PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE - SMS GERÊNCIA DE SAÚDE DO SERVIDOR MUNICIPAL - GSSM EQUIPE DE PERÍCIA TÉCNICA - EPT LAUDO 015/2013 - SMS LAUDO FISIOTERAPEUTA EM UNIDADES DE SAÚDE LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE N.º 015/2013 1. IDENTIFICAÇÃO ÓRGÃO: SMS SETOR: UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE ENDEREÇO: Variados TÉCNICOS QUE REALIZARAM A PERÍCIA: Suzy Maria Possapp Rocha - Médica do Trabalho DATA DA PERÍCIA: Setembro/2013 1
2. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo a análise das atividades dos Fisioterapeutas lotados em Unidades de Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, especialmente nos aspectos relacionados com atividades e operações insalubres e perigosas, baseado na Lei Federal 6514/77, nas Normas Regulamentadoras números 15 e 16 da Portaria 3214/78, no Decreto 93412/86 - Trabalhadores no Setor de Energia Elétrica e na Portaria 3393/87 - Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas, na Lei Municipal nº. 6309/88 e Ordem de Serviço nº. 019/94 da PMPA. Tendo em vista que a atividade de Fisioterapeuta não consta em Laudos de Insalubridade e Periculosidade das Unidades Básicas de Saúde pertencentes às diversas Gerências, estamos elaborando este laudo com a atividade referida. 3. ANÁLISE QUALITATIVA 3.1. DA FUNÇÃO DO TRABALHADOR As Unidades Básicas de Saúde são instituições que têm como atividade o atendimento de pacientes nas áreas de clínica médica, gineco-obstetrícia, pediatria, medicina geral comunitária, odontologia, procedimentos de enfermagem e vacinação. Algumas possuem serviço de Fisioterapia e Nutrição. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES: Atividade de Fisioterapeuta: realizar atendimento e avaliação individual do usuário a fim de estabelecer um programa adequado de fisioterapia, realizar atendimento individual ou em grupo durante as sessões de fisioterapia orientando nos exercícios e/ou utilizando equipamentos, fazer diagnóstico funcional, realizar visitas domiciliares, preencher formulários, atestados, laudos e declarações e encaminhar pacientes. 3.2 DOS POSSÍVEIS RISCOS OCUPACIONAIS Atividade de Fisioterapeuta: os servidores desempenhando esta atividade estão expostos a riscos biológicos pelo contato com pacientes. 4. CONCLUSÃO 4.1. FUNDAMENTO LEGAL As condições para definição de insalubridade nos locais de trabalho ou atividades dos trabalhadores estão estabelecidas na Legislação Federal que considera como insalubres as atividades ou operações que: Desenvolvem-se acima dos limites de tolerância, no que se refere a ruídos contínuos ou de impacto, calor, radiações não ionizantes, vibrações, determinados agentes químicos e poeiras minerais; Desenvolvem-se sob pressões hiperbáricas, determinados agentes químicos ou biológicos; 2
Através de inspeção no local de trabalho, verifiquem o estabelecido em lei no que se refere às radiações não ionizantes, frio e umidade. O exercício de trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador a percepção de adicional de acordo com a classificação de grau máximo (40%), médio (20%) ou mínimo (10%). As situações a que se refere à legislação quanto aos riscos químicos, físicos ou biológicos são as seguintes: NORMA REGULAMENTADORA (NR) - 15: ANEXO nº 1: ruído contínuo ou intermitente; ANEXO nº 2: ruído de impacto; ANEXO nº 3: calor excessivo; ANEXO nº 4: ver. pela Portaria 3.751/90; ANEXO nº 5: radiações ionizantes; ANEXO nº 6: pressões hiperbáricas; ANEXO nº 7: radiações não ionizantes; ANEXO nº 8: vibrações excessivas; ANEXO nº 9: frio excessivo; ANEXO nº 10: umidade; ANEXO nº 11: ag químicos (a.quantitativa); ANEXO nº 12: poeiras minerais; ANEXO nº 13: agentes químicos; ANEXO nº 14: agentes biológicos Atualmente, na legislação vigente, quatro são hipóteses de enquadramento de periculosidade aos trabalhadores em geral: - Anexo 1 e 2 da NR 16: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos e Inflamáveis; - Decreto 93412/86: Trabalhos no Setor de Energia Elétrica; - Portaria 518/2003: Radiações ionizantes ou substâncias Radioativas. Nesses casos é obrigatório o pagamento de 30% do salário básico. AGENTES BIOLÓGICOS 4.2. FUNDAMENTO CIENTÍFICO Os trabalhadores da área da saúde, pessoas que recebem treinamento para atendimento de emergências extra-hospitalares e funcionários de laboratórios de pesquisa estão sujeitos à exposição a agentes biológicos infecciosos. Considera-se como sendo agentes biológicos animais, plantas e outros seres vivos (bactérias, fungos, protozoários etc.) que potencialmente podem causar doenças ou lesões, em graus variados, aos seres humanos ou a outros organismos. Os agentes biológicos são também denominados patógenos. Para a avaliação de risco dos agentes biológicos consideram-se alguns critérios, entre os quais se destacam: Virulência é a capacidade patogênica de um agente biológico, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro. A virulência pode ser avaliada por meio dos coeficientes de letalidade e de gravidade. Modo de transmissão é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. Estabilidade é a capacidade de manutenção do potencial infeccioso de um agente biológico no meio ambiente. Deve ser considerada a capacidade de manutenção do potencial infeccioso em condições ambientais adversas como a exposição à luz, à radiação ultravioleta, às temperaturas, à umidade relativa e aos agentes químicos. 3
Concentração e volume a concentração está relacionada à quantidade de agentes patogênicos por unidade de volume. Assim, quanto maior a concentração, maior o risco. Origem do agente biológico potencialmente patogênico deve ser considerada a origem do hospedeiro do agente biológico (humano ou animal) como também a localização geográfica (áreas endêmicas) e a natureza do vetor. Fatores referentes ao trabalhador devem ser considerados o estado de saúde do indivíduo, assim como, idade, sexo, fatores genéticos, susceptibilidade individual, estado imunológico, exposição prévia, hábitos de higiene pessoal e uso de equipamentos de proteção individual. Cabe ressaltar a necessidade dos profissionais possuírem experiência e qualificação para o desenvolvimento das atividades. Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são distribuídos em classes de risco assim definidas: Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios. Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea, a via respiratória, a via conjuntiva e a via oral. De maneira geral, as medidas de segurança para os riscos biológicos envolvem: Conhecimento das Normas de Biossegurança; A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha; O respeito das Regras Gerais de Segurança A realização das medidas de proteção individual; 4
Uso de avental, luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção (para evitar aerossóis ou projeções nos olhos) e demais EPIs necessários; A utilização de procedimentos adequados nos processos de atendimento e assistência a enfermos, material utilizado sem aproveitamentos ou arranjos, e a utilização de todas as ferramentas da Segurança Laboral para alcançar esses propósitos. 5. BIBLIOGRAFIA Manuais de Legislação Atlas; Segurança e Medicina do Trabalho, 70ª edição, São Paulo, Editora Atlas S. A, 2012 Vieira, Sebastião Ivone MEDICINA BÁSICA DO TRABALHO, 1996, Ed. Gênesis, Curitiba. 6.CONCLUSÃO FINAL Atividade de Fisioterapeuta: aos servidores desempenhando as atividades referentes a esta função é devido o adicional de insalubridade em grau médio - 20%, pela exposição a agentes biológicos de acordo com o anexo nº14 da NR 15 conforme a Portaria 3214/78. Porto Alegre, 26 de setembro de 2013. Suzy Maria Possapp Rocha Médica do Trabalho - Mat.47907.2 EPT/GSSM/SMS 5