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Transcrição:

Edição número 2135 terça-feira, 16 de outubro de 2012 Fechamento: 09h10 Veículos Pesquisados: Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com Leonardo Severo (leonardo@cut.org.br) Paula Brandão (paula.imprensa@cut.org.br) Luiz Carvalho (luiz@cut.org.br) William Pedreira (william@cut.org.br) Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti (rosanebertotti@cut.org.br)

Estadão.com Mais trabalhadores estrangeiros O Estado de S.Paulo (Opinião) O agravamento da crise europeia, que vem provocando índices recordes de desemprego, tem forçado a emigração de trabalhadores para outras regiões, especialmente a América Latina. Estima-se que, só do Brasil, os europeus enviem anualmente para seus países cerca de US$ 1 bilhão, como mostrou reportagem do correspondente do Estado em Genebra, Jamil Chade (6/10). O êxodo decorrente da crise europeia é um dos fatores que ajudam a explicar a crescente entrada de trabalhadores estrangeiros no Brasil, apesar da acentuada redução do ritmo de crescimento da economia brasileira e das exigências legais que complicam e retardam a concessão de autorização para que profissionais de outras nacionalidades possam trabalhar no País. No primeiro semestre deste ano, o governo concedeu autorização para 32.913 estrangeiros obterem trabalho permanente ou temporário no País. É um número 24% maior do que o total de estrangeiros autorizados a trabalhar no Brasil nos primeiros seis meses do ano passado. Embora o ritmo de crescimento do número de estrangeiros que entram legalmente no mercado de trabalho brasileiro tenha arrefecido - em 2010, o aumento foi de 30,5% e, em 2011, de 25,9%, sempre em relação ao ano anterior -, ainda é acelerado, sobretudo se se considerar que as projeções mais frequentes para o crescimento da economia brasileira neste ano estão abaixo de 2%. Esses dados não consideram os estrangeiros que entram clandestinamente no País para trabalhar em condições precárias no mercado informal. No caso de profissionais qualificados, categoria na qual se enquadra grande parte dos portugueses e espanhóis que vêm para a América Latina, a demanda brasileira não é para trabalho temporário. A escassez de trabalhadores com treinamento e conhecimento adequado está se tornando aguda em alguns setores que, apesar da crise, continuam a receber grandes investimentos e a contratar pessoal, como o de engenharia, o de exploração de petróleo e o de tecnologia de informação. O sistema de ensino e de formação de mão de obra do País não está sendo capaz de suprir essa demanda no volume e na qualidade exigidos pelo mercado, daí o crescimento da imigração de profissionais estrangeiros, num processo que tende a ser longo. Nesse aspecto, a crise europeia acaba sendo benéfica para o Brasil. Os dados relativos ao primeiro semestre não deixam dúvidas quanto à qualificação dos profissionais que chegam ao País. Nada menos do que 61,4% desses trabalhadores têm curso superior completo (e 3,3% têm mestrado ou doutorado). Os demais têm ensino médio completo - são, em geral, técnicos com elevado grau de especialização. Os principais destinos desses profissionais - Rio de Janeiro e São Paulo - indicam que a maior carência desse tipo de trabalhador está em áreas como exploração de petróleo, construção, indústria de alta tecnologia e serviços financeiros. Esse nível de qualificação é consequência das exigências para a concessão de autorização do trabalho de estrangeiros no País. Para obter essa autorização, o estrangeiro precisa provar que tem experiência profissional e formação educacional para exercer a função que irá desempenhar no Brasil e que sua presença é

indispensável para a empresa contratante de seus serviços, pois não há disponibilidade de mão de obra local para a tarefa. O número de trabalhadores estrangeiros evidencia um dos muitos gargalos que o País terá de eliminar para crescer em ritmo adequado, evitando o atraso dos grandes projetos de investimentos anunciados pelo governo e pelo setor privado. No momento, a importação de trabalhadores qualificados do exterior é a única maneira de suprir o déficit de recursos humanos em setores estratégicos, diz o economista André Sacconato, que integra um grupo de trabalho criado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República para discutir formas de facilitar e acelerar a contratação de profissionais estrangeiros de que o País necessita. Até o fim do ano, segundo o governo, será possível fazer o pedido de autorização de trabalho para estrangeiros pela internet. Serra usa de 'má-fé' para confundir eleitor, diz Haddad Petista rebate ataques do candidato tucano e diz que rival trabalha com a 'desinformação' Daiene Cardoso (Política) O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, condenou o que chamou de "má-fé" do seu adversário neste segundo turno, José Serra (PSDB), destacando que ele atua de maneira a desinformar e confundir o eleitorado sobre o kit anti-homofobia e o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Dizendo-se aberto a debater propostas para a cidade, Haddad disse estar contrariado com a forma como o tucano coloca esses temas para a população. "Ele sempre vai jogar na desinformação, no ataque pessoal. Prefiro fazer uma campanha propositiva", defendeu Haddad, minutos antes do início de agenda de campanha na região da Rua 25 de Março, no centro da capital paulista. O petista lembrou que o kit anti-homofobia, o chamado kit gay, era proveniente de uma emenda parlamentar cujo projeto foi barrado por ele e pela presidente Dilma Rousseff. Segundo Haddad, Serra desinforma o eleitor ao omitir que tanto ele quanto a presidente Dilma Rousseff não levaram o projeto adiante. Haddad ressaltou, ainda, que o oponente confunde o eleitorado ao não esclarecer que, em sua gestão no Estado, a Secretaria Estadual de Educação tenha produzido um material semelhante. "Assim como ele mentiu sobre a minha conduta e da presidente Dilma frente ao episódio (kit gay), ele mentiu por uma segunda vez. É mentira atrás de mentira, não é razoável fazer o debate com base em mentira", comentou. Na tarde desta segunda-feira, 15, Serra negou qualquer semelhança entre esses materiais, dizendo que o material produzido em sua administração era para os professores poderem lidar com as diferentes situações de preconceito e não era destinado aos alunos. Ainda nas críticas ao seu oponente, o petista também reclamou da forma como o tucano vem abordando o julgamento do mensalão na campanha. Para Haddad, Serra desinforma os paulistanos ao ligá-lo ao julgamento no STF. "É você querer macular a reputação de uma pessoa em função do que aconteceu com a outra", afirmou Haddad, revelando aos jornalistas de que já havia sido alertado pela presidente Dilma sobre o comportamento do tucano. "A chance que ele tem (de vencer a eleição em São Paulo) é jogar na desinformação. Ele tentou fazer em 2010 com a presidente Dilma Rousseff. Duvido que essa estratégia tenha êxito", disse. No mesmo dia em que Serra lançará o seu plano de governo, o candidato do PT afirmou que o adversário só está apresentando propostas para a cidade agora

