Os métodos de pesquisa



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Transcrição:

DISCIPLINA Pesquisa e Ensino em Geografia Os métodos de pesquisa Autoras Ângela Maria Cavalcanti Ramalho Francisca Luseni Machado Marques Aula 06 )Data: / / Nome:

Governo Federal Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância SEED Carlos Eduardo Bielschowsky Universidade Federal do Rio Grande do Norte Reitor José Ivonildo do Rêgo Vice-Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Secretária de Educação a Distância Vera Lucia do Amaral Universidade Estadual da Paraíba Reitora Marlene Alves Sousa Luna Vice-Reitor Aldo Bezerra Maciel Coordenadora Institucional de Programas Especiais CIPE Eliane de Moura Silva Secretaria de Educação a Distância SEDIS/UFRN Coordenadora da Produção dos Materiais Vera Lucia do Amaral Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisoras Tipográfi cas Adriana Rodrigues Gomes Margareth Pereira Dias Nouraide Queiroz Arte e Ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Hugenin Leonardo Feitoza Diagramadores Elizabeth da Silva Ferreira Ivana Lima Johann Jean Evangelista de Melo José Antonio Bezerra Junior Mariana Araújo de Brito Adaptação para Módulo Matemático Joacy Guilherme de A. F. Filho Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Apresentação VERSÃO DO PROFESSOR Caro Estudante Esta coletânea sobre métodos de pesquisa foi organizada com o intuito de iluminar a compreensão da signifi cação do termo método à medida que o primeiro esforço foi tentar entendê-lo como caminhos para atingir um fi m, investigação, maneira de agir, percurso pelo qual se chega a um determinado resultado e discernimento de direção. Como também, a constituição e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos do método científico, para em seguida, iniciar um diálogo intelectual sobre os procedimentos dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científica. Nesta caminhada, será inevitável não enfrentar difi culdades, mas aceitar o desafi o da superação pode ser altamente estimulante. Vale a pena atravessar esses momentos, apoiados na clorosa recomendação Marcel Proust (1989, p.35): [...] ler uma bela página antes de se pôr a trabalhar [...] a leitura é para nós iniciadora, cujas chaves mágicas abrem no fundo de nós mesmos a porta das moradas onde não saberíamos penetrar. Caminhos a percorrer... Objetivos Ao término desta aula, esperamos que você seja capaz de: 1 Entender os caminhos da pesquisa científica, para aprimorar a percepção, refinar a sensibilidade e ampliar os horizontes de compreensão do fenômeno observado; 2 3 Traçar um caminho que possa conduzi-lo a construir uma representação adequada das questões a serem estudadas Optar por um método que cultive a ética na construção do conhecimento, múltiplas descobertas que a pesquisa deve ensejar. Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 3

VERSÃO DO PROFESSOR Construção e Politização do Método O método científico foi constituído no âmbito de um movimento cuja origem remonta aos séculos XVI e XVIII e que valorizava a capacidade do pensamento racional. Acreditava-se que, pelo uso da razão, seria possível aos homens não só conhecer o mundo, mas, além disso, transformá-lo. Esse discernimento que associava a razão dos homens à possibilidade de provocar mudanças na vida social já signifi cava o questionamento do saber diletante e contemplativo. Representava, também, um questionamento da supremacia das interpretações teocêntricas (Deus como centro do universo), propondo a desvinculação da produção do saber da ordem eclesial para que ela pudesse se constituir na interior do universo secular. O surgimento das academias laicas (leigas) trazia, portanto, outra possibilidade interpretativa, buscando explicações para os dramas sociais na própria dimensão humana de existência, sem interferência dos componentes extraterrenos. Cuidou-se, então, de construir meios confiáveis para observar, para promover experimentos, bem como para elaborar hipóteses e princípios. O desenvolvimento destes instrumentos foi concomitante ao uso das técnicas; postulava-se, afi nal, uma ciência de intervenção, que fosse atuante na prática, estivesse sintonizada com a expansão capitalista e com o aumento da capacidade produtiva. Ordenar as coisas, sistematizar, identificar unidade e diversidade, mensurar, decompor o todo em partes, analisar eis resumidamente o que se queria consolidar. Vejamos o desenvolvimento histórico do método científico Contribuições de Bacon, Galileu e Descartes: O inglês Francis Bacon (1561-1626) é considerado um dos fundadores do método indutivo de investigação científica. Atribui-se a ele a criação do lema saber é poder, que indica o objetivo da ciência moderna: colocar as forças da natureza a serviço do homem. Para chegar a conhecimentos científicos úteis, é preciso criticar todos os preconceitos e erros, que ele chama de ídolos: por exemplo, os preconceitos que são frutos de uma educação e cultura diferente, ou de uma linguagem não exata, ou da subserviência à tradição. Bacon propõe quanto à observação dos fenômenos, o uso de três tábuas: de presença, de ausência e de graus. A Tábua de presença indica todos os casos em que aparece um determinado fenômeno. Por exemplo, estudando o calor, serão observadas as circunstâncias 4 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

