Autoria: Marcelo Alvaro da Silva Macedo, Murilo Alvarenga Oliveira



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Avaliação Estratégica de Ativos Intangíveis: uma Proposta de Modelagem DEA Aplicada ao Valor da Marca e Performance Organizacional de Bancos no Mercado Brasileiro Autoria: Marcelo Alvaro da Silva Macedo, Murilo Alvarenga Oliveira Resumo: A análise de desempenho de uma organização é sempre algo passivo de muitas discussões. Questionamentos de qual indicadores utilizar e como consolida-los de forma a estabelecer um critério justo de avaliação de performance estão presentes em vários estudos e no dia a dia das empresas. É neste sentido que apresenta-se este trabalho como uma proposta de modelagem deste problema, através da utilização da Análise Envoltória de Dados (DEA). A proposta metodológica apresentada busca sintetizar em um único parâmetro (Índice de Performance Empresarial IPE) indicadores de diversas naturezas na análise de desempenho organizacional. Neste artigo, através dos dados dos 5 (cinco) bancos com maior valor de marca em operação no Brasil no ano de 2003 listados na Pesquisa da Interbrand, busca-se apresentara aplicação desta ferramenta, onde destaca-se sua capacidade de mensurar a performance empresarial de cada unidade analisada num ambiente competitivo, ou seja, o índice encontrado é representativo da amostra analisada em termos relativos. Em outras palavras, o índice de cada empresa é função não só de seu desempenho, mas também do desempenho das outras empresas analisadas. Os dados considerados foram obtidos na pesquisa citada e na Revista Exame Melhores e Maiores (2004). 1. Introdução O processo de mensurar o desempenho organizacional, como todos os aspectos de gestão, é um processo permanente e repetitivo, onde a freqüência das medições depende da atividade a ser medida. As medições de desempenho possuem várias razões, dentre as quais preparar a empresa para enfrentar as mudanças ambientais, principalmente no que concerne a natureza mutável da competição e a criação de valor para o cliente. É fundamental, portanto, que esta avaliação seja feita em caráter relativo, ou seja, mensurando a eficiência da organização em relação a seu ambiente competitivo. Sendo assim, o processo de mensuração do desempenho o auxilia a gerenciar as ameaças e oportunidades do ambiente e as forças e fraquezas da própria empresa. Um sistema de avaliação de desempenho empresarial pressupõe múltiplas etapas, aplicando vários tipos de ferramentas de mensuração de performance. Para isso, a empresa precisa conseguir identificar quais os itens a considerar, ou seja, aqueles que melhor representam o desempenho desta, e quais ferramentas serão utilizadas, tendo estes itens como parâmetros, na busca pela identificação do grau de eficiência que a empresa possui. Cada fator considerado no processo de mensuração de eficiência precisa ser de tal ordem que o sucesso empresarial tenha este como de fundamental importância. Estes seriam pontos críticos ou fatores críticos do sucesso empresarial, que necessitam ser monitorados e por conta disso precisamos ter informações confiáveis a respeito do comportamento dos mesmos. De acordo com Macedo e Macedo (2003) não existe até hoje nenhum método ou modelo de avaliação de performance organizacional que seja único para toda e qualquer variável do mundo empresarial. Em vez disso, os gestores e analistas se utilizam de uma série de metodologias de avaliação de desempenho para lidar com os diferentes elementos de uma organização. Contudo, os métodos que consideram aspectos financeiros e não financeiros tendem a assumir uma importância especial, já que o desempenho acaba por ser afetado por 1

variáveis de ambas naturezas. Este tipo de metodologia multicriterial é sempre crucial num processo de avaliação institucional. Porém com esta multiplicidade de fatores de decisão fazse necessário o uso de métodos e técnicas que possam proporcionar aos gestores uma melhor percepção da performance organizacional Neste sentido, desenvolveu-se uma técnica com capacidade de comparar a eficiência de múltiplas unidades (empresas) homogêneas, mediante a consideração explícita do uso de suas múltiplas entradas (fatores a serem minimizados) na busca de múltiplas saídas (fatores a serem maximizados). Segundo Macedo (2004) a resposta mais importante desta metodologia é a caracterização de uma medida de eficiência, que faz com que a decisão fique orientada por um único indicador construído a partir de várias abordagens de desempenho diferentes. Vale ressaltar que isso facilita em muito o processo decisório, pois ao invés de considerar vários índices para concluir a respeito do desempenho da empresa o analista se utiliza apenas da medida de eficiência do DEA. Além disso, existem outras informações oriundas desta metodologia que podem ser utilizadas para auxiliar a empresa na busca pela excelência. A partir deste contexto, este trabalho consiste no estudo de um modelo de análise do desempenho organizacional, que a partir de indicadores financeiros e não financeiros, procura avaliar a performance empresarial através da técnica de Análise Envoltória de Dados (DEA). O modelo propõe a identificação e classificação (ranking), dentro de um universo limitado, das organizações consideradas eficientes e das ineficientes, reconhecendo a eficiência relativa de cada uma delas em relação às outras que estão sendo consideradas na análise, tendo como base as variáveis (índices) de Valor da Marca, Ativo Total Médio