ANÁLISE DO IMPACTO DOS MOMENTOS FORMATIVOS PROPORCIONADOS PELO PIBID-Bio/FACEDI NO FAZER DOCENTE DOS BOLSISTAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (ID).



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Transcrição:

ANÁLISE DO IMPACTO DOS MOMENTOS FORMATIVOS PROPORCIONADOS PELO PIBID-Bio/FACEDI NO FAZER DOCENTE DOS BOLSISTAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (ID). Leilane Alves de Melo (1); Mário Cézar Amorim de Oliveira (1) 1. Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Faculdade de Educação de Itapipoca, Universidade Estadual do Ceará (FACEDI-UECE). E-mail: leilane_bio@outlook.com RESUMO O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) proporciona aos futuros docentes um contato direto com a realidade escolar, além de promover a qualificação do professor e a valorização do magistério. O subprojeto do PIBID de Biologia da Faculdade de Educação de Itapipoca tem como tema Formação de professores de Biologia para abordagem de temas controversos: o uso de estratégias inovadoras em contextos multiculturais. São muitos os temas tidos como controversos, por este motivo foram aplicado questionários nas escolas parceiras para descobrir qual tema menos era debatido pelos professores e que eles gostariam que fossem discutidos em sala, nesta perspectiva, obtivemos como tema escolhido: Sexualidade na Escola. Neste sentido, por se tratar de um tema controverso e que em geral os professores não encontram maneiras de aborda-lo em sala, os coordenadores perceberam a necessidade de aperfeiçoar seus bolsistas com novas metodologias de ensino que pudessem auxiliar na ministração das palestras dos bolsistas ID nas escolas, como também em suas futuras aulas enquanto professores, foram ministrados minicursos sobre: oratória, fanzine e literatura de cordel, por convidados especialistas no assunto, com momentos teóricos e práticos. Tratase de uma pesquisa autobiográfica, tendo como objeto de pesquisa os diários reflexivos produzidos ao longo do projeto. Este estudo tem por objetivo mostrar as contribuições desses minicursos na formação dos pibidianos e na abordagem da temática escolhida durante as palestras na escola. Palavras-Chave: Formação Docente, PIBID, Momentos Formadores. INTRODUÇÃO O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) tem como principal objetivo a formação de professores, inicial e continuada, além da valorização do magistério. É um projeto financiado pelo Ministério da Educação (MEC) gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (CAPES), que visa à

formação e o aperfeiçoamento de docentes que atuam na educação básica, trata-se de um programa realizado na parceria entre Instituições de Nível Superior (IES) e Escolas da Educação Básica da Rede Pública de Ensino. O PIBID-Bio/FACEDI, vinculado ao curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), campus da Universidade Estadual do Ceará (UECE) situado na Região Norte do Estado, cujo subprojeto é intitulado Formação de professores de Biologia para abordagem de temas controversos: o uso de estratégias inovadoras em contextos multiculturais ofereceu aos seus bolsistas de iniciação à docência (ID), formações que pudessem auxiliá-los a implementar as atividades do subprojeto nas três escolas parceiras, pertencentes à rede estadual de ensino médio. Para Panis, Neto e Ramos (2014), ser professor requer saberes e conhecimentos pedagógicos, científicos e criatividade para enfrentar as situações presentes nas escolas, devendo os profissionais estar sempre preparados para as mudanças no ensino e a mobilizar (novos) saberes necessários, buscando constante desenvolvimento profissional. Menezes, Paula e Paixão (2014) argumentam que o sistema de ensino tradicional impera em grande parte das salas de aula brasileiras, não havendo uma diversificação de atividades e de recursos didáticos, o que contribui para a desmotivação dos estudantes. Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologias educacionais (práticas pedagógicas diversificadas), que motivem a aprendizagem, que sejam acessíveis, modernas, de baixo custo e que levem a formação de cidadãos críticos, reflexivos e contextualizados. Nesse contexto, atuar no PIBID pode colaborar com a formação dos futuros professores possibilitando um contato mais direto e eficiente, com a docência; já que para Silva et.al. (2014), a disciplina de metodologia e os estágios supervisionados são insuficientes para que o graduando construa sua identidade docente. No primeiro semestre de 2014, com o objetivo de incrementar o repertório docente dos bolsistas ID com diferentes perspectivas de ensino, o PIBID-Bio/FACEDI promoveu três minicursos formativos, sendo eles: Oratória, Fanzine na Educação em Sexualidade e Literatura de Cordel Linguagem, comunicação e sexualidade. Foram

