Proposta de uma matriz curricular para o Curso de Comunicação Social com Habilitação em Produção Editorial 1



Documentos relacionados
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 2, DE 27 DE SETEMBRO DE

PORTARIA Nº 123 DE 28 DE JULHO DE

REGULAMENTO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FACULDADE DE APUCARANA FAP

Pedagogia Estácio FAMAP

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CONSELHO DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Síntese do Projeto Pedagógico do Curso de Sistemas de Informação PUC Minas/São Gabriel

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA. IFSP Campus São Paulo AS ATIVIDADES ACADÊMICO-CIENTÍFICO-CULTURAIS

EMENTAS DAS DISCIPLINAS OFERECIDAS NO CURSO DE PEDAGOGIA Catálogo 2012

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

CAPÍTULO I DAS DIRETRIZES DO CURSO

DIRETRIZES CURRICULARES PARA OS CURSOS DE OCEANOGRAFIA

A Câmara Superior de Ensino da Universidade Federal de Campina Grande, no uso de suas atribuições,

Design Gráfico e Digital - Curso de Graduação

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 5, DE 2 DE FEVEREIRO DE

COMISSÃO DE COORDENAÇÃO DE CURSO INTRA-UNIDADE

DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO PROFISSIONAL

RESOLUÇÃO Nº 063 CONSUPER/2013

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 30 DE SETEMBRO DE 2010

DEPARTAMENTO DE GENÉTICA

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DOS CURSOS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL REGULAMENTO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO

MATRIZ CURRICULAR CURRÍCULO PLENO/ 2013

ENADE 2015 CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

INTREGRAPE PROJETO APE

MANUAL DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR TI - INTEGRADOR FAN CEUNSP

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR RESOLUÇÃO Nº 1, DE 6 DE JANEIRO DE 2015

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 13 DE JUNHO DE 2012

RESOLUÇÃO Nº 04/00 - CEPE

FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC DE CHAPECÓ

O Projeto Pedagógico Institucional e Projeto Pedagógico do Curso

Bacharelado em Educação Física

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO TOCANTINS CURSO DE GRADUAÇÃO PRESENCIAL SERVIÇO SOCIAL

Plano Anual de Educação Institucional 2015

Padrões de Qualidade para Cursos de Comunicação Social

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

MANUAL DO CANDIDATO. PROCESSO SELETIVO º. semestre

EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE PEDAGOGIA: DOCÊNCIA E GESTÃO EDUCACIONAL (Currículo iniciado em 2009)

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 27 DE FEVEREIRO DE 2013

LICENCIATURA EM EDUCOMUNICAÇÃO PROJETO PEDAGÓGICO

Proposta de Curso de Especialização em Gestão e Avaliação da Educação Profissional

PROJETO PEDAGÓGICO. 2.3 Justificativa pela escolha da formação inicial e continuada / qualificação profissional:

MELHORIA DA INFRAESTRUTURA FÍSICA ESCOLAR

SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO ADMINISTRAÇÃO CORAÇÃO EUCARÍSTICO

Matriz Curricular do Curso de Psicologia PRIMEIRO SEMESTRE

SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO

9. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

XLIII PLENÁRIA NACIONAL DO FÓRUM DOS CONSELHOS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO - FNCE

QUADRO DE EQUIVALENTES, CONTIDAS E SUBSTITUTAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PLANO NACIONAL DE DANÇA

Anexo Docente 1 PROJETO DE MONITORIA. Centro Universitário SENAC: Curso: Bacharelado em Propaganda e Publicidade

Escolha Certa! As profissões do século 21

ANEXO II. Regulamentação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrado. Capítulo I Da admissão

ENADE: Perguntas e respostas

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

Curso Técnico Integrado em Comunicação Visual CÂMPUS PALHOÇA BILÍNGUE MATRIZ CURRICULAR. Módulo/Semestre 1 Carga horária total: 400h

Portaria Inep nº 157 de 5 de setembro de 2008 Publicada no Diário Oficial de 9 de setembro de 2008, Seção 1, pág. 38

FACCAMP - FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COMUNICAÇÃO E REDES SOCIAIS

Monitoria como instrumento para a melhoria da qualidade do ensino em Farmacotécnica

Orientações para Secretarias de Educação

Rua Pinto Bandeira, Centro Histórico fag@faculdadegaucha.com.br

Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Comunicação Social Rádio e TV, Bacharelado

Organização Curricular e o ensino do currículo: um processo consensuado

Diretoria de Educação e Tecnologia do Campus Currais Novos dagetcn@cefetrn.br

ANEXO II DA DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO ESTÁGIO

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO UNIGRANRIO

Curso de Pedagogia Ementário da Matriz Curricular

ENSINO DE BIOLOGIA E O CURRÍCULO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA REFLEXÃO INICIAL.

