GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN) Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)



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Transcrição:

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN) Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) NOTA TÉCNICA Nº 17 UMA COMPARAÇÃO DA COBERTURA PREVIDENCIÁRIA RURAL ENTRE OS ESTADOS Marcos Costa Holanda Marcelo Ponte Barbosa Fortaleza Abril/2006

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Lúcio Gonçalo de Alcântara - Governador SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN) Francisco de Queiroz Maia Júnior - Secretário INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ (IPECE) Marcos Costa Holanda Diretor Geral Pedro Jorge Ramos Viana Diretor de Estudos Setoriais Antônio Lisboa Teles da Rosa - Diretor de Estudos Sociais Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) End.: Centro Administrativo do Estado Governador Virgílio Távora Av.: General Afonso Albuquerque Lima, S/N Ed.:SEPLAN - 2º andar 60839-900 Fortaleza-CE Telefones: (85) 488.75.07 / 488.76.54 Fax: (85) 488.75.64 www.ipece.ce.gov.br ipece@ipece.ce.gov.br 2

Apresentação Este trabalho apresenta diferentes modos de comparar os estados quanto à cobertura da população pela a aposentadoria rural. Mostra-se que as metodologias de cálculo do indicador de cobertura dependem, fundamentalmente, da definição da população-alvo dos benefícios. Estabelecem-se rankings entre os estados segundo os diferentes critérios utilizados. Os resultados mostram os estados do Nordeste são os que apresentam maior cobertura previdenciária rural, com destaque para Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão. 1. Introdução: Aposentadorias Rurais Muitos estudos demonstram a importância dos benefícios previdenciários para o sustento familiar na zona rural. A aposentadoria rural representa um autêntico programa de renda mínima para os idosos residentes na área rural, gerando um grande impacto econômico, principalmente nos municípios mais pobres das regiões menos desenvolvidas. A expansão da política previdenciária, a partir de 1991, contribuiu para que uma grande massa de trabalhadores rurais pudesse se aposentar. No ano de 2002, a Previdência Social manteve cerca de 4,7 milhões de aposentadorias rurais ativas, que responderam por um valor total dos benefícios na ordem de R$ 940 milhões. A maior parte das concessões de benefícios rurais se dá pela modalidade de Aposentadoria por Idade. Tomando-se a Tabela 1, que apresenta o total de aposentadorias rurais ativas no ano de 2002, observa-se que aproximadamente 91% das aposentadorias rurais do país seguem essa modalidade. Atualmente, a idade mínima legal para concessão de aposentadoria por idade ao trabalhador rural é de 60 anos, para homens, e de 55 anos, para mulheres. Além do mais, o requerente deve comprovar que exerceu 180 meses de trabalho no campo. 3

Tabela 1: Aposentadorias Rurais Ativas - 2002 Abrangência Tempo de contribuição Quantidade de Aposentadorias Rurais Ativas Idade Invalidez Total BRASIL 6.526 4.277.438 413.114 4.697.078 NORTE 64 352.824 27.406 380.294 Rondônia 44.429 3.772 48.201 Acre 12.415 3.178 15.593 Amazonas 50.352 6.769 57.121 Roraima 5.639 737 6.376 Pará 57 194.904 7.895 202.856 Amapá 4 7.469 530 8.003 Tocantins 3 37.616 4.525 42.144 NORDESTE 447 2.171.698 163.957 2.336.102 Maranhão 2 265.686 21.793 287.481 Piauí 2 174.299 23.701 198.002 Ceará 10 387.598 17.463 405.071 Rio Grande do Norte 29 127.433 15.078 142.540 Paraíba 40 186.823 22.079 208.942 Pernambuco 160 290.920 23.511 314.591 Alagoas 74 71.902 12.257 84.233 Sergipe 32 64.025 3.644 67.701 Bahia 98 603.012 24.431 627.541 SUDESTE 4.015 760.764 121.765 886.544 Minas Gerais 583 439.581 54.628 494.792 Espírito Santo 123 82.480 9.470 92.073 Rio de Janeiro 207 34.327 11.252 45.786 São Paulo 3.102 204.376 46.415 253.893 SUL 1.871 801.438 75.572 878.881 Paraná 779 304.038 32.059 336.876 Santa Catarina 327 161.423 15.653 177.403 Rio Grande do Sul 765 335.977 27.860 364.602 CENTRO-OESTE 129 190.714 24.414 215.257 Mato Grosso do Sul 34 43.677 4.267 47.978 Mato Grosso 20 50.123 4.980 55.123 Goiás 64 72.346 11.321 83.731 Distrito Federal 11 24.568 3.846 28.425 Fonte: DATAPREV, SUB, Plano Tabular da DIGI.N Na tabela acima, pode-se observar que o Nordeste é a região com maior número de aposentadorias rurais ativas, seguida das regiões Sudeste e Sul, respectivamente. Entre os estados, a Bahia ficou na primeira colocação, seguida de Minas Gerias e do Ceará. Apesar de apresentar a distribuição dos benefícios entre os entes da federação, a tabela acima não possibilita uma comparação da cobertura previdenciária entre os 4

