DESPERDÍCIO - Gaivotas disputam peixes jogados ao mar por barco britânico em 2013: a pesca superou a cota fixada pela União Europeia



Documentos relacionados
Unidade 8. Ciclos Biogeoquímicos e Interferências Humanas

Ensino Fundamental II

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

Água, fonte de vida. Aula 1 Água para todos. Rio 2016 Versão 1.0

Que ambiente é esse?

Classificação dos processos sucessionais

Manejo Sustentável da Floresta

CIÊNCIAS PROVA 3º BIMESTRE 6º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

136) Na figura observa-se uma classificação de regiões da América do Sul segundo o grau de aridez verificado.

SUPERINTENDÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO DOS PROGRAMAS INSTITUCIONAIS NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

BIOMAS BRASILEIROS. Prof.ª Débora Lia Ciências/ Biologia

CIÊNCIAS PROVA 2º BIMESTRE 6º ANO

CAPÍTULO 7 EFEITO ESTUFA

Figura 1. Habitats e nichos ecológicos diversos. Fonte: UAN, 2014.

Reconhecer as diferenças

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

Áreas degradadas. Áreas degradadas conceitos e extensão

DESMATAMENTO DA MATA CILIAR DO RIO SANTO ESTEVÃO EM WANDERLÂNDIA-TO

Professor: Márcio Luiz

EXTINÇÃO DA FAUNA BRASILEIRA. Djenicer Alves Guilherme 1, Douglas Luiz 2

CESPE DETRAN / PA Médico 2006 Nível Superior

CIÊNCIAS PROVA 1º BIMESTRE 7º ANO

O homem transforma o ambiente

Pesquisa Pantanal. Job: 13/0528

Ciclos Biogeoquímicos

Questões ambientais do Brasil

CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DO DISTRITO FEDERAL DIRETORIA DE ENSINO E INSTRUÇÃO CENTRO DE ASSISTÊNCIA AO ENSINO COLÉGIO MILITAR DOM PEDRO II

CONHECENDO O CADASTRO AMBIENTAL RURAL

AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

José Eduardo do Couto Barbosa. Biólogo e Mestrando em Ecologia pela UFJF

Aquecimento Global: uma visão crítica sobre o movimento ambiental mais discutido de todos os tempos

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA

Padrão de Desempenho 6 V2

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e fonte de imenso

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE PRODUÇÃO SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Modelos de Gestão Novas Demandas e Ambientes para o Gestor Contemporâneo

O MUNDO ONDE VIVEMOS!

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

Cadeias e Teias Alimentares

O selo verde garante que o produto respeita rios e nascentes

Ecologia & Biodiversidade: uma abordagem transdisciplinar

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

O Sr. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA) pronuncia o. seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores

ECOLOGIA GERAL ECOLOGIA DE POPULAÇÕES (DINÂMICA POPULACIONAL E DISPERSÃO)

IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS

Até quando uma população pode crescer?

A Governança Global da Propriedade Intelectual e os Recursos Biológicos

Nosso Território: Ecossistemas

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

Documento de Apoio da Declaração de Gaborone para Sustentabilidade na África

muito gás carbônico, gás de enxofre e monóxido de carbono. extremamente perigoso, pois ocupa o lugar do oxigênio no corpo. Conforme a concentração

DA AMAZÔNIA. diversidade. Ligando a Amazônia, Preservando a Vida. Programa de Comunicação Social PCS Glícia Favacho - DRT. 2.

GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA A

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. SARNEY FILHO) O Congresso Nacional decreta:

PIRACEMA. Contra a corrente

ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente

O que é biodiversidade?

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO ADMINISTRAÇÀO DISCIPLINA: MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO PROF: NAZARÉ FERRÀO TURMA: 7-ADN-1

Biodiversidade. Vergínio Piacentini Neto Engenheiro Florestal Oréades Núcleo de Geoprocessamento

Conservação e Extinção das Espécies

Aula 01 Introdução à Ecologia: níveis de organização ecológica; ecossistema; níveis tróficos do ecossistema; a energia nos ecossistemas.

