Newsletter Nº. 6. Março 2008. Política Energética Uma Política Verde?



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Transcrição:

A chamada Política Verde é actualmente um conceito vincado na conjuntura negocial e política. A ideia ambiente posiciona-se num espaço até agora dominado por uma orientação exclusiva para o lucro, alterando concepções negociais e tendências que industriais e investidores não podem deixar de acatar. Durante décadas, o petróleo foi o único mote da economia, e assim continua a ser; contudo, as preocupações ambientais têm tomado uma posição de destaque na interpretação do conceito de desenvolvimento, considerando o uso de recursos alternativos os denominados recursos renováveis e mostrando os potenciais benefícios e objectivos inerentes à sua utilização. Actualmente, a lei nacional e internacional traduz uma forte preocupação com a protecção ambiental e do sistema ecológico, em geral, porquanto as normas ambientais assumem uma força vinculativa, acarretando obrigações e responsabilidades que a chamada soft law apenas enunciava de forma generalizada. Os Estados e outras organizações internacionais têm assumido um papel activo na condução do processo de regulação da política ambiental e energética, estabelecendo regras no domínio da emissão de gases poluentes para a atmosfera, do consumo de energia, principalmente energia eléctrica, das águas e dos resíduos industriais, cujas determinações implicam uma alteração da conduta das grandes economias e indústrias. Política Energética Uma Política Com a aprovação do Protocolo de Quioto procurou definir-se directrizesbase para a determinação de uma política ambiental e energética comum que permitisse um desenvolvimento concertado e práticas justas de livre concorrência. Todavia, este Protocolo, como tantas outras convenções, acordos e recomendações, deverão ser ratificados e assinados pelos Estados para que possam vigorar plenamente nas respectivas ordens jurídicas, facto que não podemos ignorar; donde que os pressupostos de análise económica e social e das determinações e efeitos concretos dos referidos acordos e protocolos inerentes a este processo de confirmação, difere para um futuro

algo indeterminado a aplicação real e efectiva das regras discutidas e acordadas noutra sede. Neste contexto, Timor-Leste não é excepção ao cenário e às considerações tecidas supra. Como outros países, a eficiência energética timorense depende do uso do petróleo. Todavia, a política energética em curso, bem como os estudos a decorrer neste domínio, privilegiam a utilização de recursos energéticos alternativos, nomeadamente o uso de resíduos agrícolas, sementes e plantas determinadas, como principais fontes vocacionadas para a produção de energia, no âmbito de uma política equilibrada e conciliadora dos valores subjacentes ao desenvolvimento económico, por um lado, e da protecção ambiental, por outro. Timor-Leste apresenta uma grande diversidade e riqueza de recursos naturais, factor essencial para a implementação de projectos que possam estimular a economia, a eficiência energética e o desenvolvimento em geral, na prossecução dos necessários objectivos: atrair investimento de capital, criar emprego, transferir tecnologia e incentivar a formação. O primeiro passo da Política Verde está completo. A próxima fase requer o desenvolvimento dos melhores esforços na procura das soluções mais equilibradas para alcançar a autonomia energética e da forma mais justa de regular este sector de actividade. Sandra Guia Costa Legal Advisor O Presidente de Timor Leste e prémio Nobel da Paz foi alvejado perto da sua residência na manhã O Presidente de Timor Leste e prémio Nobel da Paz foi alvejado perto da sua residência na manhã de 11 de Fevereiro. O dia amanheceu com as noticias chocantes de uma tentativa de assassinato deste simbolo da Nação. As nossas preces repousam com o nosso amigo e presidente. A equipa da CRA Timor acredita piamente que é também uma responsabilidade de toda a comunidade internacional em dar as mãos e suportar os esforços de estabilidade mantendo a esperança num futuro para todos. Toda a violencia deve ser seriamente condenada e abandonada por aqueles que carecem de visão para suportar a democracia e o respeito pela vida. Sua Excelência o Presidente Ramos Horta está a recuperar bem dos seus ferimentos, temos esperança que Timor saberá recuperar dos seus traumas e incertezas passados, o tempo de assegurar um futuro chegou para todos e é agora. Desejamos a Sua Excelência o Presidente uma rápida e completa recuperação. Acreditamos que Timor-Leste receberá Vª Exª com braços abertos e uma resposta forta contra aqueles que escolhem os caminhos errados. Em nome da Equipa da CRA Timor: Miguel Carreira Senior Legal Advisor

