ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ADVOGADOS PÚBLICOS NOTA TÉCNICA ABRAP Nº001/2015



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Transcrição:

NOTA TÉCNICA ABRAP Nº001/2015 ASSUNTO: PEC Nº 373/2013 VOTO EM SEPARADO LOCALIZAÇÃO: COMISSÇÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E CIDADANIA - CÂMARA DOS DEPUTADOS EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DEPUTADO (A): O Voto em Separado, não apresenta qualquer procedência, é totalmente equivocado, da eco ao corporativismo vigente no seio da ANAPE, e por isso, omite verdades, encerra contradições, busca induzir a erro Vossas Excelências, ao afirmar que a PEC nº 373/2013, conteria vícios de inconstitucionalidade, senão vejamos, nesta breve impugnação, ponto a ponto, das afirmações na mencionada peça contidas: O Projeto de Emenda a Constituição não é equivocado, porque ao contrário do afirmado, o Colendo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL por suas duas Turmas já firmou entendimento, manso, pacífico e atual que a Constituição Federal de 1988, por seu Poder Constituinte Originário, quando utilizou no artigo 132 da Carta, o termo, Procuradores o fez de forma genérica sem distinguir as distintas carreiras que integram a ADVOCACIA PÙBLICA, inclusive, e especialmente, os advogados/procuradores das autarquias. (a ilustrar: vide dentre outras as decisões proferidas nos REx 558258/SP; 574.203/SP e 562.238/SP). Portanto, a Egrégia Corte Suprema em vários de seus julgados já firmou jurisprudência na qual revela seu reconhecimento a efetiva e concreta existência de outras carreiras de advogados públicos nos estados federados, com atribuições constitucionais e legais, que não são ordinariamente exercidas pelos integrantes da carreira de procurador de estado, algumas delas, mesmo existentes anteriormente a promulgação da Carta de 1.988.

Acontece, porém, Excelências, que o injustificável, desenfreado e irracional corporativismo dos Procuradores de Estado que a despeito de pretenderem poder exercer a advocacia privada e auferirem honorários advocatícios sucumbênciais em causas que envolvam a denominada Fazenda Pública também buscam insanamente se assemelhar nas prerrogativas, independência, isonomia às carreiras da Magistratura e do Ministério Público dos Estados contraditoriamente ao apregoado, discriminam seus iguais e assemelhados integrantes de outras carreiras da advocacia pública dos estados federados e assim relutam em reconhecer a realidade, como revelam as Cartas Estaduais e Leis, existir nos Estados Federados seus iguais, que integram outras carreiras de Advogados Públicos. Esta relutância gera e tem provocado inúmeras ações judiciais acerca do tema, a despeito do como se disse, do sedimentado e remansoso entendimento na Corte Excelsa, assim, a aludida PEC nº 373/13, apenas busca deixar no texto da Constituição Federal, claro, expresso, incontroverso e insofismável, que aludido dispositivo, fruto do entendimento do Constituinte Originário, se aplica a todos os Advogados Públicos que integram carreiras no âmbito da administração direta e indireta dos Estados Federados, sem quaisquer exceções, como preconizado no art. 3, 1 e artigo 9 do Estatuto da OAB (Lei Federal 8906/1994, no artigo 1 e 2 do Provimento 114 da Ordem dos Advogados do Brasil e, ainda, na Recomendação do Conselho Federal exarada no Processo nº 49.0000.2011.004877-9/COMISSÃO NACIONAL DA ADVOCACIA PÚBLICA. A afirmação de que a PEC nº 373/13 viola as disposições do art. 60, 4º, I, da Constituição Federal é totalmente desprovida de razão: primeiro, porque não pretende dita emenda violar qualquer cláusula pétrea da Constituição Federal, até porque os Estados Federados em suas Constituições Estaduais e Leis, prevêm a existência de outros integrantes efetivos e com prerrogativas de carreira de Advogados Públicos e, mais fazem e realizam concursos públicos para provimento de tais cargos; segundo, porque o art. 132 da Carta Federal não se constitui em cláusula pétrea a salvo de mudanças constitucionais, ou melhor, aqui no caso concreto se trata apenas e tão somente, de aperfeiçoamento e complemento do texto constitucional; terceiro, porque os próprios integrantes da carreira de Procuradores de Estado, ao contrário do que se pretende induzir, buscam também perante essa Casa Legislativa Federal (vide PECs nº 82 e 443) através de Propostas de Emendas Constitucionais à Carta Federal de seu

