CONSUMO DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS NA COMUNIDADE DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS



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Transcrição:

1 CONSUMO DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS NA COMUNIDADE DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS Eugênia Martins de Assis Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais / UnilesteMG; Bolsista do PIC- Programa de Iniciação Científica /Unileste-MG (2004) Fabiana Carvalho Rodrigues Mestre em Agroquímica (UFV); Professora do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais / UnilesteMG; Orientadora PIC- Programa de Iniciação Científica /Unileste-MG (2004) Julienne Borges Fujii Mestre em Estatística (UFMG); Professora do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais / UnilesteMG Andréa Cátia Leal Badaró Mestranda em Ciência da Nutrição (UFV); Professora do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais / UnilesteMG Patricía Martins Pereira Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais / UnilesteMG RESUMO A realidade alimentar brasileira é marcada por grandes contrastes, apresentando problemas causados tanto pela falta como pelo excesso de alimentos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a freqüência e os grupos de alimentos industrializados mais consumidos. Da amostra obtida 74%(323) eram estudantes dos 1º períodos da área da saúde, 14%(62) eram funcionários de serviços gerais e 12%(52) eram professores de cursos da área de saúde. Os resultados demonstram que 25,2%(110) dos entrevistados possuem o hábito de realizar as refeições fora do domicílio com freqüência. Constatou-se que o consumo de presunto foi pronunciado onde 28,6%(124) dos entrevistados afirmaram consumi-lo freqüentemente. Em relação ao grupo de laticínios se destacou o leite fluido que alcançou um índice de 55,5% de consumo diário. O consumo do café foi bastante significativo, sendo que do total de entrevistados 51,(225) afirmaram consumi-lo diariamente. O macarrão instantâneo obteve uma freqüência de consumo considerável, principalmente entre os estudantes. Os resultados deste trabalho demonstram que existe um alto consumo de alimentos industrializados. É preciso que os alimentos industrializados não venham apenas agregar tempo ao cotidiano das pessoas, mas também valor nutricional e consequentemente qualidade de vida. Palavras-chave: alimentos industrializados, consumo alimentar, universitários. ABSTRACT The Brazilian alimentary reality is marked by great contrasts, starting with problems caused either for the lack as for the excess of foods. The present work had as objective evaluates the frequency and the groups of industrialized foods more consumed. Of the btained sample 74%(323) were students of the 1st periods of the health area, 14%(62) were employees of general services and 12%(52) were teachers of courses of the health area. The results demonstrate that 25,2%(110) of the intervie wees have the habit to accomplish their meals out of home frequently. It was verified that the ham consumption was pronounced where 28,6%(124) of the interviewees affirmed to have consumed it frequently. Regarding to the dairy products group the flowing milk was detached reaching an index of 55,5% of daily consumption. The consumption of the coffee was quite significant, knowing that the total interviewees' 51,(225) affirmed to consume it daily. The instantaneous pasta obtained a frequency of considerable consumption, mainly among the students. The results of this work demonstrate that a high consumption of industrialized foods exists. It is necessary that the