que acompanham esse fenômeno. Na tábua de ausência são indicados todos os casos em que o fenômeno não se verifica. E, por fim, na Tábua dos graus se indicam os casos em que o fenômeno variou, com graus de intensidade diferente. Depois dessa observação, realizada por meio das tábuas, será preciso formular uma hipótese que pode explicar a causa do fenômeno. Quando a hipótese concordar com todos os casos que aparecem nas tábuas, será válida e tornar-se-á uma verdadeira lei. Galileu Galilei (1564-1642) afi rma a necessidade, para o cientista que queira estudar a natureza, de libertar-se completamente do peso da autoridade do passado, seja no campo filosófico, seja no religioso. Galileu dá uma interpretação quantitativa da natureza e, consequentemente, indica como meta da pesquisa científi ca, a descoberta das quantidades que se encontram no fenômeno: figura, lugar, tempo e movimento. Sustenta que a pesquisa científica acontece por dois momentos: um analítico consiste na observação do fenômeno e proposição das hipóteses. O outro o sintético consiste na experimentação e se a hipótese for confirmada, transforma-se em lei. Renê Descartes (1596-1650) sustenta o método matemático dedutivo. (do geral par o particular), dando início, assim, ao pensamento racionalista moderno. Preposições: Sustenta que os elementos fundamentais do método matemático são expressos em quatro regras: Regra da evidência: Não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como tal, isto é, evitar a precipitação Regra da análise: Dividir cada uma das difi culdades em tantas partes necessárias para melhor resolvê-las. Regra da síntese Ir do mais simples ao mais complexo. Regra da enumeração Realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido. Descartes elabora seu sistema filosófico, colocando o fundamento do conhecimento e da verdade na razão humana (daí o termo racionalismo). A base deste sistema é o Cogito, ergo sum (=Penso, logo existo). De fato, diante de todas as dúvidas e erros que o homem pode cometer, ele não pode duvidar da sua existência, pois a razão apresenta esse fato como evidente Assim, nessa exposição, encontramos três propostas diferentes: Bacon apresenta a necessidade da indução, Galileu a importância da experimentação e Descartes fixa regras do método matemático-dedutivo, ressaltando a importância da razão humana. VERSÃO DO PROFESSOR Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 5

VERSÃO DO PROFESSOR Atividade 1 Faça a diferença da perspectiva metodológica de Bacon, Galileu Galilei e Descartes: Sua resposta 6 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Significação e Fundamentos do método VERSÃO DO PROFESSOR A pesquisa em todas as áreas do conhecimento científico, de modo geral, exige a aplicação de metodologias apropriadas, bem como uma teoria base e de ampla bibliografia, além de um método científico específico. Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar cada vez mais da metodologia, lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem perder de vista a ideia de totalidade que recobre as ciências humanas. Desse modo, antes de falarmos sobre método é importante entendermos o signifi cado do termo em questão. Na antiga Grécia, methodos (methá+odon) significava caminho para chega a um fim. Com a passar do tempo essa significação generalizou-se e o termo passou a ser empregado, também, para expressar outras coisas, como maneira de agir, tratado elementar, processo de ensino etc. Todavia, isso, não impediu que conservasse sua validade com o significado de caminho para chegar a um fim, precisamente a acepção que nos interessa. Assim, método é conceituado como: Conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fi m (RAMPAZZO, 2002, p.13). Método pode ser conceituado como um conjunto de procedimentos os quais são percorridos visando à criação do conhecimento (ANDRADE, 1993, p, 36). Nas palavras de Marilena Chauí (1994, p.354) methodos signifi ca uma investigação que segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para conhecer alguma coisa; procedimento racional para o conhecimento seguindo um percurso fixado. O método indica, portanto, estrada, via de acesso e, simultaneamente, rumo, discernimento de direção. O método assinala um percurso escolhido entre outros possíveis. Não é sempre, que o pesquisador tem consciência de todos os aspectos que envolvem este seu caminhar; nem por isso deixa de assumir um método. Todavia, neste caso, corre muitos riscos de não proceder criteriosamente com as premissas teóricas que norteiam seu pensamento. Assim, o método não representa tão somente um caminho qualquer entre outros, mas um caminho seguro, uma via de acesso que permita interpretar com a maior coerência e correção possíveis às questões sociais propostas num dado estudo, dentro da perspectiva abraçada pelo pesquisador. Numa perspectiva ampla, é isso que se concebe por método entre os fi lósofos, como mostra Marilena Chauí (1994, p.77), ressaltando que, o bom método é aquele que permite conhecer verdadeiramente o maior número de coisas com o menor número de regras, também Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 7