GRUPO VIII 3 o BIMESTRE PROVA A

CAPÍTULO 1 Introduzindo SIG

PLANO DE TRABALHO DOCENTE CIÊNCIAS 3º ANO Professor Vitor

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Instituição executora do projeto: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) Coordenador Geral: Felipe Pimentel Lopes de Melo Coordenador

b) Ao longo da sucessão ecológica de uma floresta pluvial tropical, restaurada rumo ao clímax, discuta o que ocorre com os seguintes fatores

FORMAÇÃO DO SOLO E AS CONSEQÜÊNCIAS DA EROSÃO

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 15 AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE

CAPÍTULO 15 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Prof. José Roberto e Raphaella. 6 anos.

Biologia Alternativa E. 02 Alternativa D. 01 Alternativa D. 02 Alternativa E. 03 Alternativa E. 04 Alternativa A.

Biodiversidade em Minas Gerais

B I O G E O G R A F I A

1 A Floresta Amazônica é o maior bioma brasileiro, mas vem sofrendo. 2 Julie é uma garota americana que veio ao Brasil com sua família para conhecer

Os impactos ambientais de maior incidência no país

Plano Anual Curricular Estudo do Meio - 1º Ciclo -

Ciências/15 6º ano Turma:

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/ Conceitos Básicos

MÓDULO 1 CLASSES GERAIS. Professora: Andréa Carla Lima Rodrigues Monitora: Laís Leal

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO DO BIOMA CAATINGA NAS IMEDIAÇÕES DA CIDADE DE SANTA CECÍLIA PB

AVALIAÇÃO BIMESTRAL DE CIÊNCIAS 2 O BIMESTRE

Modificação das Paisagens por Atividades Humanas

A humanidade está hoje na direção da não-sustentabilidade, caminhando rapidamente para tornar a Terra inabitável.

01. (FUVEST) Dentre os vários aspectos que justificam a diversidade biológica da Mata Atlântica, encontram-se:

Biomas Brasileiros. A Geografia Levada a Sério

Fuvest 2014 Geografia 2ª Fase (Segundo Dia) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa:

Amanda Aroucha de Carvalho. Reduzindo o seu resíduo

Amazônia. Pensar completo é investir na conservação da Amazônia.

2- (0,5) O acúmulo de lixo é um grave problema dos ambientes urbanos. Sobre o lixo responda: a) Quais são os principais destino do lixo?

Módulo fiscal em Hectares

Nome: Nº: Turma: Geografia. 1º ano Biomas Sílvia fev/08 INTRODUÇÃO

4º ano. Atividade de Estudo - Ciências. Nome:

Marco legal, definições e tipos

Tema Conservação da Biodiversidade Painel: Mercedes Maria da Cunha Bustamante, UnB

ecoturismo ou turismo. As faixas de APP que o proprietário será obrigado a recompor serão definidas de acordo com o tamanho da propriedade.

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com

Devastação e perigo nos ecossistemas terrestres

Transcrição:

1 de 5 31/01/2014 23:42 Aumentar a fonte Diminuir a fonte BIODIVERSIDADE Martha San Juan França DESPERDÍCIO - Gaivotas disputam peixes jogados ao mar por barco britânico em 2013: a pesca superou a cota fixada pela União Europeia Crédito: Dylan Martinez / Reuters Em um livro sobre o meio ambiente, o médico Aaron Bernstein afirma que muitas pessoas se comportam como se vivessem alheias à natureza, acreditando que a degradação dos oceanos, da atmosfera e dos solos e a extinção de espécies não afetarão suas vidas. Ele aborda a questão na obra Sustentando a Vida: Como a Saúde Humana Depende da Biodiversidade. Se você é uma das pessoas às quais Bernstein se refere, saiba que está enganado, e por muitas razões. A principal é que todos os organismos, incluindo os seres humanos, estão conectados por uma teia de relacionamentos fundamental para os ecossistemas. Se um deles falha, a teia se enfraquece e, em algum momento, pode se desintegrar. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Bernstein exemplifica: Todos os alimentos precisam ser cultivados. O cultivo de uma única planta, como trigo ou arroz, requer a participação de centenas ou até milhares de organismos. A contribuição de alguns é óbvia, como a dos polinizadores. Há muitos outros, porém, como os fungos fixadores de nitrogênio, igualmente essenciais.

