ESTUDO FITOQUÍMICO DA ESPÉCIE VEGETAL Physalis angulata Lin. (CAMAPÚ) POR HPLC



Documentos relacionados
ESTUDO FITOQUÍMICO DO EXTRATO METANOLICO de Thuya occidentalis

CUMARINA ISOLADA DA SEMENTE DA Mammea americana (ABRICÓ-DO-PARÁ)

Investigação Fitoquímica e Isolamento da Substância Antibacteriana Presente na Espécie Ananas erectifolius (curauá)

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS

QUI 102 Metodologia Analítica

ESTUDO FITOQUÍMICO DA ESPECIE VEGETAL Arrabidaea chica

Avaliação da atividade antifúngica de extratos de Cassia fistula (Leguminosae)


9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015

PRODUÇÃO DE ZEÓLITAS A PARTIR DE CAULIM PARA ADSORÇÃO DE COBRE

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

Efeito de hipoclorito de sódio na desinfestação de meristemas de bastão-do-imperador

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO FINAL (Observação: as informações prestadas neste relatório poderão, no todo ou em parte, ser publicadas pela FAPESC.

Eixo Temático ET Meio Ambiente e Recursos Naturais

UTILIZAÇÃO DE FITOTERÁPICOS NO TRATAMENTO DA ANSIEDADE: UM ESTUDO DE CASO

Potencial de Geração de Energia Utilizando Biomassa de Resíduos no Estado do Pará

Determinação de Material Orgânica no Solo por Espectrometria no Visível

MACROFAUNA EDÁFICA DO SOLO E LÍQUENS COMO INDICADORES DE DEGRADAÇÃO EM REMANESCENTES FLORESTAIS URBANOS

Stricto Sensu em Engenharia do Meio Ambiente, Palavras-chave: Vidros. Películas de controle solar. Conforto Térmico.

SEPARAÇÃO DE MISTURAS. Pr ofª Tatiana Lima

QUÍMICA POR QUE ESTUDAR QUÍMICA?

9- (UFC) O número de átomos de H, em 2,02 g de H 2, é: A) 12,046 x B) 18,069 x C) 6,023 x D) 3,012 x E) 24,092 x 10 23

FORTALECENDO SABERES APRENDER A APRENDER CONTEÚDO E HABILIDADES GEOGRAFIA DESAFIO DO DIA. Conteúdo:

Escola do Campus da Caparica Ano Lectivo 2006/2007 Ciências Naturais 9º Ano. Nome: N.º: Turma:

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

VALIDAÇÃO DO MODELO DE ELETROCOAGULAÇÃO FLOTAÇÃO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL VISANDO À REMOÇÃO DE DQO, UTILIZANDO REATOR EM BATELADA.

Modelagem Matemática Aplicada ao Ensino de Cálculo 1

Universidade de São Paulo. Escola Politécnica

BIG 048 -Ecologia Geral Engenharia Ambiental. Prof. Ricardo Motta Pinto-Coelho Departamento de Biologia Geral ICB - UFMG

FACULDADE DE FARMÁCIA UNIVERSIDADE DE LISBOA

HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DAS USINAS

PARCERIAS ENTRE O DAAE E INSTITUIÇÕES DE ARARAQUARA VISANDO A RECUPERAÇÃO DE MATAS CILIARES TEMA V AUTORES

Avaliação dos Parâmetros Morfológicos de Mudas de Eucalipto Utilizando Zeolita na Composição de Substrato.

Efeito de Solventes e Lubrificantes Residuais sobre as Propriedades Térmicas de Compósitos de Aplicação Aeroespacial

REDUÇÃO NA DOSAGEM DE SULFATO DE ALUMÍNIO NA ETA GUARAÚ COM A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS

Energia Elétrica: Previsão da Carga dos Sistemas Interligados 2 a Revisão Quadrimestral de 2004

DESAFIOS DE UMA PRÁTICA INOVADORA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO: REFLEXÃO SOBRE O CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA COM ÊNFASE EM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

ESTUDO DE ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ATAPULGITA DO PIAUÍ PARA USO NA CLARIFICAÇÃO DE ÓLEOS

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DO ÁCIDO CLORÍDRICO NA ATIVAÇÃO ÁCIDA DA ARGILA BENTONÍTICA BRASGEL

QUÍMICA 9º ano 1º Trimestre / 2016 BATERIA DE EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