MANUAL DO ALUNO PEDAGOGIA Salvador - Bahia

RESOLUÇÃO Nº 021/2008

AUTO-AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL: instrumento norteador efetivo de investimentos da IES

Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional - PROFBIO PROPOSTA

Atividades Complementares Curso de Gestão em Recursos Humanos

Incentivar a comunidade escolar a construir o Projeto político Pedagógico das escolas em todos os níveis e modalidades de ensino, adequando o

EdUECE- Livro

UNIDADE III Análise Teórico-Prática: Projeto-intervenção

Avaliação institucional e reformulação do currículo de Jornalismo diante de Diretrizes Curriculares indefinidas

Gestão em Sistemas de Saúde

Plano de Carreira e Desenvolvimento

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PROGRAMADAS: APROXIMAÇÃO DO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA COM O PROFISSIONAL DO ENSINO

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

PROJETO ESCOLA DE FÁBRICA

Padrões de Qualidade para Cursos de Graduação em Economia

MANUAL DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO ADMINISTRAÇÃO

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE - UNI-BH INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO TECNÓLOGO EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS. Edital Nº 001/2012

FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC SÃO MIGUEL DO OESTE

PRIMEIRO SEMESTRE. Fundamentos Teóricometodológicos SUB-TOTAL 360 TOTAL 360

MANUAL DO ESTAGIÁRIO CURSO DA ENGENHARIA ELÉTRICA FACULDADE NOBRE

Todos nossos cursos são preparados por mestres e profissionais reconhecidos no mercado, com larga e comprovada experiência em suas áreas de atuação.

Fanor - Faculdade Nordeste

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

REGULAMENTO DA DISCIPLINA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - PEDAGOGIA Câmpus de Itatiba e Bragança Paulista

Apresentação. Estrutura Curricular

Transcrição:

Proposta de uma matriz curricular para o Curso de Comunicação Social com Habilitação em Produção Editorial 1 Eniel do Espírito Santo 2 Coordenador e professor do Curso de Comunicação Social - Habilitações em Produção Editorial e Publicidade e Propaganda da Faculdade Hélio Rocha, Salvador - BA. Resumo Este artigo parte das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Comunicação Social, estabelecidas pelo Ministério da Educação, relacionando-as com uma proposta de matriz curricular para a Habilitação de Produção Editorial; detendo-se no perfil estabelecido para o egresso de Comunicação Social, bem como nas competências e habilidades que devem ser desenvolvidas na habilitação. É uma referência para aqueles que buscam compreender a formação acadêmica do profissional de Produção Editorial. Palavras-chave Comunicação Social, Produção editorial; matriz curricular; diretrizes curriculares. Introdução Produção Editorial é uma habilitação do curso de bacharelado em Comunicação Social, assim como o são as habilitações em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Cinema e Radiojornalismo. A Universidade de São Paulo USP, foi pioneira ao iniciar em 1971 a primeira turma do curso de Editoração pela Escola de Comunicação e Artes - ECA. De acordo com Moreno (2002), o curso da USP disponibiliza apenas 15 (quinze) vagas que são prontamente absorvidas pelo mercado, quer pelas editoras quer pelas próprias atividades desenvolvidas pela Edusp, editora da USP. De acordo com o INEP Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais, órgão relacionado com o Ministério da Educação, no Brasil existem atualmente 12 (doze) cursos de Produção Editorial em funcionamento, sendo 1 (um) na região Norte, 1 (um) na região nordeste, 9 (nove) na região sudeste e 1 (um) na região sul. Embora alguns alardeiam que há uma profusão de cursos de graduação em Produção Editorial 1 Trabalho apresentado ao NP 04 Produção Editorial, do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. 2 Mestre em Gestão Integrada de Organizações pela Universidade do Estado da Bahia; Especialista em Psicologia Organizacional pela Universidade do Salvador e Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Camilo Castelo Branco. Atuou como Gestor de Produção Editorial e Gráfica na Editora Abril, Editora Panini Brasil, Prêmio Editorial e Área Tecnológica Gráfica do SENAI/BA. 1

