Força Aérea Portuguesa Relações Públicas Estado-Maior da Força Aérea Av. Leite de Vasconcelos, Nº4 2614-506 Amadora Tel:21 472 35 09 - Fax:21 472 35 08 rp@emfa.pt
Contextualização das operações FRONTEX A instabilidade económica presente um pouco por todo o planeta assume presentemente a principal causa das migrações registadas a nível mundial. Assim, no cumprimento das missões que lhe estão incumbidas, na defesa dos interesses de Portugal e da União Europeia, a Força Aérea Portuguesa, a pedido da FRONTEX, empenhou um Destacamento Aéreo, cons"tuído por vários militares das áreas de operações, manutenção e apoio, e uma aeronave C-295M VIMAR para operações de vigilância marí"ma. Contributos gerais A Força Aérea Portuguesa (FAP), através da Esquadra 502, cumpriu com a sua missão, ao par cipar ac vamente, e pela primeira vez fora do território nacional em período tão prolongado, nas operações desencadeadas pela Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (FRONTEX). Principais rotas migratórias por via marí"ma Esta situação tem gerado ul mamente grandes fluxos migratórios sem precedentes, especialmente os originados nos países menos desenvolvidos da Ásia, de África, da América do Sul e da Europa do Leste, tendo como des no principal a Europa Ocidental. Estes fluxos migratórios, quando efectuados sob a forma de tráfico humano, assumem uma forma criminosa de migração e cons tuem um desafio para a comunidade internacional visto que, normalmente, aquelas redes de tráfico estão in mamente ligadas ao crime organizado. Com a abolição das fronteiras internas entre os EstadosMembros e a consequente livre circulação de pessoas e bens naquele espaço geográfico e polí co, a União Europeia viu reforçada a necessidade de controlar as suas fronteiras externas, nomeadamente a marí ma, uma vez que estas assumem-se como a porta principal de entrada no espaço comunitário, das rotas de imigração ilegal. Esta situação tornou-se tanto mais grave e até urgente devido às recentes convulsões que ocorreram em países do Norte de África Tunísia, Egipto e Líbia bem como à extrema vola lidade da situação polí co-social de países como a Argélia e Marrocos, que potenciam fenómenos de imigração em larga escala, de forma ilegal e cujas consequências sociais na Europa são bastante delicadas, de di cil trato e que urge prevenir. Na sequência desta situação e com a degradação das condições de segurança naquelas regiões, a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (FRONTEX) desencadeou um conjunto de operações, com o objec vo de travar este flagelo, de forma a garan r o bem-estar e a segurança dos cidadãos europeus. Esta missão, de índole europeia, não colocou de parte o papel que Portugal desempenha como país do flanco SulSudoeste da Europa, que sofre também com a imigração ilegal, pelo que o desempenho da aeronave C-295M VIMAR se torna aqui importante, quer no plano estritamente nacional, quer europeu, precavendo situações que são potencialmente geradoras de problemas e tensões sociais. A aeronave C-295M VIMAR, ao serviço da FAP há 3 anos, desde Novembro de 2010, demonstrou aqui todas as suas valências e capacidades de operação para as missões para as quais está equipada. Entre 2011 e 2013, a Força Aérea Portuguesa efetuou 274 missões, no âmbito da FRONTEX, e que resultaram no salvamento de 733 pessoas. No total foram percorridos mais de 14 milhões de quilómetros quadrados, em cerca de 1400 horas de voo. Nestas missões de patrulhamento marí"mo, acompanhadas por um elemento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), para além da tripulação de militares da Força Aérea, a aeronave C-295M VIMAR, dotada de sistemas de armas que permi"ram potenciar a missão, demonstrou também a importância que este moderno e sofis"cado meio aéreo tem para a Força Aérea e para Portugal, em vários aspectos: Treino das tripulações em missões de vigilância marí"ma; Exploração das capacidades dos sensores e equipamentos desta versão do C-295M para aplicabilidade em missões efectuadas em território nacional; Flexibilidade e adaptação dos sistemas de armas e dos militares em diferentes teatros de operações; Elevada capacidade de cooperação e colaboração com outros Serviços e Forças de Segurança, nacionais e internacionais, para um objec"vo comum. A Esquadra 502 e o C-295M VIMAR estão assim o"mizados para o cumprimento de missões de índole vária e garantem uma capacidade acrescida na taxa de sucesso das operações em que intervêm, quer em Portugal, quer em teatros de operações internacionais.
