COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA E ESTRUTURAL DA URUCHLOA DECUMBENS UTILIZADA SOB DIFERIMENTO

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Transcrição:

COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA E ESTRUTURAL DA URUCHLOA DECUMBENS UTILIZADA SOB DIFERIMENTO Rosa Aparecida Reis de LÉO* 1, Pedro Henrique Ferreira da SILVA 2, Jaciara DIAVÃO¹, Fábio Costa da SILVA¹, Robson Leandro FERREIRA¹, Carlos Augusto Brandão de CARVALHO¹, Vinicius Bello HERMELINO¹ *autor para correspondência: rosareis399@gmail.com 1 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro(UFRRJ), Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil 2 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP), Recife, Pernambuco, Brasil Abstract: The objective of this study was to evaluate the morphological composition of forage and structural of Urochloa decumbens pastures managed under deferral (121 days) and grazed during the dry period, in which Nelore heifers received protein-energetic supplementation (PES) during two periods (55 and 147 days=treatments), in Valença-RJ. Forage mass (FM), leaf blade dry mass (LBDM), height (HEI) and forage bulk density (FBD) of deferred U. decumbens pastures were evaluated on seven sequential dates, starting at 06/21 and ended on 11/19/2016. The FM, HEI and FBD varied only according to the evaluation date (P <0.05), while the LBDM was influenced by the interaction between the evaluation date and the PES period (P <0.05). There was a reduction of FM, HEI and FBD of U. decumbens pastures deferred during their use. The use of U. decumbens deferred pastures under 55 or 147 days of PES does not result in a consistent benefit (increase) for leaf blades dry masses of these. Palavras-chave: Altura do pasto, Densidade volumétrica da forragem, Massa de forragem, Massa seca de lâminas foliares, Suplementação protéico-energética

Introdução O diferimento de pastagens tem sido uma prática adotada nos sistema de produção animal por apresentar simples operacionalidade e baixo custo em sistemas de produção animal (Santos et al., 2009). Alguns autores demonstraram a viabilidade desta estratégia (Euclides et al., 1990; Leite et al.,1998), e sabe-se que o conhecimento de aspectos morfológicos e estruturais dos pastos é de grande importância para o manejo eficaz dos mesmos (Janusckiewicz et al., 2016). Com base neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a composição morfológica da forragem e estrutural dos pastos de Urochloa decumbens manejados sob diferimento e pastejados durante o período seco do ano. Material e Métodos Este estudo foi realizado em Valença-RJ, sob delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (55 e 147 dias de SPE), e 10 repetições. A área experimental possuía 8,0 ha por tratamento, formados por Urochloa decumbens, vedada e adubada com de 60 kg ha -1 de N, 50 kg ha -1 de P 2 O 5 e 50 kg ha -1 de K 2 O em 22/02/2016 (121 dias de diferimento). Foram avaliadas as massas secas de forragem (MF) e de lâminas foliares (MSLF), a altura do pasto (ALT) e a densidade volumétrica da forragem (DVF), com frequência de 21 dias. A MF e a MSLF foram estimadas com base nas coletas de amostras de forragem cortadas ao nível do solo, contidas em moldura de 0,25m 2 (0,5x0,5m), subamostradas e fracionadas nos componentes morfológicos (lâminas foliares, colmos e material morto), seguido de secagem em estufa de ventilação forçada de ar, a 55 ºC até peso constante. A ALT do pasto foi estimada com régua graduada em centímetros em três pontos dentro das molduras utilizadas para MF, e a DVF calculada pela divisão das MF pelas ALT. Os dados foram analisados pelo PROC MIXED do SAS, e as médias dos tratamentos estimadas pelo LSMEANS e comparadas pela PDIFF (P<0,05). Os animais foram utilizados sob CEUA-IZ/UFRRJ (protocolo 23083.00822/2015-56).

Resultados e Discussão Houve efeito (P<0,0001) de data de avaliação para MF, que reduziu em 36,3% do início (5.984 kg ha -1 de MS em 02/07/2016) para o fim (3.810 kg ha -1 de MS em 09/11/2016) do período experimental, o que corrobora com os resultados obtidos por Silva et al. (2016) em pastos diferidos de U. decumbens, devido ao consumo de forragem e às melhores condições climáticas no início do período experimental. Houve interação (P<0,0001) entre tratamentos e data de avaliação para MSLF, com alternância para maiores e menores valores nas datas de avaliação (Tabela 1). Tabela 1 Massa seca de lâminas foliares (kg ha -1 ) dos pastos diferidos de Urochloa decumbens, de julho a novembro de 2016 Data de avaliação 147 SPE 1 55 SPE 2 02/07/2016 757 aa (17) 651 ba (14) 25/07/2016 428 bc (13) 568 ab (13) 16/08/2016 215 ae (12) 227 ag (12) 05/09/2016 321 ad (12) 263 bf (12) 25/09/2016 305 bd (13) 409 ae (15) 17/10/2016 521 ab (14) 464 bd (13) 09/11/2016 425 bc (12) 525 ac (12) Médias seguidas por mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pela PDIFF (p<0,05). Valores entre parênteses representam o erro padrão da média. 1 Pasto no qual as novilhas receberam 147 dias de suplementação proteico-energética. 2 Pasto no qual as novilhas receberam 55 dias de suplementação proteico-energética. Em 02/07, 05/09 e 17/10/2016 maiores MSLF ocorreram para 147 dias de SPE; já em 25/07, 25/09 e 09/11/2016 para 55 dias de SPE. Em 16/08/2016 os valores foram semelhantes (P>0,05) entre os tratamentos. As alternâncias de MSLF para os tratamentos se devem a reduzida taxa de lotação (1,56 UA ha -1 ) e aumento da oferta de forragem (42,7% para 55 dias de SPE e 47,8% para 147 dias de SPE) durante o período experimental, que permitiram seleção da dieta pelas novilhas e,

