Geotecnologia aplicadas à análise histórica humana /intervenções urbanas e evolução da linha de costa

Documentos relacionados
O Enfrentamento à Vulnerabilidade Costeira de Pernambuco

III-010 A IMPORTÂNCIA DA POPULAÇÃO FLUTUANTE PARA A GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NA CIDADE DO RECIFE

ANÁLISE COMPARATIVA DAS DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS EM ÁREAS DE MANGUEZAIS EM ARACAJU-SE. Geisedrielly Castro dos Santos¹

UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NAS OBRAS DE PROTEÇÃO NA ORLA DA PRAIA DE BOA VIAGEM RECIFE PE

. a d iza r to u a ia p ó C II

PRAIA DO SACO EM ESTÂNCIA/SE: análise dos processos de uso e ocupação do solo costeiro

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/ EIA-RL Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1

Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes e Movimentos de Massa no Município de Campinas São Paulo - Maio 2013

METODOLOGIA PARA O GEORREFERENCIAMENTO DE ILHAS COSTEIRAS COMO SUBSÍDIO AO MONITORAMENTO AMBIENTAL

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

DESTAQUES DE FEVEREIRO/2015

QUADRO 11 - ENQUADRAMENTO DAS ÁGUAS QUANTO À BALNEABILIDADE

DECRETO Nº 6.848, DE 14 DE MAIO DE 2009.

Análise da evolução da linha de costa em litoral baixo arenoso nos últimos 50 anos RELATÓRIO TÉCNICO DE APOIO AO ESTUDO DO GRUPO DE TRABALHO DO

VARIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE E VULNERABILIDADE À AÇÃO DE PERIGOS COSTEIROS NA PRAIA DOS INGLESES (FLORIANÓPOLIS-SC) ENTRE 1957 E 2009

Geografia. Exercícios de Revisão I

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM DIFERENTES ÁREAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA 1

Tabela 85: Caracterização ambiental da Praia da Conceição, município de Bombinhas, SC. Praia da Conceição

DESTAQUES DE DEZEMBRO/2014

Figura 1: Localização da Praia de Panaquatira. Fonte: ZEE, Adaptado Souza, 2006.

MONITORAMENTO MORFOLÓGICO DAS PRAIAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO BRASIL: ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL RESUMO

ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES: ESTUDOS DE CASO COM EXPLORAÇÃO DESCRITIVA DE ASPECTOS GERAIS DE FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO NUMA ANÁLISE MORFOMÉTRICA

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

PORTO DO RECIFE ORIGEM LOCALIZAÇÃO

Mudança da Linha de Costa à Médio Prazo das Praias do Pina e da Boa Viagem (Recife PE)

O EMPREGO DOMÉSTICO. Boletim especial sobre o mercado de trabalho feminino na Região Metropolitana de São Paulo. Abril 2007

UNIDADE 5 AMÉRICA DO NORTE. Os Estados Unidos Tema 1

III-123 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS A PARTIR DE ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Caruaru (com jantar no Papangu de Bezerros incluso) Localizada no interior de Pernambuco, cerca de 135 km de Recife, Caruaru surpreende com um dos

Praias em Processo de Urbanização

Sugestões de avaliação. Geografia 6 o ano Unidade 4

BOAS PRÁTICAS DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL: POR UMA ACESSIBILIDADE MAIS JUSTA

EROSÃO E PROGRADAÇÃO DO LITORAL BRASILEIRO

GEOMORFOLOGIA E ANÁLISE DA REDE DE DRENAGEM DA FOLHA ALHANDRA, TABULEIROS LITORÂNEOS DOS ESTADOS DA PARAÍBA E PERNAMBUCO

Um avião que nunca pousa A expansão da energia eólica e os Direitos Humanos no Brasil

DESTAQUES DE JULHO/2015

MINAS, IDEB E PROVA BRASIL

2.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Projetos - Rotas de aprendizagem

RECUO DA LINHA DE COSTA/DEFENDER OU RETIRAR?

