Parecer do Comité das Regiões Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» (2013/C 356/12)



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Transcrição:

C 356/68 Jornal Oficial da União Europeia 5.12.2013 Parecer do Comité das Regiões Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» (2013/C 356/12) O COMITÉ DAS REGIÕES reconhece a importância do plano de ação e frisa a necessidade de uma ação coordenada por parte das autoridades a nível supranacional, nacional e, sobretudo, regional e local, a fim de permitir uma aplicação bem-sucedida dos objetivos do plano; assinala que o envolvimento dos órgãos de poder local e regional e das partes interessadas na aplicação do plano de ação é crucial, visto que estas instâncias de poder são o nível de governação mais próximo das PME e dos serviços de apoio às empresas e que a maior parte das PME se integra e opera em mercados locais e regionais; assinala que o prémio «Região Empreendedora Europeia» (EER), atribuído pelo Comité das Regiões desde 2010, pode servir de padrão de referência europeu para o desenvolvimento e aplicação de políticas favoráveis ao empreendedorismo, bem como de medidas específicas de apoio às PME e de estratégias com visão de futuro; frisa que conviria dar um papel mais proeminente ao trabalho por conta própria e à criação de empresas, a qual deveria ser encarada como uma alternativa realista e desejável; assinala a importância de promover mais o empreendedorismo social como alternativa valiosa às formas tradicionais de empresa, quer seja com ou sem fins lucrativos; sublinha que a Europa tem de conseguir apresentar o empreendedorismo aos jovens como uma opção profissional viável e promissora, reavivando o espírito empreendedor; salienta que compete os órgãos de poder local e regional promover o ensino e valorizar o empreendedorismo no plano educativo.

5.12.2013 Jornal Oficial da União Europeia C 356/69 Relator Paweł ADAMOWICZ (PL-PPE), presidente do município de Gdańsk Texto de referência Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» Relançar o espírito empresarial na Europa COM(2012) 795 final I. RECOMENDAÇÕES POLÍTICAS O COMITÉ DAS REGIÕES 1. congratula-se com a comunicação da Comissão Plano de Ação «Empreendedorismo 2020», destinada a fomentar uma cultura de empreendedorismo na Europa, melhorar o acesso ao financiamento, prestar serviços de alta qualidade de apoio às empresas, desenvolver modelos de empreendedorismo e alcançar grupos específicos; 2. reitera o seu pleno apoio a ações destinadas a incentivar o empreendedorismo e a eliminar os entraves ao desenvolvimento das PME, reconhecendo assim o seu papel fulcral em termos de tornar a União Europeia mais competitiva; 3. assinala que todas as autoridades, a todos os níveis, devem melhorar a eficácia dos seus procedimentos de autorização e controlo, bem como de outras medidas administrativas. As autoridades devem procurar simplificar o intercâmbio de informações e promover uma terminologia harmonizada e sistemas operacionais que permitam aceder automaticamente à informação de outros sistemas e bases de dados; 8. encara o plano de ação como uma etapa necessária para promover a criação de um contexto favorável aos empresários no mercado único e contribuir assim para a retoma da economia em toda a UE; 9. apoia a definição de prioridades estabelecida no plano de ação, assente em três eixos de ação (a saber, desenvolver o ensino e a formação no domínio do empreendedorismo, criar um contexto propício à prosperidade e ao crescimento dos empresários, e utilizar modelos de empreendedorismo e alcançar grupos específicos), e regozija-se com os resultados previstos do plano de ação; 10. frisa que conviria dar um papel mais proeminente ao trabalho por conta própria e à criação de empresas, a qual deveria ser encarada como uma alternativa realista e desejável. Ambos são elementos essenciais para reforçar a competitividade da economia europeia e requerem, por isso, apoio integrado a vários níveis. Para tal, todos os níveis de governação deveriam tomar medidas com vista a reduzir drasticamente a burocracia para os trabalhadores por conta própria, a reforçar a sua proteção social e os seus direitos à pensão de reforma, bem como a reduzir a pressão fiscal; 4. assinala a importância de uma aplicação rápida das decisões tomadas. Mais debates teóricos não darão qualquer contributo para promover o contexto empresarial; 5. salienta que a recente recessão económica tem afetado