Explicando a Percepção da Corrupção em Moçambique Por Carlos Shenga, Elísio Muendane e Custódio Pedro



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Afrobarometer Briefing Paper Explicando a Percepção da Corrupção em Moçambique Por Carlos Shenga, Elísio Muendane e Custódio Pedro Agosto de 2013 1. Introdução Este Briefing Paper procura explicar a percepção pública da corrupção das instituições formais do Estado em Moçambique a partir dos dados do inquérito de opinião pública do Afrobarómetro de 2012. Argumenta que a percepção pública da corrupção resulta, em parte, da percepção que os indivíduos tem sobre o desempenho político e confiança que eles tem das instituições formais. Assume que os indivíduos que aprovam o desempenho das instituições políticas (Presidente da República, Assembleia da República e Vereadores municipais ou directores distritais de serviços) são menos prováveis a perceber as mesmas como corruptas comparativamente à aqueles que não aprovam o desempenho dessas instituições. O mesmo aplica-se à aqueles que confiam nas instiuições formais. Mas o nível de informação que os cidadãos tem, o seu engajamento cognitivo sobre política e assuntos públicos, bem como as suas características demográficas também influencia a sua percepção sobre corrupção. Os indivíduos com altos níveis de informação (acesso à educação formal e notícias da comunicação social) tendem mais a perceber corrupção nas instituições formais que aqueles que não tem. Educação é catalizador da mudança social; escolaridade formal informa as pessoas sobre como as coisas funcionam no mundo e aumenta a consciencialização sobre assuntos públicos (Bratton, Mattes e Gyimah- Boadi, 2005:204). É através da educação que os indivíduos aprendem como a sociedade funciona e recebem conhecimento para desempenhar o seu papel em outras arenas cognitivas (Bertrand e Valois, 1994). Por exemplo, obter informação a partir de jornais requer um grau de educação formal (Shenga 2008). Como os meios de comunicação social tendem a acentuar o negativo (investigações sobre corrupção, escandâlos e violação dos direitos fundamentais) (Rosenthal 2005:22), as pessoas que mais obtêm notícias sobre assuntos públicos tendem mais a perceber corrupção nas instituições formais. Alternativamente as pessoas que engajam-se cognitivamente em assuntos públicos e políticos mais especificamente os que se interessam em assuntos públicos e discutem política com outros (e.g. amigos, colegas, vizinhos e parceiro) formam atitudes que influenciam as suas percepções (Bratton, Mattes e Gyimah-Boadi 2005, Gunther, Puhle e Montero 2007, Shenga 2008). Para além daqueles com altos níveis de informação, este artigo hipotiza que as pessoas que engajam-se cognitivamente em assuntos públicos e política tendem a perceber maior corrupção que outros. Por último, os factores demográficos são relevantes. A perspectiva sociológica e demográfica importa-se mais nos factores da estrutura social ou demográficos na formação da opinião 1

pública. Assim, os residentes dos espaços rurais e pobres tenderão a perceber menos corrupção das instituições públicas que os residentes urbanos e não pobres. As mulheres tenderão a ter uma visão diferente em relação aos homens. Este estudo testa e analisa o impacto do desempenho político das instituições do Estado e confiança nas instituições formais na percepção da corrupção, considerando simultaneamente o impacto de outros factores, nomeadamente: nível de informação, engajamento cognitivo e a estrutura social. Em primeiro lugar, o estudo analisa descritivamente os padrões distributivos relativos ao nível de informação, engajamento cognitivo, estrutura social, desempenho e confiança nas instituições formais. Segundo, testa e investiga o impacto simultâneo de todos esses factores na percepção da corrupçao usando modelos lineares regressivos. 