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Transcrição:

Fls. 2 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 3 - Data 6 de janeiro de 2014 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF SERVIÇOS PROFISSIONAIS. A disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional, para fins da retenção do imposto sobre a renda de que trata o art. 647 do RIR/99. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de serviço não estão sujeitas à retenção de que cuida o dispositivo mencionado. Dispositivos Legais: Lei nº 7.450, de 1985, art. 52; Lei nº 9.472, de 1997, art. 60, caput e 1º; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), art. 647; Parecer Normativo CST nº 8, de 1986. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL RETENÇÃO NA FONTE. SERVIÇOS PROFISSIONAIS. A disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional, para fins da retenção da CSLL de que trata o art. 30 da Lei nº 10.833, de 2003. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de serviço não estão sujeitas à retenção de que cuida o dispositivo mencionado. Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30; Lei nº 9.472, de 1997, art. 60, caput e 1º; Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º, caput, c/c 2º, IV; Parecer Normativo CST nº 8, de 1986. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP RETENÇÃO NA FONTE. SERVIÇOS PROFISSIONAIS. A disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional, para fins da retenção da Contribuição para o PIS/Pasep de que trata o art. 30 da Lei nº 10.833, de 2003. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de serviço não estão sujeitas à retenção de que cuida o dispositivo mencionado. Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30; Lei nº 9.472, de 1997, art. 60, caput e 1º; Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º, caput, c/c 2º, IV; Parecer Normativo CST nº 8, de 1986. 1

Fls. 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS RETENÇÃO NA FONTE. SERVIÇOS PROFISSIONAIS. A disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional, para fins da retenção da Cofins de que trata o art. 30 da Lei nº 10.833, de 2003. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de serviço não estão sujeitas à retenção de que cuida o dispositivo mencionado. Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 30; Lei nº 9.472, de 1997, art. 60, caput e 1º; Instrução Normativa SRF nº 459, de 2004, art. 1º, caput, c/c 2º, IV; Parecer Normativo CST nº 8, de 1986. Relatório Em processo protocolizado em 01/02/2013, a pessoa jurídica acima identificada, por intermédio de seu representante legal, formula consulta administrativa sobre a interpretação da legislação tributária federal. 2 A consulente informa que fornece serviços de rede de telecomunicações permitindo o transporte de dados e questiona se esse tipo de serviço caracteriza-se como de natureza profissional sujeitando assim os valores pagos pela sua prestação à retenção na fonte de Imposto de Renda, CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep. 3 A consulente argumenta que o serviço por ela oferecido não se caracteriza (como) uma simples transmissão de dados e sim um conjunto de serviços que implicam em um assessoramento em relação aos dados que transitam em sua rede 4 Informa ainda que ao emitir suas notas fiscais estão sendo destacadas as retenções de IRRF, PIS/COFINS/CSLL, no entanto alguns de seus clientes se negam a efetuar a retenção na fonte, alegando que serviços de telecomunicações não é passível de retenção na fonte. 5 Por entender que o serviço prestado não se trata especificamente de serviços de telecomunicações, engloba(ndo) inclusive o assessoramento e consultoria técnica, a consulente questiona seu enquadramento no art. 647 do RIR/99 e na IN SRF nº 459, de 2004. Fundamentos 6 Com fundamento no art. 52 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, o art. 647 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) dispõe da seguinte forma: 2

Fls. 4 Art. 647. Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e meio por cento, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional (Decreto-Lei nº 2.030, de 9 de junho de 1983, art. 2º, Decreto-Lei nº 2.065, de 1983, art. 1º, inciso III, Lei nº 7.450, de 1985, art. 52, e Lei nº 9.064, de 1995, art. 6º). 1º Compreendem-se nas disposições deste artigo os serviços a seguir indicados: 6. assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de assistência técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de indústria ou comércio explorado pelo prestador do serviço); 2º O imposto incide independentemente da qualificação profissional dos sócios da beneficiária e do fato desta auferir receitas de quaisquer outras atividades, seja qual for o valor dos serviços em relação à receita bruta. (grifou-se) 7 O art. 30 da Lei nº 10.833, de 2003, por sua vez, trata dos pagamentos sujeitos à retenção na fonte da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins: Art. 30. Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-deobra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos a retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP. 3 o As retenções de que trata o caput serão efetuadas sem prejuízo da retenção do imposto de renda na fonte das pessoas jurídicas sujeitas a alíquotas específicas previstas na legislação do imposto de renda. (grifou-se) 8 Regulamentando o dispositivo legal acima transcrito, a Instrução Normativa SRF nº 459, de 18 de outubro de 2004, assim dispôs: Art. 1º Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep. 2º Para fins do disposto neste artigo, entende-se como serviços: 3

