INTERNACIONALIZAÇÃO DE ESTUDANTES DE ESCOLA DE PRESTIGIO EM CAMPO GRANDE-MS UMA ESTRATÉGIA DAS FAMÍLIAS.



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Transcrição:

INTERNACIONALIZAÇÃO DE ESTUDANTES DE ESCOLA DE PRESTIGIO EM CAMPO GRANDE-MS UMA ESTRATÉGIA DAS FAMÍLIAS. Solange Bertozi de Souza Gepase/UFMS e-mail: solangebertozi15@gmail.com Resumo Este trabalho tem como objeto a internacionalização de estudantes de uma escola de prestígio de Campo Grande-MS, busca identificar e analisar as estratégias desempenhadas pelas famílias em estudo no processo de escolarização dos filhos. Os dados utilizados foram coletados por um survey, disponibilizado on-line, para duas escolas ranqueadas no Enem do ano de 2009, em 1º e 3º lugar, respectivamente Colégio Bionatus e o Colégio Militar de Campo Grande. Foram apresentados neste trabalho especificamente os dados do Colégio Militar de Campo Grande. O survey foi coletado no período de setembro a dezembro de 2012. Para análises dos dados, operamos com Pierre Bourdieu e interlocutores. Estruturamos o trabalho em dois tópicos, a saber: no primeiro abordamos a relação família e escola e suas estratégias, com maior enfoque para as escolas e suas estratégias de internacionalização de estudos. No segundo tópico tratamos do uso da internacionalização de estudos, do intercâmbio e dos cursos de línguas como estratégia educacional. Além disso, focalizamos internacionalização do estudo e intercâmbio; realização de cursos de línguas no Brasil e intercâmbios no exterior. Os resultados sinalizaram que a internacionalização do estudo tem sido uma tendência mundial das famílias que tem utilizado desta estratégia para o preparo e desenvolvimento acadêmico e profissional de seus filhos. A escola também participa desta tendência quando estimula as famílias a isto, quando propicia contatos com instituições internacionais e quando divulga informações dos trabalhos internacionais dentro da própria escola. É então visualizada aqui uma estratégia desta escola para atingir seu público-alvo: o aluno e família. Consideramos com esta discussão que o tema é amplo e vem tomando uma proporção considerável no campo da Educação justamente pela quantidade de jovens no Brasil e no mundo que têm buscado este tipo de estratégia e que por isto, este tema não deve e nem pode ser de forma alguma desprezado em futuras pesquisas e trabalhos sobre a relação família-escola.