INFLUÊNCIA DA QUEBRA DE DORMÊNCIA NA GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE PARICÁ

Biotecnologia como Geração de Conhecimentos e Benefícios Ampliados. Foco:- Redes Fito e a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

FORMULÁRIO PARA CADASTRO DE PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO

Avaliação da germinação de sementes de fragmentos florestais receptadas em redes visando recomposição da flora local

IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCARES

IX Olimpíada Catarinense de Química Etapa I - Colégios

DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS ANALÍTICOS DE HPLC NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

Anexo II.1 Informações sobre a Cidade e seu Serviço de Transporte Coletivo Atual

ESTUDOS ALELOPÁTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES CULTIVADAS

Guia do professor. Introdução

SUPLEMENTAÇÃO DE COQUETÉIS ENZIMÁTICOS APLICADOS NA SACARIFICAÇÃO DA BIOMASSA DE CANA-DE-AÇÚCAR

VARIAÇÃO DIÁRIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM BELÉM-PA EM UM ANO DE EL NIÑO(1997) Dimitrie Nechet (1); Vanda Maria Sales de Andrade

COTEQ A CONDUTIVIDADE CATIÔNICA COMO PARÂMETRO PARA CONTROLE DA PUREZA DO VAPOR Antonio Sergio B Neves 1, Francisco A Passos 2

TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS PROVENIENTES DA PURIFICAÇÃO DO BIODIESEL

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL 1. HISTÓRICO E IMPORTANCIA DOS ESTUDOS COM NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO:

Aulas 13 e 14. Soluções

Consulta Pública 38/2009

Descrição do processo de priorização para tomada de tempos: Pesquisa ação em uma empresa job shop de usinados aeronáuticos.

Ferramentas Básicas da Qualidade

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

Resistência de Bactérias a Antibióticos Catarina Pimenta, Patrícia Rosendo Departamento de Biologia, Colégio Valsassina

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE AÇÚCARES REDUTORES DA POLPA DO BARU (Dipteryx alata Vog.) Alunos do Curso de Química Industrial, UnUCET - UEG.

HORTA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

TÍTULO: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS

III Encontro REDIENE IISeminário i REDIENE 2 3 de Maio 2012 Taller Nacional, Panama

Otimização do tempo de setup na operação gargalo de uma indústria gráfica utilizando o Sistema de Troca Rápida de Ferramentas

EFEITO DA RADIAÇÃO GAMA EM PROSTAGLANDINA

MELIPONICULTURA: OPORTUNIDADE DE RENDA COMPLEMENTAR PARA OS QUILOMBOLAS DO MUNICÍPIO DE DIAMANTE PB

PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEO BRUTO DE GIRASSOL

RELATÓRIO DE PESQUISA APLICADA AOS CANDIDATOS A ESTAGIÁRIOS DE DIREITO E JORNALISMO DO MPT CEARENSE

Chemical and physical characterization of Eucalyptus wood

Preparação de Soluções

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES ENCAMINHADOS AO ATERRO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA (GO).

Nome: Data. Prof: Manoel Amaurício. p p% de C é C. 100 exemplo 1: 14% = 0,14 20% = 0,2 2% = 0,02

FARMACOPEIA MERCOSUL: ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA E VISIVEL

Análise Mensal do Comércio Varejista de Belo Horizonte

PRIMEIRA PATENTE BRASILEIRA DE ÓLEO DIELÉTRICO VEGETAL PARA TRANSFORMADORES

CADERNO DE EXERCÍCIOS

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE VITAMINA C EM DIFERENTES SUCOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS

PREVALÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM MAMOGRAFIA EM TRÊS UNIDADES DE SAÚDE DECRUZ ALTA - RS

Capítulo 3 Circuitos Elétricos

MÓDULO 4 DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ATRAVÉS DE HERBICIDAS EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA


QUÍMICA SEGUNDA ETAPA

Edital de Seleção de Estagiários nº 02/2014

6 Determinação de HPAs em peixes

Eixo Temático ET Tratamento de Efluentes Sanitários e Industriais

Poluição atmosférica decorrente das emissões de material particulado na atividade de coprocessamento de resíduos industriais em fornos de cimento.