2 industrialized foods don't just come to join time to daily people, but also nutritional value and consequently life quality. Key-words: industrialized foods, feed consumption, academical INTRODUÇÃO O ato de alimentar-se, que inclui não somente o preparo e o consumo dos alimentos, mas também a busca e a escolha, estando associado a fatores econômicos e sociais que são ditados por algumas regras repletas de significados, lendas e mitos típicos da cultura de cada país ou região. (Proença, 2003) Antigamente as refeições tinham sinônimo de reunião familiar, onde havia o sentimento de união e respeito ao redor da mesa. Hoje em dia esses hábitos não vem sendo seguidos pelas famílias da sociedade atual devido a um crescente processo de industrialização que vem proporcionando avanços a economia mundial, mas que traz com ele ao mesmo tempo prejuízos à saúde da população. (Oliveira & Thebaud- Mony, 1997) Alguns fatores foram determinantes para a mudança dos hábitos alimentares, além de uma estabilidade econômica proporcionada pelo processo de industrialização, a aceitação e o ingresso da mulher no mercado de trabalho, contribuiu para uma grande mudança nos padrões alimentares da população, que por sua vez não estão relacionados à hábitos de vida saudáveis. Com essa mudança as refeições tradicionais foram sendo substituidas por refeições que proporcionam maior praticidade e rapidez. Com isso foram sendo introduzidos no mercado alimentos que reduzem o tempo de preparo e consumo destes. A durabilidade e praticidade destes alimentos foram determinantes para a boa aceitação do produto e sua introdução e manutenção no mercado de alimentos industrializados. (Monteiro et al, 2001) A realidade alimentar brasileira é marcada por grandes contraste, apresentando problemas causados tanto pela falta como pelo excesso de alimentos. Algumas pesquisas têm demonstrado que o consumo de alimentos industrializados está aumentando cada vez mais, e ainda não existem recomendações específicas para estes alimentos. Conhecer os hábitos alimentares de uma população constitui o primeiro passo para se estudar a incidência de doenças crônico degenerativas, sendo também, de fundamental importância para a realização de outras pesquisas. MATERIAIS E MÉTODOS No presente estudo utilizou-se um questionário que permitia analisar as características sócio-econômicas da amostra e ainda a freqüência e os grupos de alimentos industrializados mais consumidos. Os alimentos foram dispostos em grupos de acordo com as características que possuíam em comum. Para análise de freqüência foi estabelecida a seguinte escala: diariamente, freqüentemente (1 a 6 vezes por semana), às vezes (1 a 3 vezes por semana), raramente e nunca. A amostra foi retirada aleatoriamente na área da saúde de um Centro Universitário da rede particular localizado na região do Vale do Aço entre funcionários de serviços gerais, professores e alunos dos 1º períodos dos cursos da mesma área, obtendo uma amostra composta por 443 entrevistados. Os dados obtidos foram analisados utilizando técnicas estatísticas descritivas e submetidos ao teste qui-quadrado com nível de significância de 5%, utilizando o programa Epi Info 3.2 (Dean, 1994). RESULTADO E DISCUSSÕES No presente estudo obteve-se uma amostra com 443 indivíduos sendo que 74%(323) dessa amostra eram estudantes dos 1º períodos dos cursos da área de saúde do UnilesteMG, 14%(65) eram funcionários de serviços gerais da mesma instituição e 12%(55) eram professores dos cursos da área de saúde. Da amostra total 74%(324) eram do sexo feminino e a faixa etária de até 25 anos abrange 69% da amostra. A grande