convidados três professores, na qual, para cada minicurso pudemos contar com a ministração de alguém que é especialista no assunto para trabalhar estas estratégias junto aos bolsistas. A oratória diz respeito em como falar em público, ou seja, toda parte de gesticulação, textualização, fluência verbal e estilo tudo isto está englobado nesta técnica (SANTOS, 2011). Ela retrata não somente os gestos, como também a fala. Para Santos (2011), a oratória é uma ciência tão antiga e ao mesmo tempo ainda tão pouco utilizada no nosso dia-a-dia, e por incrível que pareça inclusive nas universidades e faculdades do nosso país. Segundo o mesmo autor o medo de falar em publico é a maior fobia das pessoas relatadas em sue artigo por uma pesquisa brasileira e outra americana. É importante ressaltar que a oratória é essencial para a careira do professor, é preciso ter uma boa oratória para enfrentar os diversos tipos de situações que surgem em sua vida docente. O sentido das palavras, em geral é decifrado pela maneira em que ela é interpretada, pronunciada e tonalizada. As linhas gerais, um gesto fala mais palavras. Durante um pronunciamento, aula, palestra, ou qualquer outra atividade que envolva falar em público, é necessário policiar sua linguagem, sentimentos e seus comportamentos. A comunicação expressa a capacidade de um indivíduo relacionar-se com outro. Ela promove o entendimento entre pessoas e nações; mas também, quando não efetivada integralmente, pode ser motivo de dissensões, guerras e até morte (SOBRINHO, p. 7, 2012). Vasconcelos (2002) em seus estudos sobre Quintiliano, que é um grande educador em oratória, trás algumas contribuições sobre esta arte, segundo ele a arte de falar em público não deve ser vista apenas como uma forma de persuasão do ouvinte, mas para ele a voz é um grande aliado do professor, pois exerce influencia no ensino, falar bem motiva o aluno ao hábito da oratória. A voz não deve impor medo, mas respeito. A oratória é de fundamental importância para a capacitação dos profissionais e estudantes, sendo fundamental para o sistema de ensino de qualidade, começando a princípio nas bases da educação formando profissionais atualizados, preparados e conscientes. Não se sabe ao certo quem inventou o Fanzine, muito menos quando foi confeccionado o primeiro fanzine no mundo, a fanedição tem como marco inicial a produção de zines eram feitos com assuntos ligados a ficção cientifica, eram fãs que queriam

compartilhar ideias com outras pessoas a cerca deste tema. Eles se reunião para fazer um compartilhamento de seus zines, eles poderiam criar suas próprias histórias e personagens e se divulgar por meio dessas revistas artesanais, esses fãs divulgavam seus fanzines com outros e assim formavam uma rede de comunicação através dos fanzines. Este nome se deu por meio de sua origem, de inicio era uma revista de fãs de ficção cientifica, por isso o nome Fanzine, a diminuição e junção das duas palavras: Fanatic (fãs) e Magazine (Revista). Tecnicamente falando, fanzines são revistas artesanais, onde todo o processo, desde a produção até a distribuição, é realizado pelo seu autor. Não visam á obtenção de lucro, podendo ser reproduzidas em fotocopiadoras (ou qualquer outro modo que permita que seja possível uma pequena tiragem) (MARANHÃO, p. 41, 2012). Ao longo do tempo o fanzine se difundiu no mundo, além de ter se renovado e agora não apenas impressos eles podem ser encontrados também em meios digitais, o que tem facilitado ainda mais a divulgação dos trabalhos maravilhosos dos faneditores e desta arte que é a fanedição. Assim como no inicio de seu surgimento o fanzine funciona como meio de divulgação de algo, e é uma ótima ferramenta para os professores, se capacitados para fazêlos. O cordel é uma literatura bastante popular em todo o Nordeste, ele apresenta uma linguagem popular e de comum compreensão, mas é importante ressaltar que esta não é oriunda do Brasil, ela tem veio de Portugal e teve início no estado da Bahia, sua aceitação foi tamanha que ganhou os corações do povo nordestino, na qual, possui grandes cordelistas reconhecidos pelo mundo. Atualmente, cordéis são encontrados com facilidade em grandes capitais e cidades do interior nordestino. Um dos aspectos mais relevantes desse tipo de literatura é o fato de retratar a relação entre os atores sociais, sua historicidade, identidade, sua língua, seus espaços e tempos. Por utilizar em seus folhetos uma linguagem simples e popular, o cordel encanta e facilita a compreensão por parte dos leitores. Entretanto, em sua simplicidade, os cordéis abordam temas de caráter informacional, permeando educação, saúde, meio ambiente, entre

