CERTIFICAÇÃO DO MEL: UMA ALTERNATIVA PARA O FORTALECIMENTO DA APICULTURA PARAIBANA



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Transcrição:

CERTIFICAÇÃO DO MEL: UMA ALTERNATIVA PARA O FORTALECIMENTO DA APICULTURA PARAIBANA Rafael Chateaubriand de Miranda¹; Iluskhanney Gomes de Medeiros Nóbrega¹; Rosélia Maria de Sousa Santos¹; José Ozildo dos Santos 2 ; Patrício Borges Maracajá 3 (1) Alunos especiais do Curso de Mestrado em Sistemas Agroindustriais (UFCG); (2) Mestrando em Sistemas Agroindustriais (UFCG); (3) Professor da Universidade Federal de Campina Grande-CCTA RESUMO - Na atualidade, a certificação ultrapassa a área comercial, não somente considerando os sistemas de obtenção de produtos isolados, mas também contemplando os processos mais sustentáveis ecologicamente e socialmente responsáveis, capazes de produzirem alimentos, fibras naturais, dentre outros. Ela permite ao produtor diferenciar seus produtos e obter uma melhor remuneração para a sua produção, servindo de atestado de qualidade junto aos consumidores, diminuindo, de forma significativa, o risco de fraudes. Em relação ao mel, o processo de certificação proporciona grandes benefícios, visto que ao produto agregasse valor, permitindo sua comercialização por um valor até três vezes maior. O presente trabalho tem por objetivo mostrar que a certificação do mel se constitui numa alternativa para o fortalecimento da apicultura paraibana. Analisando os dos colhidos verificou que 48% dos apicultores do município de Catolé do Rocha já participaram de cursos de capacitação, voltados para a promoção da certificação do mel, promovidos, principalmente, pelo SEBRAE e pelo SENAR. Os demais nunca participaram de tais eventos (52%). Em relação ao mesmo questionamento, 68% dos apicultores do município de Pombal declararam que já participaram de algum curso ou palestra, onde se abordou a importância da certificação do mel de abelha, o restante (32%) informam que ainda não tiveram essa oportunidade. Foi possível constatar que a falta de assistência técnica é o principal obstáculo enfrentado por 68% dos produtores de mel no município de Pombal e por 56% dos apicultores filiados à Cooperativa de Produção no município de Catolé do Rocha. A escassez de chuva na região foi o segundo obstáculo, apontado por 32% dos apicultores de Pombal e por 44% dos cooperados de Catolé do Rocha. Palavras-chave: Sertão Paraibano. Apicultura. Importância da Certificação.

INTRODUÇÃO A certificação dos produtos agropecuários, definindo-os como orgânicos, fornece ao consumidor a certeza de que ele estar adquirindo um produto isento de qualquer tipo de contaminação química. Outro entendimento proporcionado pela certificação é a certeza de que o produto adquirido é resultado de um sistema de produção, que, de forma sustentável, causa os menores impactos negativos possíveis ao meio ambiente (REIS, 2003). Assim, se as informações contidas nos rótulos fossem totalmente fidedignas e os consumidores confiassem nessas informações, a certificação seria dispensável. No entanto, isso não acontece (ARAÚJO; PAIVA, 2007). Um estudo desenvolvido por Freitas (2003), mostra que os produtos orgânicos mantém as suas características nutricionais e biológicas, assegurando melhores condições de vida os seus consumidores. A certificação orgânica ultrapassa a área comercial, não somente considerando os sistemas de obtenção de produtos isolados, mas também contemplando os processos mais sustentáveis ecologicamente e socialmente responsáveis, capazes de produzirem alimentos, fibras naturais, dentre outros. Na concepção de Reis (2003), a certificação permite ao produtor diferenciar seus produtos e obter uma melhor remuneração para a sua produção, servindo de atestado de qualidade junto aos consumidores, diminuindo, de forma significativa, o risco de fraudes. Entretanto, deve-se ressaltar que para certificar um produto, exige-se planejamento, respaldada numa documentação criteriosa, que é exigida pela certificadora. Em relação ao mel, o processo de certificação proporciona grandes benefícios, visto que ao produto agregasse valor, permitindo sua comercialização por um valor até três vezes maior. Com a certificação, uma maior quantidade de apicultores do Estado da Paraíba terá condições de comercializar seu produto por um preço mais justo e assim, auferir uma melhor renda por sua produção. Apresente pesquisa tem por objetivo mostrar que a certificação do mel se constitui numa alternativa para o fortalecimento da apicultura paraibana. METODOLOGIA Este estudo foi realizado nos municípios de Catolé do Rocha e Pombal, por sua vez, integram a Mesorregião do Sertão e às Microrregiões de Catolé do Rocha e Pombal, respectivamente, servidos de polos de convergências para os municípios circunvizinhos.