muito duramente os empresários das pequenas e médias empresas, em particular nas regiões periféricas, onde se tem registado uma subida significativa da percentagem de falências; 6. reconhece a importância vital de um contexto empresarial adequado e de um mercado interno completo para a retoma e o crescimento da economia europeia e para um nível mais elevado de coesão social; 7. frisa que as condições empresariais ao nível local e regional são fundamentais para o êxito: há que tomar medidas para desenvolver a capacidade de inovação e uma atitude favorável à inovação aberta baseada no uso eficaz do conhecimento a partir de fontes diferentes, no diálogo estimulante, na colaboração e na inovação conjunta; 11. reconhece a baixa representatividade das mulheres no mundo empresarial, onde apenas 30 % dos empresários são do sexo feminino, bem como o impacto significativo da formação e do apoio diferenciado por género no aumento do número de mulheres empresárias, e solicita a criação de centros empresariais destinados às mulheres; 12. reitera a sua solicitação à Comissão, formulada em recentes pareceres sobre a política industrial ( 1 ) e os auxílios estatais com finalidade regional ( 2 ), de abordar a problemática dos «efeitos dos limiares» relacionados com a determinação da categoria das empresas e de rever a definição de PME. Concretamente, a Comissão deve «melhorar a sua capacidade de análise, bem como os instrumentos de apoio às empresas, estudando a possibilidade de criar, à semelhança do que foi aceite para as indústrias agroalimentares, uma nova categoria de empresa mediana, entre a PME e a grande empresa, para empresas com 250 a 750 trabalhadores e cujo volume de negócios não ultrapasse os 200 milhões de euros. O Comité das Regiões solicita, ( 1 ) Parecer do CR de 11 de abril de 2013, CDR2255- -2012_00_00_TRA_AC, ponto 18. ( 2 ) Parecer do CR de 31 de janeiro de 2013, CDR2232- -2012_00_00_TRA_AC, ponto 45.

C 356/70 Jornal Oficial da União Europeia 5.12.2013 igualmente, que se leve a cabo uma reflexão sobre a possibilidade de ter em consideração as empresas de dimensão intermédia, resultantes do crescimento de PME aquelas que no futuro criarão a riqueza da UE, com 250 a 5 000 trabalhadores. Estas novas categorias de empresa poderiam beneficiar de taxas de apoio adaptadas, superiores às das grandes empresas e inferiores às das PME; 13. sublinha que o artesanato parte integrante do setor das PME desempenhou e continua a desempenhar um papel importante no crescimento da economia europeia enquanto base para o desenvolvimento industrial, pelo que cabe ter mais em conta as suas necessidades específicas, em particular no que diz respeito ao desenvolvimento e ao reforço dos centros de formação profissional; formação, de práticas administrativas transparentes, de criação de um contexto favorável aos empresários e de promoção do empreendedorismo; 21. realça que muitas medidas e iniciativas importantes nos domínios referidos no plano de ação foram já adotadas por órgãos de poder local e regional de todos os Estados-Membros; 22. manifesta a sua deceção com a atenção insuficiente de que é alvo o papel dos órgãos de poder local e regional na aplicação do plano de ação, sendo que a dimensão regional é mencionada apenas enquanto parte de uma rede horizontal de apoio às empresas; 14. sublinha igualmente o papel particular que desempenham as empresas do setor da economia social e solidária. Estas empresas contribuem para a atividade económica e para o estabelecimento de relações sociais nas zonas desfavorecidas e cumprem as suas funções de interesse geral, justificando um tratamento diferenciado, nomeadamente em matéria de regulação das taxas de intervenção pública; 23. assinala que o envolvimento dos órgãos de poder local e regional e das partes interessadas na aplicação do plano de ação é crucial, visto que o poder local e regional é o nível de governação mais próximo das PME e dos serviços de apoio às empresas e que a maior parte das PME se integra e opera em mercados locais e regionais; 15. destaca que uma maior desindustrialização pode ter impacto no emprego e na prosperidade na Europa. Por conseguinte, a UE deve levar a cabo reformas estruturais que reforcem a sua competitividade internacional, sobretudo em termos da sua capacidade industrial; 16. concorda que o papel dos empresários na sociedade merece maior reconhecimento e deve ser reforçado de modo significativo; 24. sublinha o papel central dos órgãos