no país, os números de cursos regulamentados não são significativos quando comparados com outras habilitações de Comunicação Social. A título de comparação, a habilitação em Jornalismo possui 308 (trezentos e oito) cursos espalhados por todas as unidades da federação, enquanto que a habilitação em Publicidade e Propaganda contempla 385 (trezentos e oitenta e cinco) cursos no país; decerto, números bem superiores aos do curso de Produção Editorial. (INEP, 2005). Considerando-se as peculiaridades do curso de Produção Editorial, este artigo tem como objetivo analisar as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação e correlacioná-las com uma proposição de matriz ou grade curricular mínima para a formação de um profissional na área. Diretrizes curriculares De acordo com o MEC (2005), as diretrizes curriculares não têm como objetivo cercear as instituições de ensino superior na elaboração de seus currículos acadêmicos, pois proporcionam ampla liberdade na composição da carga horária bem como na seqüência das disciplinas. Antes, procuram incentivar um currículo que proporcione sólida formação geral aliada à prática profissional exigida pela habilitação; portanto, não se trata de uma camisa de forças, mas de um conjunto de princípios que devem nortear a concepção de um currículo, respeitando-se as especificidades de cada região. As Diretrizes Curriculares para a Área de Comunicação Social e suas Habilitações visam atender dois objetivos principais, a saber, a flexibilização das matrizes curriculares para atender às demandas das diversas regiões do país bem como estabelecer orientações para a obtenção de padrão de qualidade na formação oferecida (MEC, 2001). Concordemente, as Diretrizes estabelecem um perfil comum, desejado para os egressos de Comunicação Social e um perfil específico para cada habilitação. O perfil comum delineado pelas Diretrizes determina que os formandos devem: a) ser capazes de criar, produzir, criticar as diversas mídias e suas inserções; b) ter a habilidade de adaptar-se às demandas sociais em constante dinamismo; c) possuir uma visão sinérgica, compreendendo as diversas facetas comunicacionais e suas relações com os processos sociais; d) utilizar as ferramentas da comunicação social de forma ética e responsável atendendo às demandas da sociedade. (MEC, 2001) Já o perfil específico deve manter uma estreita referência à sua habilitação. Para a habilitação de Produção Editorial, chamada também de Editoração nas Diretrizes, o perfil do egresso deve se caracterizar: 2

1. pela gestão e produção de processos editoriais, de multiplicação, reprodução e difusão, que envolvam obras literárias, científicas, instrumentais e culturais; 2. pelo desenvolvimento de atividades relacionadas à produção de livros e impressos em geral, livros eletrônicos, CDROMs e outros produtos multimídia, vídeos, discos, páginas de Internet, e quaisquer outros suportes impressos, sonoros, audiovisuais e digitais; 3. pelo domínio dos processos editoriais, tais como planejamento de produto, seleção e edição de textos, imagens e sons, redação e preparação de originais, produção gráfica e diagramação de impressos, roteirização de produtos em diferentes suportes, gravações, montagens, bem como divulgação e comercialização de produtos editoriais. (MEC, 2001) Adicionalmente, as Diretrizes também determinam as competências e habilidades a serem desenvolvidas no curso de Comunicação Social e suas respectivas habilitações. De acordo com Perrenoud (2000, p. 15), o conceito de competência é digno de longas discussões, podendo designar a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação. Segundo Depresbiteris (1999, p. 44), competência é a capacidade de uma pessoa desenvolver atividades de maneira autônoma, planejando, implementando e avaliando. Neste sentido, as competências são comportamentos observáveis caracterizados por um conjunto de saberes que foram organizados para a realização de uma tarefa. O termo competência também é utilizado para designar habilidades, alguns autores consideram as habilidades como a base sem a qual a aprendizagem não se concretiza, outros usam o termo competência e habilidade como sinônimos (Depresbiteris, op cit, p. 47). Neste contexto, as competências e habilidades desejadas no perfil das habilitações específicas de Comunicação, delineadas pelas Diretrizes, correspondem às atividades que os egressos deverão ser capazes de realizar conforme o aprendizado ocorrido no transcorrer do curso. Para a habilitação de Produção Editorial ou Editoração, as Diretrizes estabelecem as seguintes habilidades e competências: - dominar processos de edição de texto tais como: resumos, apresentações, text os de capa de livros, textos de revistas, textos que acompanham edições sonoras, audiovisuais e de multimídia, textos para publicações digitais, tratamento de textos didáticos e para-didáticos, textos de compilação, de crítica e de criação; - dominar a língua nacional e as estruturas de linguagem aplicáveis a obras literárias, científicas, instrumentais, culturais e de divulgação em suas diferentes formas: leitura, redação, interpretação, avaliação e crítica; - atentar para os diferentes níveis de proficiência dos públicos a que se destinam as produções editoriais; 3

