6.3.5 Avaliação da Permeabilidade



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Transcrição:

6.3.5 Avaliação da Permeabilidade Infiltração é o fenômeno de penetração da água nas camadas do solo próximas à superfície do terreno. A capacidade de infiltração é a quantidade máxima de água que um solo, sob uma dada condição, é capaz de absorver na unidade de tempo por unidade de área. O ensaio de infiltração realizado teve por objetivo caracterizar a condutividade hidráulica de acordo com o perfil do solo. Para a caracterização da infiltração na superfície do solo, utilizouse o método dos anéis concêntricos, onde dois anéis de diâmetros diferentes são cravados e preenchidos com água. Já o teste de profundidade, conhecido como open and role, avaliou a condutividade a 50 cm, 100 cm, 150 cm e 200 cm da superfície, com medição do tempo de rebaixamento da água adicionada em cano de PVC (100mm). Foram executados 14 ensaios de condutividade hidráulica no interior da área de estudo. A metodologia e os dados levantados com os ensaios estão representados a seguir. Ilustração 76 Localização dos pontos de realização dos ensaios de infiltração. Após a etapa de campo, os dados são tratados por meio das equações expressas a seguir, relacionados aos métodos dos anéis concêntricos e open and end. 172

a) Método dos Anéis Concêntricos 1 K = U x i x LnH T H2 onde: K = condutividade hidráulica (m/s) i = profundidade do anel no solo (mm) t = tempo de infiltração (min) U = 1/60000 fator de conversão H1 = nível da água no início da medição H2 = nível da água após o intervalo de tempo t Ilustração 77 Anéis concêntricos. b) Método open and end K= r1 x 3.303 x Log H1 H2 4 t onde: K = condutividade hidráulica (m/s) r1= raio interno do tubo (m) t = tempo de infiltração (min) H1 = nível da água no início da medição H2 = nível da água após o intervalo de tempo t Ilustração 78 - Distribuição dos pontos para avaliação da permeabilidade em profundidade. Método Open and end. Os resultados obtidos nos ensaios de infiltração, atribuídos aos dois métodos acima especificados, estão expressos abaixo: 173

PONTO 01 Vegetação exótica (pastagem), latossolo amarelo argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir dos 50 centímetros e formação de torrões a partir de 1 metro. Tabela 24 - Localização do ponto P-01, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 1 161498 8248667 Ilustração 79 Ponto 01. Open and end. Tabela 25 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-01. ponto 1 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,195 0,095 0,145 1947 0,1 0,05 0,055 2,61072E-07 2,61x10-7 0,5m 0,686 0,21 0,37 900 0,476 0,316 5,69096E-06 5,69x10-6 1,0m 1,175 0,26 0,56 870 0,915 0,615 5,70939E-06 5,71x10-6 1,5m 1,71 0,19 0,59 1997 1,52 1,12 1,91185E-06 1,91x10-6 2,0m 2,18 0,16 0,456 1943 2,02 1,724 1,01955E-06 1,02x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. 174

Ilustração 80 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. PONTO 02 Campo sujo, latossolo vermelho amarelo argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 80 centímetros e formação de torrões a partir de 1,40 metros. Tabela 26 - Localização do ponto P-02, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 2 161584 8248543 Ilustração 81 Aspecto do ponto 02. 175

Tabela 27 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-02. ponto 2 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,195 0,096 0,16 840 0,099 0,035 0,055 9,07737E-07 9,08x10-7 0,5m 0,703 0,19 0,44 849 0,513 0,263 9,83867E-06 9,84x10-6 1,0m 1,143 0,175 0,483 870 0,968 0,66 5,50375E-06 5,50x10-6 1,5m 1,688 0,175 0,55 1965 1,513 1,138 1,81217E-06 1,81x10-6 2,0m 2,18 0,135 0,25 1972 2,045 1,93 3,66938E-07 3,67x10-7 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 82 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. PONTO 03 Vegetação exótica (pastagem compactada), latossolo vermelho argiloso, com baixa grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 1,0 metro e formação de torrões a partir de 1,80 metros. Tabela 28 - Localização do ponto P-03, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 3 163058 8247120 176

Ilustração 83 Aspecto local do ponto 03. Tabela 29 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-03. ponto 3 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,19 0,075 0,12 945 0,115 0,07 0,06 3,85242E-07 3,85x10-7 0,5m 0,653 0,135 0,558 1595 0,518 0,095 1,32947E-05 1,33x10-5 1,0m 1,13 0,135 0,785 1598 0,995 0,345 8,28684E-06 8,29x10-6 1,5m 1,73 0,2 0,88 1615 1,53 0,85 4,55025E-06 4,55x10-6 2,0m 2,19 0,22 0,44 1620 1,97 1,75 9,13882E-07 9,14x10-7 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 84 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade 177

PONTO 04 Pastagem com latossolo amarelo arenoso. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 50 centímetros e formação de torrões a partir de 1,40 metros. O solo fica mais argiloso a partir de 1,20 metros. Tabela 30 - Localização do ponto P-04, paralelo 23 UTM coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 4 163708 8248076 Ilustração 85 Aspecto do ponto 04. Tabela 31 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-04. ponto 4 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,2 0,075 0,115 1455 0,125 0,085 0,05 1,94377E-07 1,94x10-7 0,5m 0,677 0,155 0,385 1372 0,522 0,292 5,29354E-06 5,29x10-6 1,0m 1,215 0,22 0,7 508 0,995 0,515 1,6208E-05 1,62x10-5 1,5m 1,67 0,71 1,125 180 0,96 0,545 3,93229E-05 3,93x10-5 2,0m 2,22 0,17 0,215 1442 2,05 2,005 1,92439E-07 1,92x10-7 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. 178

Ilustração 86 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. PONTO 05 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso, com grumosidade média. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir de 1 metro. Tabela 32 - Localização do ponto P-05, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 5 166433 8245109 Ilustração 87 - Aspecto do ponto 05. 179

Tabela 33 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-05. ponto 5 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,165 0,054 0,111 860 0,111 0,054 0,085 6,14419E-07 6,14x10-7 0,5m 0,65 0,17 0,434 1293 0,48 0,216 7,72092E-06 7,72x10-6 1,0m 1,17 0,24 0,65 1246 0,93 0,52 5,83327E-06 5,83x10-6 1,5m 1,6 0,245 0,658 1235 1,355 0,942 3,68033E-06 3,68x10-6 2,0m 2,21 0,21 0,565 1238 2 1,645 1,97336E-06 1,97x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 88 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade PONTO 06 Vegetação exótica (pastagem compactada), latossolo vermelho argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 15 centímetros, aumento da umidade a partir dos 50 centímetros e formação de torrões a partir de 1 metro. Tabela 34 - Localização do ponto P-06, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 6 165473 8244739 180

Ilustração 89 Aspecto do ponto 06. Tabela 35 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-06. ponto 6 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,196 0,052 0,08 1614 0,144 0,116 0,054 9,82426E-08 9,82x10-8 0,5m 0,676 0,24 0,565 1618 0,436 0,111 1,05714E-05 1,06x10-5 1,0m 1,165 0,172 0,505 1615 0,993 0,66 3,16226E-06 3,16x10-6 1,5m 1,6 0,14 0,3 1619 1,46 1,3 8,96333E-07 8,96x10-7 2,0m 1,075 0,142 0,297 1622 0,933 0,778 1,40037E-06 1,40x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 90 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade 181

PONTO 07 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso, com grumosidade média. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir dos 70 centímetros e formação de torrões a partir de 1 metro. Tabela 36 - Localização do ponto P-07, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 7 165272 8244774 Ilustração 91 - Aspecto do ponto 07. Tabela 37 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-07. ponto 7 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,175 0,09 0,125 460 0,085 0,05 0,075 8,45929E-07 8,46x10-7 0,5m 0,66 0,3 0,47 592 0,36 0,19 1,34965E-05 1,35x10-5 1,0m 1,18 0,46 0,87 518 0,72 0,31 2,03386E-05 2,03x10-5 1,5m 1,65 0,4 0,96 874 1,25 0,69 8,49992E-06 8,50x10-6 2,0m 2,09 0,26 0,54 895 1,83 1,55 2,31971E-06 2,32x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. 182

Ilustração 92 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade PONTO 08 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso com grumosidade alta. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir de 1 metro e formação de torrões a partir de 1,50 metros. Tabela 38 - Localização do ponto P-08, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 8 164893 8245008 Ilustração 93 - Aspecto do ponto 08. 183

Tabela 39 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-08. ponto 8 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,19 0,065 0,095 1505 0,125 0,095 0,06 1,33723E-07 1,34x10-7 0,5m 0,72 0,18 0,45 1593 0,54 0,27 5,43999E-06 5,44x10-6 1,0m 1,165 0,178 0,7 1665 0,987 0,465 5,65141E-06 5,65x10-6 1,5m 1,63 0,205 0,8 1684 1,425 0,83 4,01276E-06 4,01x10-6 2,0m 2,13 0,25 1,14 1728 1,88 0,99 4,64003E-06 4,64x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 94 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade PONTO 09 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 1,20 metro e formação de torrões a partir de 1,70 metros. Tabela 40 - Localização do ponto P-09, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 9 164880 8245268 184

Ilustração 95 - Aspecto do ponto 09. Tabela 41 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-09. ponto 9 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,175 0,065 0,095 542 0,11 0,08 0,075 4,30872E-07 4,31x10-7 0,5m 0,73 0,16 0,54 1547 0,57 0,19 8,87856E-06 8,88x10-6 1,0m 1,2 0,325 0,93 1551 0,875 0,27 9,47787E-06 9,48x10-6 1,5m 1,675 0,26 0,887 1556 1,415 0,788 4,7035E-06 4,70x10-6 2,0m 2,225 0,283 1,047 1572 1,942 1,178 3,97575E-06 3,98x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 96 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. 185

PONTO 10 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso com baixa grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir de 1 metro e formação de torrões a partir de 1,70 metros. Tabela 42 - Localização do ponto P-10, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 10 164265 8246434 Ilustração 97 - Aspecto do ponto 10. Tabela 43 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-10. ponto 10 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,18 0,06 0,11 588 0,12 0,07 0,07 6,72218E-07 6,72x10-7 0,5m 0,71 0,14 0,504 384 0,57 0,206 3,31362E-05 3,31x10-5 1,0m 1,16 0,21 0,58 684 0,95 0,58 9,01906E-06 9,02x10-6 1,5m 1,62 0,205 0,654 1163 1,415 0,966 4,1035E-06 4,10x10-6 2,0m 2,12 0,18 0,605 1166 1,94 1,515 2,65134E-06 2,65x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. 186

Ilustração 98 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade PONTO 11 Vegetação exótica (pastagem), latossolo vermelho argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir dos 70 centímetros e formação de torrões a partir de 1 metro. Tabela 44 - Localização do ponto P-11, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 11 164344 8246778 Ilustração 99 - Aspecto do ponto 11. 187

Tabela 45 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-11. ponto 11 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,2 0,058 0,075 1825 0,142 0,125 0,05 5,12382E-08 5,12x10-8 0,5m 0,72 0,185 0,64 1830 0,535 0,08 1,29821E-05 1,30x10-5 1,0m 1,158 0,19 0,74 1872 0,968 0,418 5,60832E-06 5,61x10-6 1,5m 1,6 0,152 0,575 1886 1,448 1,025 2,29025E-06 2,29x10-6 2,0m 2,135 0,14 0,455 1900 1,995 1,68 1,1308E-06 1,13x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 100 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade PONTO 12 Vegetação exótica (pastagem), latossolo amarelo argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 70 centímetros e formação de torrões a partir de 1 metro. Tabela 46 - Localização do ponto P-12, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 12 161963 8248189 188

Ilustração 101 - Aspecto do ponto 12. Tabela 47 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-12. ponto 12 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,193 0,055 0,095 621 0,138 0,098 0,057 4,04203E-07 4,04x10-7 0,5m 0,67 0,21 0,435 511 0,46 0,235 1,64325E-05 1,64x10-5 1,0m 1,15 0,275 0,632 546 0,875 0,518 1,20042E-05 1,20x10-5 1,5m 1,62 0,265 1,02 1247 1,355 0,6 8,16734E-06 8,17x10-6 2,0m 2,09 0,19 0,425 1250 1,9 1,665 1,32053E-06 1,32x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 102 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade 189