AULA PRÁTICA DE SALA DE AULA FQA - Espécies maioritárias e vestigiais 10º ANO 8 fev. 2013

III - TESTES PARA A IDENTIFICAÇÃO DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS

INSTRUÇÃO DE TRABALHO Determinação de Amido e Carboidratos Totais em Produtos de Origem Animal por Espectrofotometria UV/Vis

Boletim Climatológico Anual - Ano 2010

REAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS NÃO DEGRADÁVEIS NO REPARO DE COBERTURAS: VIDRO, ISOPOR E EMBALAGENS TETRA PAK

15/05/2015 HISTÓRICO APLICAÇÕES CROMATOGRAFIA

EXPERIMENTOS PARA USOS SUSTENTÁVEIS COM FIBRA DE BANANEIRA

Concentração física de minerais

Transcrição:

ESTUD FITQUÍMIC DA ESPÉCIE VEGETAL Physalis angulata Lin. (CAMAPÚ) PR HPLC Luziane da Cunha BRGES 1 (IC) (Bolsista PIBIC/CNPq) luziane_borges22@yahoo.com Wannigleice de Sousa AMRIM 1 (IC) (Bolsista PIBIC/CNPq) Geyse do Carmo Diniz SAMPAI 2 (PG) Danila Teresa Valeriano ALVES 2 (PG) Prof. Dr. Milton Nascimento da SILVA 3 (PQ) (rientador) yumilton@yahoo.com.br 1 Instituto de Ciências Exatas e Naturais/UFPA, Faculdade de Química, Curso de Química Industrial. 2 Instituto de Ciências Exatas e Naturais/UFPA, Faculdade de Química, Pós-graduação em Química. 3 Instituto de Ciências Exatas e Naturais/UFPA, Faculdade de Química, Pesquisador-CNPq/UFPA. RESUM No Pará encontram-se diversas espécies vegetais usadas popularmente para fins terapêuticos. Dentre essas espécies encontra-se Physalis angulata Lin. (Família Solanaceae) que é uma planta considerada daninha conhecida popularmente como camapú, dispersa em vários estados do Brasil e em vários continentes, esta espécie P. angulata é amplamente utilizada na medicina popular devido possuir metabolitos secundários, os quais apresentam propriedades anticoagulante, antileucêmica, anti-inflamatória, anticâncer, analgésica e entre outras. Por esta razão, este trabalho buscou realizar o estudo fitoquímico do extrato etanólico de todas as partes de P. angulata Lin. extrato foi fracionado em coluna cromatográfica via úmida filtrante (Cromatografia clássica), obtendo seis frações (v/v): Hex/AcEt (90:10), Hex/AcEt (70:30), Hex/AcEt (50:50), AcEt (100) e AcEt/MeH (80:20) e MeH (100). E estas foram analisadas por cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC) e por HPLC. Após o desenvolvimento e otimização de um método, duas substâncias presentes no extrato foram isoladas: fisalina D (S1), fisalina G (S2). As substâncias isoladas pertencem à classe dos vitaesteróides, sendo suas estruturas posteriormente elucidadas através de técnicas espectroscópicas de RMN uni e bidimensionais. Palavras-chave: Physalis angulata Lin., vitaesteróides e fisalina. Área: Química Sub-área: Química rgânica Área temática: PRDUTS NATURAIS (PNAT) 1- INTRDUÇÃ Brasil, com a grandeza de seu litoral, de sua flora e, sendo o detentor da maior floresta equatorial e tropical úmida do planeta, não pode abdicar de sua vocação para os produtos naturais. A Química de Produtos Naturais (QPN) é, dentro da Química brasileira, a área mais antiga e a que, talvez ainda hoje, congregue o maior número de pesquisadores (PINT et al., 2002). As plantas são fontes indispensáveis da medicina popular desde tempos imemoriais. uso de plantas para fins medicinais são considerados como as primeiras formas de uso de medicamentos que se tem conhecimento (MTA, 2004). Registros apontam que o uso de plantas medicinais já era evidenciado há 60.000 anos tanto na cultura ocidental como na oriental, como também em países desenvolvidos e não desenvolvidos. 684