devido à pressão da opinião pública. "É até um desrespeito, dois meses depois do nosso (plano de governo ser apresentado) ele lançar o dele", criticou. A campanha de Haddad havia programado uma caminhada do candidato pela Rua General Carneiro até o Parque Dom Pedro, mas devido ao tumulto o petista seguiu de carro até o ponto onde estava marcado um pequeno comício. Aos militantes e a um público de camelôs e transeuntes, Haddad enfatizou que faltam duas semanas para o segundo turno, mas que esse seria um tempo suficiente para que Serra invista "em confusão e desinformação". O petista insistiu para que a militância não acredite em pesquisas de intenção de voto e que continue trabalhando ativamente até o dia 28 de outubro. Pouco antes da agenda no centro da capital paulista, Haddad recebeu, no diretório municipal do PT, o candidato derrotado do PPL, Miguel Manso, que ofereceu suas propostas apresentadas durante o primeiro turno para o petista. Haddad contou aos jornalistas que as propostas de Manso são "sofisticadas do ponto de vista técnico", mas que vai analisá-las "com calma". Núcleo LGBT tucano criticou veto ao kit gay (Política) Em maio deste ano, o Diversidade Tucana, núcleo LGBT do PSDB, criticou em carta enviada aos parlamentares do partido o veto pela presidente Dilma Rousseff do kit anti-homofobia, batizado pela bancada evangélica como kit gay. A elaboração do material, feito por ONGs a pedido do Ministério da Educação na gestão de Fernando Haddad (PT), tornou-se um dos principais alvos do PSDB na eleição municipal deste ano. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff ao vetar o kit anti-homofobia, vetar a campanha de prevenção a AIDS com homossexuais, não mobilizar sua bancada em prol da PLC 122 (de criminalização da homofobia), ter cortado todas as verbas de políticas públicas LGBT, está na contramão de todos os governantes do mundo ocidental, afirmaram os integrantes do grupo na carta intitulada Apelo à Bancada Federal do PSDB Não Podemos Trair a Defesa Intransigente dos Direitos Humanos, Não Podemos Discriminar os Direitos Civis da População LGBT. O Brasil é signatário do tratado sobre orientação sexual e identidade de gênero da ONU e a presidente não tem cumprido esse tratado, completaram os tucanos no texto. O documento afirma que no Brasil tem ocorrido um retrocesso grave em direitos civis, notadamente no ataque aos direitos da população LGBT. O PSDB não pode se afastar de suas bandeiras progressistas, afirmam na carta, que cita São Paulo e o Pará como Estados exemplos de políticas públicas pró-lgbt. Na carta, os tucanos defendem a votação do PLC 122. Diferentemente dos que tentam estigmatizá-la, a PLC122 não atinge a liberdade religiosa, tão somente o discurso de ódio, disseram. O núcleo tucano conclamou, então, os parlamentares do partido a apoiarem as leis favoráveis à população LGBT.

Candidatos fazem agenda política para demonstrar força (Política) A equipe do tucano José Serra faz hoje a primeira reunião da coordenação da campanha com integrantes dos demais partidos que se aliaram ao PSDB no segundo turno. Às 10 horas, no comitê de campanha, os ex-candidatos à Prefeitura de São Paulo Paulinho da Força (PDT) e Soninha Francine (PPS), além do presidente do PTB paulista, Campos Machado, discutirão os rumos e a participação na campanha. Depois, às 13 horas, haverá encontro de Serra com prefeitos eleitos por partidos aliados em todo o Estado. A ideia é mostrar força e unidade em torno do tucano. Participam do evento o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD). Haddad também fará evento político nesta semana. Na quarta-feira, às 13 horas, no Sindicato dos Eletricitários, o petista receberá apoio de parte dos integrantes da Força Sindical, cujo presidente é Paulinho, que está com Serra. A decisão do pedetista de apoiar o PSDB causou insatisfação em setores da entidade ligados ao governo federal, que disseram não ter sido ouvidos pelo presidente. O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, estará no encontro de apoio ao petista. Além dele, participará o ministro Brizola Neto (Trabalho), que também é do PDT. Assim que acabou o primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff conversou com ministros sobre o apoio ao candidato petista em São Paulo. SIP dirige críticas a governos populistas Na cerimônia de abertura oficial, tônica dos discursos foi preocupação com medidas que trazem riscos à liberdade de expressão Roldão Arruda (Política) A preocupação com as ameaças à liberdade de imprensa no continente foi a principal tônica dos discursos da cerimônia oficial de abertura da 68.ª Assembleia- Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), na segunda-feira, 15, em São Paulo. Foram especialmente destacadas as ameaças que partem de governos populistas. Em seu pronunciamento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinalou: "Creio que o populismo, com viés autoritário, representa hoje nas Américas a maior ameaça, não só à liberdade de imprensa, mas também à sua raiz mais ampla, que é a liberdade de expressão." O governador disse ainda que abusos da imprensa, quando existirem, não devem ser combatidos com a supressão da liberdade. "Abusos da imprensa e eles ocorrem se combatem com mais liberdade, não com menos. Se combatem, quando de fato existem, com juízes de verdade, no Judiciário". O presidente do comitê anfitrião da SIP, Júlio César Mesquita, membro do Conselho de Administração do Grupo Estado, apontou como ameaças os assassinatos de jornalistas cometidos por narcotraficantes e também os governos populistas. "Infelizmente, hoje, em pleno século 21, voltaram a ser uma realidade, como é o caso de Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Argentina, que diariamente atacam a imprensa independente dessas nações", afirmou.