VERSÃO DO PROFESSOR enfatiza a importância do pesquisador buscar a aproximação entre as áreas, pois: [...] as ciências humanas tendem a apresentar resultados mais complexos e satisfatórios quando trabalham interdisciplinarmente, de modo a abranger os múltiplos aspectos simultâneos e sucessivos dos fenômenos estudados. Contudo, mormente de um ponto de vista de elaboração dos trabalhos científicos, dois métodos podem ser debatidos por meio de dois modos básicos de compreensão: método de abordagem; método de procedimento Pense nisso!!! A complexidade e a mutabilidade do real são tão grandes como a imprecisão e rigidez dos métodos de investigação destinados a compreendê-lo melhor [...]. Neste sentido, o processo de (formação) do conhecimento não é mais do que uma vitória parcial e efêmera sobre a ignorância humana (QUIVY, 1972, p.147). Atividade 2 A partir das reflexões estabelecidas sobre o método científico analise as questões: a) Como surgiu o método científico? 8 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

VERSÃO DO PROFESSOR b) O que é método? c) Qual a importância do método para o trabalho de pesquisa científica? Métodos de Abordagem Trata-se de um fundamento do plano geral de trabalho; fala de seus pressupostos lógicos, do processo de raciocínio escolhido. Enfi m, discutir o método de abordagem é debater um conjunto de procedimento essencialmente racional, caracterizado basicamente por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade (LAKATOS, 2001, p.106). Em outras palavras, os métodos de abordagens podem ser entendidos como um conjunto de procedimentos gerais. Em termos de seu delineamento e conforme especificamente o tipo de raciocínio empregado, o método de abordagem pode ser discutido através de quatro maneiras principais: a) método dedutivo; b) método dedutivo; c) método hipotético-dedutivo; d) método dialético. Antes de passarmos para uma discussão sobre esses quatro tipos principais, ressaltase ainda que é possível que tais métodos sobre esses quatro tipos principais de abordagens apareçam tanto de uma forma exclusiva em algumas pesquisas como de forma simultânea em Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 9

