parede. A boa aderência está interligada com a quantidade de água existente, o teor de aglomerantes e, o coeficiente de absorção do suporte, portanto o emboço normalmente emprega uma granulometria mais grossa do que as demais argamassas (ANTUNES, 2010). A Tabela 2.1 apresenta os fatores que influenciam na trabalhabilidade da argamassa sabendo-se que está relacionado com a boa aderência do emboço entre outros. Tabela 2. 1 - Fatores que determinam na trabalhabilidade de argamassa (SOUSA, 2005, citado por ANTUNES, 2010) Fatores internos Teor de água muitas vezes definida em função da consistência necessária Tipo de mistura Fatores externos Proporção entre aglomerantes e agregados Tipo de transporte Natureza e teor dos plastificantes (cal, finos, argilosos, etc) Distribuição granulométrica, forma e textura dos grãos do agregado Natureza, teor e princípio ativo dos aditivos Tipo de aplicação no substrato Operações de sarrafeamento e desempeno Características da base de aplicação (tipo de preparo, rugosidade, absorção, etc) Reboco caracteriza-se em uma camada de acabamento dos revestimentos de argamassa, ou seja, uma camada fina com ou sem pintura devendo ter seu acabamento filtrado para após uma aplicação de tinta (ANTUNES, 2010).

13 O revestimento de camada única é aplicado diretamente sobre os substratos, portanto atende as exigências do emboço e da camada de acabamento. Nesse revestimento são necessárias operações específicas de execução, como sarrafeamento e acabamento realizado após sua aplicação. A argamassa para ser sarrafeada deve perder a plasticidade inicial, o que ocorre pela sucção de água, pelo substrato e, por evaporação. Ao executar o sarrafeamento, a argamassa deve esfarelar pelo corte da régua. O sarrafeamento precoce induz ao surgimento de fissuração e, o sarrafeamento retardado exige grande esforço para o corte da argamassa (BAUER, 2005). Segundo BAUER (2005), as espessuras nos revestimentos de argamassa é um problema sério. Espessuras superiores a 5 cm trazem problemas não apenas na sobrecargas, como também de retração e, provável fissuração. 2.6.2.4 Argamassa Colante A argamassa colante é um produto industrializado, à base de cimento, areia e aditivos, cujo preparo em obra exige apenas a adição de água nas proporções indicadas pelo fabricante, formando uma massa viscosa, plástica e aderente empregada no assentamento de peças cerâmicas para revestimentos de paredes e pisos (ANTUNES, 2010). A aplicação desse tipo de argamassa é em camada fina entre 3 mm a 5 mm, com uso de uma desempenadeira denteada, formando cordões e sulcos, havendo uma boa aderência com o emboço e, excelente trabalhabilidade. A Tabela 2.2 apresenta os requisitos e, os limites considerados para verificação da qualidade das argamassas colantes.

