Apresentação. O autor -01-



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Transcrição:

Apresentação Todos sabemos que é praticamente impossível nutrir sentimento por aquilo que não se conhece. Muito menos amor... Por outro lado, tem-se observado, particularmente no universo estudantil, certo desconhecimento sobre o real significado da letra do Hino Nacional, da mensagem de civismo que ela encerra. Assim, o presente trabalho tem como propósito servir de subsídio para o entendimento desse expressivo Símbolo Nacional, de forma que possa ser venerado e cantado com o devido entusiasmo patriótico. O autor -01-

Nota: REINALDO NONATO DE OLIVEIRA LIMA - o autor é coronel do Exército Brasileiro. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. PODE SER REPRODUZIDO PARA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA -02-

Um pouco de história... Conclusão Como se pode observar, o Hino Nacional Brasileiro, a par de ser uma composição épica e majestosa, retrata muito bem a pujança do País e a índole pacífica do povo brasileiro. Por outro lado, ressalta o orgulho nacional e a disposição de nossa gente em estar sempre pronta para defender a Pátria, caso esta se veja ofendida em sua soberania e em sua liberdade. Agora, que você já conhece a fundo o significado da letra do Hino dos brasileiros, cante-o com todo o ardor patriótico. Quando o Brasil se tomou independente, em 1822, ainda não havia um hino nacional brasileiro. Entretanto, nos primórdios do Império, tentou-se adotar como "hino nacional" o denominado Hino Constitucional Brasiliense, escrito pelo jornalista Evaristo Ferreira da Veiga e musicado pelo maestro Marcos Portugal. Porém, em solenidades de vulto, era mais ouvido o Hino Imperial e Constitucional, composto pelo próprio Imperador D. Pedro I, sendo hoje conhecido por Hino da Independência. Com a abdicação de D Pedro I em 7 de abril de 1831, deixou-se de executar o hino por ele composto. No advento do Segundo Reinado, passou-se a executar, em solenidades, a "Marcha Triunfal" composta em 1822 por Francisco Manuel da Silva (1795-1865). A letra então adotada, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho, fazia alusão à abdicação de D. Pedro I e à coroação de D. Pedro II. Com a Proclamação da República em 1889, os novos governantes houveram por bem eliminar todos os resquícios que lembrassem a monarquia, dentre eles, símbolos como a bandeira e o "hino nacional" em vigor. O governo republicano promoveu, então, concurso público para escolha de novas música e letra para o Hino Brasileiro. A comissão instituída para selecionar o vencedor escolheu a composição apresentada pelo maestro Leopoldo Miguez (1850-1902). Porém, na noite do julgamento, realizado no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, que se achava lotado, o Presidente da República - Marechal Deodoro da Fonseca - teria declarado "ser a favor do hino velho". -14- -03-

Algumas normas para execução do Hino Nacional Brasileiro Assim, nessa mesma noite de 20 de janeiro de 1890, nas dependências daquele Teatro, Deodoro assinou o decreto nº 171 oficializando, como Hino Nacional Brasileiro, a composição musical de Francisco Manuel da Silva. A obra do maestro Miguez foi adotada como Hino da Proclamação da República, e o autor premiado como tal. Somente no início de século seguinte, mais precisamente em 1909, realizou-se novo concurso público, desta feita para a escolha da letra do Hino Nacional. Sagrou-se vencedor o poeta Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927). Ainda assim, esse poema só foi oficializado, com pequenas alterações na versão original, feitas pelo próprio autor, treze anos depois, com a assinatura do Decreto n 15.071, de 06 de setembro de 1922, véspera do Centenário da Independência. Aspecto curioso a se observar é que, embora parceiros na feitura do nosso Hino, o maestro e o poeta jamais se conheceram, posto que, quando este nasceu, aquele já havia falecido. Em resumo: - a música: autoria de Francisco Manuel da Silva, aprovada em 20 de janeiro de 1890; - a letra: autoria de Joaquim Osório Duque Estrada, aprovada em 06 de setembro de1922. (Lei n 5.700, de 1 de setembro de 1971) * É obrigatório o ensino do canto e da interpretação da letra do Hino Nacional em todas as escolas públicas e particulares, de primeiro e segundo graus (art 39). * Ninguém poderá ser admitido em cargo publico sem conhecer o Hino Nacional (art 40). * Durante a execução do Hino Nacional, todos devem manter-se de pé e em atitude de respeito, os civis de sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, prestada segundo os regulamentos a que estiverem sujeitos. Quando não estiver cantando, por não lhe ser permitido ou possível na ocasião, deve conservar-se em silêncio. Nenhuma outra forma de saudação é permitida em tal circunstâncias (Art 30, inclusive o parágrafo único). (Obs: tem-se tornado costume aceito aplaudir o Hino Nacional ao final de sua execução). * É proibido executar o Hino de forma incompleta. O poema deve ser cantado sempre por inteiro. Quando não cantado, executa-se apenas a primeira parte (Art 24, VI e V). * É também proibida a execução do Hino em qualquer outro arranjo vocal que não o do maestro Alberto Nepomuceno (1864-1920), ou em arranjo instrumental não autorizado pelo Presidente da República (Art 34). -04- -13-