3 maioria dos entrevistados possui um bom nível de escolaridade visto que apenas 2% dos entrevistados possuem 1º grau incompleto. Observou-se que 37%(160) possuem uma renda de 5 a 10 salários mínimos e 32%(137) de 2 a 5 salários mínimos. Dados estes que podem ser confirmados na TAB. 1, que demonstra as características sócio-econômicas para o número total de entrevistados e ainda subdivididos pelas categorias de atividades. Faixa Etária Tabela 1- Características sócio-econômicas da amostra Estudante Professor Funcionário Total Até 25 anos 273(84,9%) 4(7,7%) 25(40,3%) 302(69% De 25 a 35 29(9%) 26(50%) 19(30,6%) 74(17%) De 35 a 45 19(5,9%) 17(32,7%) 12(19,4%) 48(11%) Acima de 45 2(0,2%) 5(9,6%) 6(9,7%) 13(3%) Sexo Feminino 255(78,9%) 34(65,4%) 35(56,5%) 324(74%) Masculino 68(21,1%) 18(34,6%) 27(43,5%) 113(26%) Escolaridade 1º grau incompleto - - 8(12,9%) 8(2%) 1º completo/2º incompleto - - 7(11,3%) 12(3%) 2º completo/ Superior incompleto 313(96,9%) 2(3,) 37(59,7%) 347(79%) Superior completo 9(2,) 3(5,) 6(9,7%) 18(5%) Especialização 1(0,3%) 26(50%) 4(6,5%) 31(7%) Mestrado - 16(30,) - 16(3%) Doutorado - 5(9,6%) - 5(1%) Renda Familiar Até 2 salário mínimos 24(7,5%) - 11(17,7%) 35() De 2 a 5 104(32,5%) 4(7,7%) 29(46,) 137(32%) De 5 a 10 129(40,3%) 14(26,9%) 17(27,4%) 160(37%) Acima de 10 63(19,7%) 34(65,4%) 5(8,1%) 102(23%)

4 Sobre o hábito de realizar as refeições fora do domicílio 25,2%(110) dos entrevistados freqüentemente realizam as refeições fora de casa e 13,(60) diariamente (TAB. 2), sendo que os professores são os que mas realizam as principais refeições neste tipo de estabelecimento, o que reflete bem os dados fornecidos por Maluf (2000) onde aborda aspectos relacionados ao consumo de alimentos no Brasil, voltado as experiências das ações públicas ligadas ao consumo de alimento, onde relatou o aumento da realização das refeições fora do lar e ainda relaciona esta a renda, destacando que quanto maior o poder aquisitivo com maior freqüência as refeições são realizadas em estabelecimentos comerciais. Tabela 2- Hábito de realizar as refeições fora do domicílio entre as categorias de atividade (p<0,05) Estudante Professor Funcionário Total Diariamente 41(12,7) 4(7,) 15(24,2%) 60(14%) Freqüentemente 78(24,1%) 22(43,1%) 10(16,1%) 110(25%) As vezes 105(32,5%) 16(31,4%) 15(24,2%) 136(31%) Raramente 96(29,7%) 9(17,6%) 22(35,5%) 127(29%) Nunca 3(0,9%) - - 3(1%) Do total da amostra 80%(346) costumam consumir feijão diariamente. De acordo com Maluf (2000) está ocorrendo uma redução da quantidade consumida de feijão, devendo-se ao fato das condições de vida urbana, que tem levado um número maior de pessoas a realizar suas refeições fora de casa, tornando este alimento inadequado por sua aquisição ser voltada ao consumo em domicílio. No presente estudo onde foi considerável o número de pessoas que realizam suas refeições fora do domicílio o consumo de feijão foi elevado não correspondendo aos dados encontrados por Maluf (2000). No grupo de leguminosas pesquisou-se ainda o consumo de soja e lentilha; e ambas apresentaram um baixo consumo, estando relacionado ao poder aquisitivo e a escolaridade (p<0,05), onde quanto maior o poder aquisitivo e escolaridade maior o consumo dessas leguminosas. O consumo de óleos e gorduras foi bastante pronunciado, devendo-se dar atenção ao consumo desse grupo, principalmente por esses alimentos ter um maior aporte calórico, e por estarem relacionados ao aparecimento de doenças cardiovasculares quando consumidos em excesso (Martins et al, 1996). O consumo de óleo de soja é o mais significativo, sendo que 62,(272) da amostra o consome diariamente. O consumo de azeite e maionese foi considerável apresentando-se maior entre os professores. A margarina e a manteiga apresentaram um alto índice de consumo, sendo estes muito próximos. Este resultado demonstra que na realidade pode estar ocorrendo uma confusão por parte dos entrevistados em relação ao consumo desses dois itens por não ser hábito consumi-los concomitantemente (FIG. 1).