Abstract This paper focuses the internationalization of students from a prestigious school in Campo Grande-MS, seeks to identify and analyze the strategies undertaken by households in the study of children's schooling process. The data were collected by a survey, available online for two schools ranked matches in Enem of 2009, 1st and 3rd place respectively Bionatus College and Military College of Campo Grande. Specifically the data from the Military College of Campo Grande were presented in this paper. The survey was collected from September to December 2012. For data analysis, we operate with Pierre Bourdieu and interlocutors. The structure of the work has two main topics: the first approach the family and school relationships and their strategies, with greater focus on the schools and their internationalization strategies of study. The second topic dealt with the use of the internationalization of studies, exchanges of language courses as an educational strategy. In addition, the study focused internationalization and exchange; conducting language courses in Brazil and overseas exchanges. The results showed that the internationalization of the study has been a global trend of families who have used this strategy for the preparation and academic development of their children and professional. The school also participates in this trend when it encourages families when fosters contacts with international institutions and disseminates information when the international work within the school itself. It is displayed here then a strategy this school to reach the target audience: the student and family. We consider this discussion that the topic is broad and has been taking a considerable proportion in the field of Education just by the amount of young people in Brazil and around the world who have sought this type of strategy and for that, this issue should not and can not be means neglected in future researchs and works on the family-school relationship. Resumen Este documento se centra la internacionalización de los estudiantes de una escuela prestigiosa en Campo Grande-MS, busca identificar y analizar las estrategias emprendidas por los hogares en el estudio del proceso de escolarización de los niños. Los datos fueron recogidos mediante una encuesta, disponible en línea para dos escuelas partidas igualadas en Enem de 2009, primera y tercera posición respectivamente Bionatus College y Colegio Militar de Campo Grande. Específicamente los datos del Colegio Militar de Campo Grande se presentaron en este trabajo. La encuesta se recogió de septiembre a diciembre de 2012 para el análisis de datos, operamos con Pierre Bourdieu y los interlocutores. Estructurar el trabajo en dos temas principales: el primer enfoque de las relaciones familiares y escolares y sus estrategias, con mayor énfasis en las escuelas y sus estrategias de internacionalización de estudio. El segundo tema se refirió al uso de la internacionalización de los estudios, intercambios de cursos de idiomas como estrategia educativa. Además, el estudio se centró la internacionalización y el intercambio; la realización de cursos de idiomas en Brasil y los intercambios en el extranjero. Los resultados mostraron que la internacionalización del estudio ha sido una tendencia mundial de las familias que han utilizado esta estrategia para la preparación y el desarrollo académico de sus hijos y profesional. La escuela también participa en esta tendencia cuando se anima a las familias cuando fomenta los contactos con las instituciones internacionales y difunde información cuando el trabajo internacional dentro de la propia escuela. Se muestra aquí, entonces, una

estrategia de esta escuela para llegar al público objetivo: el estudiante y su familia. Consideramos que este debate que el tema es amplio y ha estado tomando una proporción considerable en el campo de la educación sólo por la cantidad de jóvenes en Brasil y en todo el mundo que han buscado este tipo de estrategia y por eso, este tema no debe y no puede ser significa descuidado en la investigación y el trabajo futuro en la relación familia-escuela. Palavras-chave: Internacionalização de estudos; escolas de prestigio; famíliasescolas. Apresentação do tema Este trabalho tem como objeto a internacionalização de estudantes de uma escola de prestígio de Campo Grande-MS, busca identificar e analisar as estratégias desempenhadas pelas famílias em estudo no processo de escolarização dos filhos. Os dados utilizados foram coletados por um survey, disponibilizado on-line, para duas escolas ranqueadas no Enem do ano de 2009, em 1º e 3º lugar, respectivamente Colégio Bionatus e o Colégio Militar de Campo Grande. Foram apresentados neste trabalho especificamente os dados do Colégio Militar de Campo Grande. O survey foi coletado no período de setembro a dezembro de 2012. Para análises dos dados, operamos com Pierre Bourdieu e interlocutores. Estruturamos o trabalho em dois tópicos, a saber: no primeiro abordamos a relação família e escola e suas estratégias, com maior enfoque para as escolas e suas estratégias de internacionalização de estudos. No segundo tópico tratamos do uso da internacionalização de estudos, do intercâmbio e dos cursos de línguas como estratégia educacional. Além disso, focalizamos internacionalização de estudo e intercâmbio; realização de cursos de línguas no Brasil e intercâmbios no exterior. Interlocução teórico-conceitual 1.Família, escola e suas estratégias Para melhor compreensão do que se propõe neste trabalho, serão explicitados a seguir os elementos pertinentes à sua problemática.