e Rentabilidade do Patrimônio Líquido. O objetivo geral deste artigo consiste, então, em apresentar, discutir e aplicar um método de avaliação de desempenho organizacional, desenvolvido a partir da Análise Envoltória de Dados e de Índices de Performance Financeiros e Não Financeiros. É, também, meta fundamental deste trabalho efetuar uma avaliação da potencialidade da metodologia DEA em oferecer subsídios aos gestores e analistas para realizarem diagnósticos de performance empresarial. Para atingir os propósitos do estudo, este artigo está estruturado de forma a destacar os seguintes assuntos: Análise de Desempenho Multicriterial Marca e Valor da Marca Análise Envoltória de Dados Esta pesquisa pode ser caracterizada, de acordo com o exposto por Vergara (2004), como sendo descritiva e quantitativa, pois procura-se através da aplicação da análise envoltória de dados às informações dos bancos que fazem parte da amostra, expor características a respeito da performance destes. O processo de amostragem é não probabilístico, pois parte-se de um universo naturalmente restrito, pois os bancos foram escolhidos a partir dos que constavam como os 5 de maior valor de marca na Pesquisa da Interbrand (2004). Isso traz algumas limitações de inferência, mas não invalida os resultados da pesquisa, já que os bancos desta listagem são, assumidamente, representativos de boas práticas gerenciais e de alta performance. Esta pesquisa foi feita a partir de dados secundários colhidos nas seguintes publicações: Isto É Dinheiro (2004) e Revista Exame Melhores e Maiores (2004). A pesquisa partiu dos dados sobre Valor da Marca em 31/12/2003, Ativo Total Médio de 2003 e Rentabilidade do Patrimônio Líquido de 2003 dos 5 maiores bancos, em relação ao valor da marca, em operação no Brasil listados na pesquisa da Interbrand (2004) e buscou informações complementares destas no guia dos 50 maiores bancos no Brasil da Revista Exame (2004). Os dados de valor da marca foram obtidos numa pesquisa da inglesa Interbrand, líder mundial em consultoria de marcas, realizou nos anos de 2001, 2003 e 2004 uma pesquisa que 2

indica o ranking das doze marcas brasileiras mais valiosas. Ela partiu de uma base de trinta marcas, cos critérios para a avaliação foram: Disponibilizar informações financeiras na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Ter ações negociadas em Bolsa; Ter acionista brasileiro como majoritário ou pertencer a um grupo estrangeiro, mas que manteve a marca original; Pertencer aos principais setores da ecomonia: financeiro, seguradoras, telecomunicações, alimentos, bebidas, bens de consumo, materiais de construção, distribuidores de combustíveis, rede de supermercados, companhias aéreas, etc. Algumas marcas brasileiras muito conhecidas e fortes foram excluídas em função da ausência de informações financeiras e de mercado e em outros casos, não conquistaram o ranking das doze mais valiosas por não apresentarem boa rentabilidade operacional nos últimos anos. A partir destas doze empresas, que fazem parte dos resultados da Interbrand, foi formada a amostra desta pesquisa com os cinco bancos que constavam dos resultados publicados. 2. Análise de Desempenho: Índices Financeiros e Não Financeiros De acordo com Crozatti e Guerreiro (2003) os processos de gestão empresarial, responsáveis pela condução das atividades tanto em nível estratégico como operacional tem recebido atenção de maneira mais intensa nos últimos anos, principalmente no que tange a diversidade de conceitos e modelos de mensuração e de avaliação do desempenho construídos no intuito de preparar as organizações para enfrentarem os desafios do ambiente competitivo. Segundo Kaplan e Norton (1997), as organizações têm tentado se inserir no mercado competitivo lançando mão de diversas iniciativas de melhoria. Entretanto melhorias de desempenho exigem mudanças também nos sistemas de mediação e gestão utilizados pelas empresas, pois é impossível atingir a excelência empresarial controlando apenas as medidas financeiras do desempenho passado, visto que os executivos necessitam de indicadores sobre vários aspectos do ambiente e desempenho organizacional. Segundo Machado et al (2003), as empresas, no passado, tomavam decisões baseadas unicamente em informações financeiras, porém atualmente, as tomadas de decisões envolvem um maior número de variáveis, exigindo uma grande preocupação entre os gestores com indicadores como: satisfação de clientes, qualidade dos produtos, participação no mercado, retenção de clientes, fidelidade dos clientes, inovação, habilidades estratégicas. Wanderley et al (2003) dizem que os métodos de avaliação do desempenho empresarial, que se baseiam apenas em indicadores contábeis e financeiros, vêm se tornando insuficientes. É esse contexto que explica o surgimento de diversos modelos de mensuração de desempenho, com o propósito de gerenciar eficientemente as informações corporativas (financeiras e não financeiras) que dão suporte à tomada de decisões. Um grande número de empresas está na busca incessante por tais sistemas, gerando assim a necessidade de maiores estudos sobre sistemas de medição de desempenho. De acordo com Kaplan e Norton (1997) o Balanced Scorecard seria uma possível solução para esta problemática, pois representa um sistema de mensuração com indicadores financeiros e não financeiros. Suas medidas focalizam o desempenho organizacional sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento; equilibrando-se entre medidas objetivas, de resultado, facilmente quantificáveis, e vetores subjetivos, até certo ponto arbitrários, das medidas de resultado. 3