de poder local e regional em termos de imprimir uma dinâmica organizacional e política capaz de libertar sinergias de cooperação entre atores integrados a nível regional, como câmaras de comércio, associações profissionais, ordens profissionais, centros tecnológicos, parques tecnológicos, viveiros de empresas, universidades, iniciativas de polos empresariais, ou outros intervenientes que sejam parceiros apropriados para prestar assistência às PME, a empresários incipientes e a empresas de forte crescimento em fase de arranque («start-ups») ou outras, na realização dos seus projetos; 17. apraz-lhe a abordagem aberta e inclusiva do plano de ação, visando um amplo leque de partes interessadas e propondo-se colaborar com uma vasta gama de PME estabelecidas, com empresários incipientes e com potenciais novos empresários; 18. está empenhado em promover uma Europa mais empreendedora, assim como a plena aplicação do Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» e do Small Business Act (SBA) para a Europa a nível local e regional; 19. lamenta que o plano de ação não dê o reconhecimento devido ao papel dos órgãos de poder local e regional apesar de lhes caber um papel indispensável na consecução de todos os objetivos estabelecidos nos 3 principais eixos do plano de ação; 20. salienta o papel fundamental dos órgãos de poder local e regional em domínios-chave do Plano de Ação «Empreendedorismo 2020», nomeadamente em matéria de educação e 25. frisa que os órgãos de poder local e regional são responsáveis por delinear estratégias regionais de empreendedorismo que, no quadro das próximas perspetivas financeiras da UE, poderão vir a obter um apoio mais forte do que nunca, nomeadamente a título dos fundos estruturais; 26. salienta a necessidade de reforçar a intervenção e o apoio dos poderes públicos na prestação de bens e serviços públicos, no fornecimento de informações e de assistência especializada e na concessão de financiamento a PME e a «start-ups» inovadoras, incluindo o desenvolvimento da gestão e da formação, designadamente em planeamento financeiro, estratégia e marketing, para gestores que pretendam aperfeiçoar-se; 27. considera que há que melhorar a abordagem e os processos de muitos bancos no que toca à avaliação do risco empresarial e do financiamento de empresas em fase de arranque («start-ups») e PME, devendo ser dada prioridade aos casos em que as autoridades públicas continuam a apoiar os bancos;

5.12.2013 Jornal Oficial da União Europeia C 356/71 28. assinala que o prémio «Região Empreendedora Europeia» (EER), atribuído pelo Comité da Regiões desde 2010, pode servir de padrão de referência europeu para o desenvolvimento e aplicação de políticas favoráveis ao empreendedorismo, bem como de medidas específicas de apoio às PME e de estratégias com visão de futuro. Este prémio também pode favorecer o desenvolvimento de parcerias locais e regionais no âmbito do Small Business Act para «parcerias empresariais» e contribuir assim para implementar os objetivos do plano de ação e do Programa para a Competitividade das Empresas e PME (COS ME); 29. reconhece o papel fundamental das PME enquanto principais motores da criação de emprego e do crescimento na Europa (sendo responsáveis por 85 % dos novos postos de trabalho líquidos na UE entre 2002 e 2010) e salienta o desafio que constitui para os órgãos de poder local e regional conseguir implicar as PME, adequar os apoios aos inúmeros tipos de PME em particular, as microempresas e proporcionar medidas de apoio de alta qualidade; 30. reconhece que, embora os órgãos de poder local e regional desempenhem um papel importante na eliminação dos entraves ao empreendedorismo, a UE é um ator de peso nesse processo, agilizando o funcionamento do mercado único e melhorando o contexto empresarial; 31. reconhece a importância do plano de ação e frisa a necessidade de uma ação coordenada por parte das autoridades a nível supranacional, nacional e, sobretudo, regional e local, a fim de permitir uma aplicação bem-sucedida dos objetivos do plano; 32. tomando em conta o caráter horizontal e transversal dos projetos destinados a fomentar o empreendedorismo, enfatiza a necessidade de uma cooperação reforçada entre as várias direções-gerais da Comissão Europeia; 33. atendendo ao que precede, exorta a Comissão a garantir a plena complementaridade entre os diferentes programas europeus de financiamento a empresas, em particular entre o programa COSME, os fundos