O presidente da SIP, Milton Coleman, do jornal Washington Post, observou que, apesar dos avanços democráticos no continente, os países ainda convivem com as sombras do autoritarismo. "Governos democraticamente eleitos estão tratando de promulgar leis que solapam a liberdade de expressão", disse. Liberdade. Convidada para a cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff (PT) comunicou no domingo, 14, à direção da SIP que não poderia comparecer. O governador Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) fizeram parte da mesa de abertura. Alckmin disse não ter dúvidas de que "quanto mais liberdade cultural, artística e jornalística existir em um país, maior é o seu grau civilizatório, mas avançado seu patamar de desenvolvimento, maior o bem". Ele criticou as propostas de controle da mídia: "Executada sob lemas grandiosos, como democratização dos meios de comunicação ou controle social da mídia, essa ameaça tem sempre a mesma receita, o poder esmagador do Estado em doses variadas de truculência". Segundo o governador, "o Estado não pode se imaginar como juiz da imprensa". Tranquilidade. Ao final do evento, em entrevista coletiva, o prefeito Kassab disse que não vê riscos imediatos para a liberdade de imprensa no País. "Felizmente a democracia no Brasil está consolidada, não está ameaçada, diferentemente do que ocorre em outros países. Estou muito tranquilo em relação às nossas instituições, às nossas liberdades", afirmou. Ressaltou, contudo, a necessidade de fiscalização: "A manutenção da liberdade necessita de uma permanente vigilância de todos nós, cidadãos brasileiros." Mercedes faz nova paralisação em São Bernardo para ajustar estoque Interrupção estava prevista no plano da montadora; na unidade paulista, a empresa produz caminhões e chassis para ônibus Wladimir D'Andrade (Economia) A Mercedes-Benz realizou nesta terça-feira, 15, mais uma paralisação na produção de caminhões de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP). Uma interrupção ocorreu também na quinta-feira, véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida (SP). Ambas estavam previstas dentro do plano da montadora para ajustar a produção aos estoques, que se mantém em alta. Na unidade paulista, a Mercedes- Benz produz caminhões e chassis para ônibus. A interrupção de hoje é uma das 15 programadas pela montadora, em acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para o período de agosto deste ano a fevereiro de 2013. No ano passado, a fábrica em São Bernardo do Campo produziu 80 mil caminhões e chassis de ônibus. De acordo com a assessoria de imprensa da montadora, a projeção para este ano é que a produção fique abaixo do total verificado em 2011. O mercado de veículos pesados passa por dificuldades neste ano, com vendas de caminhões em queda de 22,83% no acumulado deste ano até setembro, frente ao mesmo período de 2011, e produção em recuo de 39,9% em igual período. No caso de ônibus, a diminuição no número de licenciamentos e de produção foi, nesta

mesma base de comparação, de 12,48% e 27,4%. Os dados de vendas são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e os de produção, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Folha de S.Paulo Cota de populismo (Editorial) Governo estuda reservar vagas no funcionalismo com base em critério racial; ação amplifica defeitos da política imposta às universidades A Casa Civil dispõe de um mês para corrigir os exageros de populismo racialista que rondam o Planalto. Tempo de sobra para reverter, até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a simpatia aparente do governo Dilma Rousseff pela generalização do recurso simplista às cotas raciais. Esta Folha revelou no domingo os pontos principais de um pacote de ações afirmativas alinhavado na Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) para essa data. O mais chamativo -e problemático- é a reserva de 30% dos postos na administração federal para negros (categoria inexistente para o IBGE, que recenseia "pretos" e "pardos"). No que respeita às cotas em universidades federais, o leite já está derramado. O Congresso aprovou uma violenta elevação do número de vagas carimbadas como exclusivas de alunos de escolas públicas e de minorias raciais. Em afronta à autonomia universitária e às políticas locais adotadas em várias instituições, metade dos postos terão de ser preenchidos por esse critério já no próximo vestibular. Há quem ataque as cotas sob o argumento de que são inconstitucionais, mas o Supremo Tribunal Federal decidiu em maio -por 10 votos a 1- que não é esse o caso. Além disso, ações afirmativas são um modo aceitável de corrigir distorções, mais para aumentar a diversidade social e étnica nas instituições do que para reparar injustiças originadas com a escravidão, abolida há 124 anos. Por pesada que seja essa herança, o Brasil republicano nunca teve a discriminação racial consagrada em lei. É doloroso ver que a sacramenta agora, ainda que para beneficiar os que sofrem desvantagens sociais por causa da cor da pele. Por tal razão, esta Folha sempre se posicionou contra o perfil racial das cotas. Admite-as unicamente com critério socioeconômico (como o estudo em escolas públicas, onde se concentram pobres, pretos e pardos). É um recurso legítimo para aplainar o terreno da igualdade de oportunidades para formação e desenvolvimento pessoal. No caso do funcionalismo federal, até mesmo esse critério socioeconômico seria questionável. O servidor público não está a serviço de si mesmo, mas -passe a tautologia- do público. Os princípios da eficiência e da impessoalidade nos negócios de Estado não admitem que seja selecionado por atributos outros que não a competência e o mérito, aferidos em concurso.

Uma ação afirmativa mais democrática e menos paternalista deveria preocupar-se, por exemplo, com oferecer cursos gratuitos para melhorar o desempenho de candidatos pobres nessas provas. Painel Vera Magalhães (Poder) Efeitos especiais Delegando a exploração do chamado ''kit gay'' aos apoiadores evangélicos, a campanha de José Serra reforçará a estratégia de desconstrução do programa de governo de Fernando Haddad. A ofensiva lançada ontem por Aloysio Nunes e Alberto Goldman, comparando o Arco do Futuro ao Fura-Fila de Celso Pitta, deve ganhar a propaganda de TV. O QG serrista entende que a crítica à inexperiência de Haddad passa pela tentativa de demonstrar que sua plataforma é "virtual". Arco da velha Já o PT quer usar linguagem mais coloquial para explicar o Arco do Futuro. Haddadistas admitem que texto é de difícil compreensão na periferia, polo potencial de geração de emprego e renda no plano. Oremos Sob pressão da ala evangélica da campanha, Serra retirou do programa de governo lançado ontem item que previa a expansão do Cidade Limpa para combater poluição sonora. Vereadores e pastores temiam que os templos virassem alvo. Caipira Serra convocará prefeitos eleitos por PSDB e aliados no interior para mutirão de apoio à sua candidatura. O tucano discursa hoje à noite para o grupo. #oioioi Do vereador eleito Andrea Matarazzo sobre o PT ter mudado a data do comício com Dilma para não coincidir com o último capítulo de "Avenida Brasil": "Haddad tem menos prestígio com a presidente que Tufão com a Carminha". Útil... Interlocutores do Planalto comunicaram João Santana da decisão de Dilma de participar do comício de Haddad na sexta, mas o marqueteiro pediu para trocar a data com Salvador.... ao agradável Santana pediu uma gravação à tarde, com luz do sol, da presidente com Lula e Haddad, o que só era viável no fim de semana. Assim, Dilma vai ao palanque de Nelson Pelegrino na sexta e ao de Haddad no sábado. Aqui não O PMDB interpretou o lançamento de Sérgio Cabral para vice de Dilma como reação do governador às especulações de que Gabriel Chalita viraria ministro. Peemedebistas afirmam que Cabral espera convite para a Esplanada ainda em 2013. Operação casada Correligionários do prefeito avaliaram que a declaração de Eduardo Paes foi feita em comum acordo com Cabral e após conversa animada com o ex-presidente Lula na semana passada em São Paulo. Veja bem Diante do mal estar, Cabral telefonou a Michel Temer no domingo. Disse que pretende ficar no governo até o fim do mandato. Alívio... Ao saber da absolvição pelo STF ontem, Zilmar Fernandes chorou ao telefone com os advogados Antonio Carlos de Almeida Castro e Luciano Feldens. Repetia: "Foi Deus que colocou vocês na minha vida".