Os autores destacam que o Balanced Scorecard conserva a perspectiva financeira pois estas medidas indicam se a estratégia de uma empresa, sua implementação e execução estão contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros. Quanto à perspectiva do cliente, estão entre as medidas essenciais de resultado a satisfação, a retenção, a atração e a lucratividade dos clientes. Sendo assim, esta torna-se imprescindível, então, para a fidelização do cliente. Através das perspectivas dos processos internos, os gestores identificam os processos internos críticos nos quais a empresa deve alcançar a excelência. As medidas estão voltadas para a qualidade, tempo de resposta, custo e lançamento de novos produtos. Já a perspectiva do aprendizado e crescimento identifica a infra-estrutura que a empresa deve construir para gerar crescimento e melhoria a longo prazo. Cabem aqui medidas de resultado baseadas nos funcionários, tais como satisfação, retenção, treinamento e habilidade de funcionários. De acordo com Machado et al (2003) o uso de medidas não-financeiras e financeiras, auxiliando os administradores a focarem suas ações em perspectivas de longo e curto prazos, é adequado para orientar e avaliar a trajetória da empresa em um ambiente competitivo. Os indicadores financeiro como medidas de ocorrência, contam parte, mas não toda a história das ações passadas. Estes isolados não são capazes de fornecer orientações adequadas para as ações que devem ser realizadas hoje e amanhã para criar valor financeiro futuro, porém estas não devem ser esquecidas quando da avaliação de resultados e desempenhos, pois são provas concretas dos efeitos de todas as outras medidas. Ainda segundo Kaplan e Norton (1997), para que um Balanced Scorecard possa ser considerado bem elaborado, é preciso que as diversas medidas que o compõem façam parte de uma serie articulada de objetivos e medidas coerentes que se reforcem mutuamente. Essas associações devem incorporar tanto as relações de causa e efeito quanto às combinações de medidas de resultado e vetores de desempenho. Visto o exposto, pode-se perceber a importância dos fatores financeiros e nãofinanceiros para a avaliação do desempenho das empresas, já que a ênfase excessiva na obtenção de resultados financeiros pode levar as empresas a investirem demasiadamente em soluções superficiais em detrimento da criação de valor. Além disso, as medidas financeiras podem ser inadequadas para orientar e avaliar a organização em ambientes competitivos. Neste sentido este trabalho procura aliar medidas de perspectiva financeira (uso de ativos e rentabilidade) com medidas de perspectiva do cliente (valor da marca). Com isso, busca-se um indicador de desempenho organizacional que expresse a performance da empresa conjugando índices qualitativos (subjetivos) e quantitativos (objetivos). Nesta pesquisa o valor da marca para os 5 bancos analisados foi obtido na Pesquisa Dinheiro/Interbrand, publicada na Revista Isto É Dinheiro (2004). Este será o índice não financeiro a ser utilizado neste trabalho, que é obtido utilizando de uma metodologia própria, desenvolvida pela Interbrand a mais de treze anos e utilizada na avaliação de mais de 2.700 marcas. Esta abordagem compreende: Análise financeira - Projeção dos resultados econômicos através de uma metodologia similar ao EVA (Economic Value Adedd) Análise de mercado através da qual é estabelecido um índice para que a marca reflita seu papel na geração dos resultados projetados. Análise do risco da Marca que determina uma taxa de desconto, baseado no risco da marca, que deve ser aplicada aos resultados econômicos. São analisados sete itens: mercado, estabilidade, liderança, distribuição geográfica, suporte de comunicação e proteção legal. Como pode-se perceber a metodologia utilizada para calcular o valor da marca, adotado por este estudo, contém elementos financeiros e não financeiros. Isto por si só já 4

justificaria a utilização de uma modelagem híbrida e multicriterial que envolvesse parâmetros de diversas naturezas. 3. A Relevância Estratégica dos Ativos Intangíveis Lev (2001) define ativo intangível como um direito a benefícios futuros que não possui corpo físico ou financeiro. E segundo Perez e Famá (2004) a crescente competição entre as empresas e o fenômeno de commoditização dos produtos e serviços tem elevado a importância estratégica dos ativos intangíveis como fator de diferenciação entre empresas, proporcionando vantagens competitivas aos seus detentores para enfrentar a concorrência e se sobressair em seus mercados de atuação, pois os ativos tangíveis como fábricas ou equipamentos, por exemplo, não seriam mais os responsáveis pela maior parte da geração de valor em uma empresa, já que em um ambiente competitivo, eles poderiam ser rapidamente reproduzidos ou com facilidade se tornam obsoletos. Ativos intangíveis como tecnologia, processos de fabricação, patentes, redes de distribuição ou marcas seriam os grandes responsáveis pela geração de valor. Para Kayo (2002), esta singularidade é um importante elemento de diferenciação. Stewart (1999) também afirma, e de forma contundente, que os ativos intangíveis são a única forma das empresas se diferenciarem de seus concorrentes. Uma forma aparentemente efetiva do entendimento acerca de um ativo intangível é o que direciona a existência do valor intangível. Segundo Feltham e Ohlson (1995), o valor