Segundo Bourdieu a família possui: Uma tendência a perpetuar seu ser social, com todos os seus poderes e privilégios, que é a base das estratégias de reprodução [...] estratégias econômicas e, por fim, estratégias educativas. (BOURDIEU, 1996, p. 35-36). Devido às estratégias existentes na família, é percebida a influência que a família possui no desenvolvimento humano, atingindo todas as esferas da vida cotidiana dos sujeitos. Uma definição sobre família é: A família é um conjunto de indivíduos aparentados, ligados entre si por aliança, casamento, filiação, ou, excepcionalmente, por adoção (parentesco), vivendo sob um mesmo teto. (BOURDIEU, 1996, p. 124). Bourdieu demonstra os fortes laços que aparecem na família e isto possibilita a reflexão de que ocorre um empenho por parte dos pais para que sejam reproduzidas as estratégias para os seus descendentes. Referente à importância da família na vida de um indivíduo, temos o comentário: Os membros de cada família participam na construção da trajetória familiar e é desta, circularmente, que depende a tendência do seu próprio trajeto individual. (SEGALEN, 1996, p.220) E complementa a referida autora citando o seguinte: Os sociólogos consideram os efeitos do prolongamento da esperança de vida na família, tanto na visão do casal como das gerações. Tanto na constituição do casal e no nascimento dos filhos, a família baseia-se na continuidade. (SEGALEN, 1996, p. 215). A esta visão de continuidade da família, é possível perceber a necessidade da transmissão de capitais, principalmente o capital cultural e o social. Relativo ao capital cultural, sua definição é: O capital cultural corresponde ao conjunto das qualificações intelectuais produzidas pelo sistema escolar ou transmitidas pela família. (BONNEWITZ, 2003, p. 53). Já a definição de capital social é assim apresentada: O volume de capital social de um indivíduo seria definido em função da amplitude de seus contatos sociais e da qualidade desses contatos, ou seja, das pessoas de sua relação. (NOGUEIRA et al, 2009, p. 43). No caso do capital social, assim como do capital cultural, pode-se conceber que a obtenção, manutenção e ampliação dos mesmos possuem uma forte influência familiar.

No que tange à relação entre gerações dentro da família, considera-se que: A presença simultânea de gerações assegura a transmissão de modelos culturais, desenvolve trocas numerosas e, mais geralmente, contribui para assegurar a reprodução social. (SEGALEN, 1996, p. 222). Aqui é reforçado o papel da família na reprodução das estratégias e esta constatação também é possível visualizar de maneira significativa no campo das estratégias educacionais, pois a reprodução do capital cultural ocorre na relação entre as estratégias das famílias e a lógica da instituição escolar. É observada a relação direta entre a organização familiar e a instituição escolar e como esta situação interfere no capital cultural. O papel da escola no desenvolvimento do aparelho econômico e como a mesma aparece como primordial, é ressaltado: Analisar a relação entre as leis de transformação do campo de produção econômica e as leis de transformação do campo de produção dos produtores, ou seja, a escola e a família, sendo que a escola tende a ocupar um lugar cada vez mais importante na medida em que o aparelho econômico se desenvolve e ganha uma complexidade cada vez maior. (BOURDIEU, 2008, p. 130). Para Bourdieu (2009) o investimento na vida escolar dos filhos perpassa pela visão que a família transmite aos mesmos, sendo que os investimentos na carreira escolar dos filhos integram-se no sistema das estratégias de reprodução, pois cada geração esforça-se para transmitir à próxima, os privilégios que já detém. Pode-se perceber na colocação acima, como a transmissão dos capitais e a incorporação dos mesmos pelos descendentes têm papel decisivo na formação acadêmica, intelectual, social, cultural, profissional e ética destes indivíduos. Desta forma, não é possível pensar em escolarização sem se remeter à estrutura familiar de um sujeito e é plausível supor que a família tem a tendência a buscar na escola os recursos necessários para atingir tais fins, possibilitando aos seus descendentes, maiores oportunidades de desenvolvimento. 1.1 Escolas e estratégias de internacionalização de estudos Relativo à questão das estratégias utilizadas pela escola para que os alunos obtenham o maior número de possibilidades de desenvolvimento intelectual, cultural,