consequentemente, maior consumo de lâminas foliares em alguns períodos de avaliação do que em outros, conforme descrito por Janusckiewicz et al. (2016). Houve efeito (P<0,0001) de data de avaliação para ALT e DVF (Tabela 2). A ocorrência de maior altura em 02/07 (36 cm) e menor em 09/11/2016 (25 cm) se deve a ocupação e consumo de forragem pelas novilhas. A altura da primeira data de amostragem (36 cm) é baixa para pastos diferidos desta forrageira, devido ao acamamento do dossel, comum quando os períodos de vedação são prolongados (Santos et al., 2009; Teixeira et al., 2011). Tabela 2 Altura (ALT) e densidade volumétrica da forragem (DVF) dos pastos diferidos de Urochloa decumbens, de julho a novembro de 2016 Data de avaliação ALT (cm) EPM DVF (kg ha -1 cm -1 ) 02/07/2016 36 A 1 175 A 7 25/07/2016 35 A 1 132 D 7 16/08/2016 28 B 1 144 C 7 05/09/2016 25/09/2016 17/10/2016 09/11/2016 EPM 27 B 1 154 BC 7 27 B 1 167 AB 7 27 B 1 147 C 7 25 C 1 148 C 7 Médias de uma mesma variável, seguidas por mesma letra na coluna, não diferem entre si pela PDIFF (p<0,05). EPM: erro padrão da média. Houve redução média de 15,4% da DVF de 02/07 para 09/11/2016 em função do consumo de lâminas foliares durante o período de utilização dos pastos diferidos. A DVF média observada durante o experimento foi de 152 kg ha -1 cm -1, superior aos 106 kg ha -1 cm -1 obtidos por Teixeira et al. (2011) em pastos de U. decumbens diferidos por 95 dias. Além disso, o maior período de diferimento (121 dias) em comparação aos 95 dias do estudo de Teixeira et al. (2011) também justifica a maior

DVF, pois maiores períodos de vedação promovem maior acamamento do dossel, o que modifica as relações entre MF e altura e elevam a DVF (Santos et al., 2009). Conclusão Há redução da massa de forragem, da altura e da densidade volumétrica da forragem de pastos diferidos de Urochloa decumbens durante seu período de utilização. A utilização de pastos diferidos de Urochloa decumbens sob 55 ou 147 dias de SPE não resulta em benefício (aumento) consistente para as massas secas de lâminas foliares destes. Referências EUCLIDES, V.P.B.; VALLE, C.B. do; SILVA, J.M. da; VIEIRA, A. Avaliação de forrageiras tropicais manejadas para produção de feno-em-pé. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.25, p.393-407, 1990. JANUSCKIEWICZ, E.R.; RAPOSO, E.; MORGADO, E.S.; REIS, R.A.; RUGGIERI, A.C. Perfil morfofisiológico de capim-marandu manejado sob diferentes ofertas de forragem e pastejado por vacas leiteiras. Ars Veterinária, v.32, n.1, p.67-73, 2016. LEITE, G.G.; COSTA, N.L.; GOMES, A.C. Épocas de diferimento e utilização de gramíneas cultivadas na região do Cerrado. Planaltina: Embrapa-CPAC, 1998. 23p. SANTOS, M.E.R.; FONSECA, D.M.F.; BALBINO, E.M.; MONNERAT, J.P.I.S.; SILVA, S.P. Caracterização dos perfilhos em pastos de capim-braquiária diferidos e adubados com nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.643-649, 2009. SILVA, C.S.; MONTAGNER, D.B.; EUCLIDES, V.P.B.; QUEIROZ, C.A.; ANDRADE, R.A.S. Desempenho de novilhos de corte em pastos diferido de Brachiaria brizantha e Brachiaria decumbens. Ciência Rural, v.46, n.11, p.1998-2004, 2016. TEIXEIRA, F.A.; BONOMO, P.; PIRES, A.J.V.; SILVA, F.F.; MARQUES, J.A.; SANTANA JÚNIOR, H.A. Padrões de deslocamento e permanência de bovinos em pastos de Brachiaria decumbens diferidos sob quatro estratégias de adubação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.7, p.1489-1496, 2011.