2. Inquéritos do Afrobarómetro O Afrobarómetro é uma série comparativa de inquéritos de opinião pública que cobrirá 35 países Africanos na 5ª Ronda (2011-2013). O Afrobarómetro mede atitudes públicas sobre democracia e suas alternativas, avaliações sobre a qualidade da governação e desempenho económico. O inquérito avalia as visões dos cidadãos sobre questões políticas críticas nos países estudados. O objectivo do Afrobarómetro é produzir informação cientificamente válida sobre opinião pública em África fortalecendo a capacidade institucional para pesquisar inquéritos, e resultados para informar políticas públicas e práticas. O Afrobarómetro também proporciona comparações ao longo do tempo, como 4 rondas foram implementadas até então e a Ronda 5 encontram-se ainda em implementação em alguns países africanos. Durante a Ronda 5, os inquéritos do Afrobarómetro serão implementados em 35 países usando um instrumento e metodologia comum. O instrumento contêm um conjunto de perguntas padronizadas que permite uma comparação sistemática nas atitudes públicas em países ao longo do tempo. A metodologia foi baseada numa amostra nacional probabilística de 2400 adultos moçambicanos seleccionados para representar todos os cidadãos adultos com idade eleitoral, permitindo inferências com uma margem amostral de erro de +/-2 porcento no intervalo de confiança de 95 porcento. A amostra foi desenhada aleatoriamente baseada na Probabilidade Proporcional ao Tamanho da População (Probability Proportionate to Population Size - PPPS), tomando em consideração assim a distribuição da população, género bem como as divisões rural-urbano. O processo de amostragem garantiu com que todo cidadão adulto moçambicano tivesse uma chance igual e sabida de ser seleccionado na amostra. O trabalho de campo em Moçambique foi conduzido pelo Centro de Pesquisas sobre Governação e Desenvolvimento (CPGD) entre 17 de Novembro e 9 de Dezembro de 2012. 3. Níveis de Informação Os moçambicanos são cidadãos com baixo nível de informação. Apenas cerca de 8 porcento tem educação formal terceária, 39 porcento secondária e 39 porcento primária. Uma percentagem significativa (14 porcento) afirma que não tem uma escolaridade formal. O acesso à notícias através da rádio é muito alto. Cerca de três-quartos (77 porcento) obtêm notícias menos que uma vez por mês, poucas vezes por mês, poucas vezes por semana 2

ou todos os dias. Mas, em geral, o acesso à notícias dos meios de comunicação social é baixo em Moçambique. Abaixo da metade obtêm notícias a partir da televisão (48 porcento), jornal (25 porcento) e internet (14 porcento). O acesso às notícias da comunicação social reflecte o contexto da pobreza que caracteriza os moçambicanos. Como o aparelho de rádio é relativamente barato, os moçambicanos tendem mais a obter notícias via rádio. Por outro lado, a internet é relativamente mais cara; requer o pagamento de uma taxa para o seu uso e ou um computador. Obter notícias via jornal e internet depende do nível de escolaridade. Figura 1: Educação Formal em Moçambique, 2012 5 4 3 39% 39% 1 14% 8% Sem educacao formal Primaria Secondaria Tercearia Questão: Qual o nível mais alto de educação que completou? Figura 2: Exposição às Notícias dos Meios de Comunicação Social em Moçambique, 2012 10 8 6 4 23% 52% 86% 75% Nunca Questão: Com que frequência obtêm notícias pelas seguintes fonte: A) rádio, B) televisão, C) jornal e D) internet. 4. Engajamento Cognitivo 37% 25% 29% 5% 9% 11% 3% 7% 5% 6% 8% 2% 3% 4% 4% 4% Menos que uma vez por mes Poucas vezes por mes Poucas vezes por semana Radio Televisao Jornal Internet Todos os dias Independentemente do nível de escolaridade formal e acesso às notícias da comunicação social, os moçambicanos podem desenvolver alternativas para elevar o seu nível de informação ou conhecimento. Isso pode ser possível através do interesse que possam ter em assuntos públicos e discussão de assuntos políticos. Os resultados mostram que cerca de três-quartos tem algum interesse em assuntos públicos, dos quais 32 porcento tem muito interesse, 28 porcento algum interesse e 15 porcento pouco 3