estados. Para construir um índice que possa ser utilizado para analisar esta cobertura, é necessário relativizar o número de aposentadorias por uma medida populacional. 2. Cálculo da cobertura em cada estado Como indicador para a cobertura da previdência rural, utiliza-se o percentual da população-alvo (pessoas que apresentam os pré-requisitos para receber a aposentadoria rural) que está efetivamente recebendo o benefício previdenciário. Este percentual é obtido pela seguinte fórmula: aposentadorias rurais ativasi cobertura = população alvo i i 100%, (1) onde o subscrito i representa o estado que se está observando. Registre-se que, ao utilizar o conceito de população-alvo, restringindo o denominador da Equação 1 à somente o público que se aplica aos benefícios previdenciários, está-se tentando evitar a subestimação do indicador de cobertura da previdência rural naqueles estados que apresentam população urbana significativa. O problema no cálculo do indicador acima é a impossibilidade de se quantificar a população-alvo com exatidão, havendo, portanto, necessidade de estimá-la a partir dos dados disponíveis. Assim, utilizando-se as bases de dados da PNAD 2002 e do Censo 2000, buscou-se restringir a população estadual segundo a idade do indivíduo (que de acordo com a legislação previdenciária vigente, é de 60 anos ou mais, para homens, e 55 anos ou mais, para mulheres), e o lugar onde ele vive (restrito a locais onde ocorre atividade rural). Para restringir a população-alvo àquelas pessoas que exerceram a atividade rural, partiu-se de três diferentes definições para áreas de abrangência rural: área rural segundo o IBGE, que abrange toda área externa ao perímetro urbano de um distrito; área fora da região metropolitana do estado ; e, interior do estado, que abrange todo o estado menos sua capital. 5

A tabela abaixo mostra o tamanho da população-alvo por estado segundo as três definições de áreas com atividade rural. Por haver restrições nos dados do IBGE para os estados da Região Norte (com exceção do Tocantins) 1, optou-se por não incluílos no cálculo da cobertura pela previdência rural. Tabela 2: Dados da população-alvo - 2002 Abrangência População Rural IBGE* Homem com idade >= 60 Mulher com idade >= 55 População fora da Região Metropolitana** Homem com idade >= 60 Mulher com idade >= 55 População com 60 anos ou mais do interior no estado*** BRASIL 1.365.337 1.818.367 12.098.682 NORTE 19.384 21.618 93.535 Tocantins 19.384 21.618 93.535 NORDESTE 683.807 910.802 3.566.200 Maranhão 85.708 99.325 406.889 Piauí 54.087 66.849 205.852 Ceará 94.249 133.088 233.209 340.687 555.931 Rio G. do Norte 35.405 45.446 191.308 Paraíba 44.000 61.160 308.727 Pernambuco 98.144 129.703 213.465 319.932 615.902 Alagoas 47.530 53.927 198.956 Sergipe 18.819 23.536 101.696 Bahia 205.865 297.768 431.995 676.537 980.939 SUDESTE 326.559 435.684 5.298.633 Minas Gerais 175.586 243.444 642.031 1.075.715 1.618.022 Espírito Santo 30.420 38.255 258.224 Rio de Janeiro 25.017 34.215 174.820 313.269 871.508 São Paulo 95.536 119.770 875.937 1.486.751 2.550.879 SUL 257.607 371.058 2.216.437 Paraná 76.485 102.908 303.205 494.721 734.883 Santa Catarina 44.147 64.517 457.749 Rio G. do Sul 136.975 203.633 364.071 618.700 1.023.806 CENTRO-OESTE 77.980 79.205 573.686 Mato G. do Sul 15.736 15.119 95.910 Mato Grosso 25.744 23.784 142.796 Goiás 33.252 35.226 334.981 Distrito Federal 3.248 5.076 0 * População situada em área externa ao perímetro urbano de um distrito, segundo o IBGE. Fonte: PNAD. **População que vive além da área metropolitana definida pelo IBGE. Somente 9 estados apresentam Região Metropolitana definida. Fonte PNAD. ***Foi utilizado o Censo 2000 para extrair o percentual da população com 60 anos ou mais vivendo fora da capital do estado. Este percentual foi depois aplicado sobre a população estimada a partir da PNAD para aquela faixa de idade. Fonte: DATAPREV, PNAD 2002 e CENSO 2000. Elaboração: IPECE. 1 Dados da zona rural não estão disponíveis para esses estados, com exceção do Estado do Tocantins. 6