PONTO 13 Vegetação exótica (capim gordura), latossolo amarelo argiloso, com alta grumosidade. Horizonte orgânico em torno de 30 centímetros, aumento da umidade a partir dos 50 centímetros e formação de torrões a partir de 1,30 metros. Laterita vermelha a partir de 1,30 metros. Tabela 48 - Localização do ponto P-13, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 13 162266 8248620 Ilustração 103 - Aspecto do ponto 13. Tabela 49 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-13. ponto 13 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,19 0,07 0,12 1095 0,12 0,07 0,06 3,60972E-07 3,61x10-7 0,5m 0,665 0,15 0,454 1746 0,515 0,211 6,38939E-06 6,39x10-6 1,0m 1,148 0,182 0,48 1754 0,966 0,668 2,62929E-06 2,63x10-6 1,5m 1,59 0,14 0,508 1557 1,45 1,082 2,35072E-06 2,35x10-6 2,0m 2,07 0,165 0,785 1766 1,905 1,285 2,78733E-06 2,79x10-6 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. 190

Ilustração 104 Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. PONTO 14 Vegetação exótica (Capim gordura em solo arado), latossolo amarelo argiloso. Horizonte orgânico em torno de 20 centímetros, aumento da umidade a partir de 1,10 metros e formação de torrões a partir de 1,20 metros. Tabela 50 - Localização do ponto P-14, paralelo 23 UTM. coordenadas x (SICAD) y (SICAD) ponto 14 163722 8249132 Ilustração 105 - Aspecto do ponto 14. 191

Tabela 51 - Parâmetros de avaliação da permeabilidade para o ponto P-14. ponto 14 medida mi mf T Hi Hf I Kv anéis 0,16 0,06 0,11 512 0,1 0,05 0,09 9,92789E-07 9,93x10-7 0,5m 0,65 0,125 0,43 1866 0,525 0,22 5,82749E-06 5,83x10-6 1,0m 1,135 0,08 0,285 1866 1,055 0,85 1,44761E-06 1,45x10-6 1,5m 1,6 0,15 0,324 1868 1,45 1,276 8,5557E-07 8,56x10-7 2,0m 2,05 0,16 0,295 1873 1,89 1,755 4,9467E-07 4,95x10-7 mi - medida inicial; mf - medida final; I - profundidade penetrada no solo; hi - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; hf - altura inicial medida a partir da porção superior dos anéis; T - tempo para a coluna de água descer de h (0) para h(f); Kv - Condutividade Hidráulica. Ilustração 106 - Representação gráfica da permeabilidade em profundidade. 192

PONTO 01 PONTO 02 PONTO 03 PONTO 04 PONTO 07 PONTO 08 PONTO 09 PONTO 10 PONTO 11 PONTO 12 PONTO 13 PONTO 14 Ilustração 107 - Perfis de solo dos pontos avaliados. 193

Análise dos resultados A condutividade hidráulica superficial dos latossolos estudados (até dois metros de profundidade) pode ser considerada variando de média a alta, com valores compreendidos entre kv: 2,61. 10-7 m/s e kv: 3,93. 10-5 m/s. Esses valores de permeabilidade, associados à grande capacidade de infiltração da água do escoamento superficial, graças ao elevado volume de poros no solo (em geral, mais de 60%), podem provocar a concentração de água em grandes volumes nos primeiros metros superficiais. Assim, o risco de colapsividade desses solos pode ser grande, uma vez que, atingida a saturação total, é ruída a estrutura micro-agregada e os latossolos podem sofrer colapso, como já aconteceu em Ceilândia. Em áreas urbanas, a associação desse conjunto da fatores, pode causar grandes danos, pois além de colapso, a concentração de água pode gerar sulcos na superfície do solo, evoluindo rapidamente para ravinas que, ao atingirem o lençol freático formam voçorocas, caracterizando um processo erosivo de difícil controle. Outro problema geotécnico associado à permeabilidade e o conseqüente colapso estrutural dos solos é o potencial recalque do terreno de fundações rasas, tendo como conseqüências mais comuns a danificação de edificações e de obras de infra-estrutura (sistema viário, tubulações de rede de água e esgotos, etc.). Esse processo de solapamento de solo pode ser ainda intensificado em áreas urbanas por vazamentos na rede de abastecimento de água e, particularmente, na rede de esgoto, pois os efluentes, que normalmente contêm NaOH, atuam não só na saturação do solo, mas na dispersão das argilas, facilitando a quebra da microestrutura do solo. Cabe ainda mencionar que é comum nesses solos porosos e permeáveis, quando saturados e neles estabelecido um gradiente hidráulico elevado, o desenvolvimento concomitante de transporte da fração mais fina do solo, formando piping (cavidade em forma de tubos), que potencializa o recalque da superfície. Para evitar essas conseqüências danosas resultantes da permeabilidade do solo, principalmente em áreas próximas à linha de ruptura do relevo, que não seja permitida a retenção de água da precipitação pluviométrica em caixas de infiltração instaladas junto às áreas impermeabilizadas, nem a execução de fossas ou bacias de detenção para dissipação da energia pluvial. Caso necessário recomenda-se a construção dessas bacias abaixo da linha de ruptura do relevo. Para efeito de comparação, são registrados para solos porosos da Cobertura Detrítica do Distrito Federal permeabilidades variáveis entre 1,0 x 10-6 m/s e 1,0 x 10 4 m/s (Souza, 2001), sendo as mais elevadas correspondentes aos solos de granulometria arenosa. 6.4 Aspectos Pedológicos Para a definição e descrição das classes de solos na área em estudo, levou-se em consideração os critérios e as análises físico-químicas constantes no levantamento dos solos da EMBRAPA (1978) e reclassificação conforme o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (EMBRAPA, 1999). 194

