CONSELHEIRO EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO TRIBUNAL PLENO - SESSÃO: 07/10/09 EXAME PRÉVIO DE EDITAL SECÇÃO MUNICIPAL



Documentos relacionados
RESOLUÇÃO N 24, DE 6 DE JUNHO DE 2012.

CENTRAIS ELÉTRICAS DE RONDÔNIA S/A CERON

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO ROBSON MARINHO

CF Nº /GTVT/2012 Vitória, 29 de Outubro de 2012.

RESOLUÇÃO Nº 1025/09 CONFEA. Dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técnica e o Acervo Técnico Profissional.

Ref.: Concorrência Pública n 001/2015/CPL/ALE/RO Processo Administrativo n /

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE VITÓRIA DA CONQUISTA

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

RESOLUÇÃO Nº 170/2012 TCE/TO Pleno

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 17/03/2015 ITEM 85

Conselho Regional de Economia da Paraíba 21ª Região

POLÍTICA DE GESTÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMPRA - FASE INTERNA DA LICITAÇÃO PREGÃO, CONVITE, TOMADA DE PREÇOS E CONCORRÊNCIA

Departamento Regional Minas Gerais. Errata Nº 01/2014

APRECIAÇÃO DE RECURSO APRESENTADO AO PREGÃO PRESENCIAL SRP 1261/2013 CPL 06

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO

<CABBCDAAADBCAADACBBCBACCBABCADCABDAAA DDABCAAD>

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

SLEA SISTEMA DE LICENCIAMENTO ELETRÔNICO DE ATIVIDADES DA PREFEITURA DE SÃO PAULO

IMPUGNAÇÃO Nº 4. Em síntese, a Impugnante alegou o que segue:

(Referendo) TRIBUNAL PLENO SESSÃO DE SECÇÃO ESTADUAL EXAMES PRÉVIOS DE EDITAL

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO COMO FORMALIZAR O PROCEDIMENTO E GERIR OS CONTRATOS DECORRENTES DE CONTRATAÇÃO DIRETA

RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977.

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO TRIBUNAL PLENO SESSÃO DE 25/02/2015 EXAME PRÉVIO DE EDITAL - MUNICIPAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE JAGUARAÇU ESTADO DE MINAS GERAIS

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

EDITAL 001/2015 PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PMI

- RESPOSTA A IMPUGNAÇÃO DE EDITAL -

Tribunal de Contas da União

SEGUNDA ATUALIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº.006/2015 PREGÃO PRESENCIAL Nº.008/2015. VALIDADE: 01/04/2016

RESOLUÇÃO N o 53 de 28/01/ CAS RESOLVE: CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES

Regulamento de Compras :

Submetida a defesa à análise do Núcleo de Atos de Pessoal, foi produzida a Nota Técnica de Esclarecimento de fls , no seguinte teor:

ESCLARECIMENTO 2. 3) Qual o prazo para a Telebrás informar a empresa sobre sua qualificação ou desqualificação?

Jurisprudências do TCU

INDEXAÇÃO Representação; Licitação; INPI; Concorrência; Edital; Capacidade Técnica; Atestado; Prestação de Serviços; Assistência Médica;

Minuta de Termo de Referência

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

RIO GRANDE DO NORTE LEI Nº 9.963, DE 27 DE JULHO DE 2015.

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

TUXON SOLUÇÕES EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA ME

EXAME PRÉVIO DE EDITAL

PREFEITURA DE GOIÂNIA 1 GABINETE DO PREFEITO

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL

DECISÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO

Publicado no D.O.U. nº 84 de 22/04/2015, Seção 1 pag. 78 RESOLUÇÃO NORMATIVA CFA Nº 464, DE 22 DE ABRIL DE 2015

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013

DADOS PESSOAIS. Endereço: Município: Bairro: CEP: Complemento:

DECRETO N , DE 08 DE MARÇO DE 2007

ANEXO I MEMORIAL DESCRITIVO

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA FEDERAL JUNTO ao IFC

OFÍCIO Nº /2008/PR/CAPES. Brasília, 20 de outubro de Senhor Diretor,

Tribunal de Contas da União

Ilustríssima Comissão Permanente de Licitação

INSTRUÇÃO NORMATIVA IN

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS EDITAL Nº 002/ 2015

TRIBUNAL PLENO SESSÃO: 19/03/14

PARECER/CONSULTA TC-031/2006 PROCESSO - TC-3223/2006 INTERESSADO - INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ASSUNTO - CONSULTA