entre outros, é enfatizada a importância do papel da escola no desenvolvimento do indivíduo: A escola não cumpre apenas a função de consagrar a distinção no sentido duplo do termo das classes cultivadas. A cultura que ela transmite separa os que a recebem do restante da sociedade mediante um conjunto de diferenças sistemáticas: aqueles que possuem como cultura (no sentido dos etnólogos) a cultura erudita veiculada pela escola dispõem de um sistema de categorias de percepção, de linguagem, de pensamento e de apreciação, que os distingue daqueles que só tiveram acesso à aprendizagem veiculada pelas obrigações de um ofício ou a que lhes foi transmitida pelos contatos sociais com seus semelhantes. (BOURDIEU, 2009, p. 221). Percebemos que a escola, assim como a família, tende a contribuir significativamente na reprodução da estrutura do capital cultural. Uma das estratégias da família e também da escola que pode ser utilizada com êxito para a obtenção, manutenção e ampliação de vários capitais e, principalmente, dos capitais: social e cultural é a possibilidade de envio dos estudantes para viagens e estudos no exterior. Prado (2010) considera que o período de estudos no exterior dos filhos, representa para os pais, uma estratégia para a obtenção de sucesso escolar por vários motivos: o primeiro é porque pode proporcionar bom desempenho no vestibular, também é uma opção mais fundamentada do curso universitário a seguir, ou ainda auxilia uma abertura cultural que vai possibilitar o estabelecimento de melhores relações com os estudos. Exemplificando esta situação, trazemos os dados e análises da pesquisa realizada no Colégio Militar em Campo Grande-MS, onde foi constatado que dos 23 alunos entrevistados, nos últimos três anos, 43% já viajaram para o exterior, adquirindo um conhecimento adicional que auxilia o aprendizado que a escola proporciona. Percebemos desta forma, que a busca por uma complementação do estudo possibilita um diferencial a mais para os estudantes referidos acima. Devido à importância deste tema, abordaremos a internacionalização do estudo e o intercâmbio e também a realização de cursos de línguas, como estratégias educacionais. 2 Internacionalização de estudo e intercâmbio

Neste tópico inicialmente discutimos à internacionalização de estudo, ressaltando que a mesma tem sido considerada pelos países em geral como sendo uma eficaz estratégia para se enfrentar o problema da concorrência mundial. A isto vemos: O fato é que nunca como hoje se consolidaram ao nível escolar, desde o ensino básico ao superior, tantas experiências de intercâmbio com instituições de ensino estrangeiras, tantos acordos e projetos com parceiros internacionais, tantas referências às vantagens da internacionalização dos estudos, como escreve a socióloga portuguesa Maria Manuel Vieira (2007, p. 12), num dos poucos trabalhos de que dispomos sobre o assunto. (NOGUEIRA ET AL, 2008, p. 357). Ainda, neste sentido, Almeida e Nogueira (2002) ressaltam que durante a última década, a internacionalização foi considerada uma das mais relevantes características da educação superior praticamente numa perspectiva no mundo todo. A respeito dos recursos simbólicos internacionais como investimento e sua vinculação com a internacionalização do estudo é mencionado: Estudos sociológicos recentes sobre as estratégias educativas de famílias socialmente favorecidas têm registrado um componente particular dessas atualizações e reconversões de capitais nos tempos atuais: o investimento em recursos simbólicos internacionais. Isso quer dizer que uma dimensão internacional do capital cultural parece emergir com força, nas últimas décadas, como alvo de investimento dessas camadas sociais ao pensar o presente escolar e o futuro profissional de seus filhos. (AGUIAR, 2009, p. 69). A referida autora destaca que a prática de envio dos filhos para estudo no exterior foi no passado uma excelente estratégia para obtenção de capital cultural e que, no momento presente, voltou com toda força: É sabido que uma prática comum entre as elites econômicas, desde o período colonial (Brito, 1996), era a escolarização no exterior, que se dava, em geral, no nível universitário. No entanto, as especificidades dessa nova atenção ao internacional são reveladas, atualmente, pelas diferentes modalidades de estratégias que visam à acumulação de bens simbólicos internacionais: elas ocorrem com muito maior freqüência, se estendem a novos grupos sociais e, além disso, se dão ao longo de todos os níveis de escolarização. (AGUIAR, 2009, p. 69). Relativo ao envio de filhos para estudo no exterior é enfatizado:

Em trabalho que analisa a construção do espaço de formação no Brasil, Brito (1996, p. 167) afirma que desde os tempos coloniais até nossos dias, um período de estudo no exterior sempre constituiu um recurso simbólico grandemente valorizado pelos brasileiros. Através de um estudo histórico, a autora mostra que a elite brasileira, há já alguns séculos, busca no exterior, espaços diferenciados de formação. (PRADO, 2010, p. 167). Dentro da perspectiva de internacionalização de estudo, uma boa opção é o intercâmbio, segundo Prado (2010) ele está incluso em um conjunto de estratégias educativas familiares com o intuito de aumentar o rendimento intelectual e escolar de seus filhos, como ainda contribuir para o seu processo de autonomia pessoal. Percebemos que os intercâmbios são utilizados como estratégia educativa familiar. Aguiar comenta sobre uma pesquisa realizada por Prado (2002) enfocando os intercâmbios: Prado (2002) investigou a prática dos intercâmbios de high school adotada por determinadas famílias da cidade de Belo Horizonte. [...] Como denominador comum do discurso dos pais, os resultados registram a preocupação específica com a realização pessoal dos filhos, sem prejuízo de expectativas relativas à abertura para o mundo, para as diferentes culturas, além de uma maior sensibilização aos bens culturais que a prática do intercâmbio supostamente acabaria por produzir. O recurso ao internacional aparece, nesses casos, associado à idéia de conversão de identidade e adesão ao espírito internacional. (AGUIAR, 2009, p. 73). Observamos a visão positiva de pais que proporcionaram intercâmbio aos seus filhos, salientando as vantagens desta prática tanto como uma satisfação pessoal dos filhos, como quanto isto acarreta benefícios no que se refere à questão dos bens culturais adquiridos. Temos aqui também o reforço de que as famílias se utilizam do intercâmbio como estratégia educativa. No trabalho de Prado é enfatizada a opinião da família no que se refere ao bem-estar dos filhos: Seria uma postura reducionista pensar os intercâmbios apenas como uma estratégia familiar utilitarista visando o sucesso escolar. No comportamento desses pais podemos perceber o que foi apontado por Nogueira (1998:127) como uma lógica que prioriza o bem-estar psicológico e o desenvolvimento harmonioso da personalidade do filho, tentando fazer dele um indivíduo feliz e realizado. [...] O que se busca, neste caso, é oferecer a ele uma experiência de vida que seja enriquecedora. (PRADO, 2010, p. 160).