2 de 5 31/01/2014 23:42 Importância da biodiversidade O termo biodiversidade indica toda a variedade de formas de vida (animais, vegetais e micro-organismos), espécies e ecossistemas em uma região ou em todo o planeta. O termo inclui a diversidade de genes contida nas espécies, as diferenças nas próprias espécies, os padrões naturais que cada variedade forma na paisagem e as interações que compõem cada ecossistema. Estudos recentes começam a avaliar o valor econômico da biodiversidade pelos serviços que oferece à sociedade humana, como a possibilidade de amenizar impactos de eventos extremos, como enchentes, e a contribuição para o equilíbrio da saúde mental e física da população, como fonte de lazer e turismo. Não se fala mais em conservação de florestas, por exemplo, apenas por causa de seu papel climático na absorção do carbono. Florestas, como outros biomas, devem também ser conservadas porque a diversidade genética das plantas e animais é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e extrativistas e da moderna indústria de biotecnologia. Fonte de proteínas, remédios, cosméticos, roupas e alimentos, florestas são essenciais para a criação de grãos mais produtivos e resistentes a pragas. A cura do câncer pode, sim, estar escondida em alguma planta da Amazônia ou do cerrado. Por isso, quando danificamos a natureza, prejudicamos a nós mesmos, diz Bernstein. A manutenção da biodiversidade é essencial para processos vitais do meio ambiente, como a purificação de ar e água, a fertilidade do solo, a manutenção das chuvas e a regulação climática. A destruição de hábitats reduz a capacidade de recuperação dos ecossistemas, exercendo pressão crescente sobre o meio ambiente e provocando um efeito cascata. Tome-se como exemplo a retirada da mata que protege nascentes, rios e lagos. Com o solo sem cobertura vegetal abundante, a erosão ocorre com mais intensidade e frequência, carregando detritos diretamente para a água. Esse processo faz com que o leito dos rios fique mais raso e sua vazão seja prejudicada, facilitando a ocorrência de transbordamentos e inundações. Riqueza biológica Há cerca de 2 milhões de espécies vivas já catalogadas pelos cientistas, e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que esse número seja bem maior pelo menos 14 milhões. Existem cálculos de especialistas que falam no dobro. A biodiversidade não se distribui de maneira uniforme pelo planeta. Ela é maior em ambientes em que há abundância de luz solar, água doce e clima mais estável. Isso explica por que as florestas tropicais, mesmo ocupando apenas 7% da superfície do globo, podem abrigar até 90% de todos os seres vivos. Dá para entender também por que o Brasil é destaque em termos de biodiversidade e abriga 20% das espécies conhecidas, graças à extensão de seu território e aos diversos climas que caracterizam os seus biomas. Está no território nacional a maior floresta tropical úmida (Floresta Amazônica), com mais de 30 mil espécies vegetais, bem como a maior planície inundável (o Pantanal), além do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlântica. Além disso, a costa brasileira possui uma série de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, estuários e lagoas. Até recentemente, o Brasil e outros países não se davam conta da importância dessa riqueza. Pagou caro com a destruição da Mata Atlântica, que recebeu o primeiro impacto da colonização, desde o século XVI, e ficou reduzida atual-mente a 7,3% do seu tamanho original. Hoje, a Mata Atlântica é considerada um hotspot (ponto quente, em inglês), termo usado para designar lugares que, além de apresentarem alto grau de diversidade biológica e endemismo (referência a espécies que só existem naquele ecossistema), devem ser especialmente protegidos, pois

