A G D G A D U O CHAPÉU NA MAÇONARIA. A R L S Solidariedade e Progresso - N 3078. Ir Basilio Thomé de Freitas Junior CIM: 210887 G O B



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Transcrição:

A G D G A D U A R L S Solidariedade e Progresso - N 3078 O CHAPÉU NA MAÇONARIA Ir Basilio Thomé de Freitas Junior CIM: 210887 G O B 1

A palavra CHAPÉU provém do latim antigo "cappa", "capucho" que significa peça usada para cobrir a cabeça. Cerca de 3000 a.c., na Mesopotâmia, surgem os chapéus que trazem um misto de elmo com capuz, e que uns mil anos depois (2.000 a.c.) evolui para um formato mais aprimorado. Torna-se, neste mesmo período, um adereço de dignidade, nobiliárquica, militar e sacerdotal do Antigo Egito. Os gregos, usaram também um chapéu de palha de fundo pontudo que era denominado de Tholia, posteriormente criaram o primeiro chapéu em suas formas mais semelhantes com o formato "clássico" (ou seja, contendo as partes principais do adorno), é o pétaso grego, cuja origem remonta ao século IV a.c. Alias na Grécia Antiga o chapéu era símbolo de sabedoria e liberdade. O famoso escritor maçom Oliver comenta sobre o mesmo significado para os romanos, tendo sobrevivido na Maçonaria desde as Guildas Romanas. Consta que na Antiga Roma (por volta do ano 1.000 a.c.), os escravos eram proibidos de usar chapéus. Quando eram libertados passavam a adotar uma espécie de chapéu semelhante ao barrete (boné em forma de cone, com a ponta caída para um lado), em sinal de liberdade. Este tipo foi revivido durante a Revolução Francesa (final do século XVIII), chamado de "bonnet rouge" e se tornou um símbolo do partido republicano durante a República. Sua relação com a sabedoria permaneceu na Idade Média, como os chapéus dos magos denunciavam, os quais foram adaptados para cartolas pelos mágicos. Coloquialmente sua relação com a dignidade pode ser obsevada no costume francês de dizer "vestiu o chapéu" no ato de assumir uma responsabilidade, ou então no cumprimento a alguém quando se diz "a este eu tiro o chapéu". Na maçonaria, o chapéu é um paramento presente em muitos ritos. A frequência de seu uso em Lojas simbólicas depende do grau, do rito, e em um mesmo rito pode variar conforme a Potencia Maçônica. Os formatos também são variados. No REAA é utilizado o chapéu de abas caídas, no York e Schröder é utilizada a cartola, o RER utiliza o chapéu tricórneo. O que parece perene são as dúvidas em relação ao seu simbolismo ou utilidade. Com relação a isto José Castellani declara que herdamos o chapéu preto dos judeus ortodoxos, e que o chapéu em Loja é a coroa maçônica, influência da realeza europeia, usada pelo Venerável como símbolo de sua posição de liderança. Esta explicação é contestada pelo Ir.'. Kennyo Ismail que em um artigo a respeito do tema argumenta que os judeus utilizam o chapéu obrigatoriamente durante as orações e cerimônias religiosas, em sinal de temor a Deus. Já o maçom utiliza durante toda a reunião e retira o chapéu exatamente nos momentos de orações, em sinal de respeito! Com relação a ser um símbolo da coroa maçônica, o Ir.'. Jamil questiona: "Porque o Venerável não utilizaria uma verdadeira coroa em Loja? Uma coroa de louros, ou flores, ou de 2