interesse e de seus filiados (ex: Pergunta-se será que os Chefes dos Poderes Executivos das Unidades Federadas teriam interesse em tais PECs: que permitem aos Procuradores de Estado poder exercer a advocacia privada fora de suas atribuições constitucionais e institucionais?; em que as PGEs tenham autonomia financeira e orçamentária?; que os Procuradores de Estado aufiram honorários advocatícios sucumbências em causas envolvendo entes públicos estaduais? etc.) como já, também se disse de se igualar nos bônus aos integrantes da Magistratura e do Ministério Público Estaduais, mas não nos ônus. Ora partindo da linha de raciocínio da ANAPE, tais pretensões deveriam ser, por uma questão de coerência, perseguido nas Cartas Estaduais e com a chancela do Chefe do Poder Executivo aos quais se subordinam (vide STF na ADI 291/MT), e não na Carta Federal. Ademais, a valer esta tese, constata-se em que desarmonia com o modelo constitucional federal e, portanto inconstitucional, um corpo estranho ao desenho constitucional teria sido o art. 132, este sim, ao violar o art. 60, 4º, I, da Carta Federal, visto ser corpo estranho inserido na Carta Federal, violando seus próprios ditames, por tratar de tema de competência exclusiva dos Estados membros, e que causou e causa inúmeros problemas para os entes federados, ao estabelecer uma casta de advogados públicos estaduais em detrimento de seus iguais autárquicos e doutros todos integrantes da Advocacia Pública, pois como definido na sustentação (fls. 22) do MIn. Sepúlveda Pertence, todos exercem a função de Advocacia de Estado, em Acórdão unânime do Plenário do Excelso Pretório que julgou improcedente, tanto em sede de cautelar com em julgamento de mérito, a ADIN 175/PR, visto ter, por decisão transitada em julgado, fixar a CONSTITUCIONALIDADE DAS DISPOSIÇÕES DO ART. 56, E SEU PARÁGRAFOS DO ADCT DA CARTA ESTADUAL DO PARANÁ. Estes dispositivos tratam e se referem aos integrantes das carreiras de advogados/procuradores autárquicos incumbidos da representação judicial e do assessoramento jurídico das Autarquias e Fundações Públicas integrantes da Administração Indireta do Estado do Paraná e da carreira de assistentes jurídicos que prestam o assessoramento jurídico no seio da Administração Direta do Estado do Paraná. Ressalte-se que o decidido nesta ADIN, tem servido de orientação a outras decisões do Supremo Tribunal Federal, para reconhecer a constitucionalidade de existência de carreiras de advogados públicos (ex: assessores, assistentes, consultores e procuradores jurídicos nos quadros das Assembléias Legislativas Estaduais, Tribunais de Contas Estaduais, Tribunais de Justiça Estaduais) tal como ocorre com os Poderes Legislativos

Federal (Câmara Federal Senado), nos Tribunais de Contas Federal, e, mesmo, no Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Superior Tribunal do Trabalho, Tribunais Militares, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho). Adicione-se, ainda, por oportuno e relevante, que a Colenda Corte no bojo do aludido Acórdão asseverou, reconheceu e fixou a compatibilidade dos dispositivos atacados com o disposto no art. 132 da Carta Federal, anotando, inclusive, se tratarem de cargos com prerrogativas assemelhadas que justificam o trato isonômico de direito e vedações próprias das carreiras jurídicas à luz dos demais dispositivos constitucionais vigentes. Como já visto, é notória a existência nos três Poderes da Administração Direta dos Estados Federados e na Administração Direta e Indireta do Poder Executivo de outras carreiras efetivas de Advogados Públicos, logo inexiste a alegada à unicidade de carreira, o que pode existir é a unicidade institucional, nos moldes do modelo simetricamente adotado no âmbito da Advocacia Pública da União onde todos Advogados Públicos, independentemente, da carreira que integram merecem igual tratamento no que respeita a direitos e deveres, prerrogativas e impedimento, regime disciplinar etc. (vide: art.131 da CF, LC nº 73/93 e Lei 10.480/2002). Acrescente-se que a unicidade de carreira foi completamente e exemplarmente repelida e rechaçada, no entendimento firmado pelo Excelso Supremo Tribunal Federal que no seio de Acórdão, transitado em julgado, proferido no R.E 558.258/SP asseverou: Ora, atualmente, a redação dada pela PEC 19/2004 ao art. 101 da Constituição do referido Estado-membro determina que compete a Procuradoria Geral do Estrado representar o Estado e suas Autarquias. ENTRETANTO, ESTA FOI UMA DECISÃO POLITICA, POIS TAL REPRESENTAÇÃO PODERIA CONTINUAR A CARGO DE ORGÃOS VINCULADOS, COMO O PERMITE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL., ou seja as Cartas Estaduais são autônomas e soberanas para definir tal matéria e inclusive definir se os Procuradores Gerais devem obrigatoriamente ser escolhidos dentre os integrantes da carreira ou não (vide novamente, STF na ADI 291/MT). O voto em separado, anota que a existência de Autarquias Estaduais são transitórias, pois podem ser extintas por Lei, ora tal hipótese e condicionante também pode se materializar na esfera federal, contudo, isto não impede, como já afirmado, que os integrantes da carreira de Advogados da União que defendem a Administração Direta