interesse (Figura 3). Cerca de 6 em cada 10 engaja-se na discussão de assuntos políticos quando se junta com amigos ou família. Dentre esses, 22 porcento discute frequentemente e 48 porcento ocassionalmente (Figura 4). Figura 3: Interesse em Assuntos Públicos em Moçambique, 2012 35% 3 25% 15% 1 5% 25% 15% Questão: Até que ponto você tem interesse em assuntos públicos? Figura 4: Discussão de Política em Moçambique, 2012 6 5 Nenhum interesse Pouco interesse Algum interesse Muito interesse 48% 28% 32% 4 3 1 3 22% Nunca Ocasionalmente Frequentemente Questão: Quando se junta com os amigos ou a família, discutem assuntos políticos. 5. Características Demográficas Este estudo emprega 3 características demográficas fundamentais: género, espaço de residência rural/urbano e pobreza. Como a amostra do inquérito foi desenhada aleatoriamente baseada na Probabilidade Proporcional ao Tamanho da População, considerando assim a distribuição da população, género bem como as divisões rural-urbano, metade dos respondentes são do género feminino (50 porcento) e a outra metade masculino (50 porcento) e 34 porcento residente no espaço urbano e 66 porcento rural. No que diz respeito à experiência da pobreza, os moçambicanos encontram-se mais privados do rendimento em dinheiro seguido de alimentos para comer e remédios ou assistência médica. Mais de três-quartos está desprovida do rendimento em dinheiro (80 porcento). Mais da metade está desprovida de alimentos para comer (53 porcento) e remédios ou assistência médica (51 porcento) e menos da metade expressa que ficou uma ou duas vezes, algumas vezes, muitas vezes ou sempre sem água potável para o consumo de casa (49 porcento) e combustível para cozinhar (38 porcento). 4

Figura 5: Incidência da Pobreza em Moçambique 2012 9 8 7 6 5 4 3 1 23% 3% 24% 13% 21% 12% 19% Questão: Durante o ano que passou, quantas vezes, se é que alguma vez, você ou alguma pessoa da sua família ficou sem: A) alimentos sufiecientes para comer, B) água potável para consumo de casa, C) remédios ou assistência médica, D) o seguinte? Rendimento em dinheiro? 6. Confiança nas Instituições Formais 5% 5% 12% 13% 2% 6% 19% 18% 14% 18% 15% 13% 16% Até que ponto os moçambicanos confiam nas instituições formais? Mais da metade diz que confia nas instituções formais mas a confiança no Presidente (88 porcento), partido governante (84 porcento), polícia (83 porcento), tribunais (78 porcento), exército (77 porcento), Assembleia da República (77 porcento) e vereadores ou directores distritais de serviços (76 porcento) é de mais de três-quartos. Mais de cerca de dois-terços confiam na Comissão Nacional de Eleições (71 porcento) e Autoridade Tributária (69 porcento). Aproximadamente 53 porcento confia nos partidos da oposição. Figura 6: Confiança nas Instituições Formais em Moçambique, 2012 10 9 8 7 6 5 4 3 1 Rendimento monetario Alimentos para comer Remedios ou assistencia medica Agua potavel Uma ou duas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre 59% 54% 46% 44% 47% 44% 4 4 35% Combustivel para cozinhar 19% 14% 17% 18% 17% 17% 18% 14% 16% 15% 15% 13% 18% 16% 13% 16% 18% 17% 18% 22% 16% Confia pouco Confia razoavelmente Confia muito Questão: Até que ponto você confia em cada um dos seguintes, ou não ouviu falar o suficiente deles para dar a sua opinião? A) Presidente, B) Assembleia da República, C) Comissão Nacional de Eleições, D) Autoridade Tributária, E) Vereadores/Directores Distritais de Serviços, F) Partido Governante, G) Partidos da Oposição, H) Polícia, I) Exército e J) Tribunais. Nota: Percentagens daqueles que não sabe são significantes e chegam a 17 porcento em algumas questões. 5

Qual é o tipo de confiança que os moçambicanos depositam à essas instituições? A confiança popular às instituições formais é específica - baseada no quão bem estas instituições desempenham o seu trabalho) ou difusa - baseada naquilo que a instituição realmente é? Mais especificamente, os moçambicanos apoiam, por exemplo, a Comissão Nacional de Eleições pelo seu desempenho ou por aquilo que ela é/representa um órgão que supervisiona os actos eleitorais? As questões em si não dão uma resposta directa, mas se os moçambicanos depositam uma confiança específica à essas instituições, isto é, baseada naquilo que as instituições são/representam, então os partidos da oposição teriam o mesmo nível de confiança que outras instituições, tal como: partido governante ou presidente. Como os resultados mostram que os partidos da oposição são menos confiados que qualquer outra instituição, isso sugere que a confiança que os moçambicanos depositam às suas instituições é difusa baseada no seu desempenho. Contudo, os altos níveis de confiança dos moçambicanos nas instituições do Estado é um exagero acrítico. Altas percentagens de moçambicanos são incapazes de responder muitas questões sobre o desempenho do governo e confiança nas instituições