Gerenciamento e Controle da Profª. Lígia Rodrigues Morales e a Objetivos Conhecer a definição e a caracterização da poluição do solo, assim como os principais fatores que a desencadeiam; Compreender a importância da manutenção da qualidade dos solos como um dos fatores determinantes do equilíbrio ecológico; Objetivos Conhecer as principais formas de poluição do solo; Reconhecer as causas da poluição do solo, visando a controlá-las. 1
Os problemas de poluição não são eventos exclusivos das últimas décadas. 2000 a.c.: degradação de áreas ambientais no Oriente Médio e na Índia, devido ao método de irrigação com água salobra, utilizada naquela época. salinização e desertificação dos solos. século XVIII: Revolução Industrial intensa mecanização dos processos de produção e crescimento dos centros urbanos aumento da geração de resíduos sólidos, efluentes líquidos e substâncias voláteis e gasosas José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), Brasil, século XVIII. Patriarca da Independência, dotado de conhecimentos científicos e jurídicos, foi voz expressiva na época. Destacou a depredação do solo e das suas riquezas, previu a desertificação, a erosão. Previu a precariedade dos recursos renováveis. 2
Período imperial: registro de novas legislações que regiam sobre os recursos naturais. Lei 601, de setembro de 1850, disciplinando a ocupação do território, atentando às invasões, aos desmatamentos e aos incêndios criminosos. Brasil da década de 70: iniciativas federais de planejamento territorial como instrumento de prevenção da degradação ambiental: Lei 6766/79, conhecida como Lei Lehman, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano. Lei 6803/80, que estabelece diretrizes para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição. Chega então a publicação da Política Nacional do Meio Ambiente (lei 6938/81) que, em seu artigo 3º, define: Meio ambiente Degradação da qualidade ambiental Poluição Poluidor Recursos ambientais 3
Publicação de eventos críticos de poluição em todo mundo a poluição do solo tornouse uma preocupação para as autoridades Acesso a informações (internet): intensificou a discussão de episódios de poluição, de riscos ambientais e à saúde pública. Décadas de 70 e 80: casos críticos e mundialmente conhecidos de áreas contaminadas. Love Canal, nos Estados Unidos, Lekkerkerk, k k na Holanda e ainda Ville la Salle, no Canadá. A opinião pública acabou agindo fortemente e determinando a recuperação das áreas e solos contaminados e até o pagamento de indenizações à população afetada. Episódios de Poluição No Brasil, também houve casos amplamente conhecidos: Rhodia que depositou resíduos contaminados com pentaclorofenol em Cubatão e São Vicente O episódio da Solvey, em Santo André Cofap no Residencial Barão de Mauá, no município de Mauá, ambas do grande ABC Paulista 4
Degradação do Solo A degradação dos solo trouxe preocupação pois: Diminui sua fertilidade Reduz as áreas agricultáveis. A busca por melhorias no uso e manejo do solo, prevenindo e controlando as formas de poluição, tem por objetivo: A manutenção; Conservação da produtividade alimentar; Ciclagem de elementos (C, N, P, S). Usos do Solo Por muito tempo o solo foi utilizado como depósito de materiais, agindo como depurador, imobilizando impurezas. O solo foi e ainda é usado como local para: Estocagem de produtos químicos; Processamento de produtos químicos; Depósito de resíduos; Disposição e tratamento de resíduos e efluentes. Episódios de Poluição O solo também sofreu e sofre com: contaminação por vazamento ou derramamentos acidentais, deposição de poluentes atmosféricos, práticas agrícolas indiscriminadas, etc. A capacidade purificadora é limitada e o acúmulo destes materiais trouxe problemas. Atividades agrícolas, industriais, criação de animais e atividades urbanas geração de resíduos poluidores. 5
Área Contaminada Surge o termo área contaminada como: Área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural (BRAGA, et al, 2005). Atividades Poluidoras Alguns exemplos de atividades e usos do solo com potencial de poluir são: Aplicação no solo de lodos de esgoto, lodos orgânicos industriais ou outros resíduos; Agricultura e horticultura; Aeroportos; Atividades de processamento de animais; Cemitérios; Atividades de reparação de veículos; Atividades Poluidoras Atividades de processamento de carvão, asbesto, papel, ferro, aço, etc.; Estocagem de resíduos perigosos; Manutenção de rodovias; Aterros ou outras instalações de tratamento de resíduos domésticos, industriais, radioativos, etc.; Refinarias de petróleo; Ferrovias e pátios ferroviários; Construção civil; Tratamento de efluentes; Ferros velhos e depósitos de sucata. 6