De maneira indireta, este tipo de cultura medicinal desperta o interesse de pesquisadores em estudos envolvendo áreas multidisciplinares, como por exemplo, botânica, farmacologia e fitoquímica, que juntas enriquecem os conhecimentos sobre a inesgotável fonte medicinal natural: a flora mundial (MACIEL et al., 2002). Plantas da família Solanaceae têm sido usadas como medicamentos desde a antiguidade como: Mandragora officinarum e Antropa belladonna. Espécies do gênero Physalis (Solanaceae), têm sido amplamente utilizadas na medicina popular devido as suas propriedades anticâncer e antileucêmica, (CHIANG et al., 1992a, 1992b), imunomodulatórias, (LIN et al., 1992), assim como no tratamento da dermatite e reumatismo. Estudos recentes avaliam a potente ação dessa família no tratamento da leishmaniose (GUIMARÃES, 2009). De acordo com a literatura diversas atividades na espécie Physalis angulata Lin. já foram estudadas e comprovadas. Na medicina popular, os extratos ou infusos da planta tem sido utilizado em vários países para o tratamento de diversas doenças, como malária, asma, hepatite, dermatite e reumatismo (LIN et al., 1992). A partir destas considerações e diante da importância da pesquisa química de produtos naturais para a obtenção de novos compostos com finalidade terapêutica, este trabalho trata da avaliação do perfil químico do extrato etanólico de P. angulata Lin. buscando isolar e identificar as substâncias presentes no extrato. 2- BJETIVS 2-1 - GERAL Estudar o perfil químico do extrato etanólico da espécie Physalis angulata Lin. (camapú) por HPLC e fornecer base para a produção de fitoterápicos. 2-2 - ESPECÍFICS Estudar quimicamente o extrato etanólico de Physalis angulata, visando isolar os principais constituintes químicos, utilizando a técnicas cromatográficas; Identificar as estruturas isoladas utilizando técnicas espectrométricas de RMN (uni e bidimensionais); 3- METDLGIA 3-1 - CLETA D MATERIAL VEGETAL PARA ANÁLISE FITQUÍMICA Espécies de Physalis angulata Lin. foram coletados no município de Boa Vista do Acará, no estado do Pará. 3-2 - BTENÇÃ D EXTRAT BRUT material botânico de Physalis angulata L. foi seco em estufa com temperatura máxima de 40ºC, em um período de sete dias, sendo posteriormente trituradas em moinho de facas, obtendo-se um total de material seco e moído de 500 g. Este material foi submetido a cinco extrações (com 100g cada extração) a quente por Sohxlet com solvente etanol grau PA em um tempo de 5 dias por 7 horas cada. solvente foi eliminado em evaporador rotativo sob pressão reduzida obtendo o extrato etanólico bruto (50 g). 3-3 - FRACINAMENT CRMATGRÁFIC D EXTRAT ETANÓLIC DE P. angulata Lin. extrato etanólico bruto (50 g) foi fracionado por CCVU (Coluna Cromatográfica por Via Úmida filtrante), utilizando-se misturas de solventes com polaridade crescente, obtendo seis frações (v/v): Hex/AcEt (90:10), Hex/AcEt (70:30), Hex/AcEt (50:50), AcEt (100) e AcEt/MeH (80:20) e MeH (100) (Tabela 1). 685

