9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA EXTENSÃO EM ESPANHOL: ALGUMAS NOÇÕES ELEMENTARES PARA A FORMAÇÃO DE CIDADÃO. Andrea Gueretz Canan Soares 1 Lucimar Araujo Braga 2 Valeska Gracioso Carlos 3 RESUMO Sem sombra de dúvida essa temática irá contribuir para nossa formação, como futuros docentes, pois poderemos refletir sobre uma atividade de ensino, proporcionar aulas atualizadas e do gosto dos alunos, sem sermos preconceituosos. Precisamos de mais tentativas para suprir as necessidades desses alunos em nosso país, precisamos incentivá-los cada vez mais. Outro fator a se considerar é que os alunos de escolas públicas e vilas mais afastadas, podem não ter acesso as aulas de língua estrangeira pelo fator econômico e também podem não ter oportunidade de estudar em escolas particulares de língua estrangeira moderna devido a um preço muito elevado. Dessa forma, só conhecem a língua estrangeira pela televisão aberta, filmes em DVD ou quando possuem acesso a internet (que não é o caso dessa instituição onde estamos implantando o projeto). Sendo assim, o aluno se torna ingênuo por aceitar somente o que assiste pela televisão, não refletindo sobre seus saberes. Precisamos elaborar mais projetos voltados para as necessidades de nossos alunos, para dar oportunidades a novos jovens e adolescentes carentes e mostrar quanto à aprendizagem da língua espanhola é prazerosa. Da mesma maneira, ressaltar a importância em se aprender uma língua estrangeira num mundo globalizado e competitivo. PALAVRAS CHAVE Ensino; língua moderna; crianças carentes. 1 Graduanda, bolsista pelo projeto, fofa642@hotmail.com 2 Mestre, coordenadora do projeto, labraga2007@gmail.com 3 Mestre, supervisora do projeto, vgracioso@uol.com.br
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução Nosso assunto a ser apresentado neste projeto, será como trabalhar aulas de Espanhol para crianças de uma área mais distante (rural), que não têm acesso e nem condições de receber aulas de língua estrangeira. O problema foi gerado a partir de uma experiência, na qual foi possível conhecer a sede cidade dos meninos, elemento que gerou forte interesse em lecionar para crianças carentes. Constatamos em nosso contato que as crianças pertencentes ao projeto são muito responsáveis, no entanto têm menos oportunidades, em relação a crianças que estão na área urbana, motivo pelo qual nos emocionamos num almoço beneficente, junto com a formatura desses meninos. Vimos nessas crianças, muitas órfãs, criadas por mães sociais, se formaram nesse dia pela guarda-mirim, e, portanto, ensinar esses meninos, tão especiais, seria fundamental para nossa formação como professoras e como pessoas. Segundo o Regimento Interno-Esperança Cidade dos Meninos, (2007 pg.5) Cabe a mãe social, ou os pais sociais, oferecer aos abrigados, compreensão, tolerância, paciência, que não seja omissão e lhes ensinar aos poucos, gota a gota, sem pressa, mas aproveitando todos os momentos, o trabalho na terra, com animais e plantas, os pequenos serviços domésticos, as boas maneiras pacíficas e gentis de se comunicarem entre si, as palavras e atitudes respeitosas. Cabe aos pais sociais de comum acordo, atender a disciplina sem violência evitando maus tratos.conduzi-los ao transporte escolar, só não o fazendo quando houver alguém responsável que, ao critério da Diretoria, fique encarregado; São os pais sociais, os responsáveis diretos pela manutenção da ordem, da disciplina no lar, sem jamais optar por violência. Evitando os gritos e a voz alterada; Cabe a mãe social, a ternura para com os internos, a compreensão e a paciência, diante da conduta dos mesmos procurando evitar o desrespeito, ensinando-lhes os modos, como se comportarem a mesa ou em qualquer local; A mãe social é a pessoa principal junto a criança quando estiver doente ou reclamando afeto; Cabe a mãe social servir a alimentação, proceder a limpeza da casa em geral, manter toda a roupa limpa, costurada, participar de reuniões de estudos do Evangelho com os abrigados; Verificar o material escolar, cuidando para que os abrigados não levem objetos