3 de 5 31/01/2014 23:42 estão muito ameaçados pela atividade humana. Foram definidos 34 hotspots no planeta, visando concentrar esforços na proteção dessas áreas (veja o mapa). Dois estão no Brasil. A Mata Atlântica e o Cerrado, que, segundo os cálculos dos cientistas, perderam 48% da paisagem original devido à expansão agrícola. A caatinga perdeu cerca de 45% de sua paisagem original, mas não é um hotspot. Extinção de espécies No mundo todo, ocorre um processo acelerado de perda de biodiversidade, de tal modo que há cientistas falando que a Terra está passando por seu sexto período de extinção em massa (já houve cinco antes, por diversos motivos). Os eventos passados foram lentos e demandaram milhares ou mesmo milhões de anos para ocorrer. Um exemplo foi a extinção dos dinossauros, ocorrido há 65 milhões de anos, muito antes do surgimento do homem moderno (cerca de 200 mil anos). Desta vez, não está sendo assim. Os pesquisadores calculam que desapareçam cerca de 27 mil espécies por ano, boa parte nem sequer catalogada ou descrita pela ciência. No ano passado, por ocasião da Conferência Rio+20, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) atualizou essas estimativas: um terço das espécies no mundo corre risco de extinção, sendo 41% dos anfíbios, 33% dos corais formadores de recifes, 25% dos mamíferos e 13% das aves. A lista vermelha publicada pela IUCN, considerada um dos principais indicadores sobre a biodiversidade mundial, revela ainda que os ecossistemas de água doce estão sob grave pressão devido à exploração sem controle dos recursos hídricos. O Brasil possui atualmente 627 espécies de animais ameaçados de extinção, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. Esse número, porém, pode aumentar na próxima lista, em fase de elaboração pelos cientistas. No rol dos que correm sério risco, estão o soldadinho-do-araripe (pássaro do sertão), a toninha (golfinho) e espécies de tubarão-martelo. Também ameaçados, em situação um pouco melhor, estão o boto-cor-de-rosa, o peixeboi-marinho e a onça-pintada. As principais causas de extinção de espécies são a degradação de ambientes naturais consequência da abertura de grandes áreas para a implantação de pastagens ou da agricultura convencional, o extrativismo desordenado, a expansão urbana, a ampliação da malha viária, os desastres ambientais (derramamento de petróleo, poluição), o desmatamento, a formação de lagos para hidrelétricas e a mineração. Esses fatores reduzem o total de hábitats e aumentam o grau de isolamento das espécies, diminuindo o fluxo genético entre elas, o que leva à redução na variabilidade das espécies e, eventualmente, à sua extinção. Outras causas importantes são a introdução de espécies exóticas, ou seja, aquelas que entram em um ecossistema no qual não existiam (como, por exemplo, ocorre no Brasil com os eucaliptos, árvore australiana). Algumas dessas espécies se veem com vantagens competitivas no novo ambiente, e, favorecidas pela ausência de predadores, dominam nichos ocupados por espécies nativas. Com o aumento do comércio internacional, isso está acontecendo com bastante frequência. Tratados internacionais Para frear esse processo em nível global, a principal ferramenta é a diplomacia. Muitos programas e acordos internacionais, nacionais e regionais foram lançados para tentar frear o quadro de extinções de espécies em nível internacional, com destaque para a Convenção de Diversidade Biológica, assinada durante a Eco 92 e referendada na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, na África do Sul, em 2002. A CDB, como é conhecida, é o acordo internacional que busca garantir a conservação e o uso sustentável da biodiversidade no mundo. Em 2010, foi assinado o Protocolo de Nagoya, com 20 metas para 2020 as chamadas Metas de Aichi. Uma delas

