Plataforma colaborativa para adoção de medidas de adaptação às alterações climáticas no sector industrial e dos serviços



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Transcrição:

Plataforma colaborativa para adoção de medidas de adaptação às alterações climáticas no sector industrial e dos serviços Armando Silva Afonso, ANQIP Lisboa, 16 de Setembro

Estrutura da apresentação Motivação Enquadramento Objetivos Principais ações Resultados e tarefas em curso Considerações finais

Motivação Desenvolver uma rede de conhecimento e experiência com vista ao diagnóstico, estudo e à consequente adoção de medidas de adaptação às alterações climáticas no setor industrial e dos serviços, com enfoque no edifício e respetivas envolventes.

Enquadramento É urgente despertar o tecido empresarial para a necessidade da avaliação de riscos e vulnerabilidades associadas a fenómenos climáticos extremos, bem como para a necessidade de adotar medidas eficazes de adaptação às alterações climáticas e aumento da resiliência.

Enquadramento Este projeto prevê a criação de uma rede de colaboração e de troca de experiências sobre o tema, com a qual se pretende abranger um largo espectro territorial e setorial; Diversas entidades serão convidadas a integrar esta rede de colaboração e a participar, de uma forma ativa, na alocação de informação útil; Estão previstas ainda a realização de ações de campo, o estabelecimento de medidas de adaptação e de aumento da resiliência dos edifícios, bem como a preparação e validação de ferramentas de apoio.

Objetivos Sensibilizar o tecido empresarial para a necessidade de proceder à avaliação de riscos e vulnerabilidades associadas a fenómenos climáticos extremos e para a necessidade de adotar medidas de adaptação eficazes, apoiadas na partilha de conhecimento. Estabelecer estratégias que contribuam para aumentar a resiliência às ações climáticas por parte do tecido produtivo e dos serviços, com enfoque no edifício e respetivas envolventes.

Principais ações Diagnóstico à situação atual e identificação de variáveis críticas Estabelecimento de medidas de adaptação e de aumento da resiliência Desenvolvimento de uma rede de colaboração assente numa plataforma funcional Desenvolvimento e validação de ferramentas de apoio Realização de ações de formação e sensibilização Implementação de ferramentas de monitorização

Diagnóstico Informação obtida a partir do tratamento dos inquéritos distribuídos (fase de recolha ainda em curso). Origem das respostas Abrangência territorial 53% 47% Indústria Serviços 13% 67% 20% Norte Centro Sul

Diagnóstico 80% das entidades que responderam ao inquérito reconhecem que a sua atividade já foi afetada por ações climáticas extremas. Ações climáticas Principais impactes 24% 5% 38% 4% 14% 11% 29% 33% 21% 21% Ventos fortes Precipitação intensa Ondas de calor e secas prolongadas Outras Queda de objetos, equipamentos ou estruturas Afetação da segurança de infraestruturas Falha de abastecimento de energia Falha de abastecimento de água Inundações outras

Diagnóstico 34% das entidades que responderam ao inquérito reconhecem já ter identificado ou implementado medidas de adaptação às alterações climáticas. 15% 14% 28% 43% Redimensionamento da drenagem de águas pluviais Aumento da eficiência hídrica Diminuição da dependência energética Reforço da estabilidade estrutural

Ferramentas De acordo com o diagnóstico efetuado, cerca de 25% das entidades refere as ondas de calor e a decorrente escassez de água (seca prolongada) como um dos principais problemas que afetaram a sua atividade. Na verdade, a Bacia Mediterrânica é uma das zonas do planeta mais expostas a este tipo de impacto das alterações climáticas.

Ferramentas Assim, uma das ferramentas prioritárias (cujo desenvolvimento já se encontra concluído) tem a forma de uma calculadora que permite avaliar e classificar (rotular) os edifícios administrativos ou de serviços de apoio à indústria em função da sua eficiência no uso da água potável, correlacionando uma elevada eficiência hídrica com uma maior resiliência neste âmbito.

Ferramentas A calculadora baseia-se numa metodologia anteriormente desenvolvida pela ANQIP para edifícios residenciais, e foi devidamente adaptada para a tipologia de edifícios em causa no âmbito do projeto AdaptIS, disponibilizando assim aos interessados uma ferramenta que lhes permite avaliar e introduzir melhorias na eficiência no uso da água nos seus edifícios, promovendo um aumento da sua resiliência face a situações de escassez do recurso, motivada por ondas de calor excecionais.

Ferramentas Entendeu-se que o modelo não deveria abranger os processos fabris propriamente ditos, dado que a grande variabilidade destes processos não torna viável o desenvolvimento de uma calculadora tipo que sirva genericamente todos os edifícios destas tipologias. Contudo, a metodologia apresentada é facilmente generalizável e permite a sua adaptação para avaliação de um edifício/processo industrial, se tal for julgado de interesse numa situação particular.

Ferramentas A ferramenta pondera não só um uso mais racional da água potável (aumento da eficiência no uso), mas também o recurso a fontes internas alternativas (reutilização da água, etc.). Categoria Resiliência Consumo de água potável da rede pública (c) (litros/(utilizador.dia)) A++ máxima 0 < c 20 A+ superior ao recomendado 20 < c 25 A recomendado 25 c 30 B inferior ao recomendado 30 < c 40 C baixa 40 < c 55 D muito baixa 55 < c 75 E extremamente baixa c > 75

Rede colaborativa Abrangência territorial e setorial Roadmap de casos de estudo Plataforma adaptis Cooperação entre entidades Principais características da plataforma funcional que auxiliará na construção da rede colaborativa Fórum de discussão Participação voluntária e não discriminatória Transferência de conhecimento

Considerações finais Com este projeto, o ITeCons e a ANQIP pretendem que a plataforma adaptis sirva de fator agregador e difusor de conhecimento útil sobre a adaptação às alterações climáticas no setor industrial e dos serviços, com enfoque no edifício e na sua envolvente.

http://www.itecons.uc.pt/projectos/adaptis/ This project benefits from a 79.672,00 grant from Iceland, Liechtenstein and Norway through the EEA Grants.