CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS



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Transcrição:

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA HELENA PIMENTEL JULIANA APARECIDA LOPES PALMITAL 2014

ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA HELENA PIMENTEL JULIANA APARECIDA LOPES PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Etec Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Serviços jurídicos. Orientadora: Professora Gabriela Cristina Abud Nunes PALMITAL 2014

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA HELENA PIMENTAL JULIANA APARECIDA LOPES PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL APROVADO EM / / BANCA EXAMINADORA: PROFESSOR GABRIELA CRISTINA ABUD NUNES ORIENTADORA PROFESSORA VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL EXAMINADORA PROFESSOR RANDAL DO VALE ORTIZ EXAMINADOR

DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho a Deus por todo seu amor; Às nossas famílias, filhos e maridos pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades. E aos professores e amidos pelo companheirismo e amizade verdadeira.

AGRADECIMENTOS Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior fonte de luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho. Nosso muito obrigado também as nossas Professoras Valdiza e Gabriela, pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de orientação deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e intelectual, todas as dicas e instruções foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o processo de desenvolvimento deste trabalho. Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!

EPÍGRAFE Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça." (Cora Coralina)

RESUMO A garantia dos Direitos dos trabalhadores domésticos tem sido tema de diversas discussões atualmente, e tendo em vista a importância do assunto, o presente trabalho apresenta um estudo que busca verificar da aplicabilidade da Emenda Constitucional 72/2013, conhecida como a PEC das domésticas no município de Palmital-SP. Para tanto foram realizados estudos bibliográficos em obras existentes sobre o assunto, principalmente na Legislação pertinente e em publicações afins. Por meio das quais foi possível obter conhecimento sobre o tema. Além disso, foi realizada uma pesquisa de campo na Cidade, utilizando como instrumentos de coleta de dados dois questionários, sendo eles para o empregador e o outro para o empregado doméstico, objetivando criar um perfil dos mesmos e analisar de uma forma sistêmica e bilateral sobre os direitos que estão garantidos com a alteração na redação do artigo 7º da Constituição Federal de 88, a qual equiparou os empregados domésticos aos demais empregadores rurais e urbanos. Acredita-se que os resultados do presente estudo poderão contribuir para a disseminação do assunto, e consequentemente para o aumento da aplicabilidade da referida Legislação. Palavras-chave: Direitos; Empregado doméstico; PEC 66/12; Aplicabilidade da Lei.

LISTA DE TABELAS TABELA 1 Direitos não assegurados e assegurados..... 20

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Tipo e número de empregados domésticos.... 27 FIGURA 2 Número e faixa etária dos empregados domésticos..... 29 FIGURA 3 Tipo e número de empregados domésticos...... 30

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PEC Proposta de Emenda Constitucional CLT Consolidação das Leis do Trabalho FGTS Fundo de Garantia de Tempo de Serviço EC Emenda Constitucional CF Constituição Federal DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 1.1 OBJETIVOS... 1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 11 11 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 13 2.1 HISTÓRIA DO EMPREGADO DOMÉSTICO... 13 2.1.1 Características do trabalho doméstico... 14 2.2 DOS DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO... 2.2.1 Dos contratos de trabalho... 2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DO EMPREGADO DOMÉSTICO: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA... 2.3.1 A CLT... 2.3.2 PEC 66/12... 2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE EMPREGADO DOMÉSTICO... 2.5 DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA NOVA LEI... 3 PESQUISA DE CAMPO NO MUNICÍPIO DE PALMITAL... 3.1 VISÃO DO EMPREGADOR... 3.2 VISÃO DO EMPREGADO... 16 17 19 19 21 23 24 26 26 28 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 32 REFERÊNCIAS... 34 APÊNDICES... 35 ANEXOS... 41

11 1 INTRODUÇÃO O empregado doméstico é aquele definido pela Lei 5859/72 em seu art.1 como aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas. Essa categoria profissional vem enfrentando muitos desafios em busca de igualdade e reconhecimento pela sociedade, visto que os direitos básicos do trabalhador não eram garantidos por Lei no Brasil. Após anos de debate na sociedade e pressão dos movimentos sociais e sindicais, o Brasil, na busca de equiparar essa atividade profissional às demais, equiparou a legislação trabalhista das empregadas domésticas a dos demais assalariados, por meio da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 66/2012) em 03 de abril de 2013, por meio da qual o empregado doméstico foi finalmente incorporado ao art. 7º da Constituição Federal. Desde 07 de agosto de 2014 a Emenda Constitucional 72/13 (PEC66/12), aprovada pelo governo está em vigor, a partir da qual o trabalhador doméstico passou a ter direitos que anteriormente não eram garantidos pela legislação brasileira. Dada a magnitude do assunto, esse trabalho mostra a importância da lei para o empregado doméstico, abordando os principais conceitos envolvidos no tema, e por meio de pesquisa de campo demonstra uma análise sistêmica sobre a sua aplicação no município de Palmital-SP. Ademais, são apontados os pontos de melhoria, com vistas reforçar a importância da existência e aplicabilidade dessa legislação para a sociedade como um todo. 1.1 OBJETIVOS Constitui objetivo geral deste trabalho a verificação da aplicabilidade da Lei no município de Palmital-SP. Constituem objetivos específicos: a) Apresentar de forma resumida a Lei PEC 66/12; b) Levantar por meio de pesquisa de campo a visão e o perfil dos empregadores e empregados domésticos no Município de Palmital;

12 c) Analisar os desafios e dificuldades na aplicação da Lei no Município, e se possível, sugerir pontos de melhoria. 1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A elaboração do presente trabalho será dividida em dois momentos. Primeiramente será realizada uma pesquisa bibliográfica em obras existentes sobre o assunto, seguida de uma pesquisa documental na Legislação pertinente e em publicações afins, por meio das quais será possível obter maior conhecimento sobre o tema. Posteriormente, será feita uma pesquisa de campo com a aplicação de dois questionários qualitativos contendo 10 questões cada um. Os questionários serão aplicados junto a 50 empregadores e 50 empregados com o intuito de analisar as dificuldades e pontos positivos na aplicação da Lei para ambas as partes. No primeiro momento serão levantados os conceitos relativos ao tema, e no segundo momento será analisada como está sendo exercida a Lei pelos empregadores do município de Palmital-SP, ou seja, os pontos positivos e negativos, as dificuldades e pontos de melhoria acerca da sua aplicação.

13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão apresentados os conceitos pertinentes ao tema pesquisado, com abordagens feitas pelos principais autores da área, tais como: Pamplona Filho, Villatore, Vianna, Nogueira, Pinheiro, dentre outros. 2.1 HISTÓRIA DO EMPREGADO DOMÉSTICO O início da atividade doméstica no Brasil não tem uma data exata registrada, porém após as pesquisas, é possível dizer que deriva da época da escravidão, período em que os negros e índios eram usados como escravos nas mais diversas atividades, como pecuária, agricultura, artesanato e trabalho doméstico. Segundo Albuquerque (2012, p.1), nesse período as atividades domésticas eram realizadas por,...homens e mulheres negras (escravos embarcados na África), que exerciam funções como jardineiros, mucamas, amas de leite, costureiras, aias, pajens, cozinheiros, também cuidavam dos filhos dos senhores, transmitiam recados, serviam à mesa, recebiam as visitas e etc., nos casarões dos senhores de engenho, onde estes escolhiam aqueles que tivessem melhor aparência e que fosse mais forte e mais limpo. Suas jornadas de trabalho nunca eram inferiores a 18 horas diárias. Essas atividades não eram exercidas por pessoas de cor branca, pois na época esse tipo de trabalho era sinônimo de desonra, onde preferiam a morte a exercer qualquer atividade doméstica. E dentro desse cenário de escravidão surgiu a Lei de 13 de setembro de 1830, que tratava de contrato escrito sobre prestação de serviços feitos por brasileiros ou estrangeiros dentro ou fora do Império. (ALBUQUERQUE, 2012, p.5). E depois, em 13 de maio de 1888, foi sancionada a Lei Áurea (Lei imperial nº 3.353) que extinguiu a escravidão no Brasil. E mesmo com a abolição da escravatura, muitos dos escravos ainda continuavam nas fazendas, trabalhando em troca de moradia e comida, como empregados domésticos. (PAMPLONA FILHO; VILLATORE apud NOGUEIRA; PINHEIRO, p.4). No decorrer dos anos, leis e decretos foram criados visando regularizar a situação do empregado doméstico, que não eram mais somente índios e negros, mas também brancos, principalmente mulheres (solteiras, analfabetas, filhas de pequenos agricultores), que eram levadas para os grandes centros para trabalharem

14 especialmente em casas de família, recebendo em troca dos serviços prestados, alimentação, vestuário, moradia e pequenos valores. (ALBUQUERQUE, 2012). E não havendo no ordenamento jurídico Brasileiro uma regulamentação trabalhista ao empregado doméstico, utilizava-se o Código Civil de 1916, Lei nº 3.071, que disciplinou a relação dos contratos trabalhistas relacionado à locação de serviços dos empregados, inclusive dos domésticos, sendo este aplicável dentro das possibilidades. E como expõem Nogueira e Pinheiro (2012, p.7): Essa legislação trata-se de um marco na evolução legislativa, que buscava a uniformização dos procedimentos e a concentração dos dispositivos normativos. Nesse período não tinha que se falar do direito do trabalho como um ramo autônomo na legislação brasileira. Apesar da denominação civilista das locações de serviço, foi esse Código Civil de 1916 que regulamentou muito contratos trabalhistas, inclusive os domésticos até o surgimento da Consolidação das Leis Trabalhistas. E no ano de 1923 o trabalho doméstico foi regulamentado no âmbito federal pelo Decreto Lei n. 16.107, o qual explicitava quais eram considerados trabalhadores domésticos, quais seriam arrumadeiras, cozinheiras, jardineiros, entre outros. (NOGUEIRA E PINHEIRO, 2012). Assim, a regulamentação dos trabalhadores Brasileiros tem passado por um lento processo de desenvolvimento e aprimoramento, que se estende até os dias atuais. 2.1.1 Características do trabalho doméstico O emprego doméstico é essencialmente feminino no Brasil e abriga uma das maiores categorias de trabalhadores. Em 2011, estimava-se que 6,6 milhões de pessoas estavam ocupadas nos serviços domésticos no país. Deste total, o contingente de mulheres correspondia a 6,1 milhões (92,6%). (DIEESE, 2013). Segundo o Dieese (2013), a mão de obra total feminina dos serviços domésticos registrou, no período de 2004 a 2011, crescimento de 3,1%, de acordo com os dados da Pnad do IBGE. Todavia, na comparação com a Pnad de 2009, cujos dados constam do Anuário das Mulheres Brasileiras - publicação realizada em parceria do DIEESE com a Secretaria de Política de Mulheres (SPM) em 2011 - percebe-se que no período 2009-2011, diminuiu em 9,06% o número de mulheres empregadas no trabalho doméstico remunerado. Para o Dieese (2013) o trabalho doméstico é fortemente marcado por vínculos informais. Não apenas a diarista, que trabalha cada dia em uma casa, sem nenhum

15 tipo de proteção, estando à mercê de ficar sem nenhum trabalho e, portanto, sem nenhuma renda, mas também a mensalista está sujeita à informalidade, ao trabalho sem registro em carteira, o que lhes nega os direitos sociais associados ao trabalho, como férias remuneradas, licença-saúde, seguro contra acidentes, FGTS, previdência social etc. Essa situação agrava a condição de precariedade e instabilidade dessa ocupação. Considera-se trabalhador doméstico aquele maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas (Cartilha do empregado doméstico, 2013). Conforme dispõe a CLT (1943, artigo 3º), considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Ainda, conforme a CLT (1943), o trabalhador, deve ser pessoa física com plena capacidade para exercer seus direitos e deveres, o que no direito civil é chamado de capacidade de fato ou de exercício. Dentro do contexto proposto, o primeiro ponto a ser caracterizado ao trabalho doméstico é a natureza contínua. Contudo, muitas pessoas acham que se contratar uma pessoa para limpar a casa duas ou três vezes por semana, estão contratando simplesmente um serviço de diarista e não uma empregada doméstica. Todavia, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região já julgou favorável a causa de uma pessoa que exercia o serviço de forma continua apenas duas vezes na semana. Isso porque se a pessoa escolhe os dias e os horários que irá trabalhar, de forma esporádica, não há relação de emprego, neste caso haverá a eventualidade, pois não há controle por parte daquele que contrata o serviço. (VIANA, 2011). O segundo ponto, é que o resultado do trabalho nessa categoria profissional tenha finalidade não lucrativa. Caso o empregador venha a contratar a (o) empregada (o) doméstica, por exemplo, para preparar doces e salgados, para venda, entre suas atribuições no lar, essa relação não será mais a prevista na Lei 5.859/72, mais um relação de emprego prevista na CLT, com todos os direitos previstos na referida Consolidação. O terceiro ponto é que o trabalho deve ser dirigido à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. É importante ressaltar que uma empresa não pode contratar empregado doméstico, assim como nenhuma associação ou entidade,

16 ainda que ele seja filantrópico, pois a legislação é clara, de acordo com Viana (2011, p.2) finalidade não lucrativa a pessoa ou a família no âmbito residencial. 2.2 DOS DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO Existe uma relação de consumo entre empregado e empregador, a qual é regulamentada pela Legislação, estabelecendo os Direitos e Deveres de ambas as partes. O conceito de empregador está previsto na CLT (1943, artigo 2 ), considera como empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Segundo a Lei nº 8.036 (1990, o 1º do artigo 15): entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se. Já o empregador doméstico é a pessoa física, que sem finalidade lucrativa, admite o empregado doméstico, também pessoa física, a fim de que preste serviço de natureza contínua para sua própria residência, ou seja, no âmbito familiar. (CLT, 1943 1º do artigo 2º). São reservados alguns direitos fundamentais ao profissional dessa categoria dos quais é possível destacar: Carteira de Trabalho e Previdência Social, devidamente anotada, Salário-mínimo fixado em lei, gozar os Feriados civis e religiosos, Irredutibilidade salarial, 13º (décimo terceiro) salário, Repouso semanal remunerado preferencialmente aos domingos, Férias de 30 (trinta) dias, Férias proporcionais no término do contrato de trabalho, Estabilidade no emprego em razão da gravidez, Licença à gestante sem prejuízo do emprego e do salário, Licençapaternidade de cinco dias corridos, Auxílio-doença pago pelo INSS, Aviso-prévio de no mínimo 30 dias, Aposentadoria, Integração à Previdência Social, Vale- Transporte, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (opcional pelo empregador, que se pagar uma vez, deve manter o benefício) e Seguro-Desemprego. (VIANA, 2011). Nos termos da Lei nº 8.212 (1991, artigo 24), a contribuição na Previdência Social, do empregador doméstico é de 12% do salário de contribuição do

17 empregado doméstico a seu serviço. Em relação ao empregado doméstico, quando estiver gozando licença maternidade, o empregador deverá pagar à Previdência Social somente a quota patronal. Ademais, nos termos da Lei nº 5.859 (1972, artigo 2), ao empregador doméstico é vedado efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia. Ainda, de acordo com o artigo 1º da mesma Lei: poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. O 2º menciona, que as despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. 2.2.1 Dos Contratos de Trabalho Para que empregador e empregado tenham garantidos os seus direitos e deveres é fundamental que elas firmem um contrato de trabalho. De acordo com a CLT (1943, artigo 442), Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Portanto, é através do contrato de trabalho que nasce uma relação de natureza contratual, envolvendo empregado e empregador. Conforme dispõe a CLT (1943, o artigo 443), o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. A Lei nº 11.644 (2008, artigo 442-A) estabeleceu que para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de atividade. Portanto, a experiência que muitas vezes era visualizada em vários meios de comunicação, informando, por exemplo, a exigência de experiência de dois ou mais anos, agora não é mais possível. Infelizmente, mesmo com esta obrigatoriedade, é óbvio que várias empresas avaliam os currículos, observando aquilo que lhes convém, sem manifestar publicamente suas exigências para realizar seus contratos de trabalho. Convém mencionar, que ainda de acordo com a Legislação Nacional, na realização do contrato de trabalho, não há forma específica para sua validade e

18 eficácia, porém o empregador deverá em 48 horas, anotar a carteira de trabalho do empregado, registrando, portanto, essa relação contratual. Na maioria dos casos, a relação contratual começa como contrato de experiência, que não poderá exceder a 90 dias. (CLT, 1943, artigo 445). No contrato por prazo determinado, como o próprio nome diz, há uma data fim, determinada para encerrar o contrato. Porém, esse tipo de contrato só será válido quando se trata de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo de atividades empresariais de caráter transitório e no contrato de experiência. (CLT, 1943, as alíneas do 2º, do artigo 443). Vale esclarecer que o contrato de trabalho pode ser bilateral, consensual, oneroso, sucessivo e não solene. Todo contrato de trabalho deve ser bilateral, pois há participação do sujeito ativo, empregador, seja ele pessoa física ou jurídica, podendo ser o empregador individual ou coletivo e do sujeito passivo, empregado, que deve ser obrigatoriamente pessoa física. No tocante ao consensual, deve haver entre as partes o consentimento, independente da formalidade, seja ela escrita ou verbal. Não podendo, portanto, haver uma obrigação para uma das partes, forçando a relação contratual. Em relação ao termo oneroso, não há como existir uma relação contratual entre empregador e empregado sem a figura da remuneração. Não sendo possível a existência da gratuidade, e sendo este o caso, não há o que se falar em contrato de trabalho. O contrato também é sucessivo, pois deve haver continuidade na prestação de serviços, por isso podemos dizer que é de trato de duração, não se exaurindo na execução de uma determinada prestação. Por fim, o contrato de trabalho é não solene, pois não há formalidade para a sua formação, sendo observada a primazia da realidade, podendo ser verbal ou escrito. (VIANA, 2011). Em análise geral, é possível verificar que alguns conceitos perduram no tempo e outros passaram a vigorar por exigências de nossa atualidade, acompanhando o progresso do direito do trabalho. A CLT vem realizando a manutenção da relação entre empregado e empregador, estabelecendo direitos e deveres a serem cumpridos, a fim de garantir o equilíbrio entre eles. Por fim, cabe mencionar que o direito do trabalho, seja ao expor o conceito de empregado e empregador, sua evolução e demais institutos, vem apresentando o crescimento e conquistas, provenientes das lutas de vários trabalhadores. O nosso

19 ordenamento jurídico deve ser colocado em prática, através da avaliação do poder judiciário e da fiscalização do Estado, avaliando com cautela os casos concretos, a fim de garantir a dignidade dos trabalhadores, independente de suas funções, qualificações, classe ou posição social. 2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DO EMPREGADO DOMÉSTICO: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA O trabalho doméstico é regulado pela Lei nº 5.859/1972, cujo art. 1º define empregado doméstico como aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas. A lei nº 11.324/2006 retirou a natureza salarial dos fornecimentos de alimentação, vestuário, higiene e moradia ao empregado doméstico e desta forma são vedados tais descontos no salário por parte do empregador. Com relação às férias, atualmente o doméstico faz jus a férias anuais remuneradas de 30 dias, tal qual o empregado celetista. Quanto ao FGTS, é facultativo para o empregador doméstico, e, uma vez feita a opção, torna-se a mesma irretratável e dessa maneira deve ser recolhido por todo o contrato uma vez que este direito foi regulamentado pelo art.2º do Decreto nº 3.361/2000. (RESENDE, 2013). TABELA 1 DIREITOS ASSEGURADOS E NÃO ASSEGURADOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO EMPREGADO DOMÉSTICO Direitos constitucionalmente assegurados Direitos constitucionalmente não assegurados Salário mínimo Proteção contra despedida arbitrária/estabilidade Irredutibilidade salarial Seguro-desemprego Décimo Terceiro salario FGTS Repouso semanal remunerado Remuneração superior do trabalho noturno Férias Salário-família Licença-gestante Limitação da duração do trabalho Licença-paternidade Horas extras Aviso prévio proporcional Adicional de insalubridade e periculosidade Aposentadoria Fonte: Produzida pelo autor Ricardo Resende (2013) 2.3.1 A CLT A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa referente ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual do Trabalho aprovada pelo

20 Decreto- Lei nº 5.452 de 1º de Maio de 1943 da era Getúlio Vargas e entrou em vigor em 10 de novembro de 1943. Em seu artigo 7º, a CLT diz que: Art 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for a cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: a) Aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. O decreto nº 71.885 de 09 de março de 1973 DOU de 9/3/73 aprovou o regulamento da lei nº 5.859 de 11 de dezembro de 1972, que dispõe sobre a profissão de emprego doméstico e assegurou aos empregados domésticos, os benefícios e serviços da Lei Orgânica da Previdência Social, porém excetuou o capítulo referente às férias do empregado doméstico e deixou a cargo da Justiça do Trabalho e Delegacia Regional do Trabalho a resolução das divergências. Além de dispor sobre a profissão de empregado doméstico o artigo 5º da lei nº 5.859/72, diz que os recursos para custear as contribuições previdenciárias incidirão sobre o valor do salário mínimo da região sendo: 1-8% (oito por cento) do empregador 2-8% (oito por cento) do empregado Com a publicação da Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006, os trabalhadores domésticos tiveram direito aos feriados civis e religiosos devendo receber em dobro se trabalhar ou ser lhe concedida folga compensatória em outro dia da semana. Dessa forma os empregados domésticos conquistaram vários direitos com a lei 11.324/2006 como: 1- Carteira e previdência social, devidamente anotada. 2- Irredutibilidade salarial 3-13º (décimo terceiro) salário 4- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. 5- Férias de 30 (trinta) dias 6- Férias proporcionais, no término do contrato de trabalho. 7- Estabilidade no emprego em razão da gravidez 8- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário. 9- Licença-paternidade de 5 dias corridos 10- Auxílio-doença pago pelo INSS 11- Aviso-prévio de, no mínimo 30 dias.

21 12- Aposentadoria 13- Vale transporte 14- Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), benefício opcional 15- Seguro-Desemprego. A Emenda Constitucional 72/13 PEC66/12 ao ser aprovada veio garantir os direitos trabalhistas já conquistados pelos empregados domésticos e ainda faz jus: 1- Ao salário-mínimo ou ao piso estadual, fixado em lei; 3- Jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e a 44 semanais; 4- Seguro contra acidentes de trabalho (depende de regulamentação); 5- Horas Extras (depende de regulamentação); 6- Adicional noturno (depende de regulamentação); 7- Salário-família (depende de regulamentação); 8- FGTS (depende de regulamentação); 9- Seguro-desemprego (depende de regulamentação); E dessa forma agora com a Emenda Constitucional 72/13 aprovada os acordo e convenções coletivas de trabalho passam a ser reconhecidos aos domésticos desde que os sindicatos estejam devidamente registrados no Ministério do Trabalho. 2.3.2 PEC 66/12 Após anos de luta com a promulgação pelo Congresso Nacional da Proposta de Emenda à Constituição PEC 66/2012 em 02 de abril de 2013, essa se transformou a partir de então, na Emenda Constitucional EC 72/2013, e assegurou aos domésticos vários direitos reconhecidos aos trabalhadores de um modo geral, sendo assim os direitos que não estejam previstos na Lei do Empregado Doméstico (Lei n. 5.859/72), encontram normatização infraconstitucional na CLT, como exemplo os direitos às horas extras, ao adicional noturno. E com a alteração na redação do artigo 7º da CF de 88, passa os empregados domésticos ter o direito, [...] ao recebimento de salário nunca inferior ao mínimo; o salário é protegido na forma da lei; a duração do trabalho normal não pode ser superior a 8 horas diárias e 44 semanais (pela lei é facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo escrito entre as partes). Também passa a ter direito ao pagamento de horas extras de no mínimo 50%, introdução de normas de saúde, higiene e segurança; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão do trabalhador por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; proibição de qualquer discriminação ao portador de deficiência. (DIESSE, 2013, p13).

22 A PEC ainda garante o vínculo trabalhista para aqueles que trabalham dois dias ou mais na mesma residência; proibição do trabalho doméstico para menores de 18 anos, o que já era proibido pelo Decreto 6.481/08, por tratar de trabalho insalubre e perigoso e ainda regula questões como a compensação da jornada, a multa do FGTS, a fiscalização do trabalho, entre outros, dada a especificidade da relação entre patrão e empregado, informa o DIESSE. E de acordo com a lei 12.964 de 8 de abril de 2014, a multa para quem não assinar carteira do empregado doméstico será elevada em pelo menos 100%. A nova lei não inclui a previsão de multa apenas em caso de ausência de registro do trabalhador, mas também em caso de descumprimento de qualquer obrigação trabalhista prevista na CLT e salienta que a diferença é que a multa para a ausência do registro em carteira do empregado doméstico pode chegar a ser o dobro da multa aplicada pela mesma infração no caso do trabalhador urbano e rural. Os valores das multas variam de acordo com a infração, sendo que existem dezenas de infrações que fazem parte da CLT e que esses valores podem ser consultados na tabela de multas administrativas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No entanto, como a tabela mais recente disponibilizada para acesso data de 2009, os valores podem estar desatualizados. Porém se for considerada essa tabela, é possível dizer que o valor da infração por falta de registro pode chegar a ser de 805,60 reais, que seria o dobro da multa aplicada pela falta de registro de trabalhadores urbanos, de 402,53 reais. E para registrar o trabalhador doméstico, basta que o empregador informe na carteira do empregado a data de contratação e o valor da remuneração. Outra questão refere-se ao INSS, que assim como o registro em carteira, o recolhimento do INSS já era feito, mas agora poderá ser aplicada uma multa caso o patrão não cumpra mais essa obrigação. O empregador deve pagar o adicional de 12% sobre o valor do salário do empregado e a contribuição do trabalhador pode ser de 8%, 9% ou 11% da remuneração, dependendo da faixa salarial. Para recolher o INSS, o empregador deve fazer o download do Guia da Previdência Social no site do Ministério da Previdência, preencher o documento e realizar o pagamento por débito em conta. (CARVALHO, 2010). No tocante, aos benefícios e consequências da PEC tanto para o empregado como para o empregador, entre os benefícios e consequências pode-se destacar a necessidade de mudanças culturais desenvolvidas durante muitas gerações, em que empregados e empregadores se tratavam de maneira totalmente informal. A lei

23 exige um tratamento profissional por parte dos envolvidos na relação contratual: por parte do empregado, este deverá cumprir regras exatas em relação à jornada. Já o empregador estará atrelado a uma série de regras e atividades administrativas que terá de desenvolver de imediato. Com a aplicação dos demais direitos, que irão exigir a elaboração de guias para recolhimento do FGTS, do seguro-desemprego, auxílio-creche, o cumprimento de normas de acordos coletivos e a contratação de seguros contra acidentes. Ocorrerá um grande impacto econômico devido à exigência do cumprimento destas normas mais explícitas e à determinação de pagamento de outros encargos. (SILKA, 2013). A aprovação da PEC garante os direitos dos empregados domésticos, mas para que de fato seus direitos sejam garantidos é preciso que os mesmos conheçam e cumpram o que neles estão expressos, pois com as mudanças como na jornada de trabalho, horas extras e com a obrigatoriedade e as alterações na contratação, podem fazer com que muitos empregadores dispensem ou diminuam o tempo de serviço dos empregados, podendo causar a informalidade, visto que podem ocorrer redução da renda, pois trabalharão menos dias e, podendo acontecer ainda o aumento de gastos com transportes por terem que ter mais que um lugar de trabalho. 2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE EMPREGADO DOMÉSTICO Os domésticos são profissionais que trabalham em residências e que têm como empregador uma pessoa física proprietária ou locatária de imóvel para moradia própria e da família. Podem ser considerados empregados domésticos: babás, caseiros, cozinheiros, cuidadores de idoso, governantas, lavadeiras/passadeiras, jardineiros, motoristas particulares, vigias, piscineiros, copeiro, empregada doméstica, porteiro, recepcionista. (2013, p. 2). De acordo com o professor e especialista em direito do trabalho Guimarães È que os profissionais somente se enquadrarão como trabalhadores domésticos se tiverem cinco requisitos básicos da relação de trabalho: - Habitualidade: a prestação dos serviços não pode ocorrer de forma descontínua, ou seja, com afastamentos temporários razoáveis, fragmentação dos períodos de trabalho. Deve haver, no caso de empregados domésticos, pelo menos uma escala de três dias da semana com horários e dias iguais. Por exemplo: segunda, quarta e sexta, das 8h às 17h;

24 - Subordinação: receber ordens diretas e seguir normas determinadas pelo empregador. - Onerosidade: receber um salário mensal acordado previamente com o empregador; - Pessoalidade: o trabalhador presta seus serviços pessoalmente a terceiros, exercendo atividade direta sem poder delegá-la a outras pessoas; - Ser pessoa natural: pessoa física e não jurídica. Ou seja, é proibida a figura do "PJ" (trabalhador que abre uma microempresa para prestar serviços ao empregador). Fica claro, então, que o perfil do empregado doméstico é caracterizado de peculiaridades, que o difere dos demais trabalhadores, visto que uma das características mais marcantes é a questão de exercer trabalho lucrativo. 2.5 DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA NOVA LEI Com a aprovação da PEC 66/12, conhecida como a PEC das domésticas, os empregados domésticos passaram a ter uma série de direitos adicionais, que já eram assegurados aos demais trabalhadores urbanos e rurais. Um ponto extremamente importante a ser ressaltado é que nem todos os direitos trabalhistas adicionais dos empregados domésticos têm aplicação imediata. Várias questões como o recolhimento do FGTS e o pagamento de seguro-desemprego, ainda dependem de regulamentação. Dos direitos concedidos pela PEC, que têm aplicação imediata, o mais impactante foi a limitação da jornada de trabalho a até 8 horas diárias e 44 horas semanais, e pagamento de horas extras no valor mínimo de 50% acima da hora normal. Para os empregados que não trabalham aos sábados, é possível fazer acordo de compensação para que a jornada diária (de segunda a sexta-feira) seja de 8hs e 48min, perfazendo uma jornada semana de 44 horas. Sobre essa questão do horário, muito se tem falado sobre adoção de um livro de ponto (que é vendido qualquer papelaria), no qual o empregado doméstico anotaria o horário de sua entrada e saída, além do intervalo para refeição e descanso. O grande problema dessa recomendação, porém, é que os patrões não terão efetivo controle da jornada e dificilmente poderão confirmar se as horas assinaladas estão corretas e refletem a realidade. Também vale destacar que, pelas regras da CLT art. 74 2, apenas empregadores que contam com mais de 10 empregados é que têm obrigação legal de manter controle escrito de jornada de trabalho.

25 Diante de todas as mudanças, sem dúvida é recomendável que os contratos de trabalho com os empregados domésticos sejam formalizados por escrito, com uma cláusula clara sobre a jornada de trabalho diária/semanal, seguindo os parâmetros acima, ainda que não haja controle de horário. Feito isso, é preciso aguardar a regulamentação dos direitos ainda pendentes. Com a PEC, o custo do empregado doméstico ficará inevitavelmente mais caro e essa é uma realidade que os empregadores terão que lidar, especialmente se mantiverem os empregado atuais contratados com um salário que não previa a realidade hoje. Levando em conta a evolução contínua de todos os setores trabalhistas, será preciso uma fase de transição para que todas as partes envolvidas se adaptem a essa nova realidade. Para tanto é necessário evitar medidas bruscas e impensadas. Isto porque os desdobramentos práticos das novas regras só virão com o tempo, na medida em que as questões controversas forem sendo debatidas e definidas na Justiça do Trabalho.

26 3 PESQUISA DE CAMPO NO MUNICÍPIO DE PALMITAL Neste capítulo serão apresentados os dados referentes à pesquisa de campo realizada no Município de Palmital, os quais serão extremamente importantes para analisar a aplicabilidade da Legislação pesquisada e para propor melhorias. 3.1 VISÃO DO EMPREGADOR Após estudo da legislação que circunda o empregado doméstico no Brasil e principalmente da PEC 66, hoje EC 72/2013, será feita uma análise dos questionários aplicados com empregadores e empregados domésticos de Palmital- SP. Primeiramente serão abordadas as respostas do questionário dos empregadores. Totalizaram-se cinquenta entrevistados, que quando questionados se possuem conhecimento sobre a EC 72, conhecida como a PEC das domésticas, 97% responderam que sim e 3% disseram que somente ouviram falar e por isso não possuem conhecimento dos direitos que foram igualados com os demais empregados rurais e urbanos. Por meio dessa porcentagem, percebemos que a maioria dos empregadores entrevistados sabe quais são suas novas obrigações para manter seus empregados, como por exemplo, fazer o registro em carteira para que não tenham que pagar multa de aproximadamente R$ 805,60. E quando questionados se sabiam que empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua por mais de dois dias na semana, no âmbito residencial e com finalidade não lucrativa, 97% disseram que sim e que obtiveram esse conhecimento após a aprovação da PEC, por meio da mídia televisiva. Podemos dizer por essa colocação, que os meios de comunicação foram de grande importância para informar os direitos que foram garantidos com a aprovação da PEC e esclarecer sobre quais os tipos de serviços prestados que caracteriza o trabalhador como empregado doméstico. Na figura 1 é possível observar o número e tipo de empregado que os participantes da pesquisa tinham contratados no momento da realização da entrevista. Figura 1 Tipo e número de empregados domésticos