A coleta dos dados foi realizada junto aos apicultores que integram uma cooperativa de produção sediada no município de Catolé do Rocha e na comunidade de Jacu, zona rural do município de Pombal, onde um número considerável de agricultores também exploram a apicultura como forma de completo de sua renda familiar. A referida coleta de dados ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2013, oportunidade em que se utilizou um questionário previamente elaborado, contendo duas partes distintas: a primeira destinada a traçar o perfil socioeconômico dos participantes e a segunda, para atender aos objetivos da presente pesquisa. Foram realizadas no mínimo três visitas à comunidade Jacu, no município de Pombal, enquanto que na Cooperativa de Catolé do Rocha os dados foram colhidos durante as duas assembleias mensais, promovidas pelos cooperados. Os dados colhidos foram trabalhados utilizando-se o programa Statistica 6 e apresentados em tabelas e gráficos para uma melhor compreensão e objetivando facilitar a discussão que foi promovidas com base na literatura especializada existente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Analisando os dos colhidos verificou que 48% dos apicultores do município de Catolé do Rocha já participaram de cursos de capacitação, voltados para a promoção da certificação do mel, promovidos, principalmente, pelo SEBRAE e pelo SENAR. Os demais nunca participaram de tais eventos (52%). Em relação ao mesmo questionamento, 68% dos apicultores do município de Pombal declararam que já participaram de algum curso ou palestra, onde se abordou a importância da certificação do mel de abelha, o restante (32%) informam que ainda não tiveram essa oportunidade. Objetivando melhorar a produção de mel no semiárido e potencializa-la economicamente, vem sendo desenvolvido várias ações voltadas para a promoção da certificação entre os apicultores dessa região (SOUZA, 2007, 2010). Os dados colhidos também demonstram que entre os 25 apicultores entrevistados no município de Catolé do Rocha, 88% reconhecem que a certificação é algo importante para o fortalecimento da apicultura no sertão paraibano, 12% não souberam opinar sobre o assunto. No município de Pombal, entre os apicultores que residente na comunidade Jacu, 80% concordam que a certificação do mel tratará benefícios para apicultura local. No entanto, os demais () afirmaram que ignoram o assunto. Um estudo realizado no estado de Sergipe, demonstrou que após o incentivo dado pelo governo estadual para a certificação do mel, registrou um crescimento sustentado da produção de mel,