Fls. 5 IV - profissionais aqueles relacionados no 1º do art. 647 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), inclusive quando prestados por cooperativas ou associações profissionais, aplicando-se, para fins da retenção das contribuições, os mesmos critérios de interpretação adotados em atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal para a retenção do imposto de renda. (grifou-se) 9 Percebe-se que, no que toca aos pagamentos efetuados pela prestação, por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, de serviços profissionais, a legislação que rege a matéria estabelece disciplina idêntica quanto à sujeição à retenção na fonte do imposto de renda, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Inclusive, estende às contribuições os mesmos critérios de interpretação adotados em atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para a retenção do imposto de renda. 10 Conforme transcrição acima, entende-se por serviços caracterizadamente de natureza profissional, para fins da retenção aludida, aqueles elencados atualmente no 1º do art. 647 do RIR/99 o qual representa rol taxativo. Trata-se de relação idêntica à constante da lista anexa à Instrução Normativa SRF nº 23, de 21 de janeiro de 1986, que originalmente regulamentou a matéria. 11 Auxiliando na tarefa de interpretar a essência daquilo a que a legislação se refere como serviços caracterizadamente de natureza profissional, a RFB, por intermédio da antiga Coordenação do Sistema de Tributação, emitiu o Parecer Normativo (PN) CST nº 8, de 17 de abril de 1986 (publicado no Diário Oficial da União em 22/04/1986). Este Parecer visou a aclarar o alcance da expressão, motivo pelo qual reproduz-se abaixo trechos relevantes a esta consulta: Trata-se de analisar o alcance das disposições do artigo 52 da Lei nº 7.450, de 23 dezembro de 1985, regulamentado pela Instrução Normativa SRF nº 23, de 21 de janeiro de 1986, que deram novo disciplinamento legal à incidência do imposto de renda na fonte sobe remunerações auferidas por pessoas jurídicas pela prestação, a outras pessoas jurídicas, de serviço de natureza profissional. 11. É importante assinalar o objetivo da lei ao utilizar a expressão serviços caracterizadamente de natureza profissional; dentro desse comando legal está implícita a pretensão do legislador de submeter à incidência do imposto de renda na fonte as remunerações auferidas por serviços que, por sua natureza, se revelem inerentes ao exercício de quaisquer profissões, sendo irrelevante, na forma do novo disciplinamento legal, que se trate de profissão regulamentada por lei ou não. 12. O mesmo objetivo orientou a elaboração da Instrução Normativa nº 23/86. As atividades listadas nesse ato, cujo desempenho ensejam a ocorrência do fato gerador da incidência sob exame, devem ser entendidas na acepção de serviços profissionais que poderiam ser prestados individualmente, mas que, por conveniência empresarial, são executados mediante interveniência de sociedades civis ou mercantis. 4

Fls. 6 15. As singularidades próprias do desempenho de algumas atividades econômicas requerem sejam estudadas situações que lhes são peculiares. 16. Todavia, é importante transparecer o objetivo genérico, em relação às atividades listadas no ato normativo citado, de que a hipótese de incidência sob exame somente ocorre relativamente aos serviços isoladamente prestados na área das profissões arroladas. Assim, não será exigida a retenção do imposto quando o serviço contratado englobar, cumulativamente, várias etapas indissociáveis dentro do objetivo pactuado, como é o caso, por exemplo, de um único contrato que seqüencialmente, abranja estudos preliminares, elaboração de projeto, execução e acompanhamento do trabalho. (grifou-se) 12 A principal conclusão que se extrai acerca da essência dos serviços profissionais é a de que estes devem ser interpretados como serviços que poderiam, pela sua natureza, ser prestados individualmente por profissionais que exerçam as atividades mencionadas no 1º do art. 647 do RIR/99; serviços que são inerentes ao exercício de quaisquer daquelas profissões, mas que, por uma questão de conveniência são executados via sociedades simples ou empresárias. Portanto, são atividades que para serem exercidas dependem basicamente da capacidade intelectual do indivíduo e, por esse motivo, seriam passíveis de serem efetuadas sem o aparato próprio das sociedades. 13 Uma segunda conclusão a que se chega com o amparo do PN CST nº 8, de 1986, é que os serviços que se sujeitam à retenção devem necessariamente ser prestados de forma isolada em alguma das áreas das profissões citadas. Dito de outra forma, a pessoa jurídica prestadora deve ser contratada para executar especificamente uma daquelas atividades arroladas no 1º do art. 647 do RIR/99; não sendo cabível cogitar-se da retenção nas hipóteses em que o serviço profissional faça parte de um contexto mais amplo, ou seja, represente apenas uma fatia de um todo que consubstancie o serviço a ser prestado. 14 De posse desses esclarecimentos, cumpre afirmar que as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pelo fornecimento de serviços de rede de telecomunicações que permitem o transporte de dados não estão sujeitas à retenção na fonte de imposto de renda, CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins. 15 A prestação desse tipo de serviço não se subsume aos arts. 647 do RIR/99 e 30 da Lei nº 10.833, de 2003. Não se enquadra no conceito de serviço profissional, nos termos do que dispõe o PN CST nº 8, de 1986. Carece para tanto do caráter de serviço passível de ser prestado individualmente por profissionais de quaisquer das áreas discriminadas ao longo do 1º do art. 647 do RIR/99. Ao contrário, a própria natureza dessa atividade torna inerente a intervenção de uma sociedade empresária para seu exercício, desfigurando assim a essência do conceito de serviço profissional. 16 À propósito, cumpre ressaltar que a atividade em questão se amolda ao conceito de serviço de telecomunicações, tal qual definido pela Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997 (Lei Geral das Telecomunicações). Essa lei define serviço de telecomunicações da seguinte forma: Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta de telecomunicação. 1 Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de 5