Vemos aqui um ponto a ser destacado, é o fato da família se preocupar com o bem-estar dos seus filhos, pois além dos mesmos obterem um sucesso escolar, eles precisam sentir realizados com esta escolha, já que faz parte do conjunto de experiências que estes jovens levarão para o resto de suas vidas. A seguir discutiremos a idéia de se incentivar estudos de línguas estrangeiras com a possibilidade de proporcionar maior contato e principalmente maior preparo em outros idiomas. 2.1 Realização de cursos de línguas no Brasil e intercâmbios no exterior Uma grande maneira de ampliação de capitais e mais especificamente o capital cultural é por meio do aprendizado de outra língua: O indivíduo que domina, por exemplo, o padrão culto da língua aquele reconhecido como legítimo (correto) pelas instâncias às quais foi socialmente atribuído o direito e o dever de avaliar e classificar as formas de linguagem (sobretudo, a escola e os especialistas das áreas de linguagem) beneficia-se de uma série de vantagens sociais. O domínio da língua culta funciona como uma moeda (um capital) que propicia a quem o possui uma série de recompensas, seja no sistema escolar, seja no mercado de trabalho, seja até mesmo no mercado matrimonial. (NOGUEIRA et al, 2009, p. 35). O fato de o estudante ter a possibilidade de estudar uma língua diferente da sua, proporciona ao mesmo uma abertura maior no que se refere à melhoria nos relacionamentos sociais, profissionais e propicia um maior desenvolvimento cultural e intelectual. Referente ao uso do intercâmbio como recurso de aprendizado de outra língua, Prado (2010) coloca que os intercâmbios surgem como um consumo distintivo, proporcionando o estudo de uma língua estrangeira através da imersão nos países em que é falada. Para Prado (2010) o indivíduo que tem a oportunidade de fazer um intercâmbio, estará bem mais qualificado e preparado para enfrentar exames e conseqüentemente o mercado profissional ao voltar ao país de origem. Um ponto a ser destacado na questão do intercâmbio refere-se ao destino escolhido, ou seja, o país escolhido para realizar o intercâmbio: Quando consideramos apenas o caso dos estudantes participantes de intercâmbios de high school, os destinos parecem ser basicamente os mesmos. Os Estados Unidos constituíram o principal

destino dos intercambistas mineiros de 1997/1998, recebendo 57,4% dos estudantes, seguidos pela Inglaterra (13,2%), Canadá (10,3%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (2,9%). (NOGUEIRA, 2008, p. 363). ranking: De modo geral, os Estados Unidos aparecem como primeiro colocado neste Os Estados Unidos representam 70% do total das escolhas, que, somados ao índice da Austrália e da Nova Zelândia, passam a representar 80% dos países a que se dirigem. Como se vê, os intercâmbios dirigem-se, prioritariamente, a países de língua inglesa e, dentre estes, aos considerados de primeiro mundo. Esta expressão, aliás, aparece com freqüência nas entrevistas com os responsáveis pelas agências e nas entrevistas com os próprios intercambistas. (PRADO, 2010, p.167). Observamos que esta escolha está vinculada a ideia de melhor preparo para um mercado que exige domínio da língua inglesa. Neste sentido, percebemos que a língua mais valorizada internacionalmente é certamente a língua inglesa, e desta forma, é percebida uma tendência dos estudantes em procurarem países de língua inglesa para realizarem uma imersão maior neste idioma. Em referência à nossa pesquisa realizada no Colégio Militar em Campo Grande-MS, observamos nos resultados a visão do conhecimento em língua estrangeira dos estudantes da referida escola. Num total de 23 alunos entrevistados, 65% acreditam que seu conhecimento em língua inglesa é bom, 18% é razoável, 17% é fraco. Também temos os seguintes dados: Língua Espanhola, 4% consideram ter um bom domínio da língua, 39% um domínio razoável, 35% um domínio fraco e 22% nenhum domínio. No caso da Língua Francesa, dos 23 alunos, 83% não possuem nenhum domínio e 17% apresentam um domínio fraco. Os dados obtidos na referida pesquisa reforçam a afirmação de que a língua inglesa ainda é preferida pela maioria. Além disso, a forma de aquisição da língua estrangeira também exerce influência sobre as estratégias das famílias. É que hoje se encontra muito disseminada a ideia de superioridade do aprendizado das línguas estrangeiras no próprio país em que elas são faladas. Com efeito, diversos estudos no campo da lingüística aplicada apontam a existência de uma crença de que o lugar ideal para se aprender uma língua é o país do qual ela constitui a língua natal (Prado, 1995; Carvalho, 2000; Silva, 2001; Barcelos, 2001, 2004). (NOGUEIRA, 2008, p. 365).