estruturais e o programa Horizonte 2020, a fim de maximizar sinergias e evitar sobreposições ineficazes; 34. sublinha que uma eventual duplicação de esforços se poderá revelar ineficaz e ineficiente e apela, por isso, à simplificação e coordenação das medidas políticas aplicadas nos diferentes níveis de governação; 35. tendo em conta a importância do problema, solicita informações mais detalhadas sobre financiamentos especificamente destinados à implementação das várias medidas propostas; 36. lamenta que a Comissão não tome em consideração a especificidade e a diversidade das culturas e dos ecossistemas empresariais existentes nas regiões europeias, as quais apresentam grandes diferenças particularmente, entre os Estados- -Membros mais antigos e os mais recentes, entre as regiões metropolitanas e as não metropolitanas, bem como entre as regiões centrais e as periféricas; 37. convida os órgãos de poder local e regional a redobrarem o seu interesse na promoção do dinamismo empresarial e no fomento do crescimento sustentável através da implantação de companhias inovadoras nas respetivas regiões; 38. chama a atenção para as medidas destinadas a implementar a descoberta empresarial, considerada uma das bases para a utilização dos fundos estruturais e da especialização inteligente; 39. exorta as regiões a desenvolverem programas operacionais de molde a permitir prever medidas específicas para promover os objetivos do plano de ação e a garantir que a diversidade e a igualdade entre os sexos se refletem nas parcerias estabelecidas no âmbito dos fundos estruturais; 40. destaca que o concurso do Comité da Regiões para a atribuição do rótulo de «Região Empreendedora Europeia» (EER) constitui um bom exemplo, demonstrando que as regiões podem desenvolver estratégias com visão de futuro focalizadas no empreendedorismo e medidas específicas de apoio às PME, com vista a responder melhor aos reptos comuns ou particulares dessas regiões; 41. sublinha que todas as regiões galardoadas com o prémio EER (2011-2013) lançaram novas medidas interessantes ou ampliaram as já existentes a fim de definir o processo de elaboração das respetivas políticas económicas regionais; 42. preconiza o desenvolvimento da rede EER através de canais apropriados, entre os quais se destaca o programa emblemático COSME (2014-2020), da Comissão Europeia; 43. apela à aplicação dos objetivos delineados no COSME (Programa para a Competitividade das Empresas e PME), que visa facilitar o acesso das PME a financiamento, criar um contexto propício à criação de empresas e ao crescimento, promover uma cultura empresarial na Europa, aumentar a competitividade sustentável das empresas da UE, ajudar as pequenas empresas a operar fora dos seus países de origem e melhorar o seu acesso aos mercados; 44. acolhe favoravelmente a intenção da Comissão Europeia de simplificar a gestão do programa COSME em relação à dos seus predecessores, como o PCI (Programa-Quadro para a Competitividade e a Inovação, 2007-2013), a fim de reduzir custos administrativos e de pôr a tónica na prestação de medidas de apoio mais eficazes para as empresas;

C 356/72 Jornal Oficial da União Europeia 5.12.2013 45. solicita que o Comité das Regiões seja convidado a participar em futuras reuniões do Comité Executivo do COSME; 46. sublinha que o plano de ação se deveria centrar no quadro político geral e manifesta-se desiludido pelo facto de a Comissão Europeia parecer encarar a questão do empreendedorismo como um desafio fundamentalmente quantitativo (aumentar o número de empresas); 47. preconiza medidas que promovam significativamente as atividades de lançamento empresarial ligadas a universidades e a outros estabelecimentos de ensino. Um instrumento fundamental é a modelização de exemplos de excelência comprovados de forma a permitir a sua reprodução em toda a UE; 48. salienta que as empresas inovadoras e competitivas são um elemento-chave do crescimento económico. Além disso, é particularmente necessário estimular as empresas a almejarem uma expansão para os mercados internacionais e a serem competitivas a nível mundial. Para que as regiões mais atrasadas possam recuperar o seu atraso (convergência) e as outras regiões possam manter a sua competitividade internacional, é indispensável fomentar o crescimento de empresas eficientes; 49. manifesta-se preocupado com o facto de, devido à transformação demográfica, muitos empresários de empresas familiares atingirem a idade da reforma nos