Fls. 7 símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza. 17 Acrescente-se que a prestação de outros serviços, pretensamente de caráter profissional, no bojo da prestação desse serviço de telecomunicações, não tem o condão de conferir ao todo a natureza de serviço profissional. Esse entendimento está alinhado ao disposto no item 16 do PN CST nº 8, de 1986, já noticiado. 18 Destaque-se, por fim, que o entendimento exposto nos parágrafos anteriores (receitas não sujeitas à retenção) não se aplica às situações em que o tomador dos serviços, ou seja, aquele que efetuar o pagamento à consulente for órgão ou entidade da administração pública federal. A retenção na fonte do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nessas hipóteses tem regramento específico, disciplinado pela Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e pela própria Lei nº 10.833, de 2003. 18.1 Com efeito, o art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a obrigatoriedade da retenção mencionada quanto aos pagamentos realizados a pessoas jurídicas por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal. Já o art. 34 da Lei nº 10.833, de 2003, estende essa obrigação aos pagamentos feitos por empresas públicas, sociedade de economia mista e demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira na modalidade total no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - Siafi. Abaixo, os dispositivos legais citados: Lei nº 9.430, de 1996: Art. 64. Os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, estão sujeitos à incidência, na fonte, do imposto sobre a renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para seguridade social - COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP. Lei nº 10.833, de 2003: Art. 34. Ficam obrigadas a efetuar as retenções na fonte do imposto de renda, da CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, a que se refere o art. 64 da Lei n o 9.430, de 27 de dezembro de 1996, as seguintes entidades da administração pública federal: I - empresas públicas; II - sociedades de economia mista; e III - demais entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, e que dela recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira na modalidade total no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. 6

Fls. 8 19 Portanto, nas hipóteses de prestação de serviços aos Órgãos e às entidades mencionados consulente deve destacar nas notas fiscais emitidas os valores a serem retidos, nos termos da Instrução Normativa nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012, que regulamentou a matéria. Conclusão 20 Tendo em vista o entendimento aqui fundamentado, propõe-se seja a consulta solucionada, declarando-se que a disponibilização de rede de telecomunicações para transporte de dados não se caracteriza como prestação de serviço profissional, para fins da retenção de que trata o art. 647 do RIR/99 e o art. 30 da Lei nº 10.833, de 2003. Sendo assim, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação desse tipo de serviço não estão sujeitas à incidência na fonte de imposto de renda, CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins de que cuidam os dispositivos mencionados. À consideração do revisor. (assinado digitalmente) ANDERSON DE QUEIROZ LARA Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil De acordo. À consideração superior. (assinado digitalmente) JOAQUINA MENDES DE ALMEIDA Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil De acordo. Encaminhe-se à Coordenadora-Geral da Substituta para aprovação. (assinado digitalmente) EDUARDO NEWMAN DE MATTERA GOMES Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil Chefe da Divisão de Tributação SRRF08 Ordem de Intimação Aprovo a Solução de Consulta. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da IN RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao interessado. (assinado digitalmente) CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA Coordenadora-Geral da Substituta 7

Fls. 9 8