4 de 5 31/01/2014 23:42 visa a proteção de pelo menos 17% dos ecossistemas terrestres e de água doce e de 10% dos ecossistemas marinhos e costeiros do planeta. Os países signatários também se comprometeram a recuperar pelo menos 15% de suas áreas degradadas. Esses números devem servir para que cada país aderente estabeleça propostas para proteger sua biodiversidade, com medidas como: estabelecer novas áreas protegidas e programas dirigidos às espécies e hábitats vulneráveis; intensificar medidas destinadas a impedir a poluição; aumentar as barreiras para a invasão de espécies exóticas; incentivar práticas sustentáveis na pesca, silvicultura e agricultura; estabelecer regras para uso mais eficiente dos solos, da energia, da água doce e dos minerais; suprimir incentivos a práticas de degradação ambiental e incluir no planejamento de obras, como estradas e hidrelétricas, o cálculo dos impactos que causam ao ambiente e formas de mitigá-los. O Protocolo de Nagoya também determina regras para o acesso e a repartição dos benefícios pelo uso de recursos genéticos da biodiversidade. Trata-se de um benefício a quem preservou e tem conhecimento sobre o uso econômico de recursos naturais por exemplo, alguma população da floresta que conhece o uso medicinal de uma erva local. Essa medida foi considerada uma vitória para os países detentores de grandes florestas, como o Brasil, mas, para entrar em vigor, o protocolo precisa ser ratificado por 50 nações e somente seis o fizeram até agora. No Brasil, a decisão sobre o protocolo está em discussão no Congresso Nacional. Saiu na imprensa Descoberta de espécies de aves alerta para ameaças à região amazônica A descoberta de 15 novas espécies de aves na Amazônia é um alerta para a importância da conservação da biodiversidade da região, frente aos avanços do desenvolvimento, que nem sempre vêm acompanhados da devida responsabilidade ambiental. É o que afirma o ornitólogo Mario Cohn-Haft, principal descobridor do cancãoda-campina, nome popular de uma das novas aves, ao falar sobre a maior descoberta da ornitologia brasileira nos últimos 140 anos. Todo mundo sabe que a Amazônia tem a maior biodiversidade do planeta. Mas é muito maior do que se sabe, (...) destacou Cohn-Haft, curador da seção de ornitologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. Das 15 espécies de aves descobertas, onze são endêmicas do Brasil e quatro são encontradas também no Peru e na Bolívia. (...) Resumo Biodiversidade

5 de 5 31/01/2014 23:42 Conceito Biodiversidade significa a variedade de organismos vivos de todas as origens existentes nos ecossistemas terrestres e aquáticos. O termo inclui também a diversidade de genes contidos em cada espécie e a maneira como animais, plantas e micro-organismos estão organizados e interagem para formar a estrutura e o funcionamento de um ecossistema. Importância A biodiversidade está na base das matérias-primas para produtos essenciais como alimentos, madeira e remédios. Traz benefícios indiretos ao ajudar a manter o equilíbrio do clima, ao purificar a água e o ar e ao promover a reciclagem dos nutrientes no solo. Ameaças O crescimento populacional e as ações humanas sobre o meio ambiente estão extinguindo espécies numa velocidade em que é impossível à natureza fazer a reposição, pois a evolução das espécies e a biodiversidade que temos demandaram milhões de anos. As grandes causas para isso são a expansão urbana, a ocupação desordenada do território, o desmatamento para expansão agropecuária, a poluição dos solos e dos rios, o tráfico de animais silvestres, a exploração abusiva dos recursos naturais e a introdução nos ecossistemas de espécies exóticas (vindas de outro ecossistema). Brasil O país é um dos mais ricos em biodiversidade no mundo e abriga cerca de 20% de todas as espécies conhecidas. Também é aqui que ficam dois dos hot-spots do planeta áreas riquíssimas em biodiversidade ameaçadas de destruição: a Mata Atlântica e o Cerrado. Convenção da Diversidade Biológica Assinada na Eco 92, estabelece o direito das nações sobre a variedade de vida contida em seus territórios e o dever de conservá-la e de garantir que seu uso seja feito de forma sustentável. Ela deu origem ao Protocolo de Nagoya, de 2010, conjunto de 20 metas para 2020 as chamadas Metas de Aichi.