- ter competências de linguagem visual, como o conhecimento de produção de imagens pré-fotográficas, fotográficas e pós-fotográficas e os principais processos de design gráfico, desde tipologias até edição digital; - ter competências de linguagem de multimídia, como o conhecimento de processos de produção de registros sonoros, videográficos e digitais, tais como CDs, vídeos, edição de páginas e outras publicações em Internet; - desenvolver ações de planejamento, organização e sistematização dos processos editoriais, tais como o acompanhamento gráfico de produtos editoriais, seleção de originais, projetos de obras e publicações, planejamento e organização de séries e de coleções, planejamento de distribuição, veiculação e tratamento publicitário de produtos editorial; - ter conhecimentos sobre a história do livro, a história da arte e da cultura; - fazer avaliações críticas das produções editoriais e do mercado da cultura. - agir no sentido de democratização da leitura e do acesso às informações e aos bens culturais. - assimilar criticamente conceitos que permitam a compreensão das práticas e teorias referentes aos processos de Editoração. (MEC, 2001) Com o objetivo de possibilitar ao egresso da habilitação de Produção Editorial o perfil e as competências delineadas pelas Diretrizes, faz-se mister o estabelecimento de conteúdos curriculares ou disciplinas que sejam distintas no estabelecimento de competências e habilidades básicas tanto para a área geral de Comunicação Social, como disciplinas específicas para a habilitação. Apropriadamente, as Diretrizes nomeiam tais conteúdos como básicos e específicos ou, como algumas instituições de ensino superior preferem, ciclo comum e ciclo específico. (MEC, 2001) Para o MEC (op cit), a principal característica das disciplinas de conteúdos básicos é a formação geral da área de comunicação, sendo que deve ser comum a todas as habilitações do Curso de Comunicação Social. Tais conteúdos devem contemplar conteúdos teórico-conceituais; conteúdos analíticos e informativos sobre a atualidade; conteúdos de linguagens, técnicas e tecnologias midiáticas, conteúdos ético-políticos. Já os conteúdos específicos devem ser capazes de proporcionar reflexões e práticas no campo da habilitação específica, visando construir as competências e habilidades desejadas. Finalmente, as Diretrizes estipulam a adoção das atividades complementares e estágios. Embora o estágio não é uma atividade curricular obrigatória no curso de Comunicação Social e suas habilitações, trata-se de uma atividade desejável na medida em que o educando aproxima-se de seu campo de trabalho e relaciona a teoria com a prática, proporcionando-lhe a necessária experiência. Já as atividades complementares, de caráter obrigatório e parte integrante da matriz curricular, podem incluir programas 4

de iniciação científica, estágios, monitorias, seminários, workshops, congressos entre outras que devem ser regulamentadas pela instituição de ensino com o objetivo de compor a carga horária total do curso. Importante observar que tais atividades não podem ultrapassar a 20% (vinte por cento) da carga horária total do curso. (MEC, 2001) Outro fator relevante na proposição de um currículo para a habilitação de Produção Editorial é a duração do curso. Embora as Diretrizes curriculares não apontam uma carga horária total para o curso, a Resolução 02/84 do MEC fixava o currículo mínimo para o Curso de Comunicação Social e suas habilitações em 2.700 horas-aulas, sendo este o referencial seguido pelas instituições de ensino superior que ministram cursos nesta área. Conteúdos curriculares A palavra currículo deriva-se da palavra latina scurrere e possui a idéia central de correr, etimologicamente refletindo o conceito de um curso a ser seguido ou apresentado (GOODSON, 1998 apud DUTRA 2003). Embora o conceito seja discutido amplamente pelos pedagogos, o significado da expressão evoluiu da idéia de carreira do estudante na instituição de ensino para um rol de disciplinas que a escola proporciona ao educando (SAVIANI, 1998 apud DUTRA, 2003). A matriz curricular de um curso deve observar estreita ligação entre as determinações das Diretrizes Curriculares, bem como o perfil do egresso, com as competências e habilidades exigidos na habilitação. Para Dutra (2003), uma matriz curricular deve ser caracterizada por uma metodologia que sistematize o conhecimento possuído pela sociedade e facilite a interiorização do educando na assimilação do novo saber. Conforme demonstrado anteriormente, as Diretrizes Curriculares para as Áreas de Comunicação Social não determinam as disciplinas a serem ofertadas, quer para o ciclo comum de Comunicação Social quer para as disciplinas específicas da habilitação. Isto é apropriado na medida em que a instituição de ensino superior pode inserir em seus conteúdos curriculares a correlação com os valores éticos e sociais da região em que está inserida. Entretanto, se por um lado as Diretrizes não apontam um currículo mínimo como fazia antigamente na Resolução 02/84, por outro lado estabelecem o perfil desejado do egresso de Comunicação Social e de cada uma de suas habilitações, 5