RESUMO EXPANDIDO. O Novo Código Florestal: impacto sobre os produtores rurais de Juína e região

praiais estuarino manguezais

Inovação aberta na indústria de software: Avaliação do perfil de inovação de empresas

GERENCIAMENTO COSTEIRO NO ESPÍRITO SANTO

Epidemiologia da Transmissão Vertical do HIV no Brasil

EVOLUÇÃO DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DAS PRAIAS DA ILHA DE ITAMARACÁ PE, COMO SUBSÍDIO PARA UM MONITORAMENTO DA MORFOLOGIA PRAIAL.

PLANO DE ATAQUE DE OBRAS

DESTAQUES DE JANEIRO/2015

5 CONCLUSÃO Resumo

UTILIZADORES DE REDUTORES DE VAZÃO NA REDUÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO

6 o RELATÓRIO DOS SERVIÇOS DE MONITORAMENTO DE TALUDES DA UHE MAUÁ (MARCO CONTRATUAL MC04 / EVENTO CONTRATUAL EC 08)

População residente, por situação do domicílio Brasil, 2000 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 Resultados do Universo

Avaliação da ocupação e uso do solo na Região Metropolitana de Goiânia GO.

Art. 5. (...) XXII é garantido o direito de propriedade; XXIII a propriedade atenderá a sua função social;

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS D. DOMINGOS JARDO

Anexo II - Termo de Referência

PRÊMIO ABF- AFRAS DESTAQUE SUSTENTABILIDADE 2012 FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO Categoria Franqueado

ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADAS PELA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA NO CAMPO DE DUNAS DA TAÍBA, SÃO GONÇALO DO AMARANTE CE.

3.3 Infra-estrutura Saneamento básico água e esgoto A existência de condições mínimas de infra-estrutura de saneamento básico é um fator

Pedro João de Albuquerque Araújo Universidade Federal de Pernambuco Laboratório de Pesquisas sobre Espaço, Cultura e Política (LECGEO)

02/12/2012. Geografia

OCUPAÇÕES IRREGULARES E IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS NA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA

(Fonte: SETUR, 2002) (Fonte: SETUR, 2002)

Variação da Linha de Costa da Praia do Janga/Paulista-PE, através da Técnica de Fusão de Imagens Orbitais CBERS HRC/CCD

MÉTODO DE ANÁLISE DA VULNERABILIDADE COSTEIRA À EROSÃO

DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS NO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SERGIPE

LEVANTAMENTO DOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA URBANA PILÃO DE PEDRA, EM PONTA GROSSA PR

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

QUESTIONAMENTO Nº 02 A empresa Serveng Engenharia solicita os seguintes esclarecimentos:

ANEXO V MEMORIAL DESCRITIVO. Índice

AQUIFERO BOA VIAGEM, RECIFE PE: UMA ABORDAGEM DOS IMPACTOS DA VEDAÇÃO DAS ÁREAS DE INFILTRAÇÃO SOBRE A DISPONIBILIDADE HÍDRICA.

MAPEAMENTO COSTEIRO. DINÂMICA COSTEIRA E MONITORAMENTO GEODÉSICO DA LINHA DE COSTA.

2009 Amplo debate com os moradores, Universidade Federal, Ministério Público, Governo Federal, Governo do Estado

GERÊNCIA EDUCACIONAL DE FORMAÇÃO GERAL E SERVIÇOS CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA ESTUDO ESTATISTICO DA BRISA ILHA DE SANTA CATARINA

Nome:

O MANGUEZAL NA VISÃO ETNOBIOLÓGICA DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA, NATAL/RN.

PERFIL DOS FABRICANTES DE ESTRUTURAS DE AÇO. Resumo Executivo - Pesquisa

19 22 de Outubro de 2014, MINASCENTRO, Belo Horizonte MG

LINHA DE PESQUISA: DINÂMICAS DA NATUREZA

Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto - GEONORDESTE 2014 Aracaju, Brasil, novembro 2014

Questões Climáticas e Água

Instruções Técnicas para Apresentação de Projetos de Cemitérios - Licença Prévia (LP) -

MODELO DE GESTÃO PARA A TRIENAL DE ARQUITECTURA 2007

Fuvest 2014 Geografia 2ª Fase (Segundo Dia) A região metropolitana do litoral sul paulista é constituída pelos municípios representados no mapa:

POBREZA, SEGURANÇA ALIMENTAR E SAÚDE NO BRASIL

CARACTERIZAÇÃO VOLUMÉTRICA DAS PRAIAS DO PINA E DA BOA VIAGEM, RECIFE (PE) BRASIL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL & SAÚDE: ABORDANDO O TEMA RECICLAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

Gestão dos bens imóveis da União no litoral brasileiro

Analise este mapa topográfico, em que está representada uma paisagem serrana de Minas Gerais:

Diagrama de fluxo de dados na Plataforma Vicon SAGA. Terminologias de bancos de dados: Banco de Dados, Tabela, Campos, Registros

DIFERENÇAS TÉRMICAS OCASIONADAS PELA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL EM UMA CIDADE DE PORTE MÉDIO - JUIZ DE FORA, MG.

Cursos Técnicos Profissionalizantes de Nível Médio para a Área de Informática

A importância das dunas frontais na avaliação da evolução da linha de costa- O caso da Praia da Manta Rota

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 03, DE 10 DE AGOSTO DE 2010

Desapropriação. Não se confunde com competência para desapropriar (declarar a utilidade pública ou interesse social): U, E, DF, M e Territórios.

LEVANTAMENTO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL, EM RECIFE/PE

Política de Gestão de Riscos Tese Investimentos. Junho/2016

MÉTODOS DE ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA DO ESPAÇO URBANO

Sustentabilidade Ambiental

MORFOLOGIA E SEDIMENTOLOGIA EM UM TRECHO DA PRAIA DE CANDEIAS (JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE, BRASIL)

Transcrição:

Geotecnologia aplicadas à análise histórica humana /intervenções urbanas e evolução da linha de costa Marcia Cristina de Souza Matos Carneiro marcia.carneiro@ibge.gov.br NEXUS : Sociedade e Natureza UFPE Março - 2012

3.1 ÁREA DE ESTUDO Litoral PE - 187 km Litoral RMR - 42 km

Problema Segundo CARTER (1988), de todos os ecossistemas costeiros, as dunas são os ambientes que sofreram maior grau de degradação antrópica. Aliado a grande intervenção humana sofrida neste ambiente, apenas nos último 30 anos foram iniciados estudos integrados a gestão costeira e implementação de legislação visando sua proteção. AS DUNAS, é um espaço submetido a diferentes tipos de pressão, desde o turismo predatório e a exploração mineral até a especulação imobiliária, intervenções urbanísticas e as próprias dinâmicas físicas naturais.

1 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA E SUA REPERCUSSÃO NO DESENCADEAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS A RMR antes da colonização portuguesa, caracterizava-se por coras e bancos de areia, cordões litorâneos arenosos e restinga, associado a pântanos de agua salobra, manguezais, lagamares, entre outros, ou seja estuarios dos rios Capibaribe, Beberibe e Tijipió. As características morfológicas dessa zona costeira aliada a profundidade na foz dos rios, permitiram ao Recife a possibilidade de instalação de um porto natural. Mapa do porto de Recife em 1616

1 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA E SUA REPERCUSSÃO NO DESENCADEAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Em 1950, na maioria dos municípios do litoral pernambucano, predominava em números absolutos a população rural. Nas décadas de 1960 e 1970, ocorreu um acelerado processo de ocupação mais de 50% da área de beira-mar foi destinada à implantação de loteamentos para moradia, veraneio, entre outras (FIDEM, 1987). Esse fato tem sua continuidade até os dias atuais sem que haja uma legislação mais restritiva e específica, que possa conter os abusos existentes. O espaço urbano no litoral dos municípios de RMR resultante de relações sociais que se manifestam desde o período colonial, reflexo na urbanização presente nas cidades brasileiras vem desencadeando processos erosivos

1.1 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA DO LITORAL DE OLINDA

1.1 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA DO LITORAL DE OLINDA

Análise temporal utilizando Mapa 1943 e fotografias aéreas 1974 e 1996

Análise temporal utilizando fotografias aéreas 1974 e 1996 Foz rio Paratibe Olinda 3 Fonte: Fidem Fonte: Fidem

Alteração na paisagem em 1943, 1974 e 1996 Foz rio Paratibe Olinda 1943 Rio Paratibe 1974 1996 Fonte:( CARNEIRO, 2003,p.183)