14 Requisito Tempo em aberto NBR14083 (2004) Tabela 2. 2 - Requisitos analisados e especificação (FILHO, 2011) Método de ensaio Valor especificado Com a argamassa estendida sobre o substrato-padrão deve-se Com tempo em esperar 15 min para colocação das dez placas cerâmicas sobre aberto de 15 min a os cordões. O conjunto deve passar por 28 dias em cura nas resistência de condições ambientais prescritas na norma; após esse período as aderência deve ser placas cerâmicas são submetidas ao ensaio de arrancamento por 0,5 Mpa tração na velocidade uniforme de (250 ± 50) N/s até a ruptura Resistência de aderência NBR 14084 (2004) (cura normal) Com a argamassa estendida sobre o substrato-padrão deve-se esperar 5 min para colocação das dez placas cerâmicas sobre os cordões. O conjunto deve passar por 28 dias em cura nas condições ambientais precristas na norma; após esse período as placas cerâmicas são submetidas ao ensaio de arrancamento por tração na velocidade uniforme de (250 ± 50) N/s até a ruptura. 0,5 Mpa Resistência de Com a argamassa estendida sobre o substrato-padrão deve-se aderência NBR esperar 5 min para colocação das dez placas cerâmicas sobre os 14084 (2004) (cura cordões. O conjunto deve passar por 28 dias em cura nas submersa) condições ambienteis precristas na norma e então imerso em água até o dia do ensaio de arrancamento, sendo retirado apenas durante o tempo para colagem e secagem das peças metálicas para o ensaio de arracamento. o ensaio de arracamento também é por tração na velocidade uniforme de (250 ± 50) N/s até a ruptura. 0,5 Mpa Marcação NBR 14081 (2004) As embalagens da argamassa colante devem apresentar todas as informações especificadas na norma NBR 14081 - Massa portaria Inmetro nº74 de 25/05/95 e nº140 de 17/10/01 A massa dos sacos deve apresentar a tolerância informada nas portarias citadas ao lado embalagem entre 1 a 10 kg; tolerância de 1,5%; embalagem entre 10 a 15 kg: tolerância de 150g embalagem acima de 15Kg: tolerância de 1%

15 2.6.2.5 Acabamento decorativo Revestimento decorativo monocamada é um produto que altera a forma de execução e a estrutura física do revestimento de fachadas em edifícios. Substitui o tradicional revestimento de argamassa: emboço e reboco (PIOVEZAN e CRESCENCIO, 2003). Segundo CARASEK (2010), o revestimento decorativo monocamada trata-se de um revestimento aplicado em uma única camada, que faz, simultaneamente, a função de regularização e decorativa. A sua composição é variável de acordo com o fabricante, contendo geralmente: cimento branco, cal hidratada, agregado de várias naturezas, pigmentos inorgânicos, fungicidas, além de vários aditivos (como o plastificante, retentor de água, incorporador de ar). A Figura 2.5 ilustra as modificações ocorridas no revestimento de argamassa em fachadas ao longo do tempo do revestimento tradicional até o revestimento decorativo. Figura 2. 5 - Modificações ocorridas no sistema de revestimento de argamassa: (a) revestimento tradicional; (b) revestimento de camada única; (c) revestimento decorativo de monocamada aplicado sobre alvenaria e revestimento decorativo monocamada aplicado sobre a estrutura e concreto (PIOVEZAN e CRESCENCIO, 2003). O processo de produção do revestimento decorativo monocamada é diferente daquele utilizado na produção do revestimento tradicional. O revestimento decorativo monocamada dispensa o emprego de chapisco na alvenaria, a espessura de aplicação é da ordem da metade do utilizado no revestimento tradicional e, dispensa a pintura. A sua aplicação pode ser feita manualmente, ou através de projeção mecânica (PIOVEZAN & CRESCENCIO, 2003).

16 2.6.2.6 Argamassa de rejunte A argamassa de rejunte, conforme a NBR 14.992 (ABNT, 2003), se constitui numa mistura industrializada de cimento Portland e outros componentes homogêneos e uniformes, para aplicação nas juntas de assentamento de placas cerâmicas. Jungiger e Medeiros (2003) destacam com principais funcões do rejunte: Auxiliar no desempenho estético do revestimento: deve-se ressaltar pelo acabamento das juntas, pois quanto mais profundo o friso do rejunte, maior a possibilidade de acúmulo de sujeiras; Estabelecer regularidade superficial: o rejunte tipo frisado seria inconveniente em supermercados, onde a reentrância das juntas poderia expor as bordas das juntas ao impacto danoso, portanto o rejunte tipo plano é mais adequado para essa situação; Compensar variação de bitola e facilitar assentamento das placas; Vedar o revestimento cerâmico: o rejunte nesse caso tem a função de evitar a passagem de agentes deletérios para trás do revestimento, ou seja, tem a função de vedar o revestimento cerâmico. Atuam no impedimento de passagem de água líquida, que pode levar o surgimento de manchas provenientes de lixiviação, danos por ciclos de secagem/umedecimento e, outros danos como eflorescência, corrosão de peças metálicas e, manchamento. Permitir difusão de vapor de água; Proporcionar alívio de tensões. 2.7 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO DE FACHADAS As manifestações patológicas são consequências gradativas de atribuições de fatores, ou seja, danos maiores de patologias é consequência de sobreposições de efeitos (ANTUNES, 2010). Entre as principais manifestações patológicas em revestimento de fachadas cita-se fissuração nas alvenarias, eflorescência, descolamento, destacamento do revestimento cerâmico e trinca.

17 2.7.1 Patologia em sistema de alvenaria A patologia em sistema de alvenaria relaciona-se com fissuração: interface alvenaria/estrutura, nas proximidades de aberturas como janelas e portas, topos de edifícios ou andares superiores (ANTUNES, 2010). A fissura na interface alvenaria/estrutura se localiza paralelamente ao componente estrutural (pilar, viga ou laje) aparecendo às fissuras horizontais ou verticais. A causa decorre de movimentos diferenciais, seja pela deformação de estruturas devido às flechas excessivas em vigamentos de vigas e lajes ou pela deficiência de ancoragem (ANTUNES, 2010). As vergas e as contravergas em aberturas de portas e janelas têm função estrutural nas tensões de cisalhamento ou tração, que evitam a fissuração na alvenaria absorvendo e redistribuindo os esforços na região (FILHO e HELENE, 1998). Fissuras em topo de edifícios são decorrentes de solicitação térmica, ou seja, dada juntas de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, expostos a mesma variação de temperatura (ANTUNES, 2010). 2.7.2 Patologia do sistema de revestimento de argamassa As principais causas de patologias do sistema de revestimento de argamassa citam-se eflorescência, descolamento, fissura na argamassa e falha de juntas. Segundo Carasek (2010) os revestimentos em argamassas, a aderência assume grande importância, pois caso haja falha, podem ocorrer danos a vidas humanas pelo descolamento e pela queda de pedaços de revestimento, a Figura 2.6 ilustra um exemplo desse tipo de patologia.

18 Figura 2. 6 - Desplacamento localizado no emboço (Fonte: GOOGLE IMAGENS, 2011). A permeabilidade à água é a propriedade que relaciona a estanqueidade da parede, portanto o revestimento tem a função de proteger o edifício da infiltração de água. Caso haja umidade nas paredes, ocorrerão manifestações patológicas como eflorescência, descolamento e manchas de bolor e mofo (CARASEK, 2010). O revestimento em argamassa deve também apresentar a capacidade de absorver pequenas deformações, para se deformar em ruptura ou por meio de pequenas microfissuras, de maneira a não se comprometer sua aderência, estanqueidade e durabilidade. Essa propriedade relaciona-se ao módulo de elasticidade e à resistência mecânica da argamassa que poderá influenciar na fissuração da mesma (CARASEK, 2010). Segundo BAUER (2005), as juntas são elementos estratégicos para alívio de esforços nos sistema de revestimento, ou seja, o papel da junta é conduzir a fissuração potencial para uma região localizada na junta. Portanto falhas de juntas manifestam patologias, e para se evitar esse tipo de problema devem atender às características geométricas previstas em projeto, controle durante a execução das juntas, escolha correta de materiais e o atendimento às normas vigentes (ANTUNES, 2010). A Figura 2.7 ilustra manifestação de falhas de juntas.

19 Figura 2. 7 - Junta de movimentação deteriorada (ANTUNES, 2010). 2.7.3 Patologias em revestimento cerâmico As manifestações patológicas em revestimento cerâmico citam-se destacamento de revestimento cerâmico, trincas, gretamento, fissuras e problemas com as juntas de assentamento. Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e a argamassa colante e/ou emboço (FORTENELLE e MOURA, 2004). As trincas, gretamento e fissuras são patologias que aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica, que podem ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluir para um destacamento (no caso de trincas). Essas patologias ocorrem normalmente nos primeiro e nos últimos andares do edifício, geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados (FORTENELLE e MOURA, 2004). A perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento inicia-se logo após a sua execução por meio de limpeza inadequada. A limpeza incorreta da junta pode causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como infiltração de água (FORTENELLE e MOURA, 2004).

20 2.7.4 Patologias do sistema de revestimento de pintura As patologias em revestimento de pintura são bolor ou mofo, saponificação, calcinação, desagregação da pintura, descascamento, manchas, bolhas, crateras e enrugamento. O destacamento da pintura juntamente com o reboco ou aparecimento de bolhas na pintura é causado pela ausência de cura mínimas exigidas no reboco e emboço (OLIVEIRA e DUMÊT, 2006). A Figura 2.8 ilustra a manifestação patológica através de destacamento. As infiltrações de água são causas mais frequentes da deterioração das pinturas causando descascamentos, destacamentos, bolhas, manchas, etc. Pontos de umidade ou vazamentos podem ser devido às infiltrações pelo solo ou tubulações que estejam com falhas em suas instalações, às áreas que não foram devidamente impermeabilizadas como jardineiras e lajes sem telhados expostas ao tempo, às impermeabilizantes desgastadas, infiltrações em banheiros e cozinhas devidas ao desgaste da argamassa de rejunte por serem áreas em contato direto com água ou umidade, etc (OLIVEIRA e DUMÊT, 2006). Figura 2. 8 - Destacamento de pintura (Fonte: GOOGLE IMAGENS, 2011).

21 2.7.5 Patologias em monocamada O processo construtivo desse tipo de revestimento além de aplicado corretamente, também deve atentar com o projeto arquitetônico, pois será decisivo na durabilidade da monocamada. Atentando que falhas na manutenção nesse tipo de revestimento diminuem o desempenho da fachada, provocando correções onerosas e um aspecto estético ruim (FIGUEROLA, 2006). As patologias mais comuns em revestimento de argamassas cimentícias estão na fissuração por movimentação diferenciada e o destacamento causado pelo preparo ineficiente da base, a figura 2.9 e 2.10 relata essas manifestações patológicas. Figura 2. 9 - fissuração por movimentação diferenciada (FIGUEROLA, 2006). Figura 2. 10 - Destacamento causado pela má preparação da massa (FIGUEROLA, 2006). O revestimento em monocamada são texturizados e sujeitos ao acúmulo de poeira e fuligem, comprometendo o aspecto estético da fachada. Portanto recomenda-se uma lavagem periódica com água de dois em dois anos para diminuir o depósito de sujeira. Para melhorar essa lavabilidade é importante que após a execução do revestimento a aplicação de hidrofugantes ou repelentes de água, diminuindo a permeabilidade à água (FIGUEROLA, 2006).

22 Esse tipo de acabamento pode apresentar manchas causadas por hidróxido de cálcio liberado durante a reação de hidratação do cimento, promovendo o branqueamento da argamassa. Acrescenta-se também que os produtos com pigmentos orgânicos estão mais sujeitos a desbotamento do que aqueles que possuem pigmentos inorgânicos (FIGUEROLA, 2006). 2.8 PRINCIPAIS CAUSAS DAS PATOLOGIAS 2.8.1 Causas associadas aos materiais O mercado atual tem passado por um crescente surgimento de novos materiais, portanto nem sempre esses são testados em conformidade com os requisitos e critérios de desempenho, conseguinte há um aumento nas patologias de fachadas. A busca pelo menor preço, a incorreta aplicação e o mau entendimento pelas características dos materiais também tem sido um aliado das manifestações patológicas (ANTUNES, 2010). 2.8.2 Causa associado à dosagem ou traço De acordo com CARASEK (2010), um ponto de partida para dosagem de argamassas adequadas segue os traços recomendados em normas como visto na Tabela 2.3, esses traços pré-fixados são necessários, pois os materiais constituintes da argamassa diferem muito de uma região para outra, podendo gerar argamassas de comportamento inadequado. Tabela 2. 3 - Traços recomendados por algumas entidades normalizadoras (CARAZEK, 2010). Traço em volume Tipo de argamassa cimento cal areia Referências Revestimento de paredes interno e de fachada 1 2 9 a 11 NBR 7200 (ABNT, 1982)* Alvenaria em contato com o solo 1 0-1/4 2,25 a 3 x (volumes Alv. Sujeita a esforços de flexão Assentamento de 1 1/2 de alvenaria estrutural Uso gera, sem contato com solo 1 1 cimento +cal) Uso restrito, interno/baixa resist. 1 2 ASTM C 270

23 A granulometria dos agregados influencia uma boa dosagem na argamassa, ou seja, uma dosagem inadequada dos agregados desconsidera a influência da granulometria, textura e forma dos grãos e uma adequada distribuição granulométrica. As dosagens do cimento empregadas nas argamassas devem ser apropriadas a situações particulares de aplicação. O proporcionamento adequado do teor de cimento proporciona melhoras significativas na resistência mecânica e, na capacidade de aderência ao suporte. No entanto, uma dosagem desajustada deste constituinte, poderá ter fortes implicações em características relacionadas com a durabilidade dos revestimentos, como a retração plástica, e a permeabilidade ao vapor de água. (ANTUNES, 2010). 2.8.3 Causas na especificação As manifestações patológicas decorrentes da má especificação resultam normalmente de omissões e/ou equívocos. Geralmente a decorrência dessas patologias é resultante da falta de leitura, ou até mesmo da ausência de projeto construtivo de fachadas (ANTUNES, 2010). Os projetos construtivos visam incorporar processos e métodos construtivos na sua concepção. Graças as suas proximidades com os processos construtivos e de sua interface com outros subsistemas, como as estruturas e sistemas prediais, esses projetos passam a possuir um valor extraordinário na execução de uma obra, além de contribuírem para o desempenho do edifício como um todo (MANESHI e MELHADO, 2008). Em projeto de revestimento de fachadas é importante seguir algumas diretrizes para a diminuição de manifestações patológicas (MEDEIROS e SABBATINI, 1999): Definição do tipo de revestimento; Especificação do padrão e qualidade dos serviços; Especificação da argamassa; Especificação das técnicas mais adequadas para execução; Definição dos detalhes arquitetônicos e construtivos; Especificação das condições para o início dos serviços e para o seu recebimento.

24 2.8.4 Causa decorrente do processo executivo Problemas de qualidade final nos revestimentos de fachadas têm causado transtornos para construtoras, seja pelo retrabalho ou pela insatisfação do consumidor final. As causas dessas manifestações patológicas não estão apenas na qualidade do material argamassa, mas também no reflexo do processo construtivo e, no processo executivo (MOURA, MASUERO, BONIN e CASTRO, 2006-2007). Durante a execução de argamassa, as falhas são decorrentes da variação de mão-deobra. Em se tratando da projeção da argamassa sobre a base, caso a aplicação seja manual, a influência da habilidade do operário é muito grande, sendo susceptíveis as falhas pela uniformidade da energia de aplicação empregada e, consequentemente pela aderência incompleta à base (ANTUNES, 2010). Problemas em processo executivos, anteriores ao da execução da argamassa, também geram manifestações patológicas, tais como o assentamento de blocos no qual seu produto final apresenta paredes desaprumadas exigindo espessuras de argamassas exageradas, ocasionando a retração da argamassa (ANTUNES, 2010). O processo executivo de placas cerâmicas deve seguir a NBR 13.755 (ABNT, 1996), pois o assentamento correto de placas cerâmicas impede a ocorrência de patologia como o desplacamento. As origens no aparecimento de manifestações patológicas em edificações podem ser sintetizadas da seguinte forma (SILVA, 2009): Materiais: Utilização de componentes (cerâmicas, juntas, rejunte, argamassa de assentamento, cimento, cal, areia e suas misturas) em desacordo com as especificações e recomendações da norma brasileira, ou, quando da sua inexistência, de normas internacionais e pesquisas já realizadas; Projeto: todos os aspectos ligados a concepção da edificação, desde a falta de coordenação entre projetos, escolha de materiais inadequados, até a negligência quanto a aspectos básicos, como posicionamento de juntas de trabalho e telas de reforço (metálicas ou plásticas); Produção: envolve o controle de recebimento de materiais, preparação das misturas, obediência aos prazos mínimos para a liberação dos serviços e, principalmente, o acompanhamento no prazo da execução de todas as camadas do sistema, sobretudo o assentamento das placas cerâmicas;