formais bem como regime democrático ou preferir que tipo de regime Moçambique deve ter. Aqueles que são incapazes de opiniar concedem aos seus líderes políticos e instituições altos níveis de confiança, desempenho e percebem neles baixos níveis de corrupção. Eles concedem essas visões brilhantes mesmo que muitos respondentes critiquem o que o governo tem feito em diferentes áreas de políticas públicas, tem dificuldades de trabalhar com agências do governo, estão insatisfeitos com a sua condição de vida e vivem numa pobreza desesperada. O mais importante é que os moçambicanos capazes de opinar exibem um dos mais baixos níveis de comprometimento com a democracia. Ao mesmo tempo, moçambicanos tendem mais a dizer que o seu país é uma democracia (Mattes e Shenga 2013). Uma das razões que faz aos moçambicanos exagerem ou revelem altos e rosados níveis de confiança nas instituições formais está relacionado ao facto de viverem num contexto de baixo nível de informação 1 e medo político e intimidação que perdura desde os 16 longos anos da guerra civil [associado ao autoritarismo monopartidário (1975-1994)] e um crescente domínio eleitoral do partido governante (Mattes e Shenga 2013). Moçambique é uma das sociedades mais pobres e subdesenvolvidos do mundo. Enquanto a pobreza e a falta de infra-estrutura tem muitas conseqüências sociais e políticas, talvez o mais importante do ponto de vista de desenvolvimento democrático do país são as limitações desses obstáculos na capacidade de seu povo para agir como cidadãos de pleno direito. Extremamente baixos índices de educação formal, altos níveis de analfabetismo e acesso limitado à notícias da comunicação social colide no âmago das habilidades cognitivas e de informação política que permitem aos cidadãos possam avaliar o desenvolvimento social, económico e político, aprender as regras sobre como as sociedades e governos funcionam, 1 Em comparação com outras sociedades pobres, os moçambicanos sofrem de níveis extremamente baixos de educação formal (a taxa de alfabetização de adultos é de 46 por cento, em comparação com uma média de 61 por cento em todos os países de baixa renda), e níveis extremamente baixos de acesso à informação pública: o país tem apenas três jornais por 1.000 pessoas (contra 44 para os países de baixa renda), 14 aparelhos de televisão por mil (em comparação a 84), e 44 rádios por 1000 (em comparação com 198) ( ICT Dialogue: Mozambique, World Development Data, Mattes e Shenga 2013). 6

formar opiniões sobre o desempenho político, e se preocupar com a sobrevivência da democracia. (Mattes e Shenga 2013). 7. Desempenho das Instituições Políticas Qual é o nível de desempenho das instituições políticas em Moçambique? Cerca de 77 porcento aprova ou approva fortemente a maneira como Presidente Armando Guebuza tem desempenhado as suas funções durante os últimos doze meses. Cerca de 62 porcento e 63 porcento, respectivamente, diz o mesmo relativamente ao seu deputado na Assembleia da República e vereador municipal ou director distrital de serviços. Entretanto, existem percentagens significativas e muito significativas de respondentes que não ouviu falar o suficiente sobre o assunto para dar a sua opinião. Esses altos e brilhantes níveis de desempenho das instituições políticas são opinados acriticamente. E reflectem o contexto de baixa informação e medo político e intimidação no qual os moçambicanos vivem (Mattes e Shenga 2013). Figura 7: Desempenho das Instituições Políticas em Moçambique, 2012 10 8 6 77% 62% 63% 4 23% 24% 18% 15% 13% 5% Presidente A Guebuza Seu deputado na AR Vereadores/Directores distritais Desaprovo fortemente/desaprovo Nao sabe Aprovo fortemente/aprovo Questão: Você aprova ou desaprova a maneira como A) Presidente Armando Guebuza, B) o seu deputado na Assembleia da República e C) os vereadores municipais ou directores distritais de serviços têm desempenhado as suas funções durante os últimos doze meses, ou não ouviu falar o suficiente sobre o assunto para dar a sua opinião? 8. Percepção da Corrupção Os moçambicanos percebem altos níveis de corrupção nas instituições onde eles tem uma experiência directa. Como o povo tem uma experiência directa com a polícia, estando sujeito directamente à extorção e abuso da força, eles percebem a polícia (73 porcento) como a instituição mais corrupta. A seguir vem o funcionário público (72 porcento) e Autoridade Tributária (Alfândegas e cobradores de impostos) (65 porcento). Nas instituições onde não tem uma experiência directa e informação devido ao facto de viver num contexto baixa informação, os moçambicanos tendem a perceber baixos níveis de corrupção. Exemplos são Presidente (54 porcento), juízes (56 porcento) e deputados da Assembleia da República (57 porcento). 7