CRA Timor celebra o II Aniversário Março 2008 No passado dia 18 de Janeiro decorreu o Jantar de Gala do II Aniversário da Sociedade de Advogados - CRA Timor. A Cerimónia decorreu no grande salão do Hotel Timor e contou com a presença de dois nomes de peso provenientes da estrutura internacional da CRA. Rui Botica Santos, fundador do escritório de Timor-Leste, especialista em direito mineiro e arbitragem internacional, e António Martins da Cruz, ex-ministro dos negócios estrangeiros de Portugal e consultor da CRA para os assuntos internacionais, fizeram notar a sua presença em Dili realizando encontros com todas as forças vivas de Timor-Leste transmitindo uma mensagem de confiança e trazendo na agenda uma carteira substancial de investimentos e novos projectos para o desenvolvimento da nação. O recente alargamento da CRA através da integração de advogados australianos e a presença de emissários do exterior durante a semana do aniversário criou em toda a cidade o ambiente propício para o que viria a ser uma grande noite de celebração e beleza. O hall de entrada do Hotel Timor encontrava-se inundado pelos mais de 140 convidados envergando o traje formal que tinha sido solicitado para a ocasião. Entre os convidados podiam encontrar-se personalidades da actualidade timorense, empresários, diplomatas e membros do Governo que não perderam a oportunidade para homenagear com a sua presença o trabalho desenvolvido pelos profissionais da sociedade mais influente na area de serviços jurídicos. Apesar da extensa lista de convidados, Miguel Carreira, lider da CRA em Timor, comentou: Lamentamos imenso não ter sido possível convidar todos os amigos e colaboradores da sociedade, se dependesse da CRA, teriamos convidado o dobro das pessoas presentes. A história desta sociedade tem sido assente nos valores humanos e em relações de confiança com os nossos clientes, são a maior riqueza do Homem no século XXI. A todos eles dedicamos este dia, Timor-Leste e a CRA Timor estão de parabens. A cerimónia decorreu com discursos de Rui Botica Santos, Martin Breen e foi encerrada com o discurso de António Martins da Cruz. De seguida foram galardoadas algumas das personalidades que contribuiram para a já rica história desta sociedade, Hugo Campaniço, antigo lider residente da CRA, José Guterres, jurista, e Verónica Maia Barros, secretária geral do gabinete jurídico da Timor Telecom. No final do evento, Rui Botica Santos estava visivelmente agradado com o decorrer da noite e comentou: Timor- Leste foi para nós uma aposta que, no início de 2006, mais ninguem abraçou. Depositámos a nossa confiança nesta nação e foi com coragem que nos entregámos ao trabalho e ao desenvolvimento da nossa actividade. É com enorme alegria que hoje constato que o País se juntou aqui para nos devolver um pouco dessa entrega e dessa dedicação. A CRA realiza-se sobretudo através da recolha de do capital humano que angariamos na relação com os nossos clientes, Timor- Leste é um caso de sucesso e a recompensa para quem sempre acreditou neste povo. A equipa CRA com o Presidente Ramos Horta