... imediato Zilmar e seu sócio, Duda Mendonça, trocaram de advogados na véspera do julgamento do mensalão. Informado da decisão do Supremo favorável a ele, o publicitário chegou a gritar, emocionado, ao telefone. Trincheiras Discreto na montagem do PSD no interior, Gilberto Kassab considera ponto de honra reeleger Dárcy Vera contra Duarte Nogueira, candidato de Geraldo Alckmin, em Ribeirão Preto. Pop Kassab festeja a reeleição de Marco Bertaiolli em Mogi das Cruzes, com 80% de votos. Ao menos lá, o prefeito da capital foi estrela na TV. STF absolve marqueteiro da campanha de Lula em 2002 (Poder) Duda Mendonça era acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro Maioria dos ministros entendeu que ele e sua sócia não tinham como saber que PT os pagou com dinheiro ilícito O STF (Supremo Tribunal Federal) absolveu ontem o publicitário baiano Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes dos dois crimes de que eram acusados no caso do mensalão, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Duda foi responsável pela vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002 e, por seu trabalho, recebeu mais de R$ 11 milhões do PT. A revelação feita por ele à CPI dos Correios de que o pagamento ocorreu via paraíso fiscal representou o momento de maior tensão do escândalo. Na época, congressistas e integrantes do Planalto chegaram a cogitar a possibilidade de impeachment de Lula, então no terceiro ano de seu primeiro mandato (2005). Pela primeira vez desde o inicio do julgamento, prevaleceu a íntegra do voto do revisor do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski. O relator do processo, Joaquim Barbosa, havia votado pela condenação de Duda e Zilmar pelo crime de lavagem (tentativa de ocultar a origem ilícita de um recurso). A maioria dos ministros, porém, seguiu o entendimento de Lewandowski de que os pagamentos a Duda -ocorridos por meio do esquema do empresário Marcos Valério Fernandes- foram feitos pelos serviços da campanha. E que não ficou provado que ele e sua sócia sabiam da origem ilícita dos recursos. "Ficou claro que o objetivo dos réus não era fazer branqueamento de capitais, mas receber débitos lícitos", disse o revisor. "O crime de lavagem de dinheiro é um delito de uma seriedade tão grande que nós não podemos barateá-lo. Nós, sem dúvida estaremos abrindo as portas", contraargumentou Barbosa. O STF já entendeu, em sessões anteriores, que o esquema desviou recursos públicos com o objetivo de comprar apoio político no Congresso. A acusação contra Duda e sua sócia sobre lavagem se dividia em duas etapas. Primeiro eles receberam, no início de 2003, cerca de R$ 1,4 milhão em agência do Banco Rural em São Paulo.

O restante foi enviado para uma conta de Duda em uma offshore no Caribe chamada Dusseldorf. Em relação à primeira etapa, todos os ministros entenderam que o publicitário e sua sócia não poderiam saber que existia o esquema porque naquela época boa parte dos crimes do mensalão não havia ocorrido. Quanto à segunda parte, o placar ficou em 7 a 3. A maioria entendeu que o Ministério Público não conseguiu comprovar que eles só aceitaram receber o pagamento fora do Brasil porque sabiam que os recursos eram ilícitos. Além disso, a maioria entendeu que eles também deveriam ser absolvidos pelo crime de evasão de divisas. Eles foram acusados de não fazer a devida declaração às autoridades brasileiras. O tribunal, no entanto, afirmou que não se aplicava a Duda regra do Banco Central que exige declaração daqueles que no último dia do ano tiverem mais de US$ 100 mil na conta internacional. Apesar da absolvição de Duda e Zilmar, cinco réus ligados ao núcleo publicitário e financeiro foram condenados por evasão: Valério, seu sócio Ramon Hollerbach e sua funcionária Simone Vasconcelos, além da dona do Banco Rural, Kátia Rabello, e o dirigente José Salgado. O tribunal entendeu que eles realizaram os depósitos no exterior por meio de operações ilícitas. A sessão de ontem teve novamente momentos tensos, com Barbosa cobrando coerência de Lewandowski por ele ter condenador alguns dos réus após absolver outros. "Cobrar coerência dos colegas é inaceitável numa corte superior. Se formos apontar incoerências, vamos encontrar muitas. Se passarmos pente fino nos votos, vamos encontrar algumas contradições", disse Lewandowski. PT prepara manifesto sobre o mensalão Rui Falcão, presidente nacional da legenda, diz que o PT vai se manifestar 'sobre o que entende do julgamento' Diferentemente de Falcão, Lula tem dito que a melhor resposta ao julgamento é uma vitória nas eleições Erich Decat e Gabriela Guerreiro (Poder) Contrariada com as condenações do Supremo Tribunal Federal de membros do PT no processo do mensalão, a cúpula do partido prepara um manifesto que deve ser divulgado logo após o julgamento. "O partido vai se manifestar formalmente sobre o que entende do julgamento", disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Quatro integrantes do PT foram condenados: o deputado federal João Paulo Cunha (SP), o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do partido José Genoino e o extesoureiro Delúbio Soares. A maioria dos ministros STF concluiu que Dirceu comandou o esquema de compra de votos no Congresso em troca de apoio político durante o primeiro mandato do