Federal e os seus iguais integrantes da carreira de Procuradores Federais incumbidos da Administração Indireta Federal tenham igual tratamento e garantias. E caso, sacramentada a mera hipótese de serem extintas as Autarquias Estaduais - que outras carreiras de advogados públicos que existem e integram a advocacia publicados Estados Federados defendem -, a Carta Federal determina que fiquem em disponibilidade remunerada até eventual aproveitamento em outro cargo, evidentemente de advogado público. O que não se pode é aleatoriamente imaginar a hipótese de que algum dia alguma Autarquia Estadual poderá ser extinta e assim sendo que os Advogados Públicos que nelas integram carreiras sejam tratados como profissionais de segundo escalão, segunda classe ou segunda categoria em face dos integrantes da carreira de procuradores de estado, visto que são todos integrantes da denominada Advocacia Pública que defende o erário nas três níveis e nas três esferas de Poder. Se imaginar, pretender e querer o contrário, é se entender que o voto em separado, apregoa o odioso, discriminatório e repulsivo apartheid. Portanto, ainda que se admita para fins de argumentação que existam nos Estados Federados carreiras de advogados públicos em extinção isto não justifica e nem tem o condão de impedir igual trato de respeito e igualdade a todos os integrantes de Carreiras de Advogados Públicos Estaduais, máxime porque até a vacância ou extinção dos cargos de carreira efetivos que ocupam terão o dever de bem defender o erário. Por fim, é preciso ter coragem e dignidade para afirmar que incorre em equivoco o voto em separado quando afirma existir NOTA TÉCNICA DA SECRETARIA DE REFORMA DO JUDICIÁRIO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA que teria recomendado a inadmissibilidade da aprovação da PEC nº 39/12 que tramita no SENADO FEDERAL, cujo teor, se assemelha ao da PEC nº 373/13, aqui tratada, que tramita na CÂMARA FEDERAL. A verdade é totalmente, oposta, referida Secretaria ao averiguar, comprovar, e verificar a efetiva existência e a realidade das várias carreiras efetivas de Advogados Públicos Estaduais, tanto no âmbito de sua Administração Direta quanto no âmbito de sua Administração Indireta, através de seu questionário e diagnóstico, concluiu por não se opor, e por conseqüência, recomendar, a tramitação e aprovação da apontada PEC nº 39/12 em tramitação no Senado Federal (cópia anexa da NOTA TÉCNIA Nº 0079-12/12/2013-MJ/GB/ASSESSORIA DE ASSUNTOS PARLAMENTARES). E, também se equivoca ao pretender induzir que a ADIN 484/PR, já teria transitado em julgado, porque isto ainda não ocorreu, permanece em discussão, apenas o contido no art. 5º da Lei Estadual 9422/90 Paranaense que nada mais, faz que, apenas reproduzir, diga-se