dos intangíveis resulta da geração de lucros acima do normal. Evidentemente, para que esse lucro ocorra as receitas com as vendas dos produtos e serviços precisam ser maximizadas e os diversos tipos de gasto precisam ser minimizados. Para que as vendas sejam maximizadas é preciso se entender porque os consumidores compram determinados produtos e serviços de uma empresa e não de seu concorrente. Do ponto de vista econômico, segundo Lev (2001), os ativos intangíveis apresentam duas importantes características: não-rivalidade e capacidade de escala. A não-rivalidade dos intangíveis diz respeito à capacidade de serem utilizados simultaneamente de diversas formas diferentes. A utilização de um ativo intangível não o impede de ser aplicado a um uso alternativo ao mesmo tempo. Por outro lado, os ativos tangíveis não podem ser utilizados ao mesmo tempo em situações diferentes. Para Lev apud Kayo (2002), os ativos intangíveis são limitados apenas pelo tamanho do mercado. Não existe limitação física para a utilização de um ativo intangível. Uma marca conhecida e respeitada mundialmente, por exemplo, pode expandir seu mercado por meio do seu licenciamento a uma empresa que se responsabilizaria pela fabricação e comercialização do produto sem a necessidade da proprietária da marca se imobilizar. 4 Marca e Valor da Marca A partir das definições encontradas na bibliografia para marcas, segue o raciocínio que marca é uma palavra que carrega consigo toda uma identidade, uma forma de expressão que faz parte do cotidiano das pessoas por elas terem em mente um nome ao lembrar de um produto ou serviço e, ao mesmo tempo, representa o jeito de ser da empresa e seus princípios. O conceito de marca recebe uma série de definições e variações devido ao próprio simbolismo que cerca a sua representatividade indo de conceitos objetivos e funcionais até os mais subjetivos. Desde modo, torna-se interessante agrupar algumas definições dentro desta orientação para conceituar marca, como mostra o quadro abaixo. 5

Quadro 1: Definições de marca Autor Definição Definições essencialmente objetivas e funcionais Kotler (2000) Marca é um nome, termo, signo, símbolo ou design, ou uma combinação desses elementos, para identificar os produtos ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los de seus concorrentes. American Marketing Uma marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma Association (1960) combinação dos mesmos, que identifique os bens e serviços oferecidos por um vendedor ou grupo de vendedores e os diferencie dos demais concorrentes. International Trademark Uma marca pode ser qualquer palavra, nome, símbolo ou recurso, Association (2004) slogan, design de embalagem ou combinação destes itens que serve para identificar um produto específico de outros produtos no mercado. Mesmo um som, combinação de cores, cheiro ou holograma po Aaker (1991), A marca sinaliza ao consumidor a origem do produto, diferenciado-o de outros produtos concorrentes. Definições Combinadas (caráter objetivo e subjetivo) (Seetharaman; Nadzir; Marca é um nome ou símbolo, e seus atributos tangíveis e emocionais Gunalan; 2001; Barwise et associados, que têm a intenção de identificar produtos e serviços de al, 1989). um produtor, no intuito de diferenciá-los dos de seus concorrentes. Interbrand (2004) Marca é uma mistura de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados em uma marca registrada, que, se gerenciada de forma adequada, pode criar valor e influência para a empresa que a detêm. Farquhar (1990) Marca é um símbolo ou um desenho que realça o valor do produto além de seu propósito funcional. Definição essencialmente subjetiva Dyson, Farr e Hollis (1996), Marca existe na mente dos potenciais consumidores, e o que estes consumidores pensam com relação à marca em particular é que determina o seu valor. Troiano (2003) Marcas são entidades que têm existência virtual. Elas ocupam espaço na vida dos consumidores, elas dão sentido às suas escolhas e são tratadas, pelo consumidor, como se fossem outras pessoas em suas vidas. A marca, apesar de ser tratada como intangível, representa um capital essencial nas organizações. Em alguns casos, avaliar e definir o valor das marcas se confunde com a definição do valor das empresas, pois grande parte das organizações sempre acreditou que os seus valores poderiam ser definidos apenas pelos números contábeis, mas na realidade esses valores vão muito além dos recursos tangíveis. O desenvolvimento da idéia de avaliação monetária de uma marca pode começar pelo seu lançamento contábil (marcas e patentes) nos balanços das empresas, contudo sua importância amplia a cada dia. Segundo Keller (1993), existem dois motivos principais para se estudar o valor da marca. O primeiro refere-se à motivação financeira em estimar mais precisamente o valor da marca para fins contábeis, ou para fusões e aquisições, fazendo uma referência às técnicas de brand valuation. O segundo motivo surge da motivação baseada na estratégia para aumentar a produtividade mercadológica, ou seja, a produtividade da área de marketing. A inclusão do valor monetário de uma marca deve partir da compreensão do funcionamento da marca e dos seus números. A fórmula ideal de avaliação das marcas 6