Nas áreas de influência do empreendimento foram identificadas as seguintes classes de solo: latossolo vermelho, latossolo vermelho-amarelo, cambissolo, gleissolo (antigo hidromórfico) e plintossolo (vide Mapa PRG-BRD-06, em anexo). 6.4.1 Latossolo Vermelho Caracterizado como solo não hidromórfico, com horizonte A moderado e horizonte B latossólico, textura argilosa ou média, sendo rico em sesquióxidos; muito poroso, bastante permeável, bem drenado, com profundidade geralmente superior a 2m. Seu horizonte A apresenta cor predominantemente bruno-avermelhada escura, com estrutura granular fraca a moderadamente desenvolvida, sendo friável a muito friável quando úmido. No horizonte B latossólico pode haver alguma diferenciação no teor de argila, entretanto, sem configurar a ocorrência de um horizonte B textural. Possuem teor de silte entre 10 e 20% e argila, entre 15 e 80%. Está associado a relevo plano e suave ondulado, de grande continuidade e a vegetação de cerrado e cerradão. 6.4.2 Latossolo Vermelho-amarelo Solo não hidromórfico, com horizonte B latossólico de coloração vermelho-amarelada. Esta classe é bastante ampla no que se refere à coloração e mesmo aos teores Fe 2 O 3. Seus horizontes apresentam pequena diferenciação, em função da intemperização intensa de rochas metapsamopelíticas, areníticas e granitognaissicas. Tende a ser poroso e muito bem drenado, mesmo quando classificado quanto à textura como argiloso. A vegetação associada é, geralmente, de Cerrado senso stricto, campo limpo e campo sujo. Ocorre no compartimento Rebordos, apresentando vertentes com declividades entre 5 e 20%, retilíneas a convexas. 6.4.3 Cambissolo Esta classe é constituída por solos pouco desenvolvidos, caracterizados por possuírem horizonte B câmbico, em que alguns minerais primários facilmente intemperizáveis ainda estão presentes. Apresenta um horizonte subsuperficial, denominado B incipiente, submetido a pouca alteração física e química, porém suficiente para desenvolvimento de cor e estrutura. Em alguns perfis, são observados a presença de cascalhos e de concreções ferruginosas. Está associado a relevos mais movimentados, ou seja, ondulados e forte-ondulados e ocorre nos compartimentos Escarpas e Planos Intermediários, nas vertentes mais movimentadas, associados à vegetação de campo limpo. 195

6.4.4 Gleissolo Solo hidromórfico com horizonte A bem desenvolvido. Apresenta processos de redução de Fe em ambientes com elevada atividade da água e baixa drenagem. As estruturas do horizonte B, geralmente, são maciças. Ocorre, tipicamente, no compartimento Planos Intermediários, em áreas de relevo plano ou suave ondulado, associados às matas de galerias. 6.4.5 Plintossolo Essa classe compreende solos minerais hidromórficos, com séria restrição à percolação de água e sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, sendo, portanto, mal drenados em áreas deprimidas de relevo plano ou suave ondulado. Apresenta grande concentração de plintita (concreções ferrugionosas) nos 40cm iniciais desde a superfície, ou maior profundidade se ocorrer o horizonte E. Engloba uma gama muito ampla de solos, os quais apresentam, em comum, apenas a presença de horizonte plíntico a certa profundidade. 6.4.6 Solos da Área de Influência Direta As classes de solos predominantes na área de influência direta estão apresentadas na Tabela 52. Tabela 52 - Classes de solos identificadas na área de influência direta e suas respectivas percentagens. Classe de solo % correspondente na área de influência direta Latossolo vermelho (Ilustração 108) 23,2 Latossolo vermelho-amarelo (Ilustração 108) 21,4 Cambissolo (Ilustração 109) 47,04 Gleissolo (Ilustração 110) 8,36 196

(A) (B) Ilustração 108 - (A) Perfil do latossolo vermelho e (B) Perfil do latossolo vermelhoamarelo Fonte: PROGEA 2007 197

Ilustração 109 - Perfil do cambissolo Fonte: PROGEA 2007 Ilustração 110 - Perfil do Gleissolo Fonte: PROGEA 2007 Nesta área foram observados, também, afloramentos rochosos que compõem a unidade mais psamítica em metarritimito argiloso (Ilustração 111). 198

Ilustração 111 - Afloramento rochoso Fonte: PROGEA 2007 Destaca-se que as classes de solos apresentadas sofreram forte ação antrópica na área em estudo e, portanto, encontram-se bem descaracterizadas, configurando uma nova paisagem. Áreas com aterros, formadas por resíduos sólidos oriundos da construção civil, de lixo residencial e outros materiais descartados inadequadamente, compõem juntamente com as espécies exóticas, típicas de áreas alteradas, entre elas braquiárias (Brachiaria sp.) e manonas (Ricinus communis), uma nova paisagem local (Ilustração 112). É importante salientar, que estas áreas, por não obedecerem às normas técnicas, representam risco potencial de desmoronamento, pois devido à falta de adensamento e cobertura vegetal, são mais susceptíveis a ação dos agentes erosivos. Trechos com pequenas erosões em sulco e uma extensa voçoroca (Ilustração 113) são observados na área, demonstrando essa susceptibilidade e a ausência de medidas de contenção. Ilustração 112 - Camada de aterro sobre latossolo vermelho - Voçoroca Fonte: PROGEA 2007 199

Ilustração 113 - Voçoroca Fonte: PROGEA 2007 6.4.7 Aptidão Agrícola dos Solos Em termos de avaliação do potencial das terras, apesar da existência de diversos sistemas, no Brasil os mais adotados são o Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (Ramalho- Filho & Beek, 1995) e o Sistema de Capacidade de Uso (Marques, 1971; Lepsch et al, 1991). Utiliza-se o método Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das terras, pois este apresenta as seguintes vantagens: maior utilização ao nível nacional; considera diferentes níveis de manejo; permite modificações, ajustes ou incorporações de outros parâmetros e fatores de limitações, acompanhando assim os avanços do conhecimento ou exigência do nível de estudo; aceita adaptações e aplicações em diferentes escalas de mapeamento; considera a viabilidade de redução de limitações, pelo uso de capital e tecnologia. Para avaliar a aptidão agrícola do solo devem ser considerados fatores limitantes como: deficiência de fertilidade; deficiência de água; excesso de água/deficiência de oxigênio, susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, nível manejo e as classes de aptidão. As classes expressam a aptidão ou limitações das terras para um determinado tipo de utilização relacionada às condições de manejo. Na Tabela 53 encontra-se as classes e suas características. 200

Tabela 53 Classes de aptidão agrícola Classe Caracterização Boa Terras sem limitações significativas para a produção de um determinado tipo de utilização, observadas as condições de manejo considerado com um mínimo de restrições que não diminuem a produtividade. Regular Terras que apresentam limitações moderadas para a produção, observadas as condições de manejo considerado. As limitações reduzem a produtividade ou os benefícios, elevando a necessidade de insumos, de forma a aumentar as vantagens globais a serem obtidas do uso. Restrita Terras que apresentam fortes limitações para a produção, observadas as condições de manejo considerado. Essas limitações reduzem a produtividade ou os benefícios ou aumentam os insumos necessários. Inapta Terras que apresentam limitações que impedem a produção. Ao contrário das demais, As terras consideradas inaptas para lavouras têm suas possibilidades analisadas para usos menos intensivos (pastagem plantada, silvicultura, pastagem natural), para preservação da flora e fauna, ou algum outro tipo de uso não agrícola. Fonte: PROGEA 2007 Dos solos identificados, tem-se que os latossolos, apesar de apresentarem, como regra geral, deficiência de alguns nutrientes importantes, dentre eles os macronutrientes como cálcio, potássio, nitrogênio, são solos bem localizados na paisagem, pois estão associados às áreas mais planas do relevo e não representam restrições ou impedimentos à mecanização, além de sua boa permeabilidade. As deficiências de fertilidade, no entanto, não os excluem para a realização de práticas agrícolas inserindo-os, dessa forma, na classe de aptidão regular. Através de um manejo diferenciado incluindo aplicação de calcário, de fertilizantes para correção das deficiências nutricionais, utilização de práticas conservacionistas, dentre elas curvas de nível para evitar os processos erosivos, estes solos se tornam extremamente aptos para fins agrícolas. O cambissolo, por ser um solo associado às áreas com maior declividade e devido à presença das concreções ferruginosas, apresenta restrições ao uso de implementos agrícolas, portanto, está inserido na classe de aptidão restrita. O manejo com o uso de práticas e tecnologias mais avançadas se faz necessário para que este seja cultivado sem o comprometimento da produtividade, no entanto, se comparado à classe dos latossolos, não é o mais indicado para fins agrícolas. O gleissolo identificado é classificado na classe agrícola inapta, pois está associado às regiões mais baixas do relevo e próximo aos cursos d água, em áreas sensíveis com fatores limitantes à produção, devendo, portanto, ser destinado à preservação, a usos menos intensivos ou mesmo a um uso não agrícola independente do tipo de manejo. 6.5 Suprimento e Uso dos Recursos Naturais As considerações aqui apresentadas referem-se apenas à execução das obras de infraestrutura necessárias à implantação de um parcelamento de solo com características tipicamente urbanas, não necessitando de utilização de recursos naturais locais. 201

Desta maneira, a implantação da infra-estrutura, basicamente obras de saneamento, se compõem de serviços comuns de engenharia, onde os processos e as técnicas de construção serão os tradicionais, e as fontes de energia e matéria-prima estarão disponíveis no mercado local. O uso significativo dos recursos naturais da área de estudo vem ocorrendo desde a época em que as ocupações existentes na área eram exclusivamente rurais (chácaras). O EPIA/RIMA (1993) realizado no entorno imediato de Ceilândia e Taguatinga identificou alguns tipos de uso dos recursos naturais, tais como, exploração mineral de cascalho, extração de argila e areia saibrosa, exploração de madeira e utilização de recursos hídricos superficiais e subterrâneos. O Diagnóstico Ambiental atual da área revelou uma situação bastante semelhante àquela levantada nas décadas de 80 e 90. A exploração dos recursos hídricos subterrâneos, por meio de cisternas e poços tubulares profundos, vem sendo realizada na área de estudo em altíssima escala pelos chacareiros remanescentes e pelos moradores de áreas urbanas. A maioria das cisternas visitadas (ver Qualidade da Água) se encontra desativada, ou por problemas de poluição, ou pelo fato da região já estar parcialmente abastecida de água pela CAESB. Nas proximidades do antigo areal, utilizado para o aterro de lixo e entulho, localizado nos fundos do condomínio Pôr do Sol, a população continua extraindo areia saibrosa para a reforma e construção de suas casas. Nas margens da VC-311, também podem ser observadas cascalheiras. 6.6 Recursos Hídricos 6.6.1 Hidrologia Superficial 6.6.1.1 Considerações Gerais O sistema hidrológico do Distrito Federal é caracterizado por cursos d água que apresentam características típicas de drenagem de área de planalto, onde são freqüentes os desníveis e os vales encaixados. A bacia hidrográfica do rio Descoberto encontra-se situada na porção ocidental do Distrito Federal e, juntamente com a bacia do lago Paranoá, é uma região com grande presença de ocupação urbana, com as cidades de Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia, Samambaia e parte das Regiões Administrativas de Recanto das Emas e Gama. A bacia hidrográfica do rio Descoberto é dividida em duas sub-bacias, sendo Alto e Baixo Descoberto, onde a barragem de regularização de vazão Descoberto é o divisor. O rio Descoberto constitui-se do principal curso d água dessa bacia hidrográfica, drenando o Distrito Federal no extremo oeste do território, dividindo o mesmo com o Estado de Goiás. Outros cursos d água de importância nessa bacia são: os córregos Capão Grande, Veredinha, Olaria, Capão Comprido e Samambaia; os ribeirões Rodeador e Engenho das Lajes e o rio Melchior. O lago Descoberto também situa-se no extremo oeste da bacia hidrográfica em estudo, o qual é formado pelo represamento das águas do próprio rio Descoberto, para fins de abastecimento público pela CAESB. O lago Descoberto possui uma área de 14,8 km 2 e um volume de aproximadamente 102 milhões de m 3. 202

A poligonal em estudo contribui para a unidade hidrográfica do rio Melchior, bem como para seus afluentes, destacando-se o ribeirão Taguatinga e os córregos do Valo e Gatumé (formadores do rio Melchior) e os córregos Pequizeiro, Buriti Sereno, Pasto, da Lagoinha e Embira Branco (afluentes da margem esquerda do rio Melchior). O córrego Taguatinga possui um padrão dentrítico, onde sua principal nascente encontra-se no parque Boca da Mata. Depois da confluência com o córrego Cortado, passa a ser denominado ribeirão Taguatinga. Após percorrer todo o perímetro sul da cidade de Ceilândia, o ribeirão Taguantinga recebe os córregos Gatumé e do Valo, passando, nesse ponto, a ser denominado de rio Melchior, que segue em direção oeste até o encontro com o rio Descoberto. O córrego Taguatinga possui uma área de drenagem de aproximadamente 6,4 km 2 até a confluência com o ribeirão Cortado, que drena uma significativa área da cidade de Taguatinga. Desse ponto em diante, o ribeirão Taguatinga atravessa a parte sul da cidade de Ceilândia e depois encontra como afluentes os córregos Gatumé, pela margem esquerda, e do Valo, pela margem direita. Nesse sentido, o córrego Gatumé abrange uma parcela oeste da cidade de Samambaia, com uma área de drenagem de cerca de 4,9 km 2. Já o córrego do Valo drena uma porção da cidade de Taguatinga com uma bacia de drenagem de aproximadamente 3,7 km 2. Dessa forma, o ribeirão Taguatinga atinge um valor de 115,7 km 2 até a confluência com o Gatumé e do Valo. Dessa convergência em diante, o ribeirão Taguatinga passa a ser denominado de rio Melchior e possui de início uma área de drenagem aproximada de 124,3 km 2, percorrendo em direção sudoeste. Ele recebe como principais tributários os ribeirãos Guariroba e Salta Fogo pela sua margem direita e a sua foz é no rio Descoberto, próximo à cidade de Santo Antônio do Descoberto, possuindo uma área de drenagem média de 213,6 km 2. É interessante destacar que os corpos d água avaliados que drenam a área urbana da cidade de Ceilândia possuem o seu percurso total (nascente/foz) atravessando apenas áreas do Distrito Federal, assim, têm-se cursos d água de domínio distrital. Por outro lado, os corpos d água pertencentes à sub-bacia hidrográfica do rio Descoberto, notadamente o ribeirão Taguatinga, estão caracterizados por estarem a jusante da barragem do Descoberto e a montante da futura Corumbá IV. Em virtude da ausência de estações fluviométricas instaladas no rio Melchior, foram adotados os resultados dos estudos hidrológicos que fazem parte do Plano Diretor de Águas e Esgotos do Distrito Federal, elaborado pela CAESB (CAESB, 2003). Os resultados refletem as vazões média de longo período e mínima com 7 dias de duração com 10 anos de tempo de recorrência (Q7,10) para o ribeirão Taguatinga e para o rio Melchior, em distintas seções de controle. Tais resultados foram regionalizados, fundamentalmente, com relação à área da bacia contribuinte, porque somente com esse parâmetro a regressão é alta para todas as variáveis envolvidas. Isso não significa que outros fatores não sejam importantes, porém a variabilidade dos mesmos é suficientemente pequena para produzir uma alteração nas vazões dentro da área em estudo. Por exemplo, a precipitação, que é o fator preponderante do escoamento, não aparece na regionalização porque seu gradiente de variação é pequeno e seu valor já está 203

contido na constante da regionalização. Da mesma forma, variações da geologia ficam contidas dentro da constante regional. A Tabela 54 a seguir, apresenta as descargas fluviais no ribeirão Taguatinga e no rio Melchior para diferentes seções de controle. Tabela 54 - Descargas Fluviais na Área de Projeto. Curso D Água Seção de Controle Vazão Média de Longo Período (m3/s) Vazão Q7,10 (m3/s) Rib. Taguatinga Convergência do cór. Cortado 1,42 0,22 com cór. Taguatinga (início do rib. Taguatinga) Rib. Taguatinga nas 2,06 0,25 proximidades do cond. Pôr do Sol Rio Melchior Início do rio Melchior 5,78 2,77 Convergência do rio Melchior 7,02 2,82 com DF-180 Convergência do rio Melchior 7,29 2,83 com DF-190 Foz do rio Melchior no rio Descoberto 7,44 2,84 6.6.2 Hidrogeologia O comportamento hidrogeológico na área de estudo apresenta dois domínios bastante distintos: as águas subterrâneas rasas e as águas subterrâneas profundas, respectivamente atribuídas aos aqüíferos dos domínios Porosos e Fraturados (Tabela 55). As águas subterrâneas rasas estão contidas no manto de cobertura, que recobre as rochas metamórficas, as quais compõem o Domínio Aquífero Fraturado, armazenando e transmitindo às águas subterrâneas profundas (vide Mapa PRG-BRD-04). Os estudos sobre as águas subterrâneas do Distrito Federal são atribuídos a Romano & Rosas 1970, Costa 1975, Barros 1987 e 1994, Mendonça 1993, Campos & Freitas-Silva 1998 e 1999 e Campos & Tröger 2000. 204