Figura 8: Percepção da Corrupção em Moçambique, 2012 8 7 6 5 4 3 1 12% 9% 25% 25% 1 7% 21% 15% 6% 5% 6% 14% 1 12% 36% 38% 34% 4 37% 41% 36% Alguns Muitos deles Todos eles Questão: Quantas das seguintes pessoas você acha que estão envolvidas em corrupção, ou não ouviu falar o suficiente sobre o assunto para se poder pronunciar? A) O Presidente e Funcionários do seu Gabinete, B) Deputados da Assembleia da República, C) Vereador ou Director Distrital de Serviços, D) Funcionários públicos, E) Policia, F) Autoridad Tributária e G) Juízes? 9. Explicando Percepção da Corrupção em Moçambique A Tabela 1 mostra o impacto da confiança nas instituições formais e desempenho das instituições políticas na percepção da corrupção em diferentes instituições formais, considerando os impactos de níveis de informação, engajamento cognitivo e estrutura social. Embora os dados dos indicadores da confiança nas instituições, desempenho político e percepção da corrupção permitam construir índices compostos/agregados, este estudo resolveu empregá-los separadamente. A razão está no facto de cada um dos seus indicadores poder ter um impacto perculiar relevante. Por exemplo, os indivíduos que confiam no presidente são menos prováveis de perceber corrupção no presidente e funcionários da presidência. O mesmo aplica-se ao desempenho do presidente. Mas aqueles que confiam nos partidos da oposição podem perceber que o presidente e os funcionários do seu gabinete estão envolvidos na corrupção. Os resultados dos modelos lineares regressivos na Tabela 1 são como seguem: Primeiro, os moçambicanos com altos níveis de informação, medido por educação formal e acesso às notícias da comunicação social, tendem mais a perceber corrupção nas instituições formais do Estado (presidente e funcionários da presidência, deputados da Assembleia da República, vereadores/directores distritais de serviços, funcionários públicos, polícia, autoridade tributária e juízes), comparativamente aos que tem baixos níveis de informação. A educação formal ajuda as pessoas a compreender como a sociedade funcionam; e assim, detectar o aproveitamento das instituições do Estado para fins privados. A exposição às notícias da comunicação alimenta informação sobre escandalos e corrupção envolvendo os agentes públicos. A exposição às notícias das comunicação social não se associa de todo à percepção da corrupção nos deptados da Assembleia da República. O seu efeito não é significante. Contudo, excepção aplica-se aos funcionários públicos relativamente ao efeito da educação formal. Os moçambicanos com escolaridade formal percebem menos corrupção dos funcionários públicos. 8

Tabela 1: Explicação da Percepção da Corrupção em Moçambique, 2012 (Modelo Linear Regressivo) Percepção da corrupção Presidente e seu gabinete Deputados da AR Vereadores/ directores distritais Funcionário público Polícia Autoridade Tributária Juízes/ma gistrados Nível de informação Eduacação formal.053**.083*** -.053*.128***.046*.093***.081*** Exposição às notícias (índice).090***.123***.081***.083***.140***.106*** Engajamento cognitivo Interesse em assuntos públicos -.052* Discussão de política.121***.144***.092***.102***.107*** Confiança em instituições formais Presidente -.127*** -.214***.086***.094*** -.134*** -.145*** -.173*** Assembleia da República.091*** -.091**.089***.120***.093** CNE -.065*.089** Autoridade tributária.060*.076**.076* -.085** Vereadores/direct.distritais Partido governante -.138*** Partidos da oposição.071***.071***.082*** Polícia -.104*** -.118*** -.092***.102*** -.235*** -.184*** -.095*** Exército.058*.071*** -.143***.063**.051* Tribunais -.099***.053*.102*** Desempenho Presidente -.193*** -.088*** Deputado da AR -.099***.089*** -.084** -.076** -.113*** Vereadores/direct. Distritais -.057* -.158*** -.113*** Características demográficas Rural Mulheres -.062*** -.041* Pobreza (índice).106***.073***.051*.061*.044*.123*** R ao Quadrado Ajustado.24.21.17.17.16.18.15 ***=significante no nível.001, **=significante no nível.01, *=significant no nível.05 N=2400, Ronda 5, Moçambique 2012 9