27 Fonte: Elaborado pelos autores (2014). No tocante ao período de tempo que possuem empregado doméstico, dos entrevistados, 27 responderam que a mais ou menos dez anos, e que os empregados possuíam a documentação que era necessária até a aprovação da nova lei. Já 15 empregadores não cumpriam tudo o que estava previsto na lei, mas que a partir da aprovação da PEC está regularizando a documentação. E 8 dos entrevistados declararam que dispensaram as empregadas domésticas e só as manterão como diaristas. Com as informações acima, observamos que a maioria dos empregadores manterão seus empregados e para isso cumprirão as novas regras prescritas na EC, como o direito a horas extras e horário de almoço. Mas é importante mencionar que com o aumento dos gastos do empregador, esse pode vir a dispensar o serviço do empregado, o que pode causar desemprego e/ou informalidade. Dos 42 empregadores que possuem empregados, a maioria relatou que os matem por necessidade e que a multa referente ao registro em carteira, mesmo alta se faz necessária, pois muitos não registram seus funcionários, devido ao aumento nos custos, e não podemos esquecer ainda, que há empregadores que querem cobrar os encargos dos empregados. Na questão referente ao serviço doméstico ser restrito somente a maior de 18 anos, todos relataram ter conhecimento. Compreendemos então que eles sabem que não é correto perante a Lei manter em suas residências, menor de idade prestando serviços domésticos.

28 Dos entrevistados 85% não sabiam que com a entrada em vigor da PEC 66/12 foi estabelecido a possibilidade de regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, desde que prevista em contrato. Entende-se com os dados, que ainda falta conhecimento sobre os direitos que a EC garantiu e para que de fato esses sejam cumpridos em contrato é necessário que tanto empregador e empregados tomem ciência. Todos os entrevistados declararam que será muito difícil o registro eletrônico ou manual com a hora exata, principalmente o manual, pois pode o empregador não estar em casa, quando o empregado chegar e se tratando principalmente das empregadas, sabe-se que a maioria são mães e por isso podem ocorrer eventuais atrasos, o que muitas vezes pode ser deixado de lado por parte do empregador, devido ao vinculo afetivo que se cria após anos de serviço. E quanto ao registro eletrônico, todos concluíram que aumentaria ainda mais os custos para o empregador. E quando questionados sobre as novas regras para contratação, os empregadores relataram que com isso fica mais difícil manter um empregado e que isso pode causar alguns inconvenientes como a demissão ou contratação como diarista, no caso de empregada doméstica. E para aqueles que necessitam de um empregado, é preciso cumprir corretamente a lei para que as multas não recaíam sobre os mesmos, onerando os custos domésticos. 3.2 VISÃO DO EMPREGADO No questionário aplicado com os empregados domésticos, é possível visualizar, conforme demonstra a Figura 2, o número de entrevistados e a faixa etária. Figura 2 - Número e faixa etária dos empregados domésticos

29 Fonte: Elaborado pelos autores (2014). Dos entrevistados, 75% possuem o ensino fundamental e alguns relatam que não puderam estudar para ajudar em casas e outros comentaram que não aproveitaram a oportunidade e que agora pensam que é tarde para recomeçar. Analisando a resposta podemos dizer que a falta de estudo faz com que as oportunidades de emprego fiquem restritas às profissões que não exigem escolaridade. Quando questionados sobre o período que trabalham 20% respondeu que duas vezes na semana, 65% de segunda a sábado e 15% de segunda a sexta. E todos já trabalham como empregado há mais de um ano. No tocante ao registro em carteira, dos 50 entrevistados, 31 já possuíam registro e que a partir da lei alguns tiveram modificações nos horário de prestação de serviço para adequação a nova legislação. Os outros 19 relataram não possuir registro em carteira, porém 15 desses serão registrados e os outros 4 não sabem como ficará sua situação. Analisando os dados acima, percebemos que a lei está sendo cumprida, visto que os empregados que já possuíam registro adequaram-se as novas exigências. E que os que não possuíam registro serão registrados adequando-se assim ao que está previsto na lei. Porém nos causa certa preocupação, mesmo que o percentual de adequação a norma seja maior, os quatro empregados que não sabem se terão registro em carteira, podem se enquadrar na informalidade.

30 Dos entrevistados, o tipo de empregado que se classificaram conforme demonstra a Figura 3: Figura 3 Tipo e número de empregado Fonte: Elaborado pelos autores (2014). Todos os entrevistados relataram que possuem conhecimento da PEC, pois viram nos telejornais e outras mídias, porém não sabem ao certo quais foram as alterações e quais são os seus direitos e deveres. Contudo, eles afirmaram terem ciência de que é obrigatório o registro em carteira e que o horário deve ser cumprido corretamente. Vale ressaltar que durante as entrevistas ficou claro que existe preocupação por parte dos empregados, pois com o aumento dos custos o empregador pode dispensar os seus serviços. Considerando as colocações acima, compreendemos que a lei, mesmo visando garantir e equiparar os direitos, pode afetar negativamente, como no caso citado, pois com já foi ressaltado os custos aumentaram e ainda falta conhecimento aprofundado sobre os direitos que foram garantidos, tanto por parte dos empregados, como também dos empregadores. A respeito da oferta de trabalho 90% disseram que será mais difícil a contratação com registro e que isso pode causar a informalidade, pois afinal todos precisam trabalhar e também para cumprir tudo que a lei prevê será complicado,