depende das características do mercado em que cada empresa atua, além dos dados disponíveis nos departamentos de marketing e financeiro da empresa. Entretanto existe pouco, ou nenhum, consenso sobre como se avaliar o valor das marcas, como afirmam Dyson, Farr e Hollis (1996). E de acordo com Tavares (1998), a existência de uma série de modelos de avaliação de marcas, faz com que inexista uma assimetria das avaliações. Adiciona-se também, o fato de não se ter evidências da maior validade de um método sobre outro. Por não haver consenso sobre como se avaliar uma marca, a tarefa torna-se ainda mais relevante e complexa. Existem modelos que definem o valor econômico de uma marca, porém, nenhum apresenta uma validação geral, ou seja, a maioria se apresenta como adequado em poucas e específicas situações. Devido à própria natureza intangível e complexa das marcas, as tentativas de analisar e medir o seu valor se torna ainda mais difícil, logo há diversas tentativas de se definir o valor das marcas (brand equity), como mostra o quadro a seguir: Autor Aaker (1991) Ambler e Styles (1996) Pinho (1996) Rangaswamy et al. (1993) Sikri et al. (1992) Quadro 2: Definições de valor da marca Definição Conjunto de ativos e passivos (consciência, qualidade percebida, associações e lealdade) relacionados a uma marca, seu nome e símbolo. Inclusão tanto do valor econômico da marca como o seu potencial de geração de lucro e de geração de caixa a longo prazo. Criação organizada de atributos, valores, sentimentos e percepções sobre uma marca geram um valor que supera o custo percebido dos benefícios. Refere-se ao ativo residual que resulta dos efeitos das atividades de marketing que são realizadas e associadas à marca. É o valor agregado que pode ser atribuído à marca em si e que não é resultado da performance do produto nos seus aspectos funcionais. Keller (1993) Troiano (2003) É o efeito de marketing que é atribuído exclusivamente às marcas, quando se obtém certos resultados de um produto ou serviço por causa de sua marca que não seria obtido se o mesmo produto ou serviço não tivesse a mesma marca. Conjunto organizado de sentimentos e percepções do consumidor em relação à marca, que a torne mais do que simplesmente diferente das concorrentes, podendo fazer com que ela seja única, indispensável e capaz de atender às necessidades de seus usuários. Uma marca que ofereça valor superior para os clientes tem relação direta com o ganho através de margens de lucro maiores, onde a diferença entre o que ela custa, em termos de produção e distribuição e o que os consumidores estão dispostos a pagar por ela é tão diferente que o lucro escapa da lógica econômica. Outra importância do valor da marca é que ela possibilita a obtenção do valor agregado que segundo Crimmins (2000) na relação entre seu preço e o preço do seu concorrente, quando ambos os produtos são equivalentemente desejáveis pelos consumidores. Já para Calderón; Cervera e Mollá (1997) ter uma marca forte, com alto valor, contribui para a empresa de diversas formas, dentre elas: Ajudar a atrair novos clientes ou reconquistar clientes antigos; 7

Alavancar as relações com o canal de distribuição, a partir do momento em que os distribuidores estão menos incertos quando negociam marcas reconhecidas; Contribuir para gerar maiores margens em função da possibilidade de cobrança de um preço prêmio e reduzir as resistências de compra através de motivações por promoções de vendas; Prover uma plataforma para crescimento através da extensão da marca; Promover uma vantagem competitiva que geralmente representa uma barreira de entrada para novos competidores. Empresas que atuam em projetos de avaliação de marcas utilizam-se de metodologias reconhecidas e adotadas, associando a clássica abordagem financeira à moderna abordagem de Brand Equity. Resumidamente, podemos dizer que o conceito de Valor de Marca tem sido estudado através de três abordagens diferentes (Schultz, 2000): Foco no consumidor: através de conceitos como efetividade dos programas de marketing, lealdade à marca, preços Premium e ambiente favorável à extensão de marca; Valor da Ação: percentual do valor da ação no mercado que é resultado do valor da marca; Valor da Marca no Mercado: através de fluxos de caixa descontados é calculado o valor da marca. Grinberg (2001) afirma que é possível inserir a visão de Valor de Marca como ferramenta para a gestão e avaliação da efetividade de ações de marketing dentro do conceito de Métricas de Marketing. Além do Valor de Marca a linha de pesquisa de Métricas de Marketing também é composta dos seguintes itens: Valor do Cliente, Comércio Eletrônico, Marketing Mix Metrics e Medidas Financeiras. Ainda segundo o autor, durante as últimas décadas surgiu nas empresas o questionamento da validade dos investimentos feitos nas ações sob responsabilidade da área de marketing. Como não existiam ferramentas para medir a produtividade de marketing os profissionais da área se viam sem argumentos para justificar os investimentos nestas atividades. Também foram inúmeras as orientações de renomados acadêmicos de marketing para a criação de métricas eficazes para medir o desempenho desta área. Além disso, os incentivos dados pelo Marketing Science Institute-MSI impulsionaram o desenvolvimento de estudos no campo das métricas de marketing. É exatamente neste contexto que se apresenta este trabalho, pois a modelagem proposta serve essencialmente aos profissionais da área de marketing como instrumento de avaliação da performance de suas ações no que tange a valorização da marca, conjugada com indicadores financeiros (ativo médio e rentabilidade do PL). 