Tabela 55 - Resumo da classificação dos Domínios, Sistemas/Subsistemas aquíferos do DF, com respectivas vazões médias. Em destaque estão os aquíferos que ocorrem na área do condomínio. AQUÍFERO (Sistema/Subsistema) MÉDIAS DAS VAZÕES (L/h) AQUÍFEROS DO DOMÍNIO POROSO SISTEMAS P 1, P 2, P 3 E P 4 < 800 AQUÍFEROS DO DOMÍNIO FRATURADO SISTEMA PARANOÁ Subsistema S/A 12.500 Subsistema A 4.000 Subsistema Q 3 /R 3 12.000 Subsistema R 4 6.000 Subsistema PPC 9.000 SISTEMA CANASTRA Subsistema F 7.500 Subsistema F/Q/M 33.000 SISTEMA BAMBUÍ 5.500 SISTEMA ARAXÁ 3.000 Fonte Campos & Freitas-Silva 1999 6.6.2.1 Domínio Poroso Este tipo de aquífero está associado ao solo existente na região. Relacionado a este domínio existem dois diferentes sistemas de aqúiferos, encontrados na área de influência direta do condomínio. Esta heterogeneidade deve-se principalmente ao tipo de solo existente (manto de intemperismo), que é condicionado pelos litotipos existentes na região e pela variação de declividade do terreno. A água recebida por este domínio aquífero, a partir da precipitação pluviométrica, pode seguir três caminhos: 1) ficar armazenada no próprio meio poroso, 2) alimentar fontes por fluxo de base ou 3) alimentar os aquíferos fraturados subjacentes, através da percolação pelas fraturas abertas. A água que fica no meio poroso será parte integrante das reservas anuais renováveis deste sistema aquífero; as águas do fluxo de base correspondem àquelas que alimentam os exultórios locais (fontes de contato e depressão), sendo de grande importância na manutenção de vazões das drenagens superficiais no período seco (maio a setembro) e as águas de percolação vertical são aquelas que recarregam os sistemas aquíferos fissurais. O manto de cobertura desempenha um importante papel na hidrogeologia local, pois apresenta boa porosidade e permeabilidade, e em geral com boa condição de infiltração, constitui um bom aqüífero poroso. Como fator desfavorável, o domínio Poroso apresenta uma transmissividade relativamente baixa, já que a espessura saturada deste sistema aqüífero é reduzida. Na área de estudo ocorrem as unidades P1 e P3 definidos por Campos & Freitas-Silva (1999). Esses autores classificam estes sistemas baseados em dois parâmetros principais: espessura e permeabilidade, como é mostrado na Tabela 56. As águas do domínio aqüífero poroso são aproveitadas através de poços escavados (cisternas, cacimbas ou poços amazonas) de grande diâmetro e pequena profundidade (inferiores a 25 metros). Contudo, no caso de abastecimento 205

urbano, esses aquíferos não devem ser considerados, pois apresentam poços com vazões reduzidas e muito variáveis em função da sazonalidade climática, além de serem águas muito susceptíveis à contaminação. Tabela 56 - Características dos aqüíferos do Domínio Poroso no DF. Sistema Aquífero Condutividade Transmissividade Tipos de solo (Domínio Poroso) Hidráulica p1 elevada elevada Latossolos arenosos e Areias quartzosas p2 moderada elevada Latossolos argilosos p3 mediana mediana Plintossolos e Latossolos argilosos p4 baixa baixa Cambissolos e litólicos Sistema P1 - pedologicamente é classificado como latossolos vermelho de textura arenosa ou em áreas mais restritas, como areias quartzosas. Representa o produto de intemperização dos quartzitos Q3, de parte dos metarritmitos R3 e das porções mais ricas em quartzitos do topo da unidade S. Neste sistema poroso estão localizadas as mais importantes áreas de recarga regionais dos aquíferos fraturados. A região de distribuição dos aquíferos do Sistema P1 apresenta pequenas taxas de declividades, sendo em geral inferiores a 5% e apenas localmente, entre 5 e 10%. As formas de relevo de chapadas elevadas, suavemente onduladas, são predominantes. Dados obtidos em ensaios de infiltração in situ apresentaram valores de condutividade da ordem de 1,73 x 10-5 a 2,84 x 10-6 m/s. Como a espessura média dos solos pode ser considerada em torno de 20 metros, com uma espessura saturada média de 10 metros, a transmissividade varia de 1,73 x 10-4 a 2,83 x 10-5 m 2 /s. Estes solos apresentam alta taxa de colapsividade, sendo importante um controle preventivo da erosão como forma de preservação contínua deste sistema aquífero poroso. Os aquíferos são do tipo intergranulares contínuos, livres, de grande extensão lateral, com importância hidrogeológica local relativa elevada. Sistema P3 - é classificado como latossolo vermelho argiloso e localmente como cambissolo, com espessuras médias inferiores a 15 metros. Os valores de condutividade hidráulica variam entre 1,43 x 10-8 e 2,34 x 10-9 m/s e a transmissividade 5,7 x 10-8 e 10,4 x 10-9 m 2 /s. A espessura saturada deste sistema poroso é geralmente pequena, pois em geral o nível freático apresenta grande profundidade média. Em situações particulares, este sistema está ausente, mesmo onde existem 10 a 15 metros de cobertura inconsolidada, devido à grande profundidade da superfície potenciométrica. Em função desta feição, este sistema pode ser considerado descontínuo lateralmente. Quando os solos se apresentam ricos em fragmentos rochosos (quartzitos desagregados), a condutividade hidráulica pode ser incrementada, melhorando as características gerais deste sistema aquífero poroso. Este sistema está distribuído sobre relevo de chapadas rebaixadas ou sobre rebordos e escarpas. No caso de estar localizado sobre áreas com alta declividade, existem problemas para recarga, sendo geralmente alimentado por águas infiltradas nas superfícies de chapadas elevadas. 206

O Sistema P3 define aquíferos intergranulares, livres, descontínuos e com distribuição lateral ampla. Apresenta pequena importância hidrogeológica relativa local, sendo aproveitado apenas para abastecimento de pequenas propriedades rurais. Condições de Recarga A recarga do sistema aqüífero poroso se dá pela infiltração direta da água da chuva e os exutórios são representados por fontes e pela própria rede de drenagem superficial. Considerando a topografia e o tipo de solo existente na poligonal do condomínio, onde predominam latossolos do tipo latossolo vermelho, associados aos terrenos planos de baixa declividade, fornecem importantes reservatórios de água para o domínio poroso, e conseqüentemente, boa área para recarga dos domínios fraturados. Pode-se considerar que a principal fonte de recarga deste sistema é a precipitação pluviométrica. Como a intensidade de precipitação anual é cerca de 1600 mm, a recarga natural nas áreas de boa porosidade, principalmente nas áreas onde predominam o latossolo vermelho, que tende a formar solos com granulação mais arenosas, devido à floculação de grãos de argila, é bastante satisfatória. O sistema P1 é característico de áreas peneplanizadas e regiões de chapada com baixa declividade. A profundidade média para estes tipos de aquíferos é da ordem de 12 m, mas em alguns casos, onde o solo é extremamente desenvolvido, pode chegar a 30m. As coberturas associadas a estes sistemas apresentam transmissividade moderada, com permeabilidade entre 10-5 a 10-7 m/s. Os valores moderados de condutividade, inclusive mantidos em maiores profundidades, associado ao padrão plano do relevo a suave ondulado, conferem a estas coberturas um grande potencial de infiltração das águas de precipitação pluviométrica. Em função destas características, este tipo de cobertura promove uma maior regularização das vazões das drenagens que neles se instalam, sendo que, não só na área investigada como em outras áreas similares, essas drenagens apresentam altas vazões específicas observadas no Distrito Federal. O sistema aqüífero P3 é característico de áreas com declividades acentuadas. Estão associados a cambissolos e litossolos, solos estes que apresentam pequena espessura. Por esse motivo, constitui um sistema aqüífero de menor importância no contexto do Distrito Federal. 6.6.2.2 Domínio Fraturado A água subterrânea, associada a este domínio aqüífero, está armazenada ao longo de descontinuidades relacionadas à falhas, fraturas, juntas e diáclases, já que as rochas do Grupo Canastra não apresentam porosidade primária residual. Os processos metamórficos foram responsáveis pela recristalização de minerais, os quais obliteraram totalmente a porosidade primária, originalmente restrita. Este domínio é representado por sistemas de aqüíferos livres, de restrita extensão lateral, com forte anisotropia, sendo responsável pelo armazenamento e circulação das águas subterrâneas profundas. Os parâmetros hidráulicos são proporcionais à densidade das descontinuidades 207