* E o verde-louro desta flâmula diga: - paz no futuro e glória no passado - Neste verso, o poeta refere-se às cores verde e amarela (louro) da Bandeira Nacional, desejando que signifiquem paz no futuro do Brasil e que continuem retratando a glória do nosso passado heróico, como nação. * Mas, se ergues a clava forte da justiça, verás que um filho teu não foge à luta, nem quem te adora teme a própria morte. - Aqui, o poeta enfatiza que, caso o Brasil tenha que reagir contra uma agressão (linguagem figurada: erguer a clava forte da justiça, ou seja, pegar em armas para se defender legalmente), verá que os brasileiros não fugirão da luta e não temerão nem mesmo a morte para defender a Pátria. *(Refrão) - já comentado. Quem foram... * Francisco Manuel da Silva O maestro Francisco Manuel da Silva nasceu no Rio de Janeiro, a 21 de fevereiro de 1795, e faleceu, nessa mesma cidade, aos setenta anos. Quando escreveu a música do Hino Nacional, contava apenas vinte e sete anos de idade. Durante sua vida, dedicou-se ao magistério ensinando canto, piano e violino, sendo também ótimo violoncelista. Foi orientador do inesquecível e genial compositor campineiro Carlos Gomes, autor da ópera "O Guarani". Em 1833, fundou a Sociedade Beneficente Musical e, com apoio de D. Pedro II, o Conservatório Musical, hoje Escola Nacional de Música da Universidade do Rio de Janeiro. Obras que nos deixou: "Te Deum"; Hino à Guerra do Paraguai; Três Matinas; o drama lírico "O Prestígio da Lei"; Hino da Coroação "D. Pedro II": Hino às Artes; além do nosso apoteótico Hino Nacional. * Joaquim Osório Duque Estrada O escritor e poeta Duque Estrada também nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de abril de 1870, e faleceu, nessa cidade, em fevereiro de 1927. Era sobrinho do conhecido Marquês do Herval -Marechal Manoel Luís Osório. Bacharelou-se em Letras pelo Colégio D. Pedro II. Foi professor e jornalista. Pertenceu à Academia de Letras e à Sociedade Acadêmica de História Internacional, de Paris. Foi secretário da Legação Brasileira no Paraguai. Obras que nos deixou, além do poema do Hino Nacional: Noções de História do Brasil; A Abolição; Livro de Zilda; A Arte de Fazer Versos; Questões de Português; Gramática Portuguesa; Parnaso Infantil; tradução da "Gioconda" de Gabriel d' Anunzio; e as peças teatrais "Anita Garibaldi" e "Dirceu". -12- -05-

Hino Nacional Brasileiro Letra: JOAQUIM OSÓRIO DUQUE ESTRADA Música: FRANCISCO MANOEL DA SILVA Adaptação vocal de: ALBERTO NEPOMUCENO I Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! * Deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo - deitado eternamente: estabelecido para sempre, com solidez. - em berço esplêndido: nesse magnífico território brasileiro. Neste verso, o poeta refere-se ao Brasil como um país nascente (como uma criança), que se encontra instalado em magnífico território, embalado pelo som das águas do mar e coberto pelo céu imenso. * Teus campos risonhos e lindos têm mais flores do que a terra mais garrida. - Quer dizer que a nossa flora é muito mais exuberante, mais bonita, do que a terra mais graciosa (garrida), mais enfeitada que houver na face do nosso planeta. * Nossos bosques têm mais vida, nossa vida, no teu seio, mais amores. - Aqui o poeta continua enfatizando o esplendor da nossa cobertura vegetal. - Diz, ainda, que a vida do povo brasileiro tem muito mais amor, no seio (no solo) da Pátria. * (Refrão) - já comentado * Brasil, o lábaro estrelado que ostentas seja símbolo de amor eterno. - lábaro: estandarte; o poeta faz referência ao campo azul estrelado da nossa Bandeira e estima que ele seja símbolo de amor para sempre. - ostentar: mostrar, evidenciar, exibir. -06- -11-

