II-446 - VARIAÇÃO NA POPULAÇÃO DE COLIFORMES NO PROCESSO DE TRATAMENTO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL



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Transcrição:

II-446 - VARIAÇÃO NA POPULAÇÃO DE COLIFORMES NO PROCESSO DE TRATAMENTO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL Sandra Parreiras Pereira Pereiras (1) Engenharia Civil pela Escola de Engenharia Kennedy, Mestre em Irrigação e Drenagem e Doutora em Recursos Hídricos e Ambientais do Curso de Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa UFV. MBA em Gestão de Negócios pela UNIVIÇOSA. Coordenadora de Operação de Estações de Tratamento de Esgoto da RMBH da Divisão de Tratamento de Efluentes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA. Antonio Alves Soares Engenheiro Agrícola e Mestre em Engenharia Agrícola pela UFV. Doutor em Engenharia de Irrigação pela Universidade Estadual de Utah. Estágio Pós-Doutorado pela Universidade da Califórnia Los Angeles. Professor do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. Marcos Rocha Vianna Eng. Civil e Sanitarista, Mestre e Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento. Professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Antonio Teixeira de Matos Engenheiro Agrícola pela UFV. Especialista em Engenharia de Irrigação pela UFSC. Mestre em Engenharia Agrícola e Doutor em Agronomia [Solos e Nutrição de Plantas] pela UFV Pós-Doutorado pela EPAMIG. Professor do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV Endereço (1) : Rua Gomes Barbosa, 79, apto 200, Centro, Viçosa MG. Brasil. CEP: 36570-000. Tel: (31) 3891-1044 e (31) 9965.4351 - E-mail: sandra.parreiras@copasa.com.br ou sarsan2006@hotmail.com RESUMO Objetivou-se avaliar a variação da população de coliformes totais e Escherichia coli (E. coli), ao longo da faixa de tratamento do processo de escoamento superficial utilizando efluente primário de fossa séptica. Foram implantados quatro planos de sistematização, cada um com três faixas de 1 m de largura, 25 m de comprimento e declividade de 2%, cultivados com o capim Tifton 85 (Cynodon spp.). A taxa aplicada do efluente foi de 0,48 m 3.h -1.m -1, por um período de dez horas diárias e freqüência de seis dias por semana, durante seis meses de operação. Amostras do afluente e do efluente foram coletadas a cada 2 m do início da faixa até atingir 18 metros, duas vezes por semana e submetidas à contagem de bactérias do grupo coliformes. Não houve variação na população de coliformes totais e termotolerantes (E. coli) ao longo da faixa de tratamento. Os resultados permitiram concluir que o tratamento de esgoto doméstico pelo método do escoamento superficial não é eficiente na remoção de coliformes totais e E. coli; há evidências que a bactéria E.coli reproduz ao longo da faixa de tratamento e não se recomenda a E. coli como indicador para monitoramento de unidades de tratamento de esgoto por escoamento superficial. PALAVRAS-CHAVE: escoamento superficial, coliformes, indicadores microbiológicos, E.coli INTRODUÇÃO A Agência de Proteção Ambiental - EPA relata que existem riscos associados ao tratamento de águas residuárias domésticas por escoