Portanto, percebe-se a inexistência das pretensas diferenças conforme apregoadas clara e exaustivamente.

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1 ADVOCACIA PUBLICA DE ALAGOAS A ABRAP Associação Nacional da Advocacia Publica e a APAFAL Associação dos Procuradores Autárquicos e Advogados de Fundação do Estado de Alagoas, agradecem ao Presidente da OAB Seccional Alagoas, Dr. Thiago Bomfim, pela brilhante iniciativa de promover este Ato Publico em prol da Advocacia Publica. Fato inédito no Estado de Alagoas. Atualmente a ADVOCACIA PÚBLICA de Alagoas concentra-se em duas categorias: Procuradores de Estado; e Procuradores Autárquicos e Fundacionais. A Constituição do Estado de Alagoas estabelece em seu art. 152, 1º o seguinte: O Estado centralizará, na Procuradoria Geral do Estado, a orientação normativa das atividades de assessoramento jurídico do Estado referentemente à administração direta. Enquanto que o 2º do referido artigo, estabelece que aos Procuradores Autárquicos e Fundacionais do Estado a competência é privativa na representação judicial e assessoramento jurídico das Entidades para as quais pertençam ou seja, administração indireta. É de se constatar que, cabe aos Procuradores Autárquicos e Fundacionais, PRIVATIVAMENTE, a representação judicial e assessoramento jurídico das entidades da administração indireta. Não obstante o exercício das funções ser desenvolvido em âmbitos diversos Procuradores de Estado atuando na administração Direta, e Procuradores Autárquicos e Fundacionais atuando na Administração Indireta, tais funções não se diferenciam na operacionalidade técnica. Portanto, percebe-se a inexistência das pretensas diferenças conforme apregoadas clara e exaustivamente. Permite-se, ainda, que a ABRAP e a Apafal se reportem aos entendimentos, com relação à matéria, dos eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandoski em Recursos Extraordinários diversos, destacando que os procuradores autárquicos desempenham as mesmas funções dos 1

2 procuradores estaduais, divergindo apenas quanto ao âmbito de atuação. Alegar unicidade nos serviços jurídicos do Estado, ideia advinda da PGE e Anape, significa Exclusividade, e tal pensamento é absolutamente descabido e inapropriado em qualquer situação e organização de um Estado, principalmente porque tal medida acarretaria na extinção das Autarquias e Fundações. Pergunta-se: onde estaria ou está o embasamento para tal providencia? É certo que sempre existiram, nos Estados e Municípios, profissionais que exercem suas atividades representando a Administração indireta. E estes são advogados públicos que atuam ao lado dos Procuradores de Estado, dos Advogados, dos Procuradores Federais e dos Procuradores da Fazenda Nacional, além dos Procuradores dos Municípios. Não é demais repetir que o Supremo Tribunal Federal, órgão maior do Poder Judiciário, já decidiu que o termo Procuradores, constante do art. 132 da Constituição Federal de 88, tem aplicação aos Procuradores Autárquicos e Fundacionais, inclusive. De forma que, tal similitude entre as categorias, respaldou a iniciativa dos excelentíssimos senhores deputados federais Valtenir Pereira, Marcio Marinho, Sérgio Souza e João Campos ao apresentarem perante o Legislativo Federal a proposta de Emenda Constitucional nº 80/15, cuja votação, acontecida no último dia 15 de julho mereceu aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania com expressiva votação de 62 votos a favor e apenas 2 votos contra. Sendo aprovada nas duas casas do Congresso Nacional, a PEC nº 80/2015 pode dar uma solução definitiva para este estado de intolerância que envolve ambas as carreiras e se arrasta há anos, e sanar uma questão que até então se encontra implícita na Carta Magna de

3 Consequentemente, colocar-se-á um fim na tão festejada alegação de inconstitucionalidade (repito: sem qualquer respaldo moral nem legal), assim como nas terríveis, absurdas e discriminatórias perseguições sofridas pelos Procuradores Autárquicos e Fundacionais. Ao mesmo tempo, haverá o reconhecimento de mais de 30 anos de lutas reivindicatórias por esses profissionais que clamam por justiça. A PEC 80/2015 trará um beneficio no aspecto de organização, pois permitira uma melhor estruturação da Advocacia Publica de cada Estado, que poderá adotar o modelo da AGU Advocacia Geral da União. Tem-se que, referenciada PEC 80/15 visa modificar o Art. 132 da Carta Constitucional a fim de adequar as situações de ordem funcional e técnica em razão da admissível similitude entre as duas categorias de Procuradores de Estado; e Procuradores Autárquicos e Fundacionais. Permita-me ainda acrescentar que a referida PEC 80/15 é similar a nossa Emenda Constitucional nº 37/2010, a qual estabelece competência privativa na representação judicial e assessoramento jurídico das respectivas entidades aos Procuradores Autárquicos e Fundacionais. No entanto, necessário destacar que, em face da ascintosa discriminação desta categoria autárquica e fundacional, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) se utiliza de todos os meios (eu disse todos os meios), avocando o Estado para exercer as funções dos profissionais em referência. Isso indica não só a má gestão e intenção dos Procuradores Gerais ao desejarem usurpar a competência de uma categoria que passou legitimamente por concurso público de provas e títulos e exerce suas funções amparada pela lei e pelas Constituições Federal e de Alagoas. Cabe lembrar que não estou criticado todos os Procuradores de Estado. Existem aqueles que reconhecem lucidamente o direito dos Autárquicos e Fundacionais. O problema é daqueles que detém um 3