outros. Mas, mesmo sendo bastante difundido no meio popular, sua aplicação direta na educação ainda é tímida, perdendo um pouco de sua potencialidade informativa, deixando de ser explorado e difundido no meio acadêmico (MENEZES; PAULA; PAIXÃO, 2014). O cordel tem grandes influencias no imaginário popular e é um grande aliado na compreensão e de abordagem de qualquer assunto, podendo se tornar um grande aliado do professor na ministração de suas aulas. METODOLOGIA Esse trabalho é de natureza qualitativa, constituindo-se de uma pesquisa autobiográfica realizada a partir de registros da primeira autora de sua participação como bolsista ID presentes em seu diário reflexivo, escrito durante os momentos de formação oferecidos pelo PIBID-Bio/FACEDI. De acordo com Frison e Simão (p.198-199, 2011) a (auto)biografia é uma abordagem que possibilita aprofundar a compreensão dos processos de formação. Para Abrahão (2003), Souza (2010) e Aliança (2011), a pesquisa autobiográfica, ou abordagem biográfica, é uma forma de analisar criticamente as vivências no ramo educacional, buscando a ressignificação de sua atuação profissional, visando à melhoria de suas práticas docentes. RESULTADOS E DISCUSSÕES O PIBID-Bio/FACEDI, por meio de um questionário com alunos das três escolas parceiras do projeto, procurou investigar qual tema controverso era menos debatido em sala pelos professores de biologia e qual eles tinham interesse em estudar sobre. A controvérsia sociocientíficas que prevaleceu sobre as outras foi os temas polêmicos relacionados à sexualidade humana. Os coordenadores do projeto percebendo a dificuldade que os bolsistas ID iriam encontrar para abordar tais temáticas, oportunizaram estudos de textos seguidos de discussões, além de três minicursos que iriam contribuir em formas mais práticas de trabalhar os temas e de como nos portar frente aos alunos na hora de abordar temas como: homossexualidade, gravidez na adolescência, virgindade, DST, gênero, preconceito,

discriminação, etc. Nas quartas-feiras de 21 e 28 de março de 2014, tivemos um minicurso de oratória com um professor da faculdade, especialista no assunto, no qual aprendemos a aperfeiçoar a nossa voz, adequando-a para cada ocasião, a forma certa de falar e o principal a usar máscaras, isso mesmo, usar mascaras. Esta por sua vez, ajudar quando o professor ou palestrante é acometido por uma pergunta indiscreta, ou inesperada. Também poderá ajudar a não demostra sentimentos aos alunos ou ouvintes, sejam eles: raiva, medo, tristeza, entre outros. A oratória ajuda a ter um domínio de turma, a não querer disputar espaço e poder com o aluno, mas mostrar que você é comandante da turma e que deve ser respeitado. (Imagem 01) De acordo com Sobrinho (2012), a receita para se tornar um bom orador é ter: autoconfiança; humildade; expressão corporal, acrescido de uma boa voz; riqueza de vocabulário e entusiasmo. A voz determina a própria personalidade de quem fala. Se estamos tristes, apressados, seguros, etc. a primeira identificação desse comportamento é transmitido pela voz (SOBRINHO, 2012, p. 15). Por este motivo torna-se importante analisar e estudar a forma correta de expressar-se por meio da fala, usando esta como aliada do fazer docente. Nas noites de 4, 9 e 18 de junho do mesmo ano, ocorreram as oficinas de fanzine no auditório da FACEDI/UECE. A ministrante, coordenadora do curso de Pedagogia da FACEDI, conseguiu alimentar a admiração por essa arte; após a aula teórica e de nos mostrar diversos trabalhos ela pediu para que formássemos grupos para produzir o nosso próprio fanzine, foi muito bom. Eu fiquei maravilhada quando na semana seguinte ela nos mostrou o nosso trabalho pronto, foi tão lindo e gratificante ver ali nossas ideias impressas em papeis, sabendo que fomos nos que ajudamos a produzir, que contribuímos e que tem uma parte dos nossos pensamentos dentro daquele fanzine, cuja temática foi sexualidade, já que era o tema foco de nossas palestras, nomeado Coisas de Escola, o segundo foi Século XXI e ficou ainda melhor. Neste momento você se torna o autor, e não há nada mais maravilhosos do que poder contar e criar suas próprias histórias, de transmitir aquilo que se acredita, o que se passa dentro do seu ser. (Imagem 02)