31 visto que o trabalho dentro do ambiente familiar cria vínculos de amizade e afeto, ocasionando acordos entre as partes e é cabível mencionar que alguns dos direitos como o de hora extras, será de difícil fiscalização, como por exemplo, uma babá que acompanha a família durante as viagens de férias, qual será o horário de trabalho dela? Sendo assim, entendemos que a lei garantiu os direitos, mas ainda precisa de esclarecimentos e isso ocorrerá com o tempo, por meio das jurisprudências e dos casos práticos que vierem a ocorrer no dia-a-dia na relação trabalhista. Os entrevistados quando questionados se gostariam de obter informações sobre o assunto, esses disseram que sim e que folhetos explicativos seriam mais viáveis. E referente à satisfação deles com o seus empregos, todos responderam que por enquanto estão satisfeitos. Pelo exposto concluímos que a estabilidade no emprego, garantido principalmente pelo registro obrigatório em carteira, foi algo que trouxe certa tranquilidade aos empregados entrevistados, porém não escondem a preocupação de perderem os empregos em virtude do acréscimo nos gastos, pela adequação dos aos horários durante a prestação dos serviços, como o horário de almoço, a quantidade de horas extras e outras regulamentações que estão por serem elucidadas.

32 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para o empregado doméstico muitos direitos foram conquistados ao longo dos anos, porém ainda há muitos preconceitos e discriminação social perante o empregado doméstico, o qual é de grande importância pelo trabalho que realiza e pela dedicação que tem pela família que o emprega. Os empregados domésticos conquistaram o seu espaço e mais direitos, por meio da aprovação da Emenda Constitucional 72/13 (PEC 66/12), sendo de fundamental importância a discussão sobre tais conquistas e necessidade de conhecimento das mesmas, fica agora a conclusão dos estudos bibliográficos realizados e da pesquisa de campo realizadas por esse estudo. Conclui-se que na cidade de Palmital-SP, a EC nº 72/13 mais conhecida como PEC das Domésticas que equipara os direitos trabalhistas dos empregados domésticos aos trabalhadores formais é de conhecimento, tanto de empregadores quanto empregados. Grande parte dos empregadores e empregados pesquisados conhecem a definição de empregado doméstico e apenas uma minoria desconhece tal definição. Quanto aos tipos em que se enquadram os empregados domésticos, alguns souberam responder e outros não. Constatou-se que a maioria dos empregadores entrevistados possuem empregado doméstico e cumprem a legislação ou estão se adequando. Com relação ao regime de trabalho e registro de ponto alguns empregadores tiveram dúvida de como fazê-lo. Quando indagados sobre a permanência ou não da figura do empregado doméstico nas residências das famílias da classe média, os empregadores disseram que a mesma tende a desaparecer, devido ao aumento de custos. Com relação as característica dos empregados domésticos pesquisados, estes possuem idade entre 26 e 49 anos com nível de ensino fundamental, a maioria empregada doméstica, com mais de um ano de trabalho e carteira registrada. Para obter maiores informações sobre os direitos já regulamentados pela aprovação da Emenda Constitucional 72/13 e os que ainda necessitam de regulamentação empregadores e empregados gostariam que o veículo de comunicação fosse o folheto.

33 Deste modo, pelos estudos realizados com relação ao empregado doméstico e a forma como foi e ainda vem sendo tratado, é necessário que se dê o devido valor aquele trabalhador que se dedica todos os dias, deixando sua residência e a sua família para se dedicar a outras famílias e não só pelo emprego, mas pelo carinho com que se dedicam a família e a atividade que realizam.

34 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Cheylla. Origem do Trabalho Doméstico no Brasil. Disponível em <http://www.meuadvogado.com.br/entenda/origem-do-trabalho-domestico-nobrasil.html>. Acesso em: 22 ago. 2014. BRASIL,profissões. Empregado doméstico <http://www.brasilprofissoes. com.br/ pro fissoes/empreendedoras/empregado-domestico#.vbnpzrdxic>. Acesso em: 17 set. 2014. DINIZ, Laura. Entenda o que muda na prática com a PEC das domésticas. Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/o-que-muda-na-praticacom-a-pec-das-domesticas>. Acesso em 11 set. 2014. FARIA, Ana C.; CUNHA, Ivan; FELIPE, Yone X. Manual Prático para Elaboração de Monografias (Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações e Teses). São Paulo USJP, 2012. FIGUEREDO, Leticia. A PEC dos empregados domésticos - Como lidar com a nova rotina de trabalho dessa categoria http://www.migalhas.com.br/depeso /16,MI1754 71,81042-A+PEC+dos+empregados +domesticos+como+lidar +com+a+nova +roti na+de. Acesso em 21/10/14. HOFFMANN, Mariana. Formalização do trabalho doméstico tem impacto positivo na economia e na redução da pobreza. Disponível em <http://pressroom.ipc-undp.org/ formalizacao-do-trabalho-domestico-tem-impacto-positivo-na-economia-e-na-redu cao-da-pobreza/?lang>. Acesso em 17 set. 2014. NOGUEIRA, Taciana Gimenes; PINHEIRO, Fabiana Souza. EMPREGADO DOMÉS- TICO. Disponível em <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/etic/article/ viewfile/2584/2263>. Acesso em: 22 ago. 2014. RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado - 3ª ed Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013. SILKA, Ronald. A PEC das Domésticas. Disponível em <http://www.gazetadopovo. com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1361038>. Acesso em 25 ago. 2014. VIANA, Marcelo.A importante relação entre empregador e empregado. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura& artigo_ id=9589&revista_caderno=25>.acesso em 20 ago.2014.

35 APÊNDICES APÊNDICE A Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo...36 APÊNDICE B Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo...39