cabendo à instituição ofertante a responsabilidade de propor uma matriz curricular que atenda coerentemente o perfil do egresso desejado. Nesta perspectiva, pode-se propor alguns conteúdos disciplinares que venham a atender ao perfil desejado bem como às competências e habilidade do egresso da habilitação de Produção Editorial. De acordo com Moreno (2002), a maioria das instituições que possuem o curso de Produção Editorial enfocam seus currículos na editoração eletrônica, design gráfico e não na formação de editores com um olhar crítico. No entanto, as Diretrizes curriculares são claras ao propor uma ampla formação na área de comunicação aliada às especificidades da habilitação. Com o objetivo de propor uma matriz curricular que possa atender às Diretrizes Curriculares, a tabela 1 compara as exigências delineadas no perfil do egresso para o ciclo comum de Comunicação com os conteúdos curriculares indicativos que podem desenvolver as competências e habilidades necessárias. Ciclo Comum Curso de Comunicação Social Diretrizes Curriculares Perfil do egresso Conhecimentos teórico-conceituais Conhecimentos analíticos e informativos sobre a atualidade Conhecimentos de linguagens, técnicas e tecnologias midiáticas Conhecimentos ético-políticos Atividades complementares Tabela 1: Ciclo Comum de Comunicação Social Conteúdos curriculares Teorias da Comunicação Língua Portuguesa Teorias e Métodos de Pesquisa Realidade Socioeconômica Brasileira Tópicos Especiais em Comunicação Teorias da Comunicação Inglês Instrumental Filosofia e Ética Sociologia Antropologia Cultural História da Arte Atividades extracurriculares obrigatórias e devidamente regulamentadas pela instituição, respeitando-se o limite de 20% da carga horária do curso. 6

O perfil do egresso para a habilitação em Produção Editorial também pode ser correlacionado com os conteúdos curriculares necessários para que se possa alcançar o perfil necessário do aluno quando do seu término do curso. A tabela 2 propõe os conteúdos curriculares que podem atender às determinações das Diretrizes curriculares. Perfil do Egresso do Ciclo Específico Habilitação de Produção Editorial Diretrizes Curriculares Perfil do egresso - características Gestão e produção de processos editoriais, de multiplicação, reprodução e difusão, que envolvam obras literárias, científicas, instrumentais e culturais. Desenvolvimento de atividades relacionadas à produção de livros e impressos em geral, livros eletrônicos, CDROMs e outros produtos multimídia, vídeos, discos, páginas de Internet, e quaisquer outros suportes impressos, sonoros, audiovisuais e digitais. Conteúdos curriculares Técnica de Documentação Editorial Redação Editorial Indústria Editorial Editoração Gráfica Laboratório de Produção Multimídia Produção e Edição de Vídeo Domínio dos processos editoriais, tais como Produção Gráfica planejamento de produto, seleção e edição de Design Gráfico textos, imagens e sons, redação e preparação de originais, produção gráfica e diagramação de Pesquisa de Mercado impressos, roteirização de produtos em diferentes Marketing Editorial suportes, gravações, montagens, bem como divulgação e comercialização de produtos editoriais. Tabela 2: Perfil do Egresso do Ciclo Específico da Habilitação de Produção Editorial Os conteúdos curriculares necessários para que se possa alcançar o perfil do egresso delineado nas Diretrizes curriculares são muito semelhantes aos necessários para se desenvolver as competências e habilidades desejadas. A tabela 3 relaciona os possíveis conteúdos curriculares que podem ser utilizados na composição de uma matriz curricular visando desenvolver as competências e habilidades necessárias no educando da habilitação de Produção Editorial. 7