Segundo, aqueles que engajam-se cognitivamente discutindo assuntos políticos tendem mais a ver corrupção no presidente e funcionários da presidência, deputados da Assembleia da República, polícia, Autoridade Tributária e juízes ou magistrados. Os que discutem assuntos políticos são influenciados pelo papel que a comunicação social desempenha controlando a violação dos direitos da cidadania e administração do Estado. Discussão de assuntos políticos e exposição às notícias estão correlacionados (Pearson r=.22***). Por outro lado, os moçambicanos que interessam-se em assuntos públicos percebem menos corrupção nos deputados da Assembleia da República. Provavelmente porque interesse em assuntos públicos envolve analisar o bom funcionamento das instituições públicas enquanto que discussão de assuntos políticos envolve investigar o mau funcionamento das instituições públicas. Terceiro, os moçambicanos que 1) confiam no presidente vêem menos corrupção no presidente e seus funcionários, deputados da Assembleia da República, polícia, autoridade tributária e juízes, mas percebem corrupção nos vereadores e funcionários públicos. Esses últimos encontram-se distantes do círculo do presidente. Aqueles que 2) confiam nos legisladores parlamentares percebem corrupção na Autoridade Tributária, juízes ou magistrados, veradores ou directores distritais de serviços e polícia. A função fiscalizadora do legislativo às entidades públicas deve contribuir para que a opinião pública desenvolva tal percepção. Por outro lado, percebem menos corrupção nos funcionários públicos. 3) Os que confiam na Comissão Nacional de Eleições são menos prováveis de perceber corrupção nos vereadores ou directores distritais, mas acham que os funcionários públicos são corruptos. 4) Confiança popular nos vereadores ou directores distritais não tem nenhum impacto na percepção da corrupção nas instituições públicas. Os seus efeitos são insignificantes; não fazem diferença. 5) Os respondentes que confiançam na autoridade tributária percebem que os parlamentares, vereadores ou directores distritais e presidente e seus funcionários são corruptos, mas vêem funcionários públicos limpos. 6) Confiança no partido governante tem um efeito significativo e negativo na percepção da corrupção no presidente e funcionários da presidência: os que confiam na Frelimo tendem a ver a presidência sem corrupção, comparativamente aqueles que não confiam. 7) Aqueles que confiam nos partidos da oposição acham que a polícia, presidência e o parlamento como corruptos. 8) Os que confiam na polícia são menos prováveis a perceber corrupção na polícia, autoridade tributária, presidência e vereadores ou directores distritais. Os mesmos acham que o funcionário público é corrupto. 9) confiança no exército associa-se significativa e positivamente à percepção da corrupção nos vereadores ou directores distritais, polícia, presidência e autoridade tributária mas negativamente aos funcionários públicos. Os respondentes que confiam nos tribunais percebem menos corrupção nos vereadores ou directores distritais mas corrupção na autoridade tributária e funcionários públicos. Quarto, os indivíduos que tendem a aprovar o desempenho do presidente tendem menos a perceber corrupção na presidência e parlamentares. Os que confiam no parlamento tendem mais a achar que juízes, parlamentares, polícia e autoridade tributária são menos corruptos que os funcionários públicos. Os que confiam nos vereadores ou directores distritais tendem mais a perceber corrupção nos funcionáriospúblicos, autoridade tributária e parlamentares. Quinto, dentre as características demográficas ou estrutura social, espaço de residência não faz nenhuma diferença na percepção da corrupção. Enquanto as mulheres tendem mais a 10