Missões da Esquadra 502 Elefantes A Esquadra 502 Elefantes, sediada na Base Aérea Nº6, Mon jo, conta actualmente com cerca de uma centena de militares directamente ligados à Esquadra. Efectua operações de transporte aéreo, de busca e salvamento, de vigilância marí ma, e de reconhecimento e fotografia aérea, sendo que dentro destas podem destacar-se as missões de transporte aéreo logís co intra-teatro e inter-teatro, operações aerotransportadas, operações aéreas especiais e operações de evacuação sanitária. Esta esquadra de voo completou, em 2013, 58 anos de existência, ao longo dos quais cumpriu muitas operações, quer em território nacional quer internacional. Actualmente, nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde opera em Destacamentos Permanentes, na Base Aérea Nº4, Lajes, e no Aeródromo de Manobra Nº3, Porto Santo, cumpre missões no âmbito da segurança humana e apoio às populações. A Esquadra adquiriu notabilidade no exterior, no cumprimento de operações de vigilância marí ma, com várias missões efectuadas, das quais se destacam as missões realizadas no âmbito da Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional das Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (FRONTEX). A Esquadra 502 opera actualmente a aeronave C-295M, na versão de Transporte Aéreo Tác co, e versão VIMAR, de Vigilância Marí ma. A operação desta aeronave apresenta inúmeras vantagens para os u lizadores, tendo em conta a sua modernização e os seus equipamentos, que são do mais sofis cado que existe. As rigorosas missões incumbidas à Esquadra 502 assim o obrigam. Os doze C-295M (sete de Transporte Aéreo Tác co e cinco de Vigilância Marí ma) representam a constante modernização e actualização dos sistemas de armas, num crescente avanço pela tecnologia, pela capacidade inerente a uma maior velocidade, a um maior alcance e a uma maior autonomia, permi ndo efectuar um vasto leque de missões, essencial para garan r a salvaguarda de vidas humanas, a defesa dos interesses e dos recursos naturais do país e da sua soberania. Descrição de uma missão de Vigilância Marí ma A preparação e o aprontamento para uma missão de vigilância marí ma requer um planeamento atempado, que obedece a um conjunto de regras e procedimentos específicos, seguidos pelos vários elementos que integram a missão. Uma missão de vigilância marí ma, po FRONTEX, está dividida em quatro partes, e sub-organizada em diversas tarefas: 1. Preparação da missão: 1.1. O Interna onal Control Coordena on (ICC), onde está um elemento da Força Aérea Portuguesa, elabora a Ordem de Missão. Esta contempla dados como: horas de descolagem, horas de missão, área de operação, objec vos de missão, frequências de coordenação tác ca (neste caso a missão é a de iden ficação de embarcações a efectuar transporte de imigrantes ilegais e iden ficação do infractor - pessoa que manobra a embarcação); 1.2. A tripulação efectua tarefas específicas para o cumprimento da missão: 1.2.1. Pilotos: Planos de voo, necessidades de combus vel, meteorologia, avisos à navegação; 1.2.2. Operadores VIMAR: estudam especificidades de missão, preparam a missão no sistema FITS, coordenam rota mais eficiente a voar; 1.2.3. Manutenção: Efectua inspecções diárias, antes de voo e reabastecimentos necessários ao aprontamento da aeronave; 1.2.4. INTEL (Intelligence): prepara informação a passar à tripulação (ameaças embarcadas, ameaças nas costas, áreas de maior probabilidade de detecção, etc.); 2. Briefing da missão: 2.1. A informação é revista por todos os elementos antes da missão; 3. Execução da missão: Aeronave C-295M VIMAR 3.1. A aeronave procede para a área de operações, com o objec vo de detectar os infractores, sustentandose inicialmente nas capacidades RADAR. Os ecos RADAR são inves gados um a um através da iden ficação visual, suportada no electro-óp co. Estas são inseridas numa base de dados sendo efectuada uma listagem de todos os alvos e dados ob dos (classe, nome, coordenadas, ação que estavam a desenvolver, rumo e velocidade) e passado ao ICC.