governo Lula e o condenou por corrupção ativa. Genoino e Delúbio também foram condenados pelo mesmo crime. João Paulo, outro integrante do PT de São Paulo, já foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Ele era candidato à Prefeitura de Osasco mas, com o resultado do julgamento, renunciou. Já o ex-líder do governo Professor Luizinho e o ex-ministro Luiz Gushiken foram absolvidos. Sem dar detalhes sobre o documento, Falcão disse que o mais provável é que a manifestação da cúpula do partido seja realizada junto com o fim do segundo turno das eleições municipais, que ocorrem no próximo dia 28. "O andar do julgamento no Supremo tem corrido junto com as eleições. Mas ainda vamos ver o que entendemos com o final do julgamento." No fim de julho, Falcão gravou declarações no site do partido em que diz que não existiu o esquema de compras de votos no Congresso. Diferentemente de Falcão, o ex-presidente Lula tem dito aos correligionários do partido que a melhor resposta ao julgamento do mensalão é uma vitória na eleição. Para Falcão, é preciso dar uma resposta mesmo se o partido vencer em São Paulo: "Uma vitória lá tem um significado político, mas não tem relação com o julgamento", disse. Serra distribuiu em SP kit com material contra homofobia (Poder) Cartilha foi entregue a professores de escolas de ensino médio em 2009, durante a gestão do tucano no Estado Ex-governador, que é crítico de 'kit gay' feito na gestão de Haddad no MEC, afirmou que seu material é diferente Crítico do material anti-homofobia produzido pelo MEC (Ministério da Educação) durante a gestão de seu rival, Fernando Hadddad (PT), o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, distribuiu cartilha com conteúdo semelhante a escolas de ensino médio de todo o Estado, em 2009. A cartilha foi desenvolvida pela Secretaria Estadual de Educação quando Serra era governador. Ela aborda diversos temas, entre eles homofobia, e recomenda a exibição de vídeos sobre o assunto em sala de aula. O conteúdo do material foi revelado ontem pela colunista Mônica Bergamo no site da Folha. Destinada aos professores, a cartilha tucana sugere que eles mostrem aos alunos desenhos ou figuras de "duas garotas de mãos dadas, dois garotos de mãos dadas, uma garota e um garoto se beijando no rosto, dois homens se abraçando depois que um deles faz um gol e duas garotas se beijando". Os professores são orientados a registrar as "sensações" dos alunos e discutir com eles diversidade e homofobia. A cartilha indica que a atividade seja encerrada com a exibição do vídeo "Medo de Quê", que relata os conflitos de um adolescente ao aceitar sua homossexualidade. Há ainda a indicação do "Boneca na Mochila", que mostra uma mãe chamada à escola após uma boneca ser encontrada dentro da mochila de seu filho.

Os filmes indicados na cartilha tucana foram feitos pelas mesmas instituições que produziram os vídeos do material do MEC e que, em várias ocasiões, Serra desqualificou. Em entrevista à Folha publicada anteontem, por exemplo, ele disse que projeto do MEC usou material de "doutrinação, malfeito". Apelidado por líderes religiosos de "kit gay", o projeto do MEC foi criticado pelas bancadas católica e evangélica do Congresso e foi suspenso pela presidente Dilma Rousseff, que declarou que não permitiria "a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais". Questionado, Serra disse que seu material é "diferente". "O nosso material é correto e dirigido aos professores", afirmou. "Não é só voltado à questão sexual, mas também a preconceito de classe, preconceito religioso. Não tem nada a ver com o desastrado kit gay do Haddad." Irritado, o tucano disse que a reportagem do site da Folha tinha "o dedo do Zé Dirceu". Já Haddad disse que Serra "mentiu pela segunda vez" para atingi-lo com a polêmica do chamado "kit gay". Ele afirmou ainda que o tucano "omitiu" o fato de o Estado já ter produzido uma cartilha anti-homofobia para "confundir a opinião pública". "Ele havia dito que não havia nenhum material neste sentido. Aí se desmente no dia seguinte. É muita desinformação para confundir a opinião pública." A Secretaria Estadual de Educação disse que "concluir que há qualquer semelhança" entre a sua cartilha e o material do MEC é "mentira eleitoral": "A publicação (...) trata de temas como bullying, violência, drogas, gravidez na adolescência, diversidade sexual, entre outros. Não faz propaganda de opção sexual", afirmou a secretaria. Ideia é a mesma do projeto do MEC, afirma especialista (Poder) Professora da Faculdade de Educação da Unicamp e especialista em pedagogia, Angela Soligo avaliou o lançamento da cartilha "Preconceito e Prevenção no Contexto Escolar" pelo governo de José Serra, em 2009, e diz que ela usa a "mesma ideia" que norteou o projeto do MEC. "Era um material mais amplo, falava de várias formas de preconceito, mas tratava a homofobia de forma semelhante à proposta pelo MEC", diz. Segundo ela, as críticas que o tucano faz hoje ao material do ministério tem natureza "política, eleitoreira". Segundo Soligo, na ocasião em que Serra lançou a cartilha não houve grande repercussão. "Até porque o levante contra os homossexuais veio depois." Já o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse ontem que comparar a cartilha tucana ao kit é "afronta à inteligência". Ele declarou apoio a Serra afirmando ser impossível compactuar com o material produzido na gestão de Fernando Haddad (PT) no Ministério da Educação. "Querer comparar esse kit, esse lixo moral, que foi entregue a ativistas gays e que a presidente Dilma impediu (...), com uma cartilha que em seu maior bojo tem muita coisa aproveitável eu discordo", afirmou.

O pastor disse discordar da cartilha tucana somente quando ela diz que a homossexualidade é orientação sexual e não doença. Retrocesso político ameaça mídia, diz FHC (Poder) Ex-presidente aponta surgimento de uma espécie de 'democracia autoritária' em países como Venezuela e Argentina Declarações foram em evento da Sociedade Interamericana de Imprensa, que enviará uma missão a Argentina O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que países da América Latina vivem um retrocesso político, de caráter autoritário, com reflexos sobre a liberdade de imprensa. "Estão inventando uma espécie de democracia autoritária: ganha pelo voto e governa atacando a oposição", afirmou em debate na 68ª Assembleia Geral da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), que acontece em São Paulo. FHC participou da discussão com Alan García, ex-presidente do Peru. FHC referia-se a Venezuela, Equador e Argentina, onde foram aprovadas leis que restringem a ação da imprensa, na visão da SIP, e presidentes costumam atacar os jornais com virulência. No Brasil, disse, há também um "pendor autoritário", mas com grau menor de violência, quando governantes dizem "que o inimigo é a imprensa". García afirmou que o ataque a jornais virou estratégia populista: "Os políticos perceberam que atacar a imprensa como rica, mentirosa e monopolista ganha eleições". Um relatório apresentado pelo representante da SIP na Argentina diz que a imprensa local enfrenta um "clima hostil" por causa de ações do governo. No domingo, o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Gustavo Mohme, defendeu o envio de uma missão a Argentina para se solidarizar com os donos dos veículos de comunicação daquele país. A missão deve protestar contra a entrada em vigor da chamada Lei de Meios, que obrigará o grupo que edita o jornal "Clarín" a se desfazer de algumas concessões. A presidente Dilma Rousseff não compareceu à abertura do evento. Júlio César Mesquita, do jornal "O Estado de S. Paulo", comparou a ausência com a do expresidente Fernando Collor, em 1991. A assessoria de Dilma disse que ela teve problema na agenda. PROTESTO Cerca de 40 manifestantes, reunidos pelo coletivo Intervozes e apoiados por organizações como a CUT e o MST, protestaram contra a SIP por não citar a liberdade de imprensa "para todos" e "não colocar diversidade e pluralismo como referências" para o setor. Agentes e escrivães da PF encerram greve após 69 dias Após assembleias, servidores de 23 Estados e DF decidiram voltar hoje ao trabalho