no período de 2002 a 2006, quando a produção local elevou-se em 31,2%, passando de 55.960 quilos em 2002 para 73.462 quilos em 2006 (SERGIPE, 2008). Analisando os dados colhidos também foi possível constatar que a falta de assistência técnica é o principal obstáculo enfrentado por 68% dos produtores de mel no município de Pombal e por 56% dos apicultores filiados à Cooperativa de Produção no município de Catolé do Rocha. A escassez de chuva na região foi o segundo obstáculo, apontado por 32% dos apicultores de Pombal e por 44% dos cooperados de Catolé do Rocha. Vários estudos vêm sendo desenvolvidos nordeste, nos últimos anos, objetivando mostra a importância do desenvolvimento de técnicas voltadas para o fortalecimento da apicultura na região, demonstrando que a ciência tecnologia e inovação são fundamentais para resolver problemas de falta de agregação de tecnologia aos produtos apícolas. A ausência de políticas públicas devido a falta de compromisso dos executivos municipais, estaduais e federais no que se refere aos produtos apícolas, especialmente pela falta de incentivos fiscais do governo estadual, a exemplo da isenção da taxa de ICMS para comercialização, aliados à escassez de chuva no semiárido, constituem fatores limitantes ao desenvolvimento dessa tão importante atividade socioeconômica e ambiental (SERGIPE, 2008). CONCLUSÕES Os dados coletados demonstraram que os entrevistados ainda não possuem o entendimento pleno sobre a importância da certificação para o fortalecimento da apicultura regional. E este fato demonstra não somente a necessidade de um melhor acompanhamento por parte da extensão rural como também a necessidade de realização de cursos e capacitações específicas voltadas para a promoção da certificação do mel, mostrando-se que trata-se de algo que pode contribuir para o fortalecimento da apicultura paraibana, principalmente, na região do sertão. É importante destacar que o processo de certificação da produção como orgânica pode despertar o interesse dos apicultores pelos demais produtos oriundo da criação racional das abelhas do gênero Apis, principalmente, se ficar demonstrado que a comercialização será facilitada pela conquista desses novos mercados e os preços sejam compensadores. Noutras palavras, a certificação do mel produzido na Paraíba, pode levar a um maior aproveitamento dos outros produtos apícolas diretos (geleia real, pólen, própolis, apitoxina e cera), que diversificariam e poderiam agregar valor a toda a cadeia produtiva, fortalecendo, assim, a Apicultura paraibana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO; D. F. S.; PAIVA, M. S. D. Orgânicos: expansão de mercado e certificação. Holos, v. 23, n. 3, p. 137-158, 2007. FREITAS, D. G. F. Nível tecnológico e competitividade da produção de mel de abelhas (Apis mellifera) no Ceará. 101 f. (Dissertação de Mestrado em Economia Rural). UFC/CCA/DEA, Fortaleza, 2003. MONTEIRO, S. Certificação valoriza preço do mel em até três vezes. Natal: SEBRAE, 2013 REIS, V. D. A. dos. Mel orgânico: Oportunidades e desafios para a Apicultura no Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2003. SERGIPE (Estado). Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia. Plano de desenvolvimento preliminar do arranjo produtivo de apicultura sergipana. Aracajú: SEDECT, 2008. Souza, Darcet Costa. Apicultura: Manual utilizado para capacitação dos beneficiários do Projeto APIS. Brasília: SEBRAE, 2007. Gráfico 1 - Distribuição dos participantes quanto ao fato de já terem ou não participado de um curso/capacitação sobre certificação do mel (Catolé do Rocha, Pombal-PB, 2013). 70% 60% 50% 40% 48% 52% 68% Participaram de cursos sobre a certificação do mel 30% 10% 32% Não participaram de cursos sobre a certificação do mel 0% Catolé do Rocha Pombal

Gráfico 2 - Distribuição dos participantes quanto ao fato de reconhecerem ou não a certificação como sendo algo importante para o fortalecimento da apicultura (Catolé do Rocha, Pombal-PB, 2013). 90% 80% 70% 60% 50% 88% 80% Reconhecem que a certificação é algo importante para o fortalecimento da apicultura 40% 30% 10% 0% 12% Catolé do Rocha Pombal Não souberam opinar ou desconhecem o assunto Gráfico 3 - Distribuição dos participantes quanto aos principais obstáculos enfrentados pela apicultura no sertão paraibano (Catolé do Rocha, Pombal-PB, 2013). 70% 60% 50% 68% 56% Falta de assistência técnica 40% 44% 30% 10% 32% Escassez de chuva na região 0% Catolé do Rocha Pombal