5 Figura 1- Relação entre o consumo de manteiga e margarina Porcentagem 60% 50% 40% 30% 20% 0% 49% 26% Estudantes Manteiga 7% 31% 31% 26% 25% 24% 23% 15% 4% Professor Manteiga Funcionário Manteiga 13% 53% 21% 9% 11% Estudantes Margarina 6% 36% 1 22% Professor Margarina 14% Diariamente Frequentemente As vezes Raramente Nunca 42% 31% Funcionário Margarina 11% A FIG. 2 demonstra que todo grupo de laticínios apresentou uma alta freqüência de consumo, sendo que o leite fluido se destaca onde 56%(242) relataram consumi-lo diariamente. De acordo com a Pesquisa do Orçamento Familiar POF o consumo de leite apresentou uma redução de 40% no ano de 2003 em relação ao ano de 2002 (POF 2002/2003). Porcentagem 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 0% 2% 1% 3% 7% 6% 15% 12% 9% 23% 22% 30% 26% 25% 41% 35% 56% 2 1 24% 17% Iogute Queijo Leite Requeijão Laticínios Diariamente Frequentemente As vezes Raramente Nunca Figura 2- Consumo de produtos lácteos Refrigerante e suco apresentaram alto nível de consumo sendo que o consumo de refrigerantes é maior entre os estudantes, onde 22%(71) relataram consumi-lo diariamente e 45,2%(197) da amostra total o consome freqüentemente. Já o consumo diário de suco alcançou um índice 44,5%(194) do total da amostra, porém não se pode relacionar este resultado a um bom hábito alimentar por não se dispor de informações se o suco consumido seria natural ou artificial, o que influi em seu valor nutricional e nos benefícios de se consumir este alimento. No presente estudo, 40% (172) dos entrevistados responderam consumir diariamente água mineral, sendo importante destacar que a instituição onde foi realizada a pesquisa disponibilizava água mineral para os

6 professores e funcionários. Vale ressaltar que no estudo da POF 2002/2003 observou-se um aumento do consumo de água mineral (18,5 litros per capta/ano). No presente estudo observou-se que das guloseimas pesquisadas (TAB. 3) somente os doces industrializados (goiabada, doce de leite e outros) apresentaram baixo consumo e os demais apresentaram uma alta freqüência de consumo, principalmente entre os estudantes (p<0,05). Em sua pesquisa Vieira et al (2002) observaram que o consumo de guloseimas (doces, biscoitos e outros) se encontrou elevado entre os estudantes, principalmente nos períodos de maior atividade acadêmica e fins de semana. Segundo estes pesquisadores a ingestão acentuada de guloseimas nesses períodos pode refletir a falta de tempo para a realização de refeições completas nos períodos de maior atividade acadêmica, podendo sugerir ainda um indício de compulsão alimentar, onde alguns estudantes, ansiosos, transformam a alimentação em válvula de escape para as situações de estresse físico e mental. No grupo das conservas, o consumo de milho foi o que se encontrou mais pronunciado, onde 32,7%(142) o consome freqüentemente. O consumo de palmito e azeitona também foi relevante, sobretudo entre professores (p<0,05). Já ervilha foi a conserva que apresentou menor freqüência de consumo; 37,2%(161) disseram nunca a consumir. Dos alimentos preparados as sopas desidratadas e molhos para saladas apresentaram baixa freqüência de consumo. Somente o macarrão instantâneo obteve uma freqüência de consumo considerável, principalmente entre os estudantes (p<0,05). Dos molhos pesquisados (catchup, mostarda e molho de tomate), 40%(175) da amostra afirmaram consumir molho de tomate freqüentemente e 54,(235) responderam nunca consumir mostarda. Tabela 3-Consumo de guloseimas entre os estudantes * (p<0,05) Diariamente Frequentemente Às vezes Raramente Nunca Chocolate 56(17%) 119(37%) 91(2) 54(17%) 3(1%) Bala/Chiclete 112(35%) 101(31%) 38(12%) 58(1) 13(4%) Sorvete/Picolé 24(7%) 75(23%) 123(3) 93(29%) 8(3%) Doces indust. 