metal? Porque seria um chapéu preto de abas caídas (REAA) ou mesmo uma cartola (Rito de York)? E por que todos os Mestres usariam em reuniões de Mestre, se o representante do rei Salomão é apenas o Venerável?" Realmente em ritos como o Schröder, todos os Obreiros se cobrem desde Aprendiz. Mas de fato em alguns ritos o Chapéu passou a ser usado como símbolo hierárquico, sendo que em Lojas de Aprendiz e Companheiro, só o Venerável tinha o privilégio de usar o Chapéu dentro da Oficina e realmente isto deve ter tido origem no cerimonial das Cortes do século XVIII, onde estando o rei presente, somente ele tinha o Direito de estar coberto, pois o Chapéu era o emblema de soberania, sobretudo quando se tratava antigamente de um tricórnio. Este procedimento até hoje é observado pelo REAA, praticado pelas Grandes Lojas. Porém, em Sessão de Câmara do Meio, o Venerável é apenas o presidente de uma assembleia de pares e assim todos os Mestres permanecem com o Chapéu na cabeça como Sinal de Igualdade. O uso de chapéu pelo Venerável Mestre era um costume também na maçonaria inglesa até a fusão que originou a Grande Loja Unida da Inglaterra. Após a fusão, os antigos costumes foram reformulados para agradar ambas as partes, e a tradição do chapéu simplesmente foi descartada. O único ritual na Inglaterra que mantém o uso do chapéu pelo Venerável Mestre é o Bristol. Mas por uma ironia do destino, essa tradição permaneceu viva nos EUA. Assim sendo, o chapéu do Venerável Mestre pode realmente ser interpretado como uma coroa representativa de sua autoridade. Porém, uma autoridade com base na Sabedoria, assim como a de Salomão. E é por serem detentores da sabedoria maçônica que todos os Mestres utilizam o chapéu especialmente nos ritos originados na França. É no ocultismo, que encontramos uma explicação mais convincente para uso do chapéu, até porque a Maçonaria sempre tem tomado das ciências ocultas seus usos e costumes, para preservar tudo o que de mais elevado o Homem produziu através da história. Os ocultistas dizem que os pelos curtos e grossos das sobrancelhas e da barba do homem, são emissores de energia, enquanto que os pelos finos e longos dos cabelos são captadores de energia. Por este motivo o Mestre mantendo-se a cabeça coberta, demonstra que nada mais tem a receber, isto é, que chegou à plenitude maçônica ou à verdadeira iniciação simbólica. Esta prática, alias, é observada nas mais diversas filosofias religiosas quando seus líderes usam uma cobertura sobre a cabeça ou até mesmo raspam a cabeça para não sofrerem influências externas, fato este que observamos nas filosofias orientais, no judaísmo, no islamismo e nas igrejas católicas e ortodoxas, nos cultos afro brasileiros e em diversas seitas, onde são usados turbantes, solidéus, tiaras, mitras, etc. Este fato explica também a existência do dossel que cobre não apenas o ocupante do sólio, mas protege o chacra coronal das demais luzes que o ladeiam. O chapéu representa proteção. Se na prática o chapéu protege a cabeça do dono contra as intempéries, simbolicamente, o chapéu é como um elmo que confirma e protege a sabedoria que se aloja na cabeça do Venerável Mestre e esotericamente seu 3

chacra coronal. Aliás, em Ritos onde se favorecem os aspectos mais esotéricos, apenas os Mestres usam chapéu e o fazem em todas as Sessões de Graus Simbólicos. É o caso do Rito Adonhiramita e do Rito Escocês Retificado onde neste último apenas os mestres se cobrem, embora todos os obreiros portem o chapéu. O CHAPÉU TRICÓRNEO O chapéu utilizado no Rito Escocês Retificado (RER), é o tricórneo ou de três bicos. Ele apareceu como um resultado da evolução do chapéu de borda larga e redonda usada pelos soldados espanhóis durante a Guerra dos Oitenta Anos, em Flandres, em meados do século XVI. Prendendo as abas, uma forma triangular foi obtida, favorecendo os soldados nas guerras em tempos chuvosos; antes da invenção das capas de chuva especializadas. Durante as disputas militares, seu uso se espalhou para os exércitos franceses e depois por toda a Europa Ocidental. Na França, seu uso dissiminou-se para a população e para a corte do rei Luís XIV, o que tornou moda em toda a Europa até o final do século XVII. Esse chapéu foi popular para uso civil e em uniformes militares, permanecendo como um dos estilos predominantes na Europa ao longo do século XVIII. Éra o chapeu comumente utilizado quando o RER foi criado. Porém qual a razão simbólica para o uso específico do chapéu de três pontas ainda hoje? É que à testa do mestre representa três virtudes: o espírito da justiça, da temperança e da prudência, que deve acompanha-lo em todas as suas diligências. O chapéu representa também uma estrutura educacional apoiada em três pontos: racional, emocional e espiritual; um apoia o outro, formando um tripé. É do equilíbrio propiciado pelo que simboliza o chapéu que desabrocha a pessoa completa. Esta educação e condicionamento elevam o portador do chapéu à realeza dos iniciados nos diversos graus do rito, onde é livre para pensar e ajudar seus irmãos através de uma razão esclarecida. É pelo estudo diligente, pelo treinamento dos sentidos, pela convivência constante que ele atinge o ideal, e este lhe confere realeza, da qual o chapéu, apesar de sua aparência simples, é o símbolo mais expressivo. Debaixo do chapéu é a maneira mais nobre de viver o amor fraterno, a única ação capaz de salvar a humanidade de um existir miserável. Debaixo do chapéu aflora a capacidade de ouvir, ensinar e treinar em loja, o que faz do mestre maçom um líder natural. 4