1.2 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA DO LITORAL DE RECIFE

1.2 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA DO LITORAL DE JABOATAO DOS GUARARPES

1.2 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA DO LITORAL DE PAULISTA

Estudo de ARAUJO, 2004-2 horas após a maré baixa, a identificação e demarcação georreferenciada (GPS GARMIM) dos trechos do litoral com relação à presença de ocupação urbana, observando-se a presença, ou não, de edificações no ambiente praial. A metodologia adotada foi inicialmente selecionar os trechos de praia, e a seguir classificar em três graus de ocupação ou intervenção, de acordo com os seguintes critérios: ausência de ocupação da pós-praia; ocupação da pós-praia; e ocupação concomitante da pós-praia e da praia (estirâncio). As informações foram plotadas em cartas da Sudene (1:25.000) e posteriormente foi calculado o percentual da extensão total do litoral com ocupação na praia e na pós-praia dos municípios. O resultado do estudo de Araújo et al. (2004) demonstrou que o Setor Metropolitano é o mais fortemente ocupado, seguido pelos setores Norte e Sul pernambucanos respectivamente. As informações foram plotadas em cartas da Sudene (1:25.000) e posteriormente foi calculado o percentual da extensão total do litoral com ocupação na praia e na pós-praia dos municípios.

As informações foram plotadas em cartas da Sudene (1:25.000) e posteriormente foi calculado o percentual da extensão total do litoral com ocupação na praia e na pós-praia dos municípios. Setores do litoral pernambucano X extensão (km) e percentual do litoral X percentual de ocupação por edificações e/ou obras de contenção Setores Extensão (km) % do litoral Ausência de ocupação na póspraia (%) Ocupação na póspraia (%) Ocupação associada da póspraia e da praia (%) Norte 58 31 79.1 5.6 15.3 Metropolitano 42 22.5 49.0 4.0 47 Sul 87 46.5 78.7 9.7 11.6 Total 187 100 72.1 7.13 20.63 Fonte:( ARAUJO, 2004)

A: Setor Norte; B: Setor Metropolitano; C: Setor Sul quanto à localização das edificações e/ou obras de contenção contra erosão. Trechos em branco: ausência de ocupação na póspraia; trechos em amarelo: ocupação na pós-praia; trechos em vermelho: ocupação concomitante da pós-praia e da praia RESULTADO do estudo de Araújo et al. (2004) demonstrou que o Setor Metropolitano é o mais fortemente ocupado, seguido pelos setores Norte e Sul pernambucanos respectivamente. Fonte:( ARAUJO, 2004)

2 HISTÓRICO DAS OBRAS E INTERVENÇÕES DE CONTENÇÃO DO AVANÇO DO MAR E DE RECUPERAÇÃO DA ORLA MARÍTIMA Os primeiros registros de erosão costeira no estado de Pernambuco datam de 1914 (COUTINHO, 1997) e revelam os danos causados pelo molhe localizado no istmo de Olinda, à época, em construção, o qual fazia parte das obras de ampliação do Porto de Recife. As Figuras 1 e 2 mostram a Praia dos Milagres, em Olinda, servindo de testemunho do avanço do mar, onde experimentou um recuo de 80 metros no período 1914-1950. A partir de então, constataram-se problemas de erosão em vários trechos do litoral, especialmente nas áreas urbanas, onde foram implantadas obras costeiras de proteção no intuito de controlar ou atenuar os efeitos desse processo (COUTINHO, 1997) e CARNEIRO, 2003).

REGISTROS EROSAO EM OLINDA EM 1940, 1960 E 1997

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS Nos últimos vinte anos, construíram-se diversas obras de contenção no litoral dos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista. Segundo estudos desenvolvidos pelo MAI (2009), as obras costeiras, ao longo da orla litoral dos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Recife, Olinda e Paulista, perfazem uma extensão total de 20.090 m de estruturas construídas, das quais 4.390 m encontram-se no município de Jaboatão dos Guararapes; 3.440 m em Recife; 7.610 m em Olinda e 4.650 m no município de Paulista.