Categoria pretende retomar as negociações e aceitar proposta do governo federal de 15% de reajuste salarial Fernando Mello (Cotidiano) Depois de 69 dias de paralisação, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram ontem encerrar a greve. Em assembleias independentes, policiais de 23 Estados e do Distrito Federal votaram pela volta ao trabalho, já nesta terça-feira. Apenas policiais de dois Estados -Alagoas e Rio Grande do Norte- votaram pela continuidade da greve, mas foram derrotados pela maioria e também retomarão as atividades. Os grevistas da PF ficaram isolados depois que todas as outras categorias que também paralisaram suas atividades negociaram com o governo federal e encerraram suas respectivas greves. O funcionalismo federal realizou, no primeiro semestre, uma onda de protestos. A greve da Polícia Federal contou apenas com agentes, escrivães e papiloscopistas (especialista em identificação), não tendo o apoio dos delegados. Essa última categoria aceitou proposta do governo, de aumento salarial de 15% dividido em três anos. Isso evidenciou um racha entre as duas categorias. Com o fim da greve, os policiais querem retomar as negociações com o governo e aceitar o aumento salarial proposto anteriormente, de 15% -a categoria reivindicava que o salário inicial, de R$ 7.200, passasse para cerca de R$ 13 mil em cinco anos, reajuste de 108%. Na semana passada, policiais federais se reuniram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. REESTRUTURAÇÃO "Sempre deixamos claro que nossa meta é a reestruturação da carreira e da tabela salarial e vamos lutar por esta agenda", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink. Além de reajuste de salário, os grevistas questionavam a estrutura de cargos da instituição e cobravam o reconhecimento de suas atividades como sendo de nível superior. Os agentes reivindicam que seus pares possam alcançar os cargos máximos da Polícia Federal, inclusive o de diretor-geral, o que não é aceito pelos delegados. JUSTIÇA Há 15 dias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu a legitimidade da greve, mas fixou a necessidade de manutenção de cotas mínimas de servidores em algumas áreas de trabalho. A paralisação reduziu drasticamente o número de operações da PF. Como a Folha mostrou em setembro, em média, foram 23 por mês de janeiro a julho. Já no período de greve, esse número caiu para 13.

Valor Econômico Polícia Federal encerra greve depois de 69 dias Depois de 69 dias de paralisação os policias federais encerraram ontem a greve da categoria, informou a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). A decisão foi tomada depois de decisão favorável de 27 sindicatos regionais. A entidade afirmou que agentes, escrivães e papiloscopistas da PF retomam as atividades hoje. O presidente da federação, Marcos Wink, espera que "as negociações com o governo sejam retomadas", já que o fim da greve foi um "gesto de boa vontade da categoria". A Fenapef pede reestruturação da carreira de policial federal. "Não queremos reajuste salarial", disse Wink, em referência à rejeição pela categoria do aumento de 15,8% em três anos oferecidos pelo governo ao funcionalismo público. Os policiais federais também reivindicavam a exoneração do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra. A Fenapef informou que a paralisação reduziu o número de operações policiais nos últimos meses. Segundo a categoria, ocorreram 33 ações em março, 38 em maio e 25 em julho. Já depois da greve, foram nove em agosto e quatro em setembro. PIB pode perder força depois do 3º tri reforçado Arícia Martins Principal vetor de aceleração da economia no terceiro trimestre, a redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para veículos foi eficaz para desovar estoques, reanimar a produção nas fábricas e provocar recorde de vendas, mas tornou-se fator de incerteza para uma retomada gradual da atividade. Mesmo que o benefício fiscal seja prorrogado até o fim do ano, economistas apontam que a antecipação de compras gerada pelo imposto menor não irá se repetir no quarto trimestre, perda de fôlego que também deve se refletir sobre a indústria do setor. Tendo em vista esse movimento de saturação, alguns analistas já apostam em uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mais fraca no último trimestre do ano em relação ao período anterior, feitos os ajustes sazonais, após um crescimento que, impulsionado pelo IPI reduzido, pode ultrapassar 1% no terceiro trimestre. Mesmo no grupo de economistas que projetam ritmo melhor nos últimos três meses do ano, o "efeito ressaca" do IPI é colocado como uma possível ameaça à concretização desse cenário. A antecipação da demanda é uma das razões elas quais as projeções do PIB para o ano continuam caindo na coleta feita pelo Banco Central (o boletim Focus), apesar dos bons dados do terceiro trimestre. Ontem, o Focus apontou nova queda na projeção para o PIB de 2012 de 1,57% para 1,54%. Fabio Ramos, da Quest Investimentos, afirma que as medidas de incentivo tiveram impacto muito forte sobre a atividade no terceiro trimestre, especialmente em