4 Análise Envoltória de Dados (DEA) Aplicada a Performance Bancária Como dito anteriormente o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a utilização de um modelo que serve para analisar a performance de empresas. Para isso, aplicou-se a modelagem proposta no mercado bancário brasileiro, considerando os cinco grupos de maior valor de marca em operação no Brasil. Está análise de desempenho organizacional é realizada através da consideração explícita de indicadores financeiros e mercadológicos, que serão conjugados em um único índice através da utilização da Análise Envoltória de Dados (DEA). Charnes et al (1994) dizem que a Análise Envoltória de Dados (DEA) envolve o uso de métodos de programação linear para construir uma fronteira não-paramétrica sobre os dados, onde medidas de eficiência são calculadas em relação a sua fronteira. A Análise Envoltória de Dados (DEA), segundo Zhu (2000) representa uma das mais adequadas ferramentas para avaliar a eficiência, em comparação com ferramentas 8

convencionais. Os resultados de DEA são mais detalhados do que os obtidos em outras abordagens, servindo melhor ao embasamento de recomendações de natureza gerencial. Sendo assim, os autores destacam as seguintes características desta ferramenta: Não requer a priori uma função de produção explícita; Examina a possibilidade de diferentes, mas igualmente eficientes, combinações de inputs e outputs; Localiza a fronteira eficiente dentro de um grupo analisado e as unidades incluídas; e Determina, para cada unidade ineficiente, subgrupos de unidades eficientes, os quais formam seu conjunto de referência. De acordo com Macedo et al (2004), a Análise Envoltória de Dados (DEA) é uma técnica de Pesquisa Operacional, que tem como base a Programação Linear, e co objetivo é analisar comparativamente unidades independentes (empresas, departamentos, etc) no que se refere ao seu desempenho. Ela fornece uma medida para avaliar a eficiência relativa das unidades de tomada de decisão (DMUs - Decision Making Units), que são as unidades ca eficiência está sendo avaliada. Cada DMU é representada por um conjunto de S outputs e um conjunto M de inputs. A idéia básica é a comparação dos outputs com os inputs. Os outputs podem ser, como no caso deste trabalho, indicadores do tipo quanto maior melhor e os inputs indicadores do tipo quanto menor melhor. São várias as formulações dos modelos de DEA encontradas na literatura, conforme diz Charnes et al (1994), entretanto dois modelos básicos DEA são geralmente usados nas aplicações. O primeiro modelo chamado de CCR (CHARNES, COOPER e RHODES, 1978), também conhecido como CRS (Constant Returns to Scale), avalia a eficiência total, identifica as DMUs eficientes e ineficientes e determina a que distância da fronteira de eficiência estão às unidades ineficientes. O segundo chamado de modelo BCC (BANKER, CHARNES e COOPER, 1984), também conhecido como VRS (Variable Returns to Scale), utiliza uma formulação que permite a projeção de cada DMU ineficiente sobre a superfície de fronteira (envoltória) determinada pelas DMUs eficientes de tamanho compatível. De acordo com Coelli, Rao e Baltese (1998), Charnes, Cooper e Rhodes (1978) propuseram um modelo que tinha uma orientação input e assumia retornos constantes de escala (CRS). Artigos subseqüentes têm considerado várias alternativas, dentre elas as de Banker, Charnes e Cooper (1984), em que o modelo de retorno variável de escala (VRS) foi proposto. Assim, segundo Coelli, Rao e Baltese (1998), um caminho intuitivo para introduzir DEA é por meio de forma de razão. Para cada DMU, gostaríamos de obter uma medida de razão de todos os outputs sobre todos os inputs, ou seja, os pesos ótimos u j e v i são obtidos pela resolução do problema de programação matemática. Max E S.a.: c = s j = 1 m i= 1 s j = 1 m i= 1 y vi x y vi x jk ik jc ic 1, k 0, j, vi 0, i = 1, 2, K, c, K, n 9

Neste modelo c é a unidade (DMU) que está sendo avaliada. O problema acima envolve a procura de valores para u e v, que são os pesos, de modo que maximize a soma ponderada dos outputs (output virtual ) dividida pela soma ponderada dos inputs (input virtual ) da DMU em estudo, seita a restrição de que esse quociente seja menor ou igual a 1, para todas as DMUs. Esta função está seita à restrição de que, quando o mesmo conjunto de coeficientes de entrada e saída (os vários v i e u j ) for aplicado a todas as outras unidades de serviços que estão sendo comparadas, nenhuma unidade excederá 100% de eficiência ou uma razão de 1,00. No caso das formulações, além das da escolha entre CRS e VRS (neste estudo estaremos trabalhando com o DEA-VRS) existe a necessidade de fixação da ótica de análise (orientação input ou orientação ouput). Segundo Macedo (2004) alguns analistas tendem a selecionar modelos com orientação input porque em muitos casos tem-se outputs estabelecidos para se alcançar e, portanto, as quantidades de inputs apresentam-se como variáveis de decisão primária. Porém existem outras situações em que se poderia ter uma quantidade fixada de inputs (inalterados) e poderse-ia estar procurando como produzir mais outputs. Neste caso, uma orientação output poderia ser mais apropriada, onde o objetivo é maximizar os produtos obtidos sem alterar o nível atual dos inputs. O modelo para o propósito de uma orientação output se obtém invertendo o quociente do modelo apresentado inicialmente, na qual obtemos: Min S.a.: vi x y vi x ik y ic jc jk u j, vi 0, x, y 1, k = 1, 2,..., c, K, n Assim, a eficiência pela ótica dos outputs é calculada pelo inverso da função objetivo, ou seja, eficiência = 1/E. Este problema define a