34(11%) 58(17%) 88(2) 112(35%) 27(9%) Achocolatados 114(35%) 80(25%) 48(15%) 63(20%) 17(5%) Biscoito doce 82(25%) 112(35 82(25%) 41(13%) 5(2%) Biscoito salgado 92(29%) 121(3) 69(21%) 5(2%) 35() Salgadinho Indust. 24() 64(20%) 73(23%) 123(39%) 35() Pipoca 30(9%) 60(19%) 91(2) 116(36%) 29() * n=323 Algumas pesquisas demonstram que o consumo de alimentos preparados vem aumentando, sobretudo entre estudantes, principalmente pela praticidade que estes alimentos oferecem. Deve-se ficar atento a

7 esta opção, que geralmente são refeições incompletas que se tornam prejudiciais quanto maior a freqüência de consumo (Maluf, 2000, Vieira et al., 2002). CONCLUSÃO Os resultados deste trabalho demonstram que a dieta da comunidade do UnilesteMG está bem distribuída entre os grupos de alimentos estudados, observando-se alguns hábitos que não refletem as tendências alimentares do padrão nacional, como exemplo em relação ao consumo de leite e derivados. O consumo de alimentos industrializados é alto e crescente, o que parece estar relacionado com os hábitos de vida moderna, onde o melhor aproveitamento do tempo é peça chave para a manutenção e cumprimento de horários, estando seu consumo mais ligado à praticidade que estes podem oferecer. As indústrias de alimentos visando atender um mercado cada vez mais exigente oferecem uma enorme variedade de alimentos industrializados e buscam desenvolver novos alimentos enriquecidos e com propriedades funcionais. Para tanto, trabalhos de reeducação alimentar são recomendados no sentido de estimular a população a consumir alimentos mais nutritivos e que venham a somar mais benefícios para a saúde. O presente estudo permitiu conhecer os hábitos alimentares dessa comunidade tornando-se assim um instrumento a ser utilizado para nortear programas de intervenção para a prevenção de patologias, como diabetes melitus, obesidade, hipertensão, dentre outras doenças crônico-degenerativas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS DEAN, A. G. et al. Epi Info (Computer program).version 3.2: a word, processing, database, and statistics program for epidemiology on microcomputers. Atlanta, Geogia: Centers of Disease Control and Prevention; 1994. MALUF, R. S. Consumo de alimentos no Brasil: traços gerais e ações públicas locais de segurança alimentar. Rio de Janeiro: Assessoria, formação e Estudo em políticas Sociais, 2000. MARTINS, I. S; MARUCCI, M. F. N.; CERVATO, A. M. et al. Doenças cardiovasculares ateroscleróticas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e diabetes melito em população da área metropolitana da região Sudeste do Brasil: II - Dislipidemias. Revista de Saúde Pública, v.30, n. 1, p. 75 84, 1996. MONTEIRO, C.A., MONDINI, L., COSTA, R. B.L. Mudanças na composição e adequação nutricional na dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-1996). Revista de Saúde Publica, v.34, n.6, p.251-58, 2001. OLIVEIRA, S. P. de, THEBAUD-MONY, A. Estudo de consumo alimentar: em busca de uma abordagem multidisciplinar. Revista Saúde Pública, v.31, n.2, p.201-208, abr. 1997. PESQUISA de orçamento familiar, POF 2002-2003. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br> Acesso em: 18 de junho de 2004. PROENÇA, R. P. C. Desafios atuais na alimentação humana. Disponível em : <http://www.mdic.gov.br/tecnolgia/revistas/artigos. Acesso em: 08 de outubro de 2003. VIEIRA, V. C. R., PRIORE, S. E., RIBEIRO, S. M. R. Perfil socioeconômico, nutricional e de saúde de adolescentes recém-ingressos em uma universidade pública brasileira. Revista de Nutrição. v.15, n..3, p.273-282, 2002.