3. Análise dos resultados Utilizando as informações contidas nas Tabelas 1 e 2, e aplicando a Equação 1, encontram-se os indicadores de cobertura da providência rural para cada estado segundo as três metodologias de cálculo da população-alvo. Tabela 3: Indicadores de cobertura da previdência rural - 2002 Abrangência Cobertura da população rural (homens com 60 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais) Cobertura da população com 60 anos ou mais de idade do interior do estado Cobertura da população fora da RM (homens com 60 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais) BRASIL 136,9% 37,1% 33,2% NORTE * * ** Tocantins 102,8% 45,1% ** NORDESTE 146,5% 65,5% ** Maranhão 155,4% 70,7% ** Piauí 163,7% 96,2% ** Ceará 178,2% 72,9% 70,6% Rio G. do Norte 176,3% 74,5% ** Paraíba 198,7% 67,7% ** Pernambuco 138,1% 51,1% 59,0% Alagoas 83,0% 42,3% ** Sergipe 159,8% 66,6% ** Bahia 124,6% 64,0% 56,6% SUDESTE 116,3% 16,7% ** Minas Gerais 118,1% 30,6% 28,8% Espírito Santo 134,1% 35,7% ** Rio de Janeiro 77,3% 5,3% 9,4% São Paulo 117,9% 10,0% 10,7% SUL 139,8% 39,7% ** Paraná 187,8% 45,8% 42,2% Santa Catarina 163,3% 38,8% ** Rio Grande do Sul 107,0% 35,6% 37,1% CENTRO-OESTE 136,9% 37,5% ** Mato Grosso do Sul 155,5% 50,0% ** Mato Grosso 111,3% 38,6% ** Goiás 122,3% 25,0% ** Distrito Federal 341,5% **** ** * Com exceção do Tocantins, as populações das áreas rurais desses estados não entram nas estatísticas do IBGE. ** Esses estados não apresentam região metropolitana. *** Mesmo possuindo região metropolitana, este estado apresenta o problema apresentado na nota *. **** A divisão entre interior e capital não se aplica neste caso. Como se pode observar na segunda coluna da Tabela 3, com exceção de Alagoas e Rio de Janeiro, mais de cem por cento da população rural de homens com 60 anos ou mais e de mulheres com 55 anos ou mais é atendida pela aposentadoria 7

rural. Isto é conseqüência do fato de o conceito de população rural, utilizado pelo IBGE, abranger a população situada em área externa ao perímetro urbano de um distrito, seja ele pertencente a um município do interior ou da capital. Assim, sob esta definição, a população-alvo dos benefícios é subestimada, já que grande parte da população do interior vive nas sedes dos distritos. Um critério mais realista seria partir da população do interior do estado, o que é mostrado na terceira coluna da Tabela 3. Neste caso, consegue-se controlar o problema de super-estimação do indicador de cobertura. Por outro lado, para aqueles estados com grandes núcleos urbanos no interior do estado (como Rio de Janeiro e São Paulo), este critério acaba por subestimar o indicador. Considerando esta limitação da diferenciação entre capital e interior, optou-se por calcular também o indicador de cobertura abrangendo a população fora da região metropolitana. Espera-se, assim, controlar o problema de subestimação da cobertura nos estados com maior nível de urbanização fora da capital. Após essas considerações, alguns resultados da Tabela 3 merecem comentários: A Região Nordeste é a que apresenta maior taxa de cobertura, com destaque para o Piauí. Por outro lado, Alagoas apresenta uma cobertura muito abaixo dos outros estados da região, merecendo um estudo específico. O Estado do Ceará é o que apresenta maior cobertura da população fora da Região Metropolitana; A Região Sudeste é a que apresenta menor cobertura previdenciária rural, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentando as mais baixas taxas de cobertura de sua população do interior. Tais resultados se mantêm mesmo tomando-se a população fora das Regiões Metropolitanas; Apesar de eminentemente rural, a Região Centro-Oeste apresenta a segunda menor cobertura. A cobertura cai mais ainda se desconsiderarmos as aposentadorias ativas do Distrito Federal, onde a divisão entre Capital e Interior não pode ser aplicada. Com relação a este ente da Federação, observa-se que existe uma exagerada taxa de cobertura da população rural. 8