relação dos inputs sobre os outputs, onde c é o índice da unidade que está sendo avaliada. Temos neste problema as mesmas variáveis de decisão ux e vy e podemos linearizar este da mesma forma que o primeiro, porém queremos minimizar a soma ponderada dos inputs ( input virtual) dividida pela soma ponderada dos outputs ( output virtual) da DMU em estudo, seita a restrição de que este quociente seja maior ou igual a 1, para todas as DMUs. Neste trabalho, como se tem dois outputs e apenas um input a ótica a ser utilizada será a orientação output. Ou seja, dado um nível de ativo médio o que as empresas precisam fazer em termos de valorização da marca e de incremento da rentabilidade do PL para melhorar o desempenho organizacional. Segundo Coelli, Rao e Baltese (1998), a suposição CRS só é apropriada quando todas as firmas estão operando na escala ótima. Imperfeita competição, finanças coagidas, etc., podem causar a não operação da firma em escala ótima. Eles dizem que Banker, Charnes e Cooper (1984) sugeriram uma extensão do modelo de DEA-CRS para contemplar situações de Retorno Variável de Escala (VRS). De acordo com Charnes et al (1994) no modelo DEA-VRS, essencialmente, uma empresa ineficiente está benchmarked em comparação a outra de tamanho similar. O ponto ótimo a ser atingido pela empresa ineficiente e que está projetado na fronteira DEA será uma combinação convexa de empresas de mesmo tamanho e eficientes. Isto não acontece no caso 10

CRS, então, neste modelo uma empresa pode ser benchmarked em relação a outras que são substancialmente maiores que esta. Nesta instância, cabe apresentar o modelo VRS/M/O, que será o utilizado neste trabalho. Sua formulação é feita da seguinte maneira: Min S. a. : m i= 1 m i= 1 m i= 1 vi x ic y vi x jc ik + u * = 1 s j = 1 y + u * vi, 0 x, y e u irrestrito Este será o modelo utilizado para a análise dos dados nesta pesquisa, pois não há como garantir que os índices utilizados respeitam alguma condição de linearidade em suas relações. Em outras palavras, não há como garantir que uma redução de output gera uma redução proporcional (linear) de inputs, por exemplo. Porém, o modelo supracitado sofrerá algumas modificações de ordem técnica, para que a análise seja substancialmente mais bem elaborada. Ao contrário dos modelos DEA clássicos que fornecem muitos empates nos índices 100% eficientes, o enfoque apresentado neste artigo fornece uma visão de eficiência onde as DMU s são colocadas frente a duas questões: ter bom desempenho naquilo em que ela é melhor: também não pode ter um mau desempenho no critério em que for pior. Para isto é necessário introduzir o conceito de fronteira invertida, que segundo Novaes (2002) consiste em considerar os outputs como inputs e os inputs como outputs. Esse enfoque considera pelo menos duas interpretações. A primeira é que a fronteira consiste das DMUs com as piores práticas gerenciais (e poderia ser chamada de fronteira ineficiente); a segunda é que essas mesmas DMUs têm as melhores práticas considerando o ponto de vista oposto. Uma fronteira invertida pode ser utilizada para distinguir entre as diversas DMUs onde quanto maior o grau de pertinência à fronteira invertida menor a eficiência da DMU. Para obter um índice único de eficiência, deve-se englobar os dois graus de pertinência e obrigar a que a variação do índice se dê entre 0 e 1. Esse índice será chamado de Índice de Performance Empresarial (IPE) e é dado pelo produto do índice da fronteira padrão pelo inverso do índice da fronteira invertida, já que este último representa a ineficiência. Depois disso este índice é padronizado dividindo-se cada resultado pelo maior valor encontrado. O índice proposto para medir a eficiência (IPE), permite resolver um dos principais problemas em DEA, qual seja de as DMUs poderem ser eficientes atribuindo peso nulo a vários multiplicadores (Lins e Meza, 2000). Com efeito, para uma DMU possuir alta eficiência, esta deve ter um elevado grau de pertinência em relação à fronteira otimista e baixo grau em relação à fronteira pessimista. Dessa forma, todas as variáveis são levadas em conta no índice final, sem a atribuição de nenhum peso subjetivo a qualquer critério. No modelo aqui proposto, o valor da eficiência de tal DMU depende também de sua posição em relação à fronteira invertida. Deve ser ressaltado que existem outros métodos para resolver esse problema, mas estes exigem julgamentos subjetivos e/ou métodos matemáticos bastante mais sofisticados. Para que o modelo pudesse ser aplicado obteve-se os dados das empresas já citadas, que podem ser vistos a seguir: jk * 0 11

Quadro 01 Dados da Empresas Analisadas Input_1 Output_1 Output_2 DMUs Banco Ativo Médio Valor da Marca (US$ Milhões) (US$ Milhões) RPL (%) DMU_1 Itaú 29.590 1.204 31,8 DMU_2 Bradesco 42.942 828 16,8 DMU_3 Banco do Brasil 80.135 520 16,4 DMU_4 Unibanco 22.393 223 13,2 DMU_5 Real ABN ANRO BANK 13.928 171 2,8 Com base nos dados aplicou-se o modelo DEA-VRS, sob ótica output, ou seja, minimizar o uso de ativos, obtendo-se maiores valores de marca e rentabilidades do PL. Além disso, utilizou-se o artifício da fronteira invertida, ou seja, colocou-se inputs no lugar de outputs e vice-versa, e foi possível perceber a fronteira de ineficiência. Assim sendo, estabeleceu-se o ranking considerando melhor os bancos que estavam mais próximos ou na fronteira de eficiência (padrão) e mais distantes da fronteira de ineficiência (invertida). O quadro 02 mostra os IPE s de cada uma das empresas analisadas e