Intervalo Solo Limpo Solo limpo: Quando apresenta concentração de elementos ou substâncias dentro dos padrões de referência da qualidade, ou seja, com concentrações menores ou iguais aos valores de ocorrência natural. Não existe um padrão de qualidade do solo, pois ele é variável a cada metro. O controle da poluição deve ser pontual. Existem valores orientadores, que são usados como referência, devido à grande variação na composição dos solos. Poluição do solo e subsolo: É a introdução pelo homem no meio ambiente de substância ou energia em concentração ou intensidade tais que causem ou possam causar danos ou colocar em perigo a saúde humana, a biota e os sistemas ecológicos, as estruturas e bens públicos ou privados ou, ainda, impedir ou dificultar os usos legítimos desses meios (NETO, 2002). 7
A poluição do solo, então, pode ocorrer devido à: Intensificação de processos naturais Introdução de substâncias ou energia por interferência humana. A erosão, salinização e empobrecimento do solo intensificação ou alteração de processos naturais. A erosão ocorre quando: Partículas do solo são carregadas; Ocorre perda de partículas minerais, matéria orgânica e outros nutrientes; Perda da coesão das estruturas do solo. A erosão acarreta a perda da fertilidade e eventual desertificação. A erosão pode ser: Natural Antrópica. A erosão natural: por ação das chuvas, ventos e intensificado pela topografia presente no local. A erosão antrópica ocorre por alguma interferência humana, intensificando o processo erosivo natural. 8
As principais causas da intensificação da erosão são: Uso de adubos Aumento da declividade por manejo do solo. Queimadas e Monoculturas As principais causas da intensificação da erosão são: Desmatamento; Queimadas Realização de monoculturas por longos períodos Intensificação a erosão: Realização de agricultura sem proteção para enxurradas; Intensificação a erosão: Superlotação dos pastos. 9
A erosão pode levar a: Queda de barreiras nas estradas; Deslizamento de terra (escorregamento); Surgimento de ravinas e voçorocas. Deixa raízes expostas; Surgimento de árvores raquíticas em certas culturas; A erosão pode levar a: Assoreamento de reservatórios de água; Leva os corpos d água a se tornarem turvos e barrentos; Inundações em campos e cidades ribeirinhas. 10
1) 2) 3) 4) O carreamento dos solos, adubos, agrotóxicos e outros resíduos para os corpos d água superficiais: - alteração destes ecossistemas e consequente prejuízo para a fauna e flora aquáticas. Intensificação do processo erosivo traz problemas de poluição das águas: a eutrofização morte de animais bentônicos. 11
Intervalo O empobrecimento ou depauperamento do solo é a perda de sua fertilidade, ocorrer por: hídrica eólica Degradação biológica Degradação física Empobrecimento químico e lixiviação hídrica a ação das águas que desagregam, removem e transportam as camadas superiores do solo, especialmente em solos desprotegidos de vegetação. impacto das gotas d água no solo desprovido de vegetação desagregação dos grãos do solo, lixiviação Carregamento de partículas menores e com menos peso (matéria orgânica, argila e silte) deposição em áreas mais baixas ou em corpos d água. 12
Degradação biológica ocorre quando a decomposição da matéria orgânica se intensifica, porém sem haver reposição da mesma. eólica a ação dos ventos remove ou deposita as camadas superficiais do solo, podendo ocorrer a formação de grandes nuvens de poeira. Tempestade de areia Degradação física: compactação do solo, o que promove alteração da permeabilidade, porosidade e densidade. Empobrecimento químico e lixiviação esgotamento t do solo, devido a intensivas i culturas e colheitas; carregam consigo elementos do solo; lixiviação: partículas mais finas do solo são removidas e carregadas pela água em seu movimento descendente. 13
Alteração da Porosidade e Permeabilidade Solo não compactado Solo compactado O potencial de erosão hídrica pode depender: Do tipo de solo, Da sua declividade, Do clima da região, Do manejo que se faz. Clima: relacionado à intensidade e distribuição das chuvas Queimadas: que ocorrem indiscriminadamente e contribuem para o empobrecimento do solo. As queimadas realizadas em áreas para retirada da vegetação, com destino à formação de pastos ou à formação de áreas agricultáveis, promovem: a perda de fertilidade do solo; perda de biodiversidade edáfica; queima da matéria orgânica existente. 14
Salinização Salinização: acúmulo de sais nas camadas superficiais do solo, alterando suas características e levando à perda dos usos do solo. Ela ocorre com maior frequência em regiões: de clima seco e quente, onde há baixos índices pluviométricos e elevadas taxas de evaporação. Salinização A salinização pode ocorrer: Naturalmente ou Por exploração agrícola acompanhada de irrigação. Este último caso é o que tem ocorrido com maior frequência. Capilaridade 15
Salinização a = sais b = água com sais subindo por capilaridade c = infiltração d = camada superficial de solo e = camada de água sobre o solo A erosão, o empobrecimento do solo e a salinização, na maior parte das vezes, não se desencadeiam devido à introdução de substâncias ou energia no solo, mas nem por isso deixam de ser processos importantes e significativos de poluição deste meio. Profª. Lígia Rodrigues Morales Boa semana! Referência de imagens: As imagens pertencem ao banco de imagens ou ao acervo pessoal de imagens. 16