A comunicação prévia no RJUE. Fernanda Paula Oliveira

Objeto: seleção de empresa com vistas a Elaboração de Projeto Executivo de Engenharia para

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3ª REGIÃO

Estimativa de valor da contratação

CONCORRÊNCIA Nº. 001/2010/SENAR-AR/RO

Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Impugnação: Impugnante: Metalgráfica São Miguel Ltda PTA/AI: 02.

ESTADO DE SANTA CATARINA

NOTA DE ESCLARECIMENTO Nº 02 CONCORRÊNCIA PÚBLICA NACIONAL Nº /CIDADES/CCC

RESOLUÇÃO DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO (CONSUNI) N.º 03/2011

PROJETO DE LEI N.º 1.213, DE 2015 (Do Sr. João Fernando Coutinho)

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB XIII EXAME DE ORDEM C006 DIREITO TRIBUTÁRIO

QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE PESSOAL EM CORROSÃO E PROTEÇÃO

REGULAMENTO FINANCEIRO DA FITO

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

PROCESSO Nº : /2010 INTERESSADOS: IPIRANGA ASFALTOS S/A E SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATO GROSSO - SAD ASSUNTO : DENÚNCIA

Contribuir, mensalmente, para o Plano de Aposentadoria com:

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

RESOLUÇÃO N. 114/2013/TCE-RO

PODER JUDICIÁRIO SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DÉCIMA CÂMARA

EDITAL SAL/MJ Nº 1, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2016 PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO

14/06/2013. Andréa Baêta Santos

RESPOSTA A PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

DIGNÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS:

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIÁS

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE DESLIGAMENTO INCENTIVADO PDI

PREGÃO ELETRONICO Nº02/2015 (SRP)

DIRETORIA COMERCIAL PLANO DE OCUPAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA COELCE

CONTRA RAZÃO : À Comissão Permanente de Licitação do DNIT Superintendência Regional de São Paulo/SP.

Contrato nº / R$ 7.000,00 = I - DAS PARTES

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE DIREITO DA FACULDADE METODISTA DE SANTA MARIA (FAMES)

RESPOSTA A PEDIDO DE IMPUGNAÇÃO

Transcrição:

CONSELHEIRO EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO TRIBUNAL PLENO - SESSÃO: 07/10/09 EXAME PRÉVIO DE EDITAL SECÇÃO MUNICIPAL PROCESSO: TC-033384/026/09 REPRESENTANTE: CONSLADEL CONSTRUTORA E LAÇOS DETETORES E ELETRÔNICA LTDA. REPRESENTADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEVI ASSUNTO: REPRESENTAÇÃO CONTRA O EDITAL DO PREGÃO PRESENCIAL Nº 024/09, PROMOVIDO PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEVI, CUJO OBJETO É A MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA DAQUELE MUNICÍPIO, CONFORME ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO BÁSICO ANEXO I. ADVOGADOS: RICARDO MARTINELLI DE PAULA (OAB/SP nº 264.611), VICENTE MARTINS BANDEIRA (OAB/SP nº 158.741) E OUTROS. Trata-se de representação formulada pela CONSLADEL CONSTRUTORA E LAÇOS DETETORES E ELETRÔNICA LTDA. contra o Edital do Pregão Presencial nº 024/09, promovido pela PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEVI, cujo objeto é a manutenção e operação do sistema de iluminação pública daquele Município, conforme especificação do Projeto Básico Anexo I. A representante insurge-se contra o ato convocatório, tendo ela aduzido, em resumo, que, na definição das parcelas de relevância para fins de qualificação técnica operacional, o item 8.3.2.4.4 exige a prova de experiência anterior em serviços de implantação de iluminação artística e/ou realce em patrimônio público, monumentos históricos e culturais, através da apresentação de atestado de execução de, no mínimo, 03 (três) obras. Assim sendo, entende a representante que: 1) Há conflito com a Súmula nº 30, do Tribunal de Contas do Estado, pois,...inexoravelmente, a iluminação artística ou de realce é similar a qualquer tipo de sistema de iluminação e, neste caso, não deveria estar especificado e muito menos estabelecido um quantitativo mínimo de contratos executados, mas tão somente a demonstração de aptidão da licitante, o que ocorreria mediante a comprovação de execução pretérita de 50% ou 60% dos quantitativos objeto do certame ; 1