Mi Tung A longa viagem até Dili Março 2008 Nasci em Timor-Leste em 1988 e fui educado em Dili onde vivi a maior parte da minha vida. A minha família é originaria de Guangzhou, perto de Hong-Kong, o meu avô viajou para Timor-Leste para trabalhar na fazenda colonial pertencente a um Português. Sou conhecido como Mi Tung, mas o meu nome oficial é José António. Como a maioria dos imigrantes chineses, usamos um segundo nome chinês. Depois de terminar os meus estudos em 2006 viajei para a Australia um ano para estudar inglês e viver com os meus parentes que vivem lá. Quando regressei a Timor, face à minha facilidade de comunicar em Inglês, Mandarim e Tetum foi-me concedida a oportunidade de trabalhar com a CRA como administrativo. A comunidade empresarial chinesa em Timor-Leste é importante no tecido económico do país, a maioria das familias chinesas existentes são de segunda e terceira geração, apesar de manterem-se fieis às suas raízes. Apesar de pessoalmente ainda não me ter decidido por um rumo profissional específico, sinto-me feliz por trabalhar e ganhar experiencia neste novo trabalho. O conhecimento adquirido é uma riqueza que nunca nos abandona. Mi Tung Administrativo A minha viagem até Dili foi longa mas foi um destino que me fascinou desde a minha infancia. Em 1975, como um jovem adolescente lembro-me da chegada dos refugiados vindos de Timor, acompanhados por muitos exmilitares portugueses, num navio mercante que desembarcou em Darwin. Tornei-me amigo de algumas dessas pessoas, frequentavam a escola comigo e com o decorrer do tempo fui aprendendo mais sobre Timor. Foi por mero acaso que em 1992, quando estava em Timor-Oeste a estudar a língua indonésia (Bahasa), que surgiu a primeira oportunidade para visitar Timor-Leste no momento da primeira abertura de fronteiras a estrangeiros. Recordo-me de descer a Rua de Colmera (centro de negócios de Díli e local do nosso actual escritório) pensando como teria sido se Timor- Leste tivesse obtido a sua independência. Naqueles dias a independência do território era uma mera miragem, a Indonésia não tinha intenções de sair de Timor-Leste. Mal podia imaginar que anos mais tarde seria Associado de um Escritório de Advogados trabalhando com Portugueses num dos principais edifícios de Díli, nem imaginaria que antes disso seria ainda administrador de uma das provincias de Timor-Leste. Sabemos agora que a Indonésia retirou de Timor-Leste em 1999 concedendo a administração do território às Nações Unidas. Nessa altura da minha vida estava interessado partir da Austrália para encontrar um novo desafio na minha vida. Foi sem pensar duas vezes que me candidatei a uma posição na missão da ONU para Timor-Leste. Alguns meses mais tarde era apontado Administrador do Distrito de Liquiçá. Quando terminei a minha cooperação com a ONU não foi necessário esperar muito para que surgissem mais oportunidades para prestar serviços junto de várias entidades privadas. Necessitavam de um elo de ligação com as autoridades internacionais da ONU na resolução e mediação de vários assuntos. Não recusei a oportunidade de continuar a desenvolver o país, gostava de estar em Timor, planeei ficar mais seis meses passaram 7 anos. Aqui e ali planeei partir, mas à medida que o leque de clientes se alargava e incorporava parceiros locais a hipotese de sequer gozar férias foi afastada. Foi com o intuito de melhorar os meus serviços que aderi à CRA Timor. Um bom casamento em que o velho e o novo mundo se juntam e funcionam surpreendentemente bem como um pacote único e homogéneo. Hoje, se me perguntarem quanto tempo mais ficarei em Timor, posso dizer que não faço ideia, o tempo em Timor-Leste é relativo. Mas assim é a vida, fazemos planos a longo prazo para manter um rumo, e abrimos os olhos a oportunidades imediatas que surgem para nos mantermos flexíveis. Martin Breen Senior Legal Advisor and Partner

Contacto Morada: Avenida dos Direitos Humanos, Lecidere Office Center 101 to 103, Lecidere, Dili, Timor-Leste Telem.: (+670) 733 20 30 Telef. : (+670) 332 53 60 Fax: (+670) 332 53 90 E-mail: cratimor@cratimor.com Website: www.cratimor.com The material set out herein is for information purposes only and does not constitute legal or professional advice. No responsibility will be accepted for loss occasioned directly or indirectly as a result of acting, or refraining from acting, wholly or partially in reliance upon information contained herein.