presentes nas rochas subjacentes (quanto maior a densidade de fraturas maior os valores de condutividade hidráulica e coeficiente de armazenamento). Os aqüíferos fraturados são geralmente aproveitados através de poços tubulares profundos (no Distrito Federal com profundidades entre 100 e 200 metros). A recarga se faz através da percolação descendente de águas de precipitação pluviométrica, sendo favorecida pela foliação vertical dos filitos e dificultada pela restrita espessura do regolito presente e pelo elevado teor de argila. Outros fatores também são importantes no controle da recarga, tais como: o relevo, o tipo de cobertura vegetal, espessura das coberturas de solos, condições de uso do solo e porcentagem de áreas urbanizadas. A área de estudo está localizada sobre rochas do Grupo Paranoá. Estes aqüíferos estão enquadrados no Sistema Aqüífero Paranoá, dentro do Subsistema Q3/R3 e R4 (Campos & Freitas-Silva, 1998 ) (Tabela 59). Como em qualquer sistema aqüífero anisotrópico e heterogêneo, as características hidrodinâmicas gerais são extremamente variáveis, tanto lateral como verticalmente. No caso do subsistema R3/Q3, o principal condicionante do aqüífero é a quantidade da fração arenosa das rochas, onde os quartzitos (da unidade MNPpq3) e metarritmitos com espessas camadas psamíticas (da unidade MNPpr3) sendo estes os melhores aqüíferos. Diversos dados sobre vazões e análise físico-química deste tipo de aqüífero já foram obtidos, e serão comentados no decorrer do capítulo. A capacidade de vazão destes aqüíferos diminui com o aumento em proporção de materiais pelíticos. Subsistema Q3/R3 Este sistema ocorre apenas no limite oeste da área de estudo, onde a recarga de aqüífero é mais intensa. Sua melhor eficiência estará relacionada à quantidade de rochas fraturadas dos litotipos (quartzitos (MNPpq3) ou porções metapsamíticas da unidade MNPpr3) em contato com o manto de cobertura com boa permeabilidade, transmissividade e espessura. Este manto relaciona-se principalmente aos domínios porosos P1. Os parâmetros hidrodinâmicos do sistema aqüífero fissural considerado (subsistema Q3/R3) foram obtidos com a utilização do software Aquifertest for windows obtidos em uma população de 27 poços tubulares profundos relacionados ao Distrito Federal. A Tabela 57 resume os valores de transmissividade (T), condutividade hidráulica (K), coeficiente de armazenamento (S) e condutividade hidráulica vertical (Kv). 208

Tabela 57 - Características dimensionais dos aquíferos do Subsistema R3/Q3. População de 27 poços tubulares profundos, com ensaio de rebaixamento de pelo menos 24 horas de bombeamento contínuo. PARÂMETRO R3 MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA Q3 T Transmissividade (m2/seg) K- Condutividade Hidráulica (m/s) S -Coeficiente de armazenamento Kv- Condutividade hidráulica vertical (m/s) 8,0 x 10-4 1,2 x10-4 5,0 x 10-4 1,5 x 10-4 1,5 x 10-4 4,0 x 10-4 4,9 x 10-6 5,3 x 10-7 2,8 x 10-6 1,7 x 10-5 1,3 x 10-6 4,7 x 10-6 87,5 0,02 33,89 87,5 0,02 30,12 4,9 x 10-7 5,3 x 10-8 2,8 x 10-7 1,7 x 10-6 1,3 x 10-7 4,7 x 10-7 Este tipo de sistema aqüífero no Distrito Federal é explorado através de poços tubulares com profundidades variáveis de 80 a 200m (em média de 150m). Em profundidades muito superiores, há uma tendência geral de acomodação dos sistemas de fissuramento em função da pressão litostática. A recarga destes aqüíferos ocorre através das águas armazenadas no sistema poroso P1 sobreposto, que, por infiltração laminar, alcança o topo das zonas com maior densidade de fraturas, ocupando o sistema fissural. Por isso a análise das águas subterrâneas não pode ser realizada indistintamente para cada domínio de aqüífero, uma vez que estes não são independentes. Este sistema de aqüífero é considerado o melhor no Distrito Federal, com vazões médias da ordem de 10 a 12m³/h (sendo que a média geral do Distrito Federal é da ordem de 8m³/h), como pôde ser constatado em alguns poços tubulares profundos existentes na área de estudo. É válido salientar que o valor obtido para as vazões médias considerou população de poços locados aleatoriamente. No entanto, caso a definição do local para construção dos poços seja realizada a partir de critérios técnicos (p.ex. análise de lineamentos) estes valores podem ser mais elevados. Além das excelentes vazões específicas, este é o subsistema aqüífero fraturado, no Distrito Federal, com maior vazão específica e com menor incidência de poços secos ou com baixas vazões. A Tabela 58 apresenta os dados se uma série de poços tubulares construídos em condições geológicas similares às encontradas na área de estudo. 209