agosto - mês em que, com a perspectiva de aumento de preços, foram vendidos mais de 405 mil carros, recorde histórico da série da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias do país. Em setembro, porém, mesmo com o IPI reduzido ainda em vigor (o benefício foi prorrogado até 31 de outubro), as vendas recuaram para 127,9 mil unidades, volume 31,5% abaixo do registrado no mês anterior. Segundo Ramos, os dados piores sinalizam que os estímulos concedidos à economia "vão cobrar seu preço" no quarto trimestre, período para o qual estima alta de 0,7% para o PIB, desaceleração frente aos 1,2% projetados para o terceiro trimestre. "A expansão será menor não porque o governo vai remover o IPI, mas sim porque, quando os preços foram reduzidos com prazo de término, a demanda foi 'empurrada' para o terceiro trimestre", explicou. Com a intensa freada nas vendas, o fôlego no crescimento deixado por setembro para o quarto trimestre (o chamado 'carry over') deve ser menor, diz Thiago Carlos, economista da Link Investimentos, o que já diminui a capacidade de crescimento da economia no período. Ele calcula que esse repasse de junho para o terceiro trimestre foi de 0,5 ponto percentual, número que deve ser reduzido pela metade na virada de setembro para outubro. Ele pondera, porém, que essa estimativa é controversa e o impacto negativo pode ser compensado se outubro for um mês de reação nas concessionárias. Para Luís Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil, outubro pode mostrar novo repique nas vendas, mas dificilmente o pico de agosto será atingido. Ele avalia que o corte do imposto foi positivo por acelerar o processo de limpeza de estoques - que eram de 43 dias de vendas em maio, situação mais crítica desde a crise de 2008. Mas, ao contrário de mudanças estruturais, como o aumento da oferta de crédito e da renda, diz Leal, desonerações fiscais não são suficientes para criar "demanda nova" e, por isso, têm efeito limitado sobre a atividade econômica. Assim, o analista acredita que, após aumento que pode chegar a 1,5% no terceiro trimestre sobre o segundo, o crescimento do PIB deve voltar para algo próximo a 1% no trimestre final de 2012. "Antes da redução do IPI, tínhamos um cenário de recuperação mais linear, que agora foi descartado", afirmou Leal, destacando que medidas de incentivo causam oscilações no ritmo da economia. Variáveis como melhora na confiança do empresariado, ajuste de estoques e recuperação mais espalhada entre os setores industriais devem sustentar um avanço maior do PIB no quarto trimestre, de acordo com Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, mas, para isso, é preciso que comércio e produção de veículos continuem em alta. Em seu cenário principal, Bicalho conta com alguma retomada nas vendas após o tombo de setembro, mas pondera que desonerações tributárias elevam a incerteza sobre o ritmo de atividade. O analista do Itaú observa que o setor automobilístico tem peso de cerca de 30% nas vendas do varejo ampliado, que incluem veículos e material de construção, e representa 13% da produção industrial do país, apenas diretamente. Assim, pondera Bicalho, uma evolução mais desfavorável desse ramo é o principal risco à sua projeção de expansão de 1,3% da economia entre o terceiro e o quarto trimestres. Segundo Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o IPI menor para carros deve ser estendido até o fim do ano e dinamizar a atividade em outubro e dezembro, mas a renovação não será suficiente para garantir crescimento de 1,7% do PIB no último trimestre, projeção anterior da MB que foi revisada para 1% de forma preliminar. "A volatilidade de dados deve continuar, mas os picos e pisos

ficam cada vez menores. O pico de 405 mil veículos vendidos não vai se repetir", disse Vale. Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora, nota que, além dos bens duráveis, outros produtos devem ter suas vendas afetadas pela forte antecipação de consumo no terceiro trimestre, já que as famílias que compraram automóveis comprometeram parte considerável de sua renda com empréstimos. "Provavelmente o consumo das famílias no PIB não virá tão forte como nos trimestres anteriores", diz ele. Balanços mais robustos à vista Natalia Viri e Daniela Meibak Depois de uma temporada de balanços fracos no segundo trimestre, há uma maior otimismo entre analistas para os resultados do período de julho a setembro, que devem trazer os primeiros sinais de recuperação. Estimativas de analistas compiladas pela agência Bloomberg apontam que as 63 empresas que compõem o Índice Bovespa devem registrar lucro de R$ 37,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 79% em relação ao período anterior. A retomada da economia doméstica e os incentivos do governo estão por trás do otimismo, ainda que a maior parte da recuperação deva aparecer mais no fim do ano. "O segundo trimestre foi o pior momento da economia no ano e agora já vemos sinais de melhora, mesmo que ainda não sejam tão fortes para superar os resultados registrados há um ano", avalia o analista Felipe Rocha, da Omar Camargo Corretora. Além disso, o impacto da valorização do dólar, que castigou as empresas com dívidas em moeda estrangeira no segundo trimestre, não vai se repetir. Após uma alta de 11% entre março e junho, o dólar encerrou setembro com variação de 0,46% em relação a três meses antes, em R$ 2,03. O efeito cambial deve ter impacto positivo também na comparação anual. No terceiro trimestre de 2011, a moeda americana valorizou-se 20%, para R$ 1,88, pesando sobre o resultado financeiro - o saldo das dívidas é ajustado no balanço de acordo com a cotação do último dia útil de cada período. A expectativa é que os setores voltados ao mercado interno sejam os primeiros a captar a retomada. "As varejistas de alimentos devem continuar a se destacar, acompanhando o baixo nível de desemprego e a renda em patamares elevados", destaca Sandra Peres, analista da Coinvalores. O setor de educação, que, contrariando a tendência geral, apresentou bons números no segundo trimestre, também deve seguir com força. Sandra explica que o terceiro trimestre costuma ser mais forte, por causa dos vestibulares do meio de ano. "Mas o número de matrículas cresceu até mesmo em relação ao terceiro trimestre de 2011", ressalta. Já o desempenho de setores ligados à atividade industrial ainda deve vir morno, por conta da concorrência com importados e do elevado nível de estoques. "Apesar da redução de IPI para automóveis, o setor de autopeças não deve vir muito

melhor, porque a medida serviu para queimar estoques", afirma Rocha, da Omar Camargo. A expectativa para os números da Petrobras, por sua vez, é um pouco mais otimista. No começo do mês, a presidente da estatal, Graça Foster, já garantiu que o prejuízo do segundo trimestre "não ocorrerá novamente com a mesma magnitude". Entre abril e junho, a companhia apresentou um resultado negativo em R$ 1,3 bilhão, por conta, principalmente do impacto do câmbio sobre a dívida. Segundo Mitsuko Kaduoka, diretora de análise de investimento da BI&P Corretora, o resultado operacional deve vir um pouco melhor por causa do reajuste de 7,8% nos preços da gasolina e de 10% do diesel, anunciados entre junho e julho. "Mas isso não deve ser suficiente para cobrir toda a defasagem em relação ao preço internacional", alerta a analista, para quem a estatal conseguirá emplacar um novo reajuste até o fim do ano. Já para os setores voltados ao mercado externo, a expectativa é de uma retomada mais lenta. É o caso das fabricantes de papel e celulose, afirma William Alves, da XP Investimentos. "Houve uma melhora nos volumes de exportação e os preços subiram, mas nada muito substancial", afirma o analista. Mitsuko, da BI&P, lembra que, apesar de o dólar mais valorizado dar impulso às receitas, a demanda fraca ainda deve segurar os resultados das exportadoras. "Em relação ao ano passado, o patamar de lucros ainda deve ser baixo." No caso da Vale, a queda de mais de 30% nos preços do minério de ferro, associada ao aumento de provisões para processos tributários, pode levar a companhia para o pior resultado em dois anos. A Santander Corretora estima um lucro 25% menor no período em relação ao aos três meses anteriores, para US$ 2 bilhões. Os analistas do banco Barclays esperam uma queda ainda maior, de 44%, para US$ 1,5 bilhão. A queda do minério deve derrubar também os resultados da CSN. As vendas do insumo representaram metade do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da siderúrgica no segundo trimestre. Em relação aos produtos siderúrgicos, a expectativa é alguma recuperação nas vendas da CSN e da Usiminas, que atuam no segmento de aços planos, voltado para a produção de eletrodomésticos e automóveis, segmentos que receberam incentivos do governo. Mas, segundo Mitsuko, da BI&P, a recuperação ainda deve ser tímida, já que a concorrência com importados continua forte. Do lado negativo, a diretora da BI&P destaca ainda o desempenho dos bancos, cujos lucros devem minguar com os cortes nos juros e o nível de inadimplência ainda elevado. Outro setor que deve apresentar margens mais apertadas, de acordo com a analista, é o de frigoríficos, por conta da pressão dos preços dos grãos sobre os custos. Portugal impõe mais cortes em Orçamento O governo português anunciou ontem fortes aumentos de impostos e cortes de gastos ao apresentar o Orçamento de 2013. O anúncio antecipa que o país atravessará o terceiro ano seguido de recessão e que a população sofrerá com as rígidas condições impostas por um resgate de 78 bilhões.

O ministro das Finanças, Vitor Gaspar, alertou que o país pode sofrer consequências catastróficas se não seguir à risca o programa de austeridade. Enquanto isso, 2.000 manifestantes se reuniam do lado de fora do Parlamento, em Lisboa, para exigir a renúncia do governo. O Orçamento inclui os maiores aumentos de impostos sob o programa de socorro ao país, que equivalerão a até três meses de salários de trabalhadores de renda média. O imposto de renda terá um adicional de até 4% no, e o número de faixas de renda para efeito de cálculo do imposto cairá de oito para cinco. O anúncio gerou os mais raivosos protestos desde o início da crise em Portugal. "A margem de manobra para decisões unilaterais não existe. Uma rejeição do Orçamento de 2013 significaria a rejeição do programa de socorro", disse Gaspar. Segundo ele, não há opção ao resgate - patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu (BCE). A oposição socialista classificou o aumento de impostos de "bomba atômica fiscal", que priva o país do crescimento e da criação de empregos. As medidas incluem ainda cortes em aposentadorias, uma taxa sobre transações financeiras e impostos mais altos sobre propriedades. Gaspar manteve a previsão do governo de uma contração de 1% do PIB em 2013. Alguns economistas, no entanto, disseram que a estimativa é otimista demais. PSDB exibe família e mensalão; PT mostra renúncia e Chalita Cristiane Agostine No primeiro dia de exibição da propaganda eleitoral do segundo turno, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, exibiu sua família, explorou o mensalão contra o PT e mostrou problemas na realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), durante a gestão do candidato Fernando Haddad (PT) no Ministério da Educação. Já Haddad, criticou a desistência do adversário tucano de seus mandatos como prefeito e governador e disse que 70% dos eleitores da capital votaram pela renovação no primeiro turno. No programa exibido no começo da tarde de ontem, Serra agradeceu os votos recebidos nas urnas e o apoio de 11 partidos, entre eles o PPS de Soninha Francine, o PDT de Paulinho da Força e o PTB do vice de Celso Russomanno - todos derrotados no primeiro turno. O tucano afirmou ter ao seu lado 31 dos 55 vereadores eleitos. O candidato do PSDB foi descrito como "pai de família e avô coruja" e o programa exibiu o neto de Serra e depoimentos da mulher dele, Monica, e da filha, Verônica. Monica falou que o marido trocava fralda e dava mamadeira para os filhos e contou que cantava a música "A Banda", de Chico Buarque Hollanda. Já Verônica falou sobre o apoio emocional dado por seu pai. Luciano, filho do tucano, não apareceu. A propaganda mostrou uma reunião da família do candidato na Mooca, bairro onde Serra morou na infância, e focou na trajetória administrativa dele. Nos últimos dois minutos da propaganda, Serra atacou o mensalão e o PT. O candidato disse que em "90% do tempo" falará sobre a cidade, mas afirmou ter o "dever de falar de postura, de comportamento, de posição política, de valores, porque isso é que é o alicerce de tudo". Em seguida, disse que algumas das

principais lideranças do PT foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. "Na verdade, o que de fato aconteceu foi desvio de dinheiro público para comprar voto na Câmara dos Deputados, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, tudo muito grave", disse. "Desviar dinheiro público para comprar apoio é um atentado contra o povo", completou. Serra disse que para o PT " virou ponto de honra" eleger Haddad na capital. "Eles querem usar a eleição em São Paulo como cortina de fumaça para esconder as condenações do mensalão", declarou na propaganda. "Com seu voto, você pode dizer que não, não concorda com isso." À noite, explorou problemas em três edições do Enem. "o cara não conseguiu fazer direito nem o Enem. Não vai ser aqui que vai dar certo", disse a propaganda. O candidato do PT iniciou o programa falando que "é hora de mudar", que "São Paulo quer o novo" e disse que "70% dos eleitores votaram pela mudança" nesta eleição. "Não dá para mudar com ideias velhas, nem com os políticos de meio mandato e meio expediente, que usam a cidade como trampolim para seus projetos e ambições pessoas". Haddad agradeceu pelos votos recebidos e disse que agora "ficará claro quem tem compromisso com a população mais carente" e quem "tem valores e ética". Em diversos momentos, o candidato reforçou as propostas para a população pobre e afirmou que pretende acabar com o "apartheid social". "Quero fazer ainda mais do que Lula e Dilma fizeram", afirmou. Um entrevistado disse: "Quem é elite vota no outro". Haddad afirmou que "quem não honra a palavra não tem compromisso com a verdade", em ataque indireto ao candidato do PSDB, que deixou a Prefeitura de São Paulo e o governo estadual sem completar os mandatos. A propaganda exibiu declarações antigas de Serra, falando que não deixaria o mandato e que não seria candidato neste ano. "Dá para acreditar?", questionou o locutor. O candidato exibiu as primeiras pesquisas do Datafolha e Ibope realizadas depois do primeiro turno, que indicam sua candidatura com doze pontos percentuais à frente do tucano. O programa veiculou um depoimento da presidente Dilma Rousseff, dizendo que Haddad é "um sopro de renovação na política brasileira". O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB), derrotado nas urnas, apareceu ao lado do petista e afirmou que Haddad incorporou "várias de suas propostas". O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, foram citados, mas a propaganda não exibiu declarações dos dois petistas. O Globo No 2º turno, campanhas apostam em poder de padrinhos no governo Oposições também usam baixa popularidade dos governantes para bater em candidatos da situação Maria Lima e Fernanda Krakovics