estranhos ao seu aprendizado. Por meio de literatura na área em questão e buscando comunidades relacionadas, pudemos perceber que a problemática não foi compreendida somente por essa pesquisadora. Portanto, devemos aproveitar a oportunidade de auxiliar a comunidade, uma vez que nossos jovens e adolescentes se interessam bastante pela língua estrangeira, e que, no entanto muitos não possuem acesso. Desde aí parte o nosso objetivo, proporcionar o ensino de língua estrangeira espanhola em contextos de difícil acesso como escolas de bairros afastados do centro e/ou projetos sociais de inclusão. Desta forma, buscamos estimular o interesse pela língua estrangeira moderna. Acreditamos que uma boa alternativa seria iniciar pelos gostos, fazendo com que essas crianças se sintam importantes e parte do processo ensino-aprendizagem. Acreditamos ser uma ótima maneira de mostrar o nosso conhecimento da língua, dessa forma os alunos podem se interessar mais e até mesmo pelo vestibular voltado para área de línguas, mesmo alunos que não se interessavam pelo vestibular, pelo fato de não ter acesso a uma língua estrangeira moderna exigida em provas de vestibulares. Metodologia e Justificativa O projeto é ministrado semanalmente pelos acadêmicos do curso de Letras/Espanhol da UEPG, onde proporciona para as crianças o gosto pela língua espanhola. São desenvolvidas aulas em grupos para que as crianças produzam e aprendam a trabalhar em grupo, proporcionando assim diferentes formas de interação das crianças com a língua espanhola.
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Organizamos grupos de crianças para debates com temas em espanhol para desenvolver a conversação entre elas. Praticamos a escrita e aprimoramos a compreensão auditiva, expressão oral e produção escrita na língua espanhola. [a] um modo cada vez mais significativo, a escola (lugar de lazer) passa a assumir a responsabilidade, cada vez maior, de ser, na sociedade, o campo especifico da Educação internacional, formal e sistemática. E o lócus onde vivem essas crianças, adolescentes e jovens.(menezes,2007,pg. 64) Partindo da idéia que os jovens brasileiros gostam de aprender novas línguas, podemos passar para a proposta que é incentivar o ensino do espanhol para poder mostrar a importância da língua estudada. Pela televisão ou internet não temos oportunidade de uma conversação, nem sonhar em passar num vestibular, nós nos prendemos a imagens e aceitamos todas as modificações feitas, sem podermos dialogar. (...) a escola, campo especifico da educação, não é um elemento separado, mas uma instituição social, um órgão feliz e vivo, no conjunto das instituições necessárias a vida, o lugar onde vive a criança, a adolescência e a mocidade de acordo com os interesses e as alegrias profundas, da sua natureza( A reconstrução educacional do Brasil, 1932). Os nossos encontros são feitos em salas de aula da própria instituição, ministradas no contra turno escolar. A pesquisa tem um caráter qualitativo, pois não contamos dados numericamente, mas uma análise do processo de conscientização. Resultados Nosso projeto vem se desenvolvendo desde março de 2011, e aparentemente tem mostrado resultados positivos e significativos, visto que a língua espanhola, além de não existir na grade curricular nas escolas públicas, na área rural fica mais difícil para essas crianças carentes possuírem acesso. A instituição Esperança Cidade dos Meninos, localiza-se em Roxo Roiz, município de Guaragi, a 25Km de Ponta Grossa, fundada em 12/10/94 é unidade do Instituto Duque de Caxias, onde abriga meninos em situação de risco social, na faixa etária de 07 a 18 anos, sendo que para essa admissão fixa-se o limite de 12 anos, essas crianças estão no projeto de Contra Turno Escolar- Guarda Mirim Rural, onde proporciona uma parceria realizada entre a Cidade dos Meninos e o Colégio Estadual Dr. Munhoz da Rocha, tendo em média 60 alunos, onde dividimos em 15 alunos por turma em media. Ministramos as aulas de espanhol com mais 7 acadêmicos voluntários, nos orgulhamos muito desse projeto que continua em andamento, aprendendo