2) Considerando os itens 8.3.2.4.1, 8.3.2.4.2, 8.3.2.4.3, 8.3.2.4.4,...o edital estabelece duas formas de comprovação de aptidão das licitante, quais sejam, uma nos termos da lei e das Súmula do Tribunal de Contas do Estado, exigindo a comprovação de um certo percentual das luminárias que efetivamente serão disponibilizadas e, outra, totalmente ao arrepio da Lei e da matéria sumulada pelo Tribunal de Contas do Estado, exigindo a comprovação de quantidades de contratos firmados, não se atendo ao número de luminárias. Nestes termos, requereu a representante fosse determinada a suspensão liminar do procedimento licitatório, cuja sessão pública encontrava-se programada para a data de 23 de setembro próximo passado, e, ao final, o acolhimento da impugnação com a determinação de retificação do edital. Por meio da decisão publicada no D.O.E. de 22 de setembro de 2009, foi determinada a suspensão do andamento do certame, bem como fixado o prazo máximo de 05 (cinco) dias à Prefeitura Municipal de Itapevi, para a apresentação de suas alegações, juntamente com todos os demais elementos relativos ao procedimento licitatório. A matéria foi submetida ao Egrégio Plenário desta Corte em sessão de 23 de setembro de 2009, quando foi recebida como EXAME PRÉVIO DE EDITAL, sendo referendada a medida cautelar de paralisação do certame, seguindo-se daí os oficiamentos de praxe. A Prefeitura Municipal de Itapevi ingressou nos autos pelo protocolado TC-034087/026/09, juntado às fls. 116/235, para declarar que decidiu excluir a cláusula editalícia 8.3.2.4.4 do ato convocatório. A Chefia da Assessoria Técnica e a SDG opinaram pela procedência da representação e sugeriram determinação também para a revisão do item 8.3.2.4, por exigir a apresentação de atestado de qualificação técnica acompanhada da respectiva CAT emitida em nome de seu responsável técnico (íntegra dos pareceres às fls. 243/248). É o relatório. NPG/. 2

TRIBUNAL PLENO SESSÃO: 07/10/09 EXAME PRÉVIO DE EDITAL TC-033384/026/09 SECÇÃO MUNICIPAL Trata-se de representação formulada pela CONSLADEL CONSTRUTORA E LAÇOS DETETORES E ELETRÔNICA LTDA. contra o Edital do Pregão Presencial nº 024/09, promovido pela PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEVI, cujo objeto é a manutenção e operação do sistema de iluminação pública daquele Município, conforme especificação do Projeto Básico Anexo I. Os indícios suscitados na decisão que deferiu o pedido da liminar de suspensão do certame vieram a ser confirmados pela declaração expressa da Administração de que pretende excluir o item 8.3.2.4.4 do edital. De fato, a exclusão da cláusula é a providência que se faz necessária ao caso em apreciação, pois como já fora exposto nestes autos, ela apresenta evidente conflito com a Súmula nº 30 deste Tribunal de Contas, além de conter imposição de um número mínimo de 03 (três) obras, as quais, ainda que possam ser apresentadas em um atestado, extrapolam a regra geral do artigo 30, 1º, da Lei Federal nº 8.666/93, pela própria essência do que é requisitado pela Administração. É procedente, pois, a representação. De outra parte, razão assiste à Chefia da Assessoria Técnica e à SDG quando destacaram a necessária correção do item 8.3.2.4, pois ainda que não tenha sido objeto de impugnação pela autora, está a exigir prova da capacitação técnica da empresa por meio de atestado de qualificação que se faça acompanhar de Certidão de Acervo Técnico em nome do seu responsável técnico, cujo vínculo deverá ser comprovado consoante o item 8.3.2.3. Em outras palavras, a cláusula que trata da qualificação operacional está a exigir certidão comprobatória da qualificação técnica do responsável técnico a ser apresentado pela licitante, com a prova dos serviços por ele já executados e registrados em suas Anotações de Responsabilidade Técnica validadas no órgão competente. 3