próximos anos e de nem sempre poderem encontrar um sucessor capaz de assumir a gestão da empresa, o que pode colocar em risco o futuro da empresa e dos seus postos de trabalho; etc. deverão reconfigurar o seu papel no contexto de desenvolvimento regional, a fim de permitir identificar os melhores modelos de cooperação possíveis, dando a possibilidade às empresas das respetivas regiões de beneficiarem de uma assistência profissional abrangente na conquista de novos mercados; 54. concorda que, sem prejuízo de uma cooperação e parcerias fortes, as regiões da UE têm de ser capazes de traçar o seu próprio potencial de crescimento e de desencadear processos de inovação em setores tanto de alta como de baixa tecnologia, desenvolvendo, por exemplo, estratégias de especialização inteligente em conformidade com as condições prévias estabelecidas a nível inter-regional; 55. reconhece que, para algumas regiões europeias, as tecnologias facilitadoras essenciais (materiais avançados, nanotecnologia, micro e nanoeletrónica, biotecnologia e fotónica) podem assumir uma importância capital enquanto motores de crescimento e de criação de novos empregos. Estes setores são parte integrante de um processo de transição para uma economia hipocarbónica baseada no conhecimento. Os empresários que operam nestes domínios tecnológicos podem contribuir significativamente para superar os desafios societais da atualidade e modernizar a indústria europeia; 56. realça a importância de fomentar, ao lado do empreendedorismo convencional, as medidas que se destinam a aumentar de forma significativa o empreendedorismo académico entre os doutorados e os doutorandos em todos os Estados-Membros; 50. considera que, para facilitar a internacionalização das empresas, há que reforçar o domínio de línguas estrangeiras entre os empresários e entre os estudantes e os alunos, bem como aprofundar o conhecimento sobre as possibilidades que o mercado comum da União oferece e o ambiente do mercado mundial; 57. assinala que a UE dispõe de competências em matéria de apoio nos domínios abrangidos pelo plano de ação, no respeito do princípio da subsidiariedade. Salienta que o plano de ação proporciona um regime voluntário para os órgãos de poder regional e local; 51. recorda que os fundos da UE também deveriam ser usados para ajudar a adotar o modelo de aprendizado no empreendedorismo. A transferência do conhecimento entre as gerações gera um valor acrescentado considerável, já que os trabalhadores mais velhos transmitem atitudes e perícia, ao passo que os mais jovens trazem novas ideias e entusiasmo. Assim, o modelo do aprendizado funciona nos dois sentidos ( 3 ); 52. faz notar que os serviços de apoio às empresas a nível local e regional deverão redobrar esforços para que as PME possam tirar o máximo proveito das potencialidades do mercado único europeu, realçando, a esse propósito, a pertinência de prosseguir as atividades da rede Enterprise Europe Network; 58. reconhece que as ações propostas visam especificamente colmatar lacunas políticas e falhas do mercado como assimetrias de informação que só ao nível da UE se poderão resolver, estando, por conseguinte, em conformidade com o Tratado de Lisboa; 59. reconhece que o plano de ação é conforme ao princípio da proporcionalidade. A dimensão e a escala da ação proposta deverão ter repercussões positivas através de efeitos exponenciais e multiplicadores destinados a resolver falhas específicas do mercado; 53. assinala que outros atores regionais como os prestadores de serviços de apoio às empresas, as universidades, os centros de transferência de tecnologia, os polos empresariais, ( 3 ) CdR 14/2012 fin, ECOS-V-025, ponto 64. Promover o ensino e a formação no domínio do empreendedorismo 60. sublinha que a Europa deve apresentar o empreendedorismo aos jovens como uma opção profissional viável e promissora, reavivando o espírito empreendedor;