diariamente com esses meninos tão queridos. Prova disso é que durante nossa chegada nos buscam com alegria e satisfação para terem suas aulas e quando nos vêem vão ao nosso encontro já falando em espanhol mostrando nitidamente o entusiasmo pela nova língua em processo de aprendizagem. [a] através da extensão ocorre a troca entre os saberes sistematizadoacadêmico e o popular, que possibilitará a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade regional, propiciando a efetiva participação da comunidade na atuação da universidade. (NOGUEIRA, 2005, p.113) Um exemplo nítido de resultado satisfatório para nosso projeto é que para nós acadêmicos em formação a experiência direta em sala de aula, sendo que convivemos diretamente com esses alunos, um trabalho que a cada dia passa a ser mais cativante para nós, visto que nossos alunos mostram forte interesse nas aulas ministradas por nós alunos-professores.
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Conclusões Entendendo que [a] algumas universidades do país contam com trabalhos na linha da extensão rural que muitas vezes, apesar de se encontrarem na Instituição de Ensino Superior, são desenvolvidos interinamente dissociados das atividades de extensão universitária. A experiência poderá ser desenvolvida não somente no sentido de combinação da extensão rural e extensão universitária em nível da universidade, mas também aproveitando a estrutura da EMBRATER, através de suas filiadas estaduais. (NOGUEIRA, 2005, p.47) Deduzimos que com o nosso projeto de ensinar crianças carentes com poucas oportunidades de aprender a língua espanhola, temos a chance de por em prática nossos conhecimentos teóricos adquiridos durante nossa graduação, enriquecendo nosso ensino-aprendizado a cada dia, com uma grande troca de cultura, crenças e saberes, um processo importante para nosso meio acadêmico. Assim, temos a oportunidade de estar no meio rural e passar para essas crianças um ensino digno de alunos-professores preparados para atuar no trabalho docente, incentivando, desta forma, cada vez mais o aprendizado da língua espanhola para jovens e adolescentes mais carentes. Encerramos nossa proposta de projeto com um caráter de qualidade satisfatória e um processo de conscientização de nossos alunos. Referencias BARCELOS, A. M. F. e ABRAHÃO M. H. V. (orgs.) Crenças e ensino de línguas: foco no professor, no aluno e na formação de professores. 2ª. Edição. Campinas, SP: Pontes Editores, 2010. 236p. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais, Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. Brasília. Vol 1. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 239 p CAMARGOS, M. L. Estrangeiro de si mesmo: conflitos no processo de construção identitária de um professor de espanhol no Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2003. 146 p. CELANI, M. A. A. (org.) Professores e formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente. 2ª. Edição. Campinas: Mercado de Letras. 2010. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad.: Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro. Rio de janeiro: DP&A Editora, 1997. KLEIMAN, A. B. (org.) A Formação do professor: perspectiva da lingüística aplicada. 1ª. Reimpressão. Campinas: Mercado de Letras. 2008. Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 239 p. (Orientações curriculares para o ensino médio; volume 1). MORENO FERNÁNDEZ, Francisco. Apresentação. In SEDYCIAS, João. (org.) O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. 1ª. ed. São Paulo: Parábola, 2005. (p. 9 e 10)
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 NOGUEIRA. Maria das Dores Pimentel. Política de extensão Universitária brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. 135p. PAULA, João Antonio de. Prefácio. In NOGUEIRA. Maria das Dores Pimentel. Política de extensão Universitária brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. 135p. ROTTAVA, L. e LIMA, M. S. (orgs.) Linguística aplicada: relacionando teoria e prática no ensino de línguas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004..