Relativo à questão sobre o ideal de se aprender uma língua no próprio país natal, veremos a seguir uma discussão sobre como as escolas e os cursos de línguas administram esta crença perante pais e alunos, Aguiar (2009) traz uma situação vivida por Panayatopoulos (1997) que realizou um estudo sobre o segmento nobre do ensino secundário de Atenas e cujo objetivo era compreender possíveis mudanças em decorrência da globalização da economia e da internacionalização do mercado de trabalho utilizadas como estratégias de algumas famílias das classes favorecidas e de uma escola privada. Conforme Aguiar (2009), no que se refere à escola, foi concluído que a mesma proporcionava aos seus alunos uma preparação para as carreiras em um mercado transnacional. Esta preparação consistia em várias ações, como o acréscimo de horas de estudo de línguas estrangeiras, principalmente o inglês, como também de conferências relativas a sistemas econômicos e políticos de países da Europa, visitas a estabelecimentos escolares europeus e americanos e trocas de alunos. Estas práticas reforçam a relevância ao internacional na formação escolar dos alunos dessa instituição. Enfatizamos as ações empreendidas pela referida escola visando supor que o contato com situações de internacionalização podem auxiliar na construção do capital social e cultural dos estudantes e que estas práticas não deixam de ser estímulos para a realização de um intercâmbio cultural, por exemplo. Ao entrevistar famílias cujos filhos estudaram fora do Brasil, foi constatada no discurso dos pais, uma forte ênfase nas supostas vantagens dessa aprendizagem por imersão, da qual eles destacam dois grandes benefícios: a) Ela propiciaria uma assimilação mais ampla do contexto cultural do país (costumes, valores etc.); b) Ela proporcionaria a excelência no plano da oralidade: o falar fluentemente, sem sotaque, ou seja, com a naturalidade e a facilidade do autóctone. Assim, por suposto, aqueles que se beneficiaram da oportunidade de aprender/praticar uma língua in loco acabam por se distinguir daqueles que não puderam senão aprendê-la em seu próprio país de origem, de maneira escolar, formal e, portanto, imperfeita. (NOGUEIRA et al, 2008, p. 366). Por outro lado, o estudo de línguas estrangeiras, de modo geral, é utilizado satisfatoriamente como uma estratégia educacional. Na pesquisa feita no Colégio Militar, temos ainda a seguinte situação: dos 23 alunos entrevistados, nos últimos 12 meses, 61% fizeram algum curso extracurricular de língua estrangeira e apenas 39%

não fizeram. Foi perceptível a valorização do aprendizado de uma língua estrangeira. O que podemos considerar como nuclear em nossas análises é que a escola pode ter o papel de estimular alunos e pais a recorrerem a um estudo mais aprofundado a nível internacional visando a uma preparação maior para o mercado de trabalho. Resultados parciais Nosso intuito neste trabalho foi apontar alguns aspectos concernentes à questão da internacionalização do estudo como estratégias empreendidas por famílias e escolas na preparação de jovens para a manutenção e ampliação dos capitais, social e cultural. Desta forma, constatamos que alguns estudos sinalizam que a internacionalização do estudo tem sido uma tendência mundial das famílias que tem utilizado desta estratégia para o preparo e desenvolvimento acadêmico e profissional de seus filhos. A escola também participa desta tendência quando estimula as famílias a isto, quando propicia contatos com instituições internacionais e quando divulga informações dos trabalhos internacionais dentro da própria escola. É então visualizada aqui uma estratégia desta escola para atingir seu público-alvo: o aluno e família. No que tange aos capitais vinculados a este tipo de estratégia, é destacado: Os intercâmbios [internacionalização de estudo] seriam, portanto, uma das estratégias para a reprodução do patrimônio cultural e social da família. (PRADO, 2010, p. 165). Em síntese, consideramos com esta discussão que o tema é amplo e vem tomando uma proporção considerável no campo da Educação justamente pela quantidade de jovens no Brasil e no mundo que têm buscado este tipo de estratégia e que por isto, este tema não deve e nem pode ser de forma alguma desprezado em futuras pesquisas e trabalhos sobre a relação família-escola.

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