outras. Podem-se observar, por exemplo, alguns estudos sendo feitos apenas pelo método indutivo, outros se desenvolvendo ao mesmo tempo através do método dialético e dedutivo. a) Método Dedutivo: trata-se de um método que promove uma conexão ascedente, ou seja, tal raciocínio parte de premissas particulares em direção às premissas gerais. Pode ser delineado a partir das seguintes etapas: Observação manifestações da realidade, espontânea ou provocadas; Hipótese (s): tentativa de explicação; Experimentação: observação da reação de causa-efeito, imaginada na etapa anterior; Comparação: classificação, análise e crítica dos dados recolhidos; Abstração: verificação dos pontos de acordo e de desacordo dos dados recolhidos; Generalizações: consiste em estender a outros casos, da mesma espécie, um conceito obtido com base nos dados observados (ANDRADE, 1993, p. 105-106) b) Método Indutivo: aqui ocorre a promoção da conexão descendente, ou seja, os pressupostos de raciocínio partem de premissas gerais para premissas particulares. A dedução, enfi m, é a argumentação que torna explicitas verdades particulares contidas em verdades universais (CERVO, 1983, p.41) c) Método Hipotético-Dedutivo: caracteriza-se principalmente pelo seu aspecto lógico. Desta forma, relaciona-se fundamentalmente e historicamente com a questão da experimentação, fato que lhe dá destaque, sobretudo, nas investigações das ciências naturais. d) Método Dialético: defi ne-se como um método de investigação dos fenômenos em constante mudança, os quais ocorrem inerentemente, a partir das ações recíprocas e contraditórias entre natureza e a sociedade (ANDRADE, 1993). O método dialético traz contribuições signifi cativas para o processo de formação do conhecimento, quando problematiza o processo do conhecimento dentro de um contínuo de constantes mudanças inacabadas que contém um todo que abarca contrários em incessantes conflitos. Nesse processo, há sempre algo que se cria, se desfaz, se agrega, se desagrega. È como se o real, nessa perspectiva, pudesse ser exemplifi cado uma massa heterogênea com todos os contrários em constante luta. 10 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Método de procedimento: VERSÃO DO PROFESSOR Tem um caráter específi co, ou seja, apresenta-se menos da perspectiva do plano geral do trabalho e mais do ponto de vista de suas etapas, ressaltando suas particularidades. Em outras palavras: Os métodos de procedimentos seriam etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e menos abstratas. Dir-se-ia até serem técnicas que, pelo uso mais abrangente, se erigiram em métodos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitados a domínio particular (LAKATOS, 2001, p.106). Partindo de tais considerações, pode-se dizer que os principais métodos de procedimentos, que podem ser usados nas ciências sociais e humanas, são: a) Método histórico Investiga os fenômenos sociais e humanos nos seus processos históricos, averiguando-os junto às instituições do passado a fim de ver os possíveis graus de influência na sociedade atual. b) Método Comparativo: Realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e explicar divergências. Usado para comparações de grupos no presente, no passado, entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. c) Método estatístico: Utiliza-se fundamentalmente da perspectiva estatística, que lida com probabilidades. Ainda que indique certa margem de erro, suas conclusões mostram-se com grandes possibilidades de acertos. d) Método Funcionalista: É considerado mais um método de interpretação do que de investigação. Enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura ou sociedade. Propõe-se a estudar a sociedade, a partir da função de suas unidades, ou seja, estudá-la como um sistema organizado de atividades. Considera, de um lado, a sociedade como uma estrutura complexa de indivíduos reunidos numa trama de ações e reações sociais; de outro, como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação às outras. Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 11

VERSÃO DO PROFESSOR e) Método Monográfico ou estudo de caso: Parte do princípio de que qualquer caso que se discuta além da superfície dos fatos e com sistematização pode ser signifi cativo para a compreensão de muitos outros. Isto sem contar que o referido caso, a despeito de considerar-se uma possível margem de erro, pode ser representativo de muitos outros casos semelhantes. O método monográfi co consiste no estudo de determinados indivíduos, profi ssões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. O estudo monográfico pode, também, em vez de se concentrar em um aspecto, abranger o conjunto de atividades de um grupo social particular. A vantagem do método consiste em respeitar a totalidade solidária dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do grupo na sua unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de seus elementos (LAKATOS, 2001, p. 108) Estudo de caso em suas minúcias pode servir de referências para outros que apresentem as mesmas características. Atividade 3 A partir das leituras sobre os métodos de abordagem e procedimentos, analise: a) Qual a diferenças entre os dois métodos? b) Qual a importância dos métodos na observação dos fenômenos da natureza? 12 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Processos do Método VERSÃO DO PROFESSOR Para oferecer demonstrar de que não existe um método único de fazer ciência, diferentes fontes descrevem as etapas do método científico de maneiras diversas. Algumas delas mencionam três etapas, outras apenas duas. Em termos fundamentais, porém, elas incorporam os mesmos conceitos e princípios. Imagem de William Harris Para os nossos propósitos, diremos que existem cinco etapas fundamentais no método. Etapa 1: Observação Quase todas as investigações científi cas começam por uma observação que desperta a curiosidade ou suscita uma questão. Por exemplo, quando Charles Darwin (1809-1882) visitou as Ilhas Galápagos (localizadas no Oceano Pacífico, a 950 km a oeste do Equador), ele observou diversas espécies de tentilhões, cada qual adaptado de maneira única a um habitat específi co. Os bicos dos tentilhões, em especial, apresentavam largas variações e pareciam desempenhar papel importante na maneira pela qual o animal obtinha alimento. Os pássaros Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 13