Segundo Maranhão (2012), o fanzine é um meio de comunicação atrativo ao público e que formas simples tem tornado além de um enlace cultural uma ferramenta de ensino. Onde se estar livre para criar suas próprias histórias, além de ser uma produção fácil e de baixo custo, é um meio de ensino que se bem produzido torna-se bastante atrativo aos leitores. No dia 12 de julho de 2014, uma professora da rede estadual de ensino médio, ministrou o curso Literatura de Cordel Linguagem, comunicação e sexualidade. A partir deste minicurso podemos conhecer um pouco mais deste tipo de texto que abrange vários gêneros, são poemas rimados que abordam assuntos diversificados. Vimos na literatura de cordel uma nova forma de trabalhar o ensino com os nossos futuros alunos, além de despertar a criatividade é uma forma de está repassando conhecimento. Aprendemos várias coisas a cerca dessa linguagem tão fascinante e dinâmica que é o cordel, uma verdadeira arte. (Imagem 03) Menezes, Paula e Paixão (2014) corroboram com estes pensamentos, à medida que vem pontuar a importância da inserção da literatura de cordel como uma metodologia de ensino, que só vem acrescentar nas aulas de Biologia, e quando feita de forma correta só tende a melhorar o dialogo entre o ensino/aprendizagem. Imagem 01 Imagem 02 Imagem 03

O que a priori deveria ser complicado, se tornou mais fácil, trabalhar os temas relacionados à sexualidade humana se tornou natural aos bolsistas, pode-se observar a evolução de todos que participaram desses momentos de formação. Durante os estudos foram perceptíveis às evoluções alcançadas pelos bolsistas, tanto os de iniciação a docência, como também os professores supervisores (formação continuada) durante as ministrações das palestras, resultando o conhecimento e aprendizado de novas metodologias de ensino. A produção de fanzines também sofreu evoluções positivas, além de ter sido um meio de ensino considerado novo tanto para alguns bolsistas como também para os alunos que os receberam, onde o interesse pela revista, pois muitos nunca tinham sequer ouvido falar sobre o fanzine, os leram com mais apreço. Imagem 04

CONSIDERAÇÕES FINAIS Os minicursos possibilitaram aos bolsistas conhecer novas formas de transmissão de conhecimentos, que fossem ao mesmo tempo esclarecedoras e que chamassem a atenção dos alunos. O aprendizado adquirido foi utilizado durante a realização das palestras nas escolas, e acredito continuar servindo de ajuda aos bolsistas de iniciação à docência quando estiverem em pleno exercício em sala de aula. Após desenvolvermos as atividades e palestras nas escolas, pudemos perceber as contribuições dos minicursos para o projeto. Ao utilizar a máscara, como ensinado no minicurso de oratória, ocultando a timidez e o medo e mostrando segurança ao falar, além de uma postura de professor, percebemos que conseguimos obter o respeito e a confiança dos alunos. Os fanzines confeccionados foram um importante meio de divulgação do nosso trabalho, os quais nos permitiram ser autores e explorar nossa criatividade. Da mesma forma, fazendo uso da Literatura de Cordel pudemos trabalhar temas considerados de difícil compreensão e deixá-los de tal forma que puderam ser compreendido por todos. Os minicursos oferecidos pelo PIBID-Bio/FACEDI muito acrescentaram na minha formação para a docência e contribuíram para o desenvolvimento do projeto de tal forma que a evolução dos bolsistas ID e de suas metodologias de ensino refletiram na qualidade evidenciada em suas palestras e no amadurecimento profissional dos mesmos. REFERÊNCIAS ABRAHÃO, M. H. B. Memórias, narrativas e pesquisa autobiográfica. Histórias da Educação, ASPHE/FaE/UEPel, Pelotas, n. 14. p. 79-95, set. 2003. ALIANÇA, P. Pesquisa (auto)biográfica e (auto)formação crítica do professor de língua inglesa. HOLOS, ano 27, vol. 4, set. 2011. FRISON, L. M. B.; SIMÃO, A. M. V. Abordagem (auto)biográfica narrativas de formação e de autorregulação da aprendizagem reveladas em portfólios reflexivos. Educação, Porto Alegre, v. 34, n. 2, p. 198-206, maio/ago. 2011. MARANHÃO, R. Q. Fanzine na escola: convite à experimentação. Fortaleza/Ceará,

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