4 poder maior e se aproveitam disso para exercê-lo de forma prejudicial. É de bom alvitre destacar que, durante todos esses anos 30 anos, o governador que nos acolheu, compreendendo a situação funcional e técnica das categorias, ora em foco, servidores públicos do quadro funcional do Estado, foi o governador Ronaldo Lessa. Prova disso, organizou a carreira mediante a Lei nº 6.430/02, fez concurso público e equiparou os salários das duas categorias. Nos demais governos, o tratamento destes profissionais muito diferiu daquele dado aos Procuradores de Estado, inclusive em termos de remuneração. Hoje a disparidade de tratamento remuneratório entre as duas carreiras é imensa. Um descumprimento grave ao parágrafo 3º, do Art. 152 da Constituição do Estado, que estabelece que os Autárquicos, para efeito de incidência de teto remuneratório, são considerados Procuradores nos termos do art. 37. Inciso XI, da Constituição Federal. Aproveito a oportunidade para pedir diretamente ao Governador Renan Filho, com sua jovialidade e seu espírito combativo e de mudança para um Estado melhor, que possa novamente reconhecer uma situação que é legítima, legal, constitucional, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal e também em decisão anterior do Desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, hoje presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, que dura mais de 30 longos anos. Atualmente o Estado de Alagoas conta com 15 (quinze) Autarquias e 1 (uma) Fundação com um quadro médio de 100 (cem) vagas disponíveis. Destas, 87 (oitenta e sete) estão em aberto. Do total de 80 (oitenta) Procuradores Autárquicos e Advogados de Fundação, apenas 23 (vinte e três) ocupam tais vagas. O ultimo concurso publico realizado foi na gestão Ronaldo Lessa. E o último aumento de salário também. Portanto, todo o trabalho técnico-jurídico do Estado na Administração Indireta está defasado carecendo de novos 4

5 Procuradores Autárquicos e Fundacionais. Daí a necessidade da urgência para feitura de concurso público. A APAFAL aproveita a importante ocasião para declinar os órgãos de natureza autárquica Administração Indireta do Estado de alagoas. ARSAL - Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas AMGESP Agência de Modernização da Gestão de Processos ADEAL - Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas DETRAN - Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas DITEAL - Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas DER - Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas FAPEAL Fundação de Amparo `a Pesquisa do Estado de Alagoas. INMEQ - Instituto Metrologia e Qualidade de Alagoas IDERAL - Instituto de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Alagoas Centrais de Abastecimento e Armazéns ITERAL- Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas ITEC - Instituto de Tecnologia em Informática e Informação do Estado de Alagoas. IPASEAL - Instituto Assistência a Saúde Servidores Estado de Alagoas IZP - Instituto Zumbi dos Palmares IMA Instituto do Meio Ambiente UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas UNEAL Universidade Estadual de Alagoas Pertinente, ainda informar que no presente ano a Uncisal tomou a iniciativa requerendo a formalização de concurso publico, naturalmente demonstrando a urgência da providencia em face da necessidade de melhor assistência a todos os órgãos que compõem a administração indireta do Estado e foi vetado pela PGE. Registre-se, por fim, que com uma política de valorização e reconhecimento, as atividades desenvolvidas podem, certamente, ser fortalecidas, inclusive repercutindo no incremento de arrecadação das receitas das autarquias e fundações, com a consequente execução de multas, receitas, etc. 5

6 De maneira breve, apresentei alguns esclarecimentos e um sucinto diagnostico da Advocacia Publica do Estado de Alagoas, especificamente dos Procuradores Autárquicos e Advogados de Fundação. Faço votos, sinceramente, de que toda essa situação seja compreendida, que o nosso direito seja definitivamente reconhecido e que a justiça seja feita para essa categoria, para o bem do equilíbrio das instituições públicas alagoanas e de seus respectivos poderes, e consequentemente para o bem de toda a população.... 6