Extrato etanólico Frações (v/v) Massa F1 Hex/AcEt (90:10) 2,25 g F2 Hex/AcEt (70:30) 1,94 g 50 g F3 Hex/AcEt (50:50) 826,7 g F4 AcEt (100) 4,25 g F5 AcEt/MeH (80:20) 16,6 g F6 MeH (100) 8,07 g Tabela 1 Tabela com a massa inicial do extrato e suas respectivas frações após o fracionamento. Rendimento de 67,9 %. Após um pré-tratamento as três últimas frações foram analisadas no HPLC (por apresentar mais massa), numa eluição em gradiente (com fase móvel composta por solvente A = Água e B = Acetonitrila, variando-se de 5 a 100% do modificador orgânico (B), no tempo de 60 minutos de análise), obtendo-se os cromatogramas; como resultados, estes mostraram que a fração F4 (Acetato de etila 100 %), mostrou ser promissora por apresentar maior concentração de compostos. E como esta detinha da maior concentração de compostos julgou-se necessário refraciona-la. A fração F4 (4,25 g) foi refracionada por CCVU, utilizando-se misturas de solventes com polaridade crescente, em um volume calculado de 500 ml de cada sistema: Hexano/Acetato de etila/metanol (50:47,5:2,5; 50:45:5; 50:40:10; 30:60:10), Acetato de etila/metanol (90:10) e Metanol (100). Foram obtidas 78 frações, as quais foram analisadas por CCDC (Cromatografia em Camada Delgada Comparativa) e a partir dos resultados algumas frações foram reunidas, foi observado que alguns compostos de interesse encontravam-se na reunião 39-41 (169,9 mg), na fração 43 (30 mg) e na fração 49 (20,1 mg) que provavelmente apresentou uma substância isolada de acordo com analises por HPLC. Com o objetivo de otimizar o método para o isolamento das substâncias de interesse, realizou-se o perfil cromatográfico das frações Fr.39-41, Fr.43 e Fr.49 do refracionamento da fração F4 (Acetato de etila 100%), relatado anteriormente. Considerando o estudo de SNYDER e colaboradores (1997), é possível propor valores desejáveis para o fator de retenção k (k = 5; k = 10; k = 20), com base nos tempos de retenção da última banda. tempo de retenção para a reunião 39-41 foram próximos a 27 minutos. Com isso, foi calculado um valor teórico para o percentual do modificador orgânico baseado nos estudos de SNYDER. Para se estimar um valor de percentual do modificador orgânico, optou-se por uma separação com k = 10 e foi sugerido um sistema isocrático. s sistemas propostos por SNYDER, entretanto, não foram eficientes, uma vez que não foi observado uma boa seletividade entre os compostos, havendo a necessidade de uma otimização. Com isso foi escolhido o seguinte sistemas: 36% (Fração 39-41). A análise em um sistema no modo isocrático ainda não foi realizada para a fração 49 já que a mesma possui uma substância isolada de acordo com analises espectrométricas de RMN. 4- RESULTADS E DISCUSSÃ 4-1 - PERFIL CRMATGRÁFIC D EXTRAT ETANÓLIC DE P. angulata Lin. Para realizar o perfil cromatográfico, uma alíquota de 10 miligramas do extrato foi submetida à um pré-tratamento por Extração em Fase Sólida (SPE), objetivando-se reter as impurezas e/ou interferentes, deixando apenas passar os componentes de interesse. A solução obtida foi posteriormente analisada por HPLC, obtendo o perfil cromatográfico na busca do melhor sistema para isolamento das substâncias. 686

25.555/86849 3.630/187719 mau Ch2-227nm,4nm (1.00) 200 175 150 125 100 75 50 25 0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 min Figura 1- Perfil cromatográfico do extrato etanólico. Fase móvel composta por H 2/ACN variando de 5 a 100% em um tempo de 60 minutos, em modo linear e vazão de 1 ml/min. Detecção de UV, = 227 nm. a- ANÁLISE DAS TRÊS ULTIMAS FRAÇÕES BTIDAS PR CCVU. uv 450000 400000 350000 300000 250000 Azul: F4 (AcEt 100%) Vermelho: F5 (Hex/AcEt 20%) Verde: F6 (MeH 100%) 200000 150000 100000 50000 0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5 25.0 27.5 30.0 32.5 35.0 37.5 40.0 42.5 min Figura 2- Sobreposição dos cromatogramas obtidos a partir das análises das frações F4, F5, F6. Fase móvel composta por H 2 /ACN variando de 5 a 100% em um tempo de 60 minutos, em modo linear e vazão de 1 ml/min. Detecção de UV, = 227 nm. Analisando os cromatogramas obtidos das três últimas frações da CCVU, bem como suas absorções no ultravioleta, foi observado que a F4 (Acetato de etila 100 %) detinha da maior concentração de compostos no comprimento de onda de 227 nm. Com isso, o isolamento das substâncias foi realizado mediante análise apenas dessa fração, a qual foi refracionada como relatado anteriormente. 4-2 - ISLAMENT DAS SUBSTÂNCIAS DE INTERESSE DA REUNIÃ 39-41 PR HPLC-DAD. Depois de determinado o melhor sistema de separação das substâncias no modo isocrático, a substância presente na reunião 39-41 foi isolada em um cromatógrafo liquido em escala semi-preparativa. Como fase estacionária, utilizou-se uma coluna semipreparativa Gemini C18 5 μm (250 x 10 mm), com fluxo de 4,7 ml/min. Como fase móvel, utilizou-se mistura composta pelos solventes H 2 /ACN 64:36 v/v. 687