Competências e Habilidades do Ciclo Específico Habilitação de Produção Editorial Diretrizes Curriculares: Competências e Habilidades Dominar processos de edição de texto tais como: resumos, apresentações, textos de capa de livros, textos de revistas, textos que acompanham edições sonoras, audiovisuais e de multimídia, textos para publicações digitais, tratamento de textos didáticos e para-didáticos, textos de compilação, de crítica e de criação. Dominar a língua nacional e as estruturas de linguagem aplicáveis a obras literárias, científicas, instrumentais, culturais e de divulgação em suas diferentes formas: leitura, redação, interpretação, avaliação e crítica. Ter competências de linguagem visual, como o conhecimento de produção de imagens préfotográficas, fotográficas e pós-fotográficas e os principais processos de design gráfico, desde tipologias até edição digital. Ter competências de linguagem de multimídia, como o conhecimento de processos de produção de registros sonoros, videográficos e digitais, tais como CDs, vídeos, edição de páginas e outras publicações em Internet. Desenvolver ações de planejamento, organização e sistematização dos processos editoriais, tais como o acompanhamento gráfico de produtos editoriais, seleção de originais, projetos de obras e publicações, planejamento e organização de séries e de coleções, planejamento de distribuição, veiculação e tratamento publicitário de produtos editorial. Ter conhecimentos sobre a história do livro, a história da arte e da cultura. Conteúdos curriculares Leitura Crítica Técnicas de Documentação Editorial Redação Editorial Língua Portuguesa Redação Editorial Semiótica Design Gráfico Editoração Gráfica Fotografia Mídias eletrônicas Laboratório de Produção Multimídia Editoração e Novas Tecnologias Produção e Edição de Vídeo Produção Gráfica Marketing Editorial. Pesquisa de Mercado Cálculo de Custos Editoriais História da Editoração Introdução à Editoração Antropologia Cultural - fazer avaliações críticas das produções editoriais e do mercado da cultura; - agir no sentido de democratização da leitura e do acesso às informações e aos bens culturais; - assimilar criticamente conceitos que permitam a compreensão das práticas e teorias referentes aos processos de Editoração. Políticas de Comunicação Leitura Crítica Tabela 3 : Ciclo Específico Habilitação de Produção Editorial 8

Conforme evidenciado nas propostas relacionadas nas tabelas 1, 2 e 3, é possível atender às demandas das Diretrizes Curriculares da Área de Comunicação Social, estabelecendo-se conteúdos curriculares que possibilitam a formação de um egresso com um perfil próprio de Comunicação Social e, ainda assim, com competências e habilidades que distingue a habilitação de Produção Editorial. Naturalmente que as instituições de ensino superior possuem autonomia na formulação de seus conteúdos curriculares, entretanto deve-se resguardar a necessidade de se atender aos princípios norteadores estabelecidos nas Diretrizes curriculares. Proposta de uma matriz curricular Tendo-se estabelecido os conteúdos curriculares que poderão suprir as exigências estabelecidas nas Diretrizes curriculares, a proposição de uma matriz curricular perpassa pela definição do regime adotado pela instituição de ensino superior, isto é, se é semestral ou anual. Considerando-se que a maior parte das instituições adota um regime semestral, o passo seguinte é distribuir coerentemente os conteúdos curriculares ao longo dos semestres através das disciplinas que comporão a matriz curricular. Uma proposta é de se adotar uma carga horária de 36 e 72 horas paras as disciplinas do curso possibilitando a sua integralização final em 2.880 horas, conforme proposto abaixo. Uma proposta para as disciplinas do primeiro semestre poderia ser: 1. Teorias da Comunicação I 72 h 2. Língua Portuguesa I 72 h 3. Teorias e Métodos de Pesquisa 72 h 4. Filosofia e Ética 72 h 5. Introdução à Editoração 72h O primeiro semestre caracteriza-se pela introdução do educando no mundo da Comunicação Social. Através das teorias balizadoras da Comunicação, análise do discurso lingüístico e das metodologias de pesquisa o educando tem acesso às disciplinas do ciclo comum da Comunicação. Entretanto, visando proporcionar uma aproximação com a área da habilitação escolhida a disciplina Introdução à Editoração proporciona um resgate histórico da editoração dos seus primórdios até os dias atuais. Para o segundo semestre, poder-se-ia propor as disciplinas: 6. Teorias da Comunicação II 72h 7. Língua Portuguesa II 72 h 9