5.12.2013 Jornal Oficial da União Europeia C 356/73 61. salienta que compete aos órgãos de poder local e regional promover o ensino e valorizar o empreendedorismo no plano educativo; 62. destaca que cumpre reconhecer a capacidade dos órgãos de poder local e regional para promover o empreendedorismo; 71. assinala a importância de promover mais o empreendedorismo social como alternativa valiosa às formas tradicionais de empresa, quer seja com ou sem fins lucrativos. O empreendedorismo social pode ser uma atividade empresarial muito gratificante, em particular dado o prolongado cenário de crise económica e financeira e a consequente necessidade de uma atividade empresarial mais sustentável; 63. apela aos organismos de formação locais e regionais e aos sistemas de ensino para que ofereçam mais oportunidades de aprendizagem formal e não formal no domínio do desenvolvimento empresarial e do empreendedorismo adaptadas a públicos-alvo específicos; Criar um contexto propício à prosperidade e ao crescimento dos empresários 72. reconhece que se impõe sensibilizar mais as empresas e os futuros empresários para as oportunidades oferecidas pelo mercado único; 64. frisa a relevância do quadro de referência europeu de competências essenciais, no âmbito do qual o ensino do empreendedorismo foi considerado extremamente importante, a par da matemática, das técnicas de resolução de problemas, da comunicação e do conhecimento de línguas estrangeiras, entre outras competências; 73. insta a Comissão e os Estados-Membros a eliminarem eficazmente os entraves que ainda se colocam ao empreendedorismo, tal como referido no Eixo de Ação 2 do plano de ação. Além disso, considera que os sistemas de segurança social não deveriam discriminar os empresários e os trabalhadores por conta própria; 65. incentiva a Comissão a encorajar a aprendizagem do empreendedorismo nos estabelecimentos de ensino geral e de ensino superior, pondo a tónica na aquisição de competências práticas e na aprendizagem informal entre empresários, alunos e estudantes; 74. faz notar que, para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas, os poderes públicos devem investir em infraestruturas de qualidade, quer no domínio dos transportes quer no digital, sendo para isso necessário o apoio da União Europeia; 66. exorta os órgãos de poder local e regional a introduzirem programas de ensino e formação no domínio do empreendedorismo ou a melhorarem a qualidade dos programas já existentes; 67. vinca a importância de programas de sensibilização para o empreendedorismo e de reforço de competências já ao nível do ensino básico, a fim de promover um espírito de abertura à inovação e à experimentação nas jovens gerações; 68. considera que os órgãos de poder local e regional são capazes de implementar tais programas de ensino. Estes programas reforçariam o espírito empreendedor dos jovens em setores económicos específicos da região, contribuindo para o desenvolvimento desses setores económicos e de toda a região; 69. destaca a importância do diálogo entre empresários incipientes e empresários potenciais, tal como promovido pelo programa europeu «Erasmus Jovens Empresários»; 70. faz notar que algumas regiões com o rótulo EER se empenharam seriamente neste programa, com resultados muito encorajadores para os seus empresários. O programa oferece aos futuros empresários formação em PME estabelecidas, permitindo simultaneamente aos empresários experientes beneficiar do contacto com futuros empresários jovens e motivados, capazes de ter um novo olhar em relação a alguns dos seus desafios quotidianos (produção ou processos existentes). Há, portanto, grande potencial para aumentar a capacidade de inovação das empresas que participam nestes intercâmbios; 75. reconhece, em particular, que, nos anos vindouros, várias centenas de milhar de empresários europeus em idade avançada terão de transmitir os seus negócios à geração seguinte ou encerrar as suas empresas. Haverá, por isso, que implementar estratégias de transmissão de empresas e sensibilizar para o problema. A este respeito, o Comité das Regiões reitera a recomendação formulada no parecer sobre as «Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional» ( 4 ) de tornar elegíveis nestas orientações os auxílios destinados à aquisição de negócios; 76. perfilha a opinião de que cumpre simplificar os procedimentos de falência, a fim de dar aos empresários uma segunda oportunidade; Promover modelos de empreendedorismo junto de grupos-alvo específicos 77. considera essencial reduzir de forma contínua a burocracia associada à criação, à expansão e ao estabelecimento de uma empresa; 78. apoia a ideia de fomentar o empreendedorismo junto de grupos-alvo específicos, levando em conta a natureza concreta dos desafios enfrentados; 79. destaca o papel crucial dos empresários mais velhos na economia da UE, o qual provavelmente só irá ganhar em importância, tendo em conta os processos demográficos em curso; ( 4 ) Parecer do CR de 31 de janeiro de 2013, CDR2232- -2012_00_00_TRA_AC, ponto 49.