25.648/1216351 9.675/41516 45.0 Até o presente momento foram isoladas as substâncias S1 da reunião 39-41 e S2 da fração 49. mau Ch1-227nm,4nm (1.00) 42.5 40.0 37.5 S1 35.0 32.5 30.0 27.5 25.0 22.5 20.0 17.5 15.0 12.5 10.0 7.5 5.0 2.5 0.0-2.5-5.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 min Figura 3- Cromatograma no modo de eluição isocrático da reunião 39-41. Fase móvel H 2 /ACN 64:36 e vazão de 1 ml/min. Detecção de UV, = 227 nm. 2500 mau Ch1-227nm,4nm (1.00) 2250 2000 1750 1500 S2 1250 1000 750 500 250 0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0 50.0 55.0 min Figura 4- Cromatograma no modo de eluição em gradiente da fração 49. Fase móvel H 2 /ACN variando de 5 a 100% em um tempo de 60 minutos, em modo linear e vazão de 1 ml/min. Detecção de UV, = 227 nm. 688

4-3 - CNSTITUINTES QUÍMICS ISLADS DS TALS DE Physalis angulata Lin. Na investigação química das partes de P. angulata Lin. foram isoladas duas substâncias, pertencentes a classe dos vitaesteróides (fisalinas). Todas foram isoladas via HPLC em escala semi-preparativa. A determinação estrutural das substâncias isoladas foi feita com base na análise dos dados espectrométricos de RMN de 1 H, 13 C, DEPT, HSQC, HMBC e CSY 1 H x 1 H e por comparação com informações encontradas na literatura. 4-3-1 ESTRUTURAS DAS SUBSTÂNCIAS ISLADAS H H H Elucidação estrutural da fisalina D H H Elucidação estrutural da fisalina G 5- CNCLUSÕES As duas substâncias isoladas no presente estudo: substância S1 e substância S2, foram identificadas estruturalmente através de análises espectrométricas de RMN como fisalina D e fisalina G respectivamente, todas pertencentes a classe dos vitaesteróides. 689

6- REFERÊNCIAS ALVES, D. T. V. Estudo fitoquímico de Physalis angulata Lin. (CAMAPÚ) por HPLC, Dissertação de mestrado, UFPA, 2012. BALANDRIN, M.F., KLCKE, J. A., WURTELE, E. S., BLLINGER, W. H., Natural plant chemicals: sources of industrial and medicinal materials. Science, v. 228, Issue 4704, 1154-1160. BRESLIN, T. M. B.; FILH, V.C. Ciências Farmacêuticas: Contribuição ao Desenvolvimento de Novos Fármacos e Medicamentos. Itajaí: UNIVALI, 2003. 239p. HAWKES, J. G. Solanaceae III taxonomy chemistry evolution. Richmond, Surrey, UK: The Royal Botanic Gardens Kew, 1991. LRENZI, H., MATS, F. J. A., Plantas medicinais no Brasil nativas e exóticas. 1. Ed. Nova dessa. SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002. MACIEL, M. A. M., PINT, A. C., JUNIR, V. F. V. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova, vol. 25, Nº.3, 429-438, Rio de Janeiro, 2002. MTA, D. K. A. S.; JAYME, L. S. G.; CARM, F. M.; RIBEIR, J. B. C.; SUZA, R. B. L.; LIVEIRA, T. L. S.; SANTS, E. N. Plantas medicinais indicadas como antiinflamatórios por raizeiros da região de Goiânia. Infarma, Brasília, v. 16, n. 1-2, p. 81-82, 2004. PINT, A. C. et al. Produtos Naturais: Atualidade, desafios e perspectivas. Química Nova, v.25, p.45-61, 2002. SILVA, M. T. G., SIMAS, S. M., BATISTA, T. G. F. M., CARDARELLI, P., TMASSINI, T. C. B., Studies on antimicrobial activity, in vitro, of Physalis angulata L. (Solanaceae) fraction and physalin B bringing out the importance of assay determination. Mem. Inst. swaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 100(7): 779-782, November 2005. SNYDER, L. R., KIKERLAND, J., GLAJCH, J. L. Pratical HPLC Method Development. 2ª ed. Jonh Wiley & Sons, inc. p. 282-287, 1997. TMASSINI, T. C. B, BARBI, N. S., RIBEIR, I. M., XAVIER, D. C. D., Gênero Physalis Uma revisão sobre vitaesteróides. Química Nova, v. 23 n. one, p.47-57, Rio de Janeiro - RJ, 2000; 690