desnecessariamente, norma esta obrigatória contida no art. 37, II da Constituição da República, e também do fato de aludida ADIN, ser mera reprodução, como confessado em sua própria exordial, das alegações contidas na ADIN 175/PR que foi como já se disse, por decisão transitada em julgado, repelida e rechaçada pelo Plenário da Corte Suprema, de sorte que haveria violação à coisa julgada. Também falta com a verdade e ética a afirmação - quando veiculando noticias acerca da diversidade de vencimentos existente entre as várias carreiras da advocacia publica estadual - de que se aprovada a PEC nº 373, esta geraria automaticamente despesas para os entes federados, isto porque é por todos sabido, em especial, aos advogados públicos, que a questão de remuneração de servidores públicos estaduais (inclusive procuradores de estado) é tratada por Lei específica de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo Estadual (art. 60, 1º, inciso 2, alínea a cc. Art.37, X da CF). Finalmente, diga-se que o Colendo Supremo Tribunal provocado através da ADIN 484-PR, cuja decisão se encontra ainda sub judice em face de embargos de declaração opostos, ao analisar a constitucionalidade destas Leis Estaduais do Estado do Paraná, por seu Plenário, decretou a improcedência da ação direta, declarando constitucionais as Leis Estaduais nºs. 9422/1990 e 9.525/91, firmando: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEIS ESTADUAIS 9.422, DE 5/11/1990, E 9.525, DE 8/1/1991. CRIAÇÃO DA CARREIRA ESPECIAL DE ADVOGADO DO ESTADO DO PARANÁ, INTEGRADA PELOS OCUPANTES DE EMPREGOS E CARGOS PÚBLICOS DE ADVOGADOS E ASSISTENTES JURÍDICOS ESTAVEIS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E AUTÁRQUICA DAQUELA UNIDADE FEDERADA. ATRIBUIÇÕES DE ASSESSORAMENTO JURÍDICO AO PODER EXECUTIVO E DE REPRESENTAÇÃO JUDICIAL DAS AUTARQUIAS, COORDENADAS PELO PROCURADOR-GERAL DO ESTADO. ARTS. 5º, I, 37, II E XIII, 132 E 169 DA CF, E ART. 19, 1º DO ADCT. ALEGAÇÕES DE OFENSAS REJEITADAS. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONFERIDA AO ART. 5º DA LEI 9.422/1990. Ainda, anote-se por oportuno e relevante, não se tem conhecimento de que o colégio de Procuradores Gerais tenha existência legal vinculada ao Poder Executivo dos Estados Federados, pois não é órgão consultivo e deliberativo dos Estados Membros

que possa direcionar as decisões da Câmara dos Deputados. Salienta-se, ainda, que as Procuradorias dos vários entes federados ao ingressarem na qualidade de amicus curiae na ADIN nº 5.215/GO, segundo consta, o fazem em interesse corporativo próprio da ANAPE e não dos Estados Federados, sem constar autorização específica dos respectivos Chefes do Poder Executivo destes entes federados. É salutar lembrar, nesse passo, que quem detém legitimidade para ingressar figurando no polo ativo e como autor de ADINs são os GOVERNADORES DE ESTADO E DO DISTRITO FEDERAL (Art.103 da CF) e não os Procuradores Gerais ou procuradores destes entes federados, isto certamente, para que os Chefes do Poder Executivo Estadual se obriguem a tomar conhecimento do que esta sendo postulado no pedido e se este é ou não interesse público do Estado federado. Veja-se que, não teria sentido o Governador do Estado de Goiás ajuizar ADIN contra ato por ele mesmo praticado, com esteio nas disposições constitucionais e legais, em favor do interesse da população que representa. Qual seria o sentido em dispensar uma gama de advogados públicos de carreira concursados e especializados e mantê-los em disponibilidade remunerada a custa do erário e admitir novos procuradores de estado para exercer tais atividades? Absurdo!! Aqui se evidência, claro e cristalino o interesse corporativo da ANAPE, E NÃO DOS ESTADOS FEDERADOS, no voto em separado. Confiantes de que a aprovação da PEC nº 373/13 pela nobre Câmara dos Deputados, resultará no fortalecimento e justiça para todas as carreiras efetivas de Advogados Públicos Estaduais, ditas típicas de estado, e integrantes das Funções Essenciais à Justiça e conseqüentemente em beneficio de toda a coletividade brasileira, propugnamos que Vossa Excelência vote pela admissibilidade da PEC 373/2013, nos termos do voto do eminente relator Deputado Décio Lima. Atenciosamente, DIRETORIA EXECUTIVA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ADVOGADOS PÚBLICOS - ABRAP