25 Uso: trata-se dos fatores ligados à operação durante a vida do componente e fundamentalmente, às atividades de manutenção requeridas para um desempenho adequado do conjunto com o decorrer dos anos. 2.8.5 Causas decorrentes da ação de fatores externos As fachadas, por estarem expostas ao meio ambiente e, as ações atmosféricas, apresentam uma probabilidade maior de deteriorar durante a sua vida útil, podendo causar comportamento diversos nos materiais, provocando variações físicas e/ou químicas. Entre os fatores externos com maior influência em deterioração da fachada estão a umidade e, as variações climáticas (ANTUNES, 2010). A umidade presente nas fachadas é uma grande incidência dos problemas relacionados à infiltração, independente da idade das construções. As variações do teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: irreversíveis e reversíveis. As movimentações irreversíveis são aquelas que ocorrem geralmente logo após a fabricação do material e originam-se da perda ou ganho de água até que se atinja a umidade higroscópica de equilíbrio. As variações reversíveis ocorrem por variações de teor de umidade do material ao longo do tempo, ficando delimitadas a certo intervalo mesmo no caso de secar-se ou saturar-se completamente (CAMPOS, 2009). As variações se constituem num dos principais fatores de degradação de fachadas, com aspectos como choque térmico, efeito de vento e, chuvas de agravantes. Uma das principais alterações físicas provocadas pela temperatura é a variação dimensional por dilatação ou contração, que é responsável por gerar tensões, que levam ao aparecimento de deformações e fissuras (ANTUNES, 2010).

26 3 METODOLOGIA 3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Tomando-se como referência a revisão bibliográfica e, analisando as diferentes metodologias empregadas pelos autores estudados, apresenta-se nesse capítulo a metodologia adotada para o estudo de caso, sendo dividida em duas partes distintas: 1. Levantamento de informações necessárias para a avaliação do desempenho, que foram obtidas por meio de vistorias do local e, do levantamento do histórico do projeto e da execução junto às construtoras; 2. Diagnóstico e avaliação dos elementos com perda de desempenho e, possíveis propostas para solucionar o problema encontrado. 3.2 DEFINIÇÕES DAS VARIÁVEIS CONTROLADAS E DE RESPOSTA O presente trabalho analisou o desempenho dos revestimentos das fachadas de 3 edifícios, situados na cidade de Anápolis GO, que possuem como variáveis controladas as seguintes características dos edifícios: quantidades próximas de pavimentos tipos, tempos aproximados de utilização e, proximidade de localização dos edifícios em estudo. São consideradas variáveis de resposta o tipo de revestimento utilizado na fachada, que são: Revestimento de monocamada; Revestimento com pintura e; Revestimento cerâmico. 3.3 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA UTILIZADA A metodologia em estudo objetivou-se em analisar o sistema de revestimento de fachadas, desde o processo construtivo, até o comportamento da fachada ao longo do tempo. Considerou-se a importância da manutenção e, os efeitos das manifestações patológicas devido ao processo construtivo.