consecutivamente o ranking, obtido pela aplicação do software de DEA denominado SIAD (Sistema Integrado de Apoio à Decisão). Quadro 02 Índice de Performance Empresarial (IPE) DMUs Bancos Padrão Invertida P x 1/Inv IPE Ranking DMU_1 Itaú 100,00% 36,95% 2,7061 100,00% 1 DMU_2 Bradesco 68,77% 53,56% 1,2840 47,45% 2 DMU_5 Real ABN ANRO BANK 100,00% 100,00% 1,0000 36,95% 3 DMU_4 Unibanco 71,35% 94,26% 0,7569 27,97% 4 DMU_3 Banco do Brasil 51,57% 100,00% 0,5157 19,06% 5 Nesta análise pode-se perceber que apenas as DMU s 01 e 05 obtiveram desempenho padrão de 100%. Porém, na fronteira invertida, em que os índices de ineficiências são encontrados percebe-se que as DMU s 03 e 05 fzaem parte da fronteira. De posse destes elementos calculou-se a eficiência combinada como sendo o produto da eficiência padrão com o inverso da ineficiência. Para encontrar o Índice de Performance Empresarial (IPE), que é um indicador de desempenho relativo de cada empresa em função das outras constantes na análise, dividiu-se cada valor combinado pelo maior valor encontrado. Este indicador, que varia de 0 a 100, mostra o quão eficiente cada empresa é na relação aos parâmetros utilizados na análise. 5 Conclusões e Considerações Finais Após termos realizado este estudo observa-se que a metodologia DEA pode ser útil para a determinação dos níveis de performance relativa de unidades sob análise. O modelo utilizado, desenvolvido a partir do DEA, é capaz de conjugar em um único índice vários indicadores de natureza diferentes (financeiros e não financeiros) para a análise do desempenho organizacional. Pode-se perceber, então, que a modelagem possui as características de trabalhar diversas variáveis sem a necessidade de convertê-las para um 12

padrão comum de unidade e de apoiar o processo decisório com uma técnica de natureza multicritério e, portanto, mais capaz de modelar a complexidade do mundo real. A escolha pela utilização de indicadores financeiros e não financeiros como variáveis fortaleceu o modelo no sentido de abranger aspectos das organizações que, em uma análise complementar, poderão revelar fatores determinantes da situação atual como também servir de ponto de partida para delinear o comportamento futuro das empresas. A seleção das variáveis foi dada tendo como base as informações disponíveis na busca pelos objetivos do estudo. Assim utilizou-se a lógica de construção do modelo a partir de indicadores do tipo quanto menor melhor, para representar as variáveis de input e um indicador com a característica de quanto maior melhor, para representar a variável de output. O modelo apresentado pelo estudo, buscou a maximização do IPE (Índice de Performance Empresarial) de cada empresa em análise, expressa pela razão entre indicadores do tipo quanto maior melhor e indicadores do tipo quanto menor melhor, pela comparação do desempenho de uma empresa em particular com o desempenho do grupo de empresas analisadas. O índice de 100 pontos foi atingido por uma empresa quando comparações com outras organizações relevantes e de mesmo tamanho não proveram evidência de ineficiência na relação output/input. Um fator relevante, que merece ser destacado, é a escolha do modelo a ser utilizado para análise. Este deverá ser adequado com os objetivos que se pretenda atingir. Caso contrário se obterá um grupo de unidades eficientes, que na realidade não representam os padrões de referência necessários para se efetuar possíveis inferências ou comparações. Baseado nos resultados obtidos no trabalho pôde-se concluir que o modelo é eficiente naquilo que se propõe e também foi confirmada a característica de multicritério. Após a análise dos resultados foi observado que realmente é possível, através de uma análise comparativa, destacarmos níveis de eficiência, e a partir daí tomarmos decisões. Assim sendo, o modelo serve como instrumento gerencial que consiste em proporcionar aos administradores de empresas mais uma ferramenta que auxilia na condução dos negócios e na realização dos objetivos e no cumprimento das metas da organização. A elaboração deste trabalho foi apenas uma tentativa de estudar a técnica de análise envoltória de dados, que vem se difundindo de forma bastante veloz e atraindo pesquisadores das mais diversas áreas pelas suas características, e principalmente, pela eficiência obtida nos resultados, mas certamente muito ainda há por ser estudado. Pode-se recomendar novos estudos nesta área que trabalhem com o levantamento de dados relevantes para o valor da marca de empresas de um determinado setor, tentando, por exemplo, montar uma metodologia que considere estas variáveis na avaliação do desempenho de criação de valor da marca. 6 Referências Bibliográficas AAKER, D. (1991): Managing brand equity: Capitalizating on the value of a brand name. New York: The Free Press. AMBLER, Tim e STYLES, Chris. Brand development versus new product development: towards a process model of extension decisions. Marketing Intelligence & Planning, 14(7): 10-19, p. 12, 1996. AMERICAN MARKETING ASSOCIATION, Committee on Definitions. Marketing Definitions: a Glossary of Marketing Terms. Chicago, 1960. BARWISE, P. et al. Accounting for brands. London: London Business School and The Institute of Chartered Accountants in England and Wales, 1989. CALDERÓN, H.; CERVERA, A.; MOLLÁ, A. Brand assessment: a key element of marketing strategy. The journal of Product and Brand Management, Santa Barbara, v. 6, Iss. 5, p. 293-304, 1997. 13

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