8. Informática Aplicada à Comunicação 72 h 9. Mídias Eletrônicas 72 h 10. Design Gráfico 72 h No segundo semestre conclui-se as discussões dos principais teóricos da comunicação e pode-se promover o desenvolvimento das habilidades para ampliar a competência de produzir textos na área de comunicação. Já a disciplina Informática Aplicada à Comunicação familiariza o educando com os principais aplicativos utilizados na área. Mídias eletrônicas e Design Gráfico são disciplinas específicas da habilitação de Produção Editorial; enquanto a primeira deve buscar refletir e problematizar os principais conceitos que envolvem as linguagens e interfaces das mídias eletrônicas a segunda visa estabelecer competências de análises estéticas e visuais relacionadas com o design gráfico. O terceiro semestre poderia apresentar as disciplinas: 11. Sociologia Geral e da Comunicação 72h 12. Psicologia Aplicada 72 h 13. Marketing Editorial 72h 14. Editoração Gráfica I 72 h 15. Laboratório de Produção Multimídia 72 h As disciplinas propostas para o terceiro semestre discutem as questões sociológicas do grupo social, enfocando-se na problemática da comunicação social e apoiando-se em conceitos psicológicos da gestalt e do behavorismo visando compreender a posição do profissional de comunicação social frente às demandas da sociedade. Já a disciplina Marketing Editorial, específica da habilitação, traduz os conceitos fundamentais de marketing para o segmento editorial, propondo estratégias de produção, distribuição e veiculação. As demais disciplinas específicas Editoração Gráfica I e Laboratório de Produção Multimídia visam iniciar o estabelecimento de competências para a produção de produtos editoriais para as mídias impressa e digital. Para o quarto semestre são propostas as disciplinas: 16. Antropologia Cultural 72 h 17. Pesquisa de Mercado 72 h 18. Editoração Gráfica II 72 h 19. Redação Editorial I 72 h 20. Fotografia I 72 h 10

O quinto semestre propõe uma discussão antropológica, visando desenvolver no educando a habilidade de examinar e interpretar a origem de hábitos e valores de uma cultura, identificando-os na formação étnica e cultural da sociedade brasileira.também torna-se relevante que o aluno desenvolva competências para avaliar uma pesquisa de mercado, interpretando os seus dados para a elaboração de estratégias mercadológicas no desenvolvimento de produtos editoriais. A disciplina Redação Editorial I deve buscar desenvolver competências de leitura crítica, interpretação e elaboração de textos e finalmente a disciplina Fotografia I deve proporcionar o aprendizado para a produção e análise crítica de imagens fotográficas. No quinto semestre pode-se desenvolver as seguintes disciplinas: 21. História da Arte 72 h 22. Semiótica 72 h 23. Indústria Editorial 72 h 24. Redação Editorial II 72 h 25. Fotografia II 72 h Espera-se que no quinto semestre o educando apresente um nível de maturidade que o possibilite compreender conceitos das teorias semióticas delimitando sua aplicabilidade nas produções editoriais. Na disciplina História da Arte o educando deve desenvolver a percepção e a crítica sobre os movimentos artísticos como veículo de comunicação. Para Redação Editorial II o objetivo principal é o de introduzir para o educando os principais critérios de intervenção textual e finalmente a disciplina Fotografia II possibilitará o desenvolvimento de competências para a implementação prática de intervenção fotográfica em produtos editoriais diversos. O sexto semestre poderá apresenta a seguinte configuração: 26. Inglês Instrumental 72 h 27. Realidade Socioeconômica Brasileira 72 h 28. Leitura Crítica 72 h 29. Redação Editorial III 72 h 30. Indústria Editorial 72 h As disciplinas sugeridas para o sexto semestre possuem um caráter mais analítico. Visando habilitar o aluno para a compreensão de textos em língua inglesa, a disciplina Inglês Instrumental deverá possibilitar ao educando a elaboração de estratégias de técnicas de leitura. Já a disciplina Realidade Socioeconômica Brasileira deverá ser proporcionar uma visão ampla e atualizada dos fatos econômicos, políticos e 11

sociais, ligados à globalização e suas influências na sociedade brasileira. A disciplina Leitura Crítica deve buscar refletir criticamente sobre as formas de construção e de produção dos sentidos do texto. Em Redação Editorial III os alunos deverão desenvolver competências que o habilitem a dominar as estruturas de linguagens em suas diferentes formas. Finalmente em Indústria Editorial buscará habilitar o educando para compreender as diferentes facetas do mercado editorial brasileiro e suas características principais. No sétimo semestre pode-se propor as disciplinas: 31. Políticas de Comunicação 72 h 32. Cálculo de Custos Editoriais 72 h 33. Editoração e Novas Tecnologias 72 h 34. Trabalho de Conclusão de Curso I 36h 35. Produção e Edição de Vídeo 72 h O sétimo semestre caracteriza-se pelo término das disciplinas instrumentais tanto para o ciclo comum como para o específico. A disciplina Políticas de Comunicação buscará proporcionar estabelecer as relações entre poder, comunicação, Estado e Sociedade na definição de políticas públicas de comunicação. Já Cálculo de Custos Editoriais busca desenvolver competências que habilitem o educando para a elaboração de orçamentos de produtos editoriais. Também em Produção e Edição de Vídeo serão desenvolvidas competências para a produção de produtos editoriais videográficos. Visando preparar o educando para as atividades do Projeto Experimental a ser desenvolvida no sétimo semestre, a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I deverá orientar o educando na elaboração de um projeto de pesquisa. Finalmente, o oitavo semestre poderá apresentar a seguinte proposta: 36. Projeto Experimental 144 h 37. Trabalho de Conclusão de Curso II 36 h 38. Tópicos Especiais em Comunicação 72 h Atividades complementares: 144h desenvolvidas durante os oito semestres. O Projeto Experimental constitui o coroamento da graduação e se trata do desenvolvimento de um produto editorial que visa atender um problema de comunicação, preferencialmente não-fictício, de um cliente específico. A elaboração deste trabalho pode ser apoiada pela disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II em que os concluintes deverão fundamentar teoricamente o projeto proposto. Também sugere-se que seja ofertado neste semestre a disciplina Tópicos Especiais em 12