A título de ilustração da simbologia do chapéu na Maçonaria apresentamos a pintura abaixo, de autoria de Hieronymus Bosch. Ela tem características peculiares que levaram os pesquisadores a concluirem que Bosch estaria familiarizado com o simbolismo maçônico, então existente na época da elaboração da obra, por volta de 1480. O escritor John Robinson em seu livro "Born in Blood: The Lost Secrets of Freemanson" (Nova York: M.Evans & Co., 1989), cita esta obra como evidência de que a maçonaria se originou muito antes do que muitos acreditam. Isto também é ressaltado no livro de John K. Young "Locais Sagrados dos Cavaleiros Templários" Ed. Madras. Estes autores chamam atenção para alguns detalhes como o viajante deixando atrás de si simbolos da loucura mundana (um casal se abraçando lascivamente, um homem urinando ao lado de uma casa em ruinas) e aproximando-se de um agradavel campo por detraz de um portão de madeira. As tabuas do potão estão disposta de forma a comporem um esquadro e um compasso. As vestimentas do viajante também são emblemáticas, tudo simbolizando um Aprendiz recém iniciado. A começar pelos pés, um calçado outro com chinelo. Uma perna da calça dobrada quase até o joelho. O bornal que leva às costas, é preso com uma corda ao redor dos ombros. O viajante usa um superfluo capus identificado como uma venda, já que carrega um chapeu na mão. A propósito, como o Aprendiz, não seria adequado se cobrir com o chapeu, como determina por exemplo a ritualistica do RER. Na pintura o chapeu é destacado pelo viajante em um gesto de condução. Interessante observar que ao invés de enfeitado com uma pena (comum na época), é decorado com um prumo, tradicionalmente o símbolo do segundo vigilante de uma loja maçônica, e que (em determinados ritos) tem como uma de suas funções a orientação dos irmãos aprendizes na senda maçônica.. 5

Bibliografia: 1. ASLAN, Nicola, Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, ISBN 85-7252-158-5, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 1270 páginas, Londrina, 2003; 2. BAYARD, Jean-Pierre, A Espiritualidade na Maçonaria, Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências, tradução: Julia Vidili, ISBN 85-7374-790-0, primeira edição, Madras Editora Ltda., 368 páginas, São Paulo, 2004; 3. BENOÎT, Pierre; VAUX, Roland de, A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible, tradução: Samuel Martins Barbosa, primeira edição, Edições Paulinas, 1663 páginas, São Paulo, 1973; 4. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique, tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 400 páginas, São Paulo, 1979; 5. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora Ltda., 413 páginas, São Paulo, 2001; 6. CAMINO, Rizzardo da, Simbolismo do Terceiro Grau, Mestre, terceira edição, Editora Aurora Ltda., 368 páginas, Rio de Janeiro; 7. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico, D-E-F-G, Coleção Biblioteca do Maçom, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 123 páginas, Londrina, 1996; 8. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989; 9. GHEERBRANT, Alain; CHEVALIER, Jean, Dicionário de Símbolos, Mitos, Sonhos, Costumes, Gestos, Formas, Figuras, Cores, Números, título original: Dictionaire des Symboles, tradução: Vera da Costa e Silva, ISBN 85-03-00257-4, 20ª edição, José Olympio Editora, 996 páginas, Rio de Janeiro, 1982; 10. Ritual do 3º Grau do RER 6