C 356/74 Jornal Oficial da União Europeia 5.12.2013 80. aprecia o facto de o plano de ação referir o papel dos idosos como um recurso valioso para o empreendedorismo na UE, permitindo assim explorar eventuais sinergias com políticas sociais destinadas a aumentar a atividade económica na faixa etária superior a 50 anos; 81. frisa que, pela sua longa experiência de trabalho, os trabalhadores mais velhos são uma fonte preciosa de conhecimentos e podem ser cruciais para ajudar uma nova geração de empresários a criar e a consolidar empresas; 82. concorda com a necessidade de os prestadores de serviços de apoio às empresas identificarem novos modelos de trabalho que permitam prolongar a vida ativa dos trabalhadores mais velhos, respeitando a sua própria vontade de trabalhar e ajudando a aumentar a empregabilidade de estudantes e empresários incipientes (mediante programas de tutoria); 83. recomenda, a este respeito, que se fomente na sociedade uma atitude favorável ao envelhecimento ativo. O envelhecimento ativo não beneficia apenas quem está diretamente implicado mas pode ser também uma fonte de crescimento e inovação. A nível local e regional, os dirigentes políticos poderiam explorar e promover mais as «oportunidades douradas» oferecidas pela economia grisalha, que dependerão fortemente de mudanças de atitude em relação a políticas mais atentas à dimensão etária; 84. realça que algumas regiões europeias já apontam como alvo grupos específicos no intuito de aumentar o seu potencial empreendedor, encorajando as outras regiões a tirarem partido da experiência adquirida neste contexto refira-se, a título de exemplo, o programa «Principi Attivi», implementado pela região da Apúlia; Aumentar o potencial de inovação da Europa através do empreendedorismo 85. concorda que a economia verde encerra um potencial de inovação considerável e que as PME europeias o poderiam explorar com maior eficácia; 86. recorda o importante papel que os viveiros de empresas, os polos empresariais e as iniciativas a eles associadas podem desempenhar na promoção de uma transferência mais fluida de conhecimentos especializados e na difusão de conhecimentos úteis para a economia real, assim como no reforço da base competitiva e dos meios de persuasão das economias regionais, preconizando igualmente a comercialização do conhecimento científico; 87. destaca a existência de exemplos promissores em muitas regiões com o rótulo EER, onde iniciativas de polos e viveiros de empresas para novos empresários resultaram em novos produtos e serviços com potencial de crescimento. Entre os exemplos de êxito são de referir o Eco World Styria (região EER 2013), o parque científico Golm, no Brandeburgo (região EER 2011), e o parque científico com viveiro de empresas na região de Múrcia (região EER 2011); 88. aplaude o reforço da rede Enterprise Europe Network e o aumento do orçamento afetado ao objetivo específico «Melhorar o acessos aos mercados», apoiado pela rede; 89. preconiza que todos os atores regionais relevantes estejam representados na rede Enterprise Europe Network, permitindo implicar todos os tipos de PME e forjar relações mais fortes. Bruxelas, 9 de outubro de 2013 O Presidente do Comité das Regiões Ramón Luis VALCÁRCEL SISO