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS- JABOATAO Em Jaboatão dos Guararapes, possui um litoral com extensão de 7.961,20 m de litoral, sendo que em 4.690,94 m (58,9%) é formado de praias com sedimento, e em 3.270,26m (41,1%) sem praias com sedimentos, constituindo-se, principalmente, de trechos com obras do tipo enrocamentos, espigões e muros. No litoral deste município, de acordo com MAI (2009), as estruturas se distribuem do seguinte modo: 3.260 m de enrocamentos e muros (74 %); 530 m de espigões e molhes (12 %); 600 m de quebra-mar (14 %). Pode-se concluir que no litoral do município predominam obras de proteção do terreno, ou seja, as intervenções adotadas; das quais, têm por objetivo a proteção do terreno, por meio da fixação da linha de costa, com o consequente impacto na vocação turística local.

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS Foz do rio Jaboatão em 1989 (a) e (b) detalhe da área com obras costeiras do tipo molhes e espigões ao longo da margem esquerda do rio em 2004. Na Figura 5, mostram-se as modificações morfológicas causadas por essas intervenções na foz do rio Jaboatão, inclusive com significativa redução de área na extremidade do pontal do Paiva (Ilha do Amor, ao longo da margem direita do rio).

3 RESULTADOS NA CONTENÇÃO DOS PROCESSOS Trecho das Praias de Candeias e Piedade em 1963 (a) e em 2004 (b) Na Figura 6, veem-se os efeitos da erosão com as perdas de área de praia em Candeias e Piedade (MAI, 2009). Fonte:( ARAUJO, 2004)

3 RESULTADOS NA CONTENÇÃO DOS PROCESSOS- ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO FONTE: MAI,2009

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS - RECIFE Enquanto na orla do município de Recife, a principal estrutura costeira é um enrocamento com 2.100 m de comprimento na Praia de Boa Viagem e outro de 1.340 m na Praia de Brasília Teimosa conforme estudo do MAI (2009). %). Recife totalizando 13.444,38 m de litoral, sendo que em 5.999.25 m (44,6%) é formado de praias com sedimento, e em 7.445,13 m (55,4%) sem praias com sedimentos, constituindo-se de dois trechos: um com recifes e outro com enrocamentos.

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS - OLINDA Esse tipo de obra tem por objetivo a proteção do terreno, e não da praia. Olinda totalizando 12.261,14 m de litoral, sendo que em 4.222,33 m (34,4%) é formado de praias com sedimento e em 8.038,81 m (65,6%) sem praias com sedimentos, constituindo-se, principalmente, de trechos com obras do tipo enrocamentos, espigões e muros. Na praias de Olinda, predominam obras de proteção do terreno na forma de enrocamentos, espigões e quebra-mares que causam boa proteção da linha de costa do município. Entretanto, essas estruturas causam significativa modificação nas taxas de deriva litorânea, com efeitos negativos à jusante, aliados ao impacto na vocação turística. As estruturas têm a seguinte distribuição: 1.700 m de enrocamentos e muros (22 %); 250 m de espigões e molhes (3 %); 5.660 m de quebra-mares (75 %). (54 %).

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS - OLINDA

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS - PAULISTA Paulista, possui uma extensão de 14.468,36 m de litoral, sendo que em 9.626,93 m (66,5%) é formado de praias com sedimento, e em 4.841,43 m (33,5%) sem praias com sedimentos, constituindo-se, principalmente, em trechos com obras do tipo quebra-mares, enrocamentos, espigões e muros. Contudo, os quebra-mares, embora construídos com altura bastante elevada, causam proteção parcial da linha de costa. Esse tipo de intervenção, aliado ao engordamento da praia, com sedimentos de composição e tamanhos inadequados, pode estar relacionado com os focos de erosão instalados em alguns trechos da praia. As estruturas presentes na orla de Paulista têm a seguinte distribuição: 1.850 m de enrocamentos e muros (40 %); 280 m de espigões e molhes (6 %); 2.520 m de quebra-mares (54 %).

4 RESULTADO DAS OBRAS CONTENÇÃO DOS PROCESSOS EROSIVOS - PAULISTA

Nosso trabalho é transformar dados em informação. Informação que vai gerar conhecimento. OBRIGADO!!! www.ibge.gov.br ibge@ibge.gov.br 0800 7218181