* Gigante pela própria natureza, és belo, és forte, impávido colosso, e o teu futuro espelha essa grandeza! Aqui, o poeta "fala" ao Brasil, ressaltando que ele é grande desde que nasceu e que essa grandeza se projeta no futuro do País. - impávido: destemido, corajoso. - colosso: monumento grandioso, território imenso. - espelhar: refletir, vislumbrar [a grandeza do Brasil]. *Brasil, ó Pátria amada, tu és, entre outras mil, terra adorada! - Neste refrão, o poeta reafirma o amor e a devoção dos brasileiros pelo Brasil, como acontece com inúmeros outros povos em relação às respectivas pátrias ("outras mil"). *És mãe gentil dos filhos deste solo, Pátria amada, Brasil! - Neste verso o poeta compara o Brasil a uma mãe amorosa (gentil) dos brasileiros, assegurando, mais uma vez, que ele é muito amado. * Ó Brasil, florão da América, fulguras iluminado ao sol do Novo Mundo! - florão da América: o poeta compara o Brasil a um florão, que é um ornato trabalhado e preso ao teto dos grandes salões antigos, dando realce ao ambiente. No caso, refere-se ao Brasil como destaque no Continente americano (no mapa da América). - fulgurar: brilhar, resplandecer, sobressair, destacar-se. - sol do Novo Mundo: diz que o nosso território é iluminado pelo sol das Américas - Novo Mundo -, em comparação com o Velho Mundo - Europa. Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! II Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores". Ó Pátria amada, Idolatrada Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! -2ª Parte- -10- -07-

Comentários A seguir serão apresentados alguns comentários sobre o significado da letra do Hino brasileiro, particularmente no que se refere a termos não muito comuns e a construções poéticas. Para tal, o texto será abordado, verso a verso, em sua ordem sintática direta, de forma a facilitar o entendimento. Cumpre observar que o Hino Nacional é composto de duas partes e que o pronome de tratamento usado (no poema) para se "falar" ao Brasil é "tu" (2ª pessoa do singular). - 1ª Parte - * As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico. - ipiranga: riacho em São Paulo, às margens do qual o Príncipe Regente - D. Pedro I - recebeu ordem expressa da Corte portuguesa no sentido de retornar a Portugal, que estava tomando medidas para recolonizar o Brasil. Nessa oportunidade (7 de setembro de 1822), ele proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal, exclamando: - "Independência ou Morte!" - que ficou conhecido como "grito ou brado do Ipiranga". - as margens plácidas ouviram...: margens, evidentemente, não ouvem. Usa-se aqui uma figura gramatical denominada prosopopéia, que consiste em atribuir sentimento ou sentido a seres inanimados, sendo muito empregada por poetas. - plácidas: tranqüilas, serenas. - brado retumbante: grito que ecoa, que se propaga no ar. - povo heróico: referência ao povo brasileiro, em nome do qual o imperador proferiu o brado. Podemos, assim, observar que o poeta expressa essa passagem histórica por meio de oração (verso) em ordem sintática inversa; esta figura gramatical denomina-se anástrofe. * E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante. - sol da liberdade: construção poética para dizer que, naquele momento, conquistamos nossa soberania, tornando-se o Brasil uma nação independente da Corte portuguesa. - raios fúlgidos: raios brilhantes, cintilantes. * Se conseguimos conquistar, com braço forte, o penhor dessa igualdade, o nosso peito desafia a própria morte em teu seio, ó Liberdade! - penhor [dessa igualdade]: direito, garantia [de liberdade, de igualdade soberana com Portugal, que, antes, dominava o Brasil]. - braço forte: linguagem figurada para dizer "com coragem, com arrojo, sem temor". - em teu seio, ó Liberdade: aqui, o poeta personifica a liberdade adquirida, diante da qual o povo promete desafiar, amparado por ela própria, até a morte se preciso for, para manter a conquista da igualdade com Portugal. Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! - Com este refrão, o poeta faz uma saudação vibrante à nova pátria que surgiu. * Brasil, um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança desce à terra. - O Brasil como pátria independente era um sonho de há muito acalentado pelo povo. Era como um raio fulgurante (vívido) a iluminar nosso chão, trazendo amor e esperança e tornando o sonho uma realidade. * Se a imagem do Cruzeiro resplandece em teu céu formoso, risonho e límpido. -08- -09-