O artigo 4º, da Resolução CONFEA de nº 317/86 1, dispõe que o único Acervo Técnico de uma pessoa jurídica é aquele pertencente aos profissionais que compõem o seu quadro, ou aquele pertencente aos consultores que com ela mantém contrato, entretanto, se a validade de um atestado de qualificação técnica operacional estiver condicionada à apresentação da respectiva Certidão de Acervo Técnico do profissional responsável técnico, fica criado contexto no qual as empresas somente poderão se utilizar dos atestados por elas obtidos se as mesmas mantiverem, e até mesmo perpetuarem, alguma relação contratual ou empregatícia com os profissionais detentores das respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica. A propósito, e como bem registraram os órgãos técnicos, tal exigência induz a existência de vínculo anterior do responsável técnico com a licitante, o que é inadmissível. Marçal Justen Filho também enfrentou tal questão em sua obra Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, observando que: A utilização do CAT conduz, portanto, a reduzir a capacitação técnica operacional à capacitação técnica profissional. Reputando-se que as duas figuras são diversas e inconfundíveis, ter-se-á de reconhecer a imprestabilidade do CAT para comprovar a capacitação técnica operacional. O problema reside na recusa em muitos CREA em promover o registro de declarações fornecidas em favor de pessoa jurídica se tiver ocorrido alguma alteração no seu quadro de profissionais. Essa orientação não se afigura procedente e desnatura o problema. Incumbe ao CREA emitir registro das declarações, verificando se a obra ou serviço de engenharia gerou a(s) ART(s) correspondente(s). Deverá indicar se, à época, o responsável técnico estava vinculado à pessoa jurídica em favor de quem foi emitida a declaração. Ressalte-se que isso é mera declaração acerca da realidade dos fatos, cuja negativa representa frustração dos encargos 1 o Acervo Técnico de uma pessoa jurídica é representado pelos Acervos Técnicos dos profissionais de seu quadro e de seus consultores devidamente contratados. 4

legalmente atribuídos ao CREA. Nada impede que o documento consigne que o responsável técnico pela obra ou serviço não mais se encontra vinculado àquela empresa 2. Sob outro aspecto, temos que os dispositivos legais de regência, contidos no artigo 30 da Lei Federal de Licitações, precisamente no inciso II e no 1º, estabelecem que a prova da aptidão operacional dar-se-á tão somente por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes. Em relação à hipótese que admite a adoção do Atestado de Responsabilidade Técnica, o legislador federal foi restritivo, ao circunscrever tal possibilidade apenas para a capacitação técnico-profissional, consoante o inciso I, do 1º, do artigo 30, da Lei nº 8.666/93. Assim sendo, há de se revisar o item 8.3.2.4, a fim de se eliminar a exigência de que a prova de qualificação operacional se dê apenas por atestados que se façam acompanhar das respectivas Certidões de Acervo Técnico dos responsáveis técnicos. Ante o exposto, e acolhendo os pronunciamentos da Chefia da Assessoria Técnica e SDG, VOTO pela PROCEDÊNCIA da representação, devendo a PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPEVI revisar o item 8.3.2.4 e eliminar o item 8.3.2.4.4, ambos do Edital, em consonância com todos os aspectos desenvolvidos no corpo do voto ora proferido, com a conseqüente publicação do novo texto do ato convocatório e reabertura do prazo legal, nos termos do artigo 21, 4º, da Lei Federal nº 8.666/93, para oferecimento das propostas, cessando, deste modo, os efeitos da medida liminar referendada pelo E. Plenário da Casa em sessão de 23 de setembro de 2009. Por fim, concluídas as providências e anotações de estilo, inclusive, inserção na jurisprudência, os autos deverão seguir para a 8ª Diretoria de Fiscalização, para servir de subsídio à instrução de eventual ajuste que venha a ser formalizado. NPG/. EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO CONSELHEIRO 2 in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos ; 10ª Edição; Editora Dialética; pgs. 327/328. 5