Após dessas considerações, com o objetivo de comparar a cobertura previdenciária rural entre os estados da Nordeste, são apresentadas as posições desses estados no ranking regional e do país. Gráfico 1: Ranking dos estados do nordeste segundo a cobertura da população rural (homens com 60 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais) - 2002 Bahia 8º 13º Sergipe 5º 8º Alagoas 9º 20º Pernambuco 7º 11º Paraíba Rio G. do Norte 1º 2º 3º 5º Ranking no Nordeste Ranking no Brasil Ceará 2º 4º Piauí 4º 6º Maranhão 6º 10º Elaboração: IPECE No ranking considerando a cobertura da população rural para a Região Nordeste, os Estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte se revelam por apresentarem maior cobertura previdenciária rural. Considerando todo o país, esses estados permanecem como os melhores colocados dentre os estados nordestinos. Analisando-se o Gráfico 2, que considera a população do interior do estado, vêse que o Ceará e o Rio Grande do Norte permanecem entre os três melhores colocados, só perdendo para o Piauí. Apesar de Alagoas apresentar a menor cobertura dentre os estados do Nordeste, a nível nacional este estado encontra-se na 12ª colocação. 9

Gráfico 2: Ranking dos estados do nordeste segundo a cobertura da população com 60 anos ou mais de idade do interior do estado 2002 Maranhão 4º 4º Piauí 1º 1º Ceará Rio G. do Norte 2º 2º 3º 3º Ranking no Nordeste Ranking no Brasil Paraíba 5º 5º Pernambuco 8º 8º Alagoas 9º 12º Sergipe 6º 6º Bahia 7º 7º Elaboração: IPECE No Gráfico 3, apresenta-se o ranking dos estados quanto à cobertura da população fora da região metropolitana. Novamente, observa-se que os estados do Nordeste são os melhores colocados, com destaque para o Ceará, que tem 70,6% de sua população com idade para se aposentar e fora da Região Metropolitana de Fortaleza recebendo aposentadoria rural. Paraná apresentou a 4ª melhor colocação e, como era esperado, Rio de Janeiro e São Paulo foram os últimos colocados. É importante frisar que uma baixa cobertura da previdência rural não implica que o estado tenha uma baixa cobertura previdenciária. No caso do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo, por serem extremamente industrializados, é esperado que a proporção de aposentados rurais com relação ao total de aposentados seja menor. Rankings como os apresentados acima são mais úteis para comparação entre os estados das regiões menos desenvolvidas, onde os benefícios rurais geram grande externalidade nas economias locais. 10

Gráfico 3: Ranking dos estados do nordeste segundo a cobertura da população fora da Região metropolitana (homens com 60 anos ou mais e mulheres com 55 anos ou mais) - 2002 Ceará 1º Pernambuco 2º Bahia 3º Minas Gerais 6º Rio de Janeiro 8º São Paulo 7º Paraná 4º Rio Grande do Sul 5º Elaboração: IPECE 4. Considerações Finais Neste trabalho, constatou-se que o cálculo da cobertura previdenciária rural depende fundamentalmente da conceituação da população-alvo da aposentadoria. Foi verificada a existência de uma grande disparidade entre os estados quanto à cobertura previdenciária, alguns deles apresentando resultados bastante elevados, independentemente da metodologia de cálculo utilizada. A Região Nordeste foi a que apresentou os maiores índices de cobertura previdenciária, com destaque para os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão. A Região Sudeste foi a que apresentou os menores índices, sendo o Espírito Santo o estado com maior resultado na região. Dentre os estados com região metropolitana, os estados do Nordeste seguiram apresentando as maiores coberturas, sendo o Ceará o estado com melhor resultado no país. 11