Descrição de uma missão de Vigilância Marí ma A preparação e o aprontamento para uma missão de vigilância marí ma requer um planeamento atempado, que obedece a um conjunto de regras e procedimentos específicos, seguidos pelos vários elementos que integram a missão. Uma missão de vigilância marí ma, po FRONTEX, está dividida em quatro partes, e sub-organizada em diversas tarefas: 1. Preparação da missão: 1.1. O Interna onal Control Coordena on (ICC), onde está um elemento da Força Aérea Portuguesa, elabora a Ordem de Missão. Esta contempla dados como: horas de descolagem, horas de missão, área de operação, objec vos de missão, frequências de coordenação tác ca (neste caso a missão é a de iden ficação de embarcações a efectuar transporte de imigrantes ilegais e iden ficação do infractor - pessoa que manobra a embarcação); 1.2. A tripulação efectua tarefas específicas para o cumprimento da missão: 1.2.1. Pilotos: Planos de voo, necessidades de combus vel, meteorologia, avisos à navegação; 1.2.2. Operadores VIMAR: estudam especificidades de missão, preparam a missão no sistema FITS, coordenam rota mais eficiente a voar; 1.2.3. Manutenção: Efectua inspecções diárias, antes de voo e reabastecimentos necessários ao aprontamento da aeronave; 4. Pós missão: forma a serem encaminhados os meios navais ou aéreos (helicópteros) para o local. Quando estes meios estão perto do alvo, a aeronave efectua o seu encaminhamento, através de comunicações tác cas. Durante todo este processo são gravadas as imagens em vídeo através dos sensores da aeronave. 4.1. São efectuados relatórios para: 4.1.1. ICC/FAP - dados ob dos (ac vidades ilícitas, horas de voo, área coberta, etc), listagem de todas as embarcações, limitações à missão (ex: meteorologia adversa, controle de tráfego aéreo, etc); 4.1.2. FAP - condição da aeronave (avarias); 4.2. Compilação da informação e tratamento da mesma por parte da INTEL; 4.3. Tarefas de manutenção: pesquisa e correcção de anomalias surgidas nas aeronaves e sistemas; 4.4. Coordenação de apoio em terra por parte da Host Na on, necessário para o dia seguinte (combus vel, handling, etc); 4.5. De-briefing da missão (com todos os militares do destacamento) para analise do cumprimento dos objec vos de missão e par lha e compilação de lições aprendidas. 1.2.4. INTEL (Intelligence): prepara informação a passar à tripulação (ameaças embarcadas, ameaças nas costas, áreas de maior probabilidade de detecção, etc.); 2. Briefing da missão: 2.1. A informação é revista por todos os elementos antes da missão; 3. Execução da missão: 3.1. A aeronave procede para a área de operações, com o objec vo de detectar os infractores, sustentandose inicialmente nas capacidades RADAR. Os ecos RADAR são inves gados um a um através da iden ficação visual, suportada no electro-óp co. Estas são inseridas numa base de dados sendo efectuada uma listagem de todos os alvos e dados ob dos (classe, nome, coordenadas, acção que estavam a desenvolver, rumo e velocidade) e passado ao ICC. 3.1. No caso de detecção de uma embarcação em ac vidade ilícita ou suspeita, os dados desta serão passados de imediato para o ICC (via rádio ou SATCOM) de Sala de operações
Elementos que integram uma missão de Vigilância Marí ma Sistemas de armas do C-295M VIMAR 1. 2. 3. 4. 5. Piloto Comandante Co-piloto Coordenador Tác co Operador Auxiliar Operador de cabine O Sistema de Missão FITS (Full Integrated Tac!cal System) permite ao operador a gestão do cenário tác!co através de diversas funções de gestão de alvos, de imagens, de dados ob!dos pelos sensores, de soluções tác!cas computadas, assim como do seu registo sob a forma de imagens ou de ficheiros de dados que permitem o tratamento dos mesmos em fase de processamento pós-missão. Aeronave C-295M VIMAR O C-295M VIMAR é uma aeronave bem equipada ao nível de comunicações e de sensores de reconhecimento e vigilância, essenciais ao apoio, à detecção, classificação e avaliação de alvos em ambiente marí mo. Estas caracterís!cas tornam a aeronave numa plataforma de elevado potencial na execução de missões de vigilância em ambiente marí!mo, podendo no entanto a sua aplicabilidade ser facilmente estendida para outros cenários de operação. O C-295M VIMAR é uma aeronave caracterizada por algumas par!cularidades de onde se destacam a existência de 3 bolhas de observação (1 dianteira esquerda e 2 traseiras em ambos os lados), de uma tampa ventral para a instalação da antena do radar de vigilância/busca, 3 portas na parte inferior que permitem a leitura de diversos sensores e uma distribuição de antenas ligeiramente diferente daquela apresentada