VERSÃO DO PROFESSOR cativaram Darwin. Ele queria compreender as forças que permitiam que tantas variedades diferentes coexistissem com sucesso em uma área geográfica pequena. Suas observações o levaram a formular uma pergunta que poderia ser submetida a teste. Etapa 2: Formulação da pergunta O propósito da pergunta é estreitar o foco da investigação e identifi car o problema em termos específicos. A pergunta que Darwin poderia ter feito, depois de ver tantos tentilhões diferentes, talvez fosse expressa assim: o que causou a diversificação dos tentilhões das ilhas Galápagos? Eis algumas outras questões científicas: O que faz com que as raízes de uma planta cresçam para baixo e o seu caule cresça para cima? O que causa descoloração nos corais? O que causa o buraco na camada de ozônio? Que fatores provocam a desertificação? Encontrar perguntas científicas não é difícil e não requer treinamento científico. Se você já se sentiu curioso sobre algo, se já quis saber o que causou algum acontecimento, então provavelmente já formulou uma pergunta que poderia servir de base a uma investigação científica. Etapa 3: Formulação da hipótese Perguntas anseiam por respostas e o próximo passo no método científico é sugerir uma possível resposta em forma de hipótese. Uma hipótese é, muitas vezes, defi nida como um palpite informado porque quase sempre se baseia nas informações que você dispõe sobre um tópico. Por exemplo, se você desejasse estudar o problema relacionado à resistência do ar, poderia já ter a sensação intuitiva de que um carro em forma de pássaro poderia enfrentar menos resistência do ar do que um carro em forma de caixa. Essa intuição pode ser usada para ajudar a formular uma hipótese. Em termos gerais, uma hipótese é expressa na forma de uma declaração se... então. Ao fazer uma declaração como essa, os cientistas estão praticando o raciocínio dedutivo, que é o oposto do raciocínio indutivo. A dedução, na lógica, requer movimento do geral para o específico. Eis um exemplo: se o perfil da carroceria de um carro se relaciona à resistência do ar que ele encontra - declaração geral - então um carro em forma de pássaro será mais aerodinâmico do que um carro em forma de caixa - declaração específica. 14 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Perceba que existem duas qualidades importantes quanto a uma hipótese expressa em formato se... então. A primeira é que ela é passível de teste e é possível organizar uma experiência que teste a validade dessa declaração. A segunda é que ela pode ser contestada, ou seja, seria possível desenvolver uma experiência que revele que tal idéia não procede. Caso essas duas qualificações não sejam atendidas, a questão não poderá ser tratada por meio do método científico. VERSÃO DO PROFESSOR Etapa 4: Experiência controlada Muitas pessoas pensam em uma experiência como algo que acontece em um laboratório. Mas as experiências não necessariamente envolvem as bancadas de um laboratório ou tubos de ensaio. No entanto, elas precisam ser montadas de forma a testar uma hipótese específica e precisam ser controladas. Controlar uma experiência significa controlar todas as variáveis, de modo que apenas uma esteja aberta a estudo. A variável independente é a variável controlada e manipulada pelo responsável pela experiência, enquanto a variável dependente não o é. À medida que a variável independente é manipulada, a variável dependente é mensurada em busca de variações. Agora considere o exemplo sobre a resistência do ar. Se desejarmos conduzir a experiência, precisaríamos de ao menos dois carros - um de forma mais esbelta, semelhante à do corpo de um pássaro, e o outro em forma de caixa. O primeiro modelo seria o grupo experimental e o segundo o grupo de controle. Todas as demais variáveis - o peso dos carros, os pneus e até mesmo a pintura - teriam de ser idênticas. A pista de teste e as condições que a afetam teriam de ser controladas ao máximo. Etapa 5: Análise dos dados e conclusão Durante uma experiência, os cientistas reúnem dados quantitativos e qualitativos. Em meio a essas informações, se eles tiverem sorte, estão indícios que podem ajudar a sustentar ou a rejeitar uma hipótese. O volume de análise necessário para chegar a uma conclusão pode variar amplamente. Como a experiência de Pasteur dependia de observações qualitativas sobre a aparência do caldo, a análise era bem simples. Ocasionalmente, é preciso usar ferramentas analíticas sofisticadas para analisar os dados. De qualquer forma, o objetivo final é provar ou negar uma hipótese e, ao fazê-lo, responder à pergunta original. Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 15

VERSÃO DO PROFESSOR Atividade 4 1 Qualquer pessoa que tente resolver um problema pode realizar observações e usar o método científico. Assim, observe alguns problemas do meio ambiente na região onde você vive e formule perguntas e hipótese que conduza a uma experiência de pesquisa: 2 Comente uma das assertivas e justifique sua resposta: a) Todas as etapas do trabalho científico se sucedem na mesma ordem. b) As necessidades da sociedade influem no trabalho científico. c) A comprovação experimental antecede a observação dos fenômenos. 16 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