perceber o presidente e funcionários do seu gabinete como não corruptos em relação aos homens, os pobres vêem a maioria das instituições públicas como corruptas. Por último, este modelo composto por 5 famílias de explicações contribui com 16 porcento a 24 porcento de variação total na explicação da percepção da corrupção. Conclusão Este estudo analisou o impacto simultâneo de níveis de informação, engajamento cognitivo, confiança nas instituições formais, desempenho das instituições políticas e estrutura social na percepção da corrupção em Moçambique. O estudo conclui em primeiro lugar que uma análise individual dos factores que indicam confiança nas instituições formais, desempenho das instituições políticas permite melhor compreender os seus impactos; uma análise agregada a partir dos seus índices ocultaria alguns detalhes relevantes. Segundo, mantendo todos outros factores constantes, devido a sua situação de pobreza, os pobres são os que vêem todas as instituições públicas como corruptas. Os moçambicanos com altos níveis de informação e discutem política também são mais prováveis a perceber maior corrupção na maior parte das instituições públicas. Terceiro, maior parte daqueles que confiam nas instituiçoes formais e aprovam o desempenho das instituições políticas tendem menos a perceber corrupção nas instituiçoes públicas. Excepções aplicam-se aos que confiam na oposição e até certo ponto na Assembleia da República, Autoridade Tributária, exército e tribunais. Essas excepções estão relacionadas à natureza dessas instituiçoes. Como é a natureza da oposição ver apenas o lado negativo do funcionamento das instituiçoes públicas, é óbvio que aqueles que confiam na oposição formem atitudes negativas relativas às instituiçoes do governo. A natureza fiscalizadora do legislativo e judiciário contribui aos que confiam nessas instituições a formar atitudes negativas às instituições do Estado: A fiscalização aborda problemas do que o bom funcionamento das instituições. A natureza contributiva do exército (de manter a paz) e autoridade tributária (de garantir mais fundos), provavelmente ajuda aos que confiam nessas instituições a sentir que as outras instituições formais irreleve esses esforços. 11

Referências Bertrand, Y. e Valois, P. 1994. Paradigmas Educacionais. Escola Instituto Piaget. Lisboa. Bratton, M., Mattes, R. e Gyimah-Boadi, E. 2005. Public Opinion, Democracy and Market Reform in Africa. Cambridge: Cambridge University Press. Gunther, Richard, Puhle, Hans-Jürgen e Montero, José Ramón (eds.) 2007. Democracy, Intermediation, and Voting on Four Continents. Oxford: Oxford University Press. Mattes, Robert e Shenga, Carlos. 2013. Uncritical Citizenship: Mozambicans in Comparative Perspective in Michael Bratton (editor) Voting and Democratic Citizenship in Africa. Lynne Reinner publisher. pp. 159-178. Rosenthal, Alan. 2009. Engines of Democracy. Politics and Policymaking in State Legislatures. CQ Press. Shenga, Carlos. 2008. Commitment to Democracy in Mozambique: Performance Evaluations and Cognition. Evidence from Round 2 of the Afrobarometer Survey Data. CSSR Working Paper Nº204. Disponível em: www.cssr.uct.ac.za Este Briefing Paper foi preparado por Carlos Shenga (Investigador Nacional do Afrobarómetro em Moçambique e Director, CPGD Centro de Pesquisas sobre Governação e Desenvolvimento), Elísio Muendane (Pesquisador Associado, CPGD) e Custódio Pedro (Pesquisador Associado, CPGD). O Afrobarómetro é uma rede colaborativa de cientistas sociais de mais de 30 países Africanos. A coordenação é providenciada pelo Centro para o Desenvolvimento Democrático (CDD-Ghana), o (extinto) Instituto para Democracia na África do Sul (Idasa), o Instituto para Estudos sobre Desenvolvimento (IDS), Universidade de Nairobi, e o Instituto para Estudos Empíricos em Economia Política (IREEP) em Benin. A implementação do inquérito em Moçambique, incluindo a preparação, recolha de dados e gestão e coordenação geral do projecto foi empreendido pelo Centro de Pesquisas sobre Governação e Desenvolvimento (CPGD). Agradecemos o apoio generoso do Departamento do Reino Unido para o Desenvolvimento Internacional (DfID), a Fundação Mo Ibrahim, a Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA), e a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) pelo apoio da Ronda 5 do Afrobarómetro. Para mais informação e solicitações adicionais de análises por favor visite o website do Afrobarómetro: www.afrobarometer.org ou contacte o Centro de Pesquisas sobre Governação e Desenvolvimento, email: info@cpgd.org.mz 12