Comunicação que visa trazer para o ambiente acadêmico as principais questões relacionadas com a comunicação no momento atual. Concomitante aos 08 (oito) semestres propostos para o curso pode-se inserir as atividades complementares, conforme determinação das Diretrizes Curriculares. Tais atividades podem ser compostas de programas de iniciação científica, estágios, monitorias, seminários, workshops e outras atividades correlatas, devidamente regulamentadas na instituição de forma que cada atividade desenvolvida possua um crédito de horas em que o aluno pode integralizar paulatinamente durante o curso. Propõem-se uma carga horária de 144 horas para as atividade curriculares complementares, que correspondem a 5% da carga horária do curso. Considerações As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ministério da Educação estabelecem os perfis, competências e habilidades desejados para os egressos dos cursos de ensino superior no Brasil. Para o curso de Comunicação Social e suas diversas habilitações as Diretrizes se constituem instrumento norteador na formulação de uma matriz curricular a ser respeitado pelas instituições de ensino superior. As Diretrizes curriculares para a área de Comunicação Social e suas respectivas habilitações estabelecem o perfil do egresso do curso para a área de Comunicação Social, cuja característica principal é a formação ampla na área, tornada possível pela inserção de conteúdos curriculares teórico-conceituais, analíticos e informativos, lingüísticos, ético-políticos e que também contemplem as tecnologias midiáticas. Tais conteúdos curriculares devem ser os mesmos para as diversas habilitações do Curso de Comunicação Social; sendo assim, uma instituição de ensino superior que possua diversas habilitações na área de Comunicação Social poderá estipular os conteúdos curriculares comuns, ciclo comum, que atenda aos perfis determinados nas Diretrizes, e então uniformiza-los para as diversas habilitações que mantém. Em adição aos conteúdos curriculares do ciclo comum, as habilitações do Curso de Comunicação Social, como Produção Editorial, também devem se reportar às Diretrizes para determinar os conteúdos curriculares que estipulam o perfil do egresso para a habilitação, bem como as competências e habilidades requeridas no exercício da profissão. Portanto, a proposição de uma matriz curricular para o Curso de Comunicação Social com Habilitação em Produção Editorial deve manter estreita observância dos 13

princípios norteadores estabelecidos nas Diretrizes curriculares, com o objetivo tanto de atender os ditames legais do curso como de proporcionar ao educando um perfil de egresso que o caracterize como um Comunicador Social, com o domínio de habilidades e competências requeridas de um Produtor Editorial. Referências DEPRESBITERIS, Lea. Concepções atuais de educação profissional. 2ª edição. Brasília: SENAI/DN, 1999 DUTRA, Onei Tadeu. Proposta de uma matriz curricular para o curso de Ciências Contábeis na Grande Florianópolis. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. 2003. INEP. Educação superior: cursos e instituições. 07 de maio de 2005. Disponível em: http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/curso.stm Acesso em: 06/05/2005. MEC. Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação. 2005a. http://portal.mec.gov.br/sesu/index.php?option=content&task=view&id=430&itemid=420 Acesso em 05/05/2005. MEC. Diretrizes Curriculares a Área de Comunicação Social e suas Habilitações. 2001. http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/pareceres/49201fhgscclbam.doc Acesso em 07/05/2005 MORENO, Juliana Kiyomura. Curso de Editoração da ECA comemora 30 anos. 17 de maio de 2002. Disponível em: http://www.usp.br/agen/bols/2002/rede965.htm Acesso em: 07/05/2005 MOURA, Cláudia Peixoto. O Currículo de graduação para a área de Relações Públicas. Disponível em: http://www.portal - rp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/ensino/0104.htm Acesso em: 04/05/2005 PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000 14