VERSÃO DO PROFESSOR 3 Indique a fase do Método Científico Experimental a que pertence cada uma dessas propostas: a) Procurar em um dicionário o significado da palavra refração. b) Contemplar o céu estrelado numa noite de verão. c) Representar graficamente a velocidade do carro que o transporta, a cada minuto de viagem. d) Supor que vemos a Lua de noite porque nosso satélite reflete a luz solar. e) Medir a temperatura na qual fervem vários líquidos. a) b) c) d) e) Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 17

VERSÃO DO PROFESSOR 4 Analise as questões a) Os agricultores têm fama de serem bons observadores e de prever com bastante exatidão o tempo que vai apresentar-se no dia seguinte. Em que se diferencia a observação que fazem os agricultores daquelas realizadas pelos meteorologistas para as previsões do tempo? Você acredita nas previsões do Homem do Tempo da TV ou do agricultor? Comente. 5 Complete os espaços em branco correspondentes às fases do Método Científi co Experimental: Definição do problema a estudar Observação do fenômeno Medida e análise dos dados 18 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Concluindo a aula!!! VERSÃO DO PROFESSOR Ao término da aula com as leituras e atividades desenvolvidas esperamos que você tenha encontrado pistas suficientes que possa lhe permitir trabalhar o conteúdo aprendido, ou seja, com as diferentes propostas metodológicas esboçadas. Fundamentando-se na leitura, intelecção, discussão e elaboração de associações possíveis, dialogando com os teóricos clássicos dos métodos, ler é o passo inicial. Para evitar dissabores, uma saída é acompanhar atentamente as construções teóricometodológicas do texto, mergulhando em sua dinâmica interior. A recompensa virá do próprio exercício em si, que cultiva as múltiplas descobertas que o texto proporciona. Parabéns! mais uma etapa vencida!!! Sugestões de leitura Recomendamos como leitura complementar as discussões apresentadas nesta aula: BASTOS, R. L. Ciências Humanas e complexidades: projetos método e técnicas de pesquisa. Juiz de Fora, MG: EDUFJF, 1999. Esta obra permite um diálogo com o leitor, no sentido de que ele opere as páginas lidas e faça combinações diversas, dando-lhes uma ordem em função de seu interesse, gerando no leitor uma ação criadora e transformadora de auto operador do texto em questão. OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001. O livro apresenta textos com diferentes alternativas, todas baseadas em autores clássicos, que parecem desafiar o tempo pela riqueza de ensinamentos, pela luminosidade no encaminhamento das reflexões e pelo arrimo seguro. Podem, por isso mesmo, tanto acolher novas, quanto sugerir desdobramentos originais. Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a 19

VERSÃO DO PROFESSOR Resumo Nesta aula, foi trabalhada a significação do termo método como caminhos para atingir um fim, investigação, maneira de agir, percurso pelo qual se chega a um determinado resultado, discernimento de direção. Como também a constituição e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos do método científico, para em seguida, iniciar um diálogo sobre os procedimentos dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científica. A pesquisa em todas as áreas do conhecimento científico exige a aplicação de metodologias apropriadas, bem como uma teoria base, além de um método científico específico. Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar cada vez mais da metodologia, lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem perder de vista a ideia de totalidade que recobre as ciências humanas. Referências ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993. BASTOS, R. L. Ciências Humanas e complexidades: projetos, método e técnicas de pesquisa. Juiz de Fora, MG: EDUFJF, 1999. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: MacGraw-hill, 1983. CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da fi losofi a: dos Pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científi ca. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001. PROUST, Marcel. Sobre leitura. Tradução de C. Vogt. Campinas, SP: Pontes, 1989. RAMPAZZO, L. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. São Paulo: Loyola, 2002. 20 Aula 06 Pesquisa e Ensino em Geografi a

Pesquisa e Ensino em Geografia GEOGRAFIA EMENTA Métodos e técnicas de ensino em geografia e sua relação com a pesquisa. O papel da pesquisa na formação docente. As fontes de pesquisa e o ensino de Geografia. Atividades práticas envolvendo a pesquisa e o ensino de Geografia. AUTORES > Ângela Maria Cavalcanti Ramalho > Francisca Luseni Machado Marques AULAS 01 A pesquisa científica como construção do conhecimento 02 A trajetória da ciência e seus paradigmas 03 Critérios de cientificidade na construção da pesquisa 04 Pontos fundamentais de um projeto de pesquisa 05 Classificação da pesquisa científica 06 Os métodos de pesquisa 2º Semestre de 2009 Impresso por: Gráfica