pela versão tác!ca desta aeronave. Quando esta versão está configurada para a execução de missões de Vigilância Marí!ma, as diferenças são ainda mais acentuadas devido à instalação de sensores exteriores: a aeronave apresenta uma radome ventral onde funciona a antena do radar de vigilância/busca, a existência da torre do sistema electro-óp!co à frente do poço de trem de nariz e a existência do farol de busca instalado na parte inferior (intradorso) da asa esquerda. Internamente a configuração da plataforma concre!za-se pela instalação dos respec!vos equipamentos e sensores alojados debaixo do piso, pela introdução de consolas de controlo e os respec!vos armários de equipamentos e pelas inevitáveis ligações eléctricas, de dados, de oxigénio e de ven!lação. Consola de operação do sistema de missão - FITS (Full Integrated Tac cal System) O FITS é composto por dois vectores, um terrestre e um embarcado. O vector terrestre é composto por várias estações de trabalho onde se concre!zam acções de planeamento, de comunicações e de processamento da missão. Está equipada com um radar vocacionado para operação em ambiente marí!mo com capacidade de detecção de alvos de dimensões reduzidas, com modos de detecção ar-ar e de detecção meteorológica, MTI (Moving Target Indicator), classificação ISAR (Inverse Synthe!c Aperture Radar) e SAR (Synthetic Aperture Radar), entre outras que flexibilizam e op!mizam a gestão da informação ob!da. Possui um sistema electro-óp!co com a capacidade de obtenção de imagem em alta definição nos seguintes modos: infravermelho, TV (imagem colorida especialmente dedicada à operação diurna), TV Low Light (imagem colorida em condições de baixa luminosidade) e iluminador laser. Tem ainda a possibilidade de fornecer ao operador a posição actual da aeronave e a posição dos alvos, assim como a distância para estes.
Os equipamentos de que dispõe permitem a gravação de imagem em alta-definição, a gravação de todas as comunicações externas e internas, a gestão de base de dados de alvos, bem como enviar e receber informação através do conjunto dos sistemas de comunicação. Quem é a Agência FRONTEX? A Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (FRONTEX) tem por objec vo responder à exigência de melhorar a gestão integrada das fronteiras externas dos Estados-Membros da União Europeia, aplicando medidas, actuais e futuras, rela vas à gestão destas fronteiras, terrestres e marí mas, bem como aeroportos e portos marí mos, a que são aplicáveis as disposições do direito da União Europeia rela vas à passagem das fronteiras externas por pessoas. As principais tarefas da FRONTEX consistem em: Aspecto do interface de controlo de funcionamento do radar Esta plataforma está ainda equipada com um termómetro de precisão por radiação que disponibiliza ao operador a temperatura da super cie do mar, podendo esta ser registada de forma gráfica e/ou tabular. A cabine de pilotagem está munida de um Cockpit Display que permite à tripulação de cockpit estar graficamente informada da situação tác ca. Este equipamento permite algumas funções autónomas como a gestão de simbologia e de cartografia, e um canal de vídeo com a imagem do electroóp co. Imagem do Electro-óp!co em modo HDTV Cockpit da aeronave C-295M VIMAR 1. Coordenar a cooperação operacional entre EstadosMembros em matéria de gestão das fronteiras externas; 2. Elaborar um modelo de avaliação comum e integrada dos riscos e preparar análises dos riscos gerais e específicos; 3. Prestar assistência aos Estados-Membros para a formação dos guardas de fronteira, desenvolvendo normas comuns de formação e ministrando formação a nível europeu aos instrutores nacionais dos guardas de fronteira, organizando seminários e ministrando formação complementar aos funcionários das administrações competentes; 4. Acompanhar a evolução da inves gação em matéria de controlo e fiscalização das fronteiras externas; 5. Prestar assistência aos Estados-Membros confrontados com circunstâncias que exigem uma assistência operacional e técnica reforçada nas suas fronteiras externas; 6. Proporcionar aos Estados-Membros o apoio necessário no âmbito da organização de operações conjuntas de regresso. A FRONTEX pode u lizar os recursos financeiros da União Europeia disponíveis para o efeito, devendo iden ficar as melhores prá cas de afastamento dos nacionais de países terceiros em situação irregular nos Estados-Membros; 7. Destacar equipas de intervenção rápida nas fronteiras para os Estados-Membros confrontados com situações urgentes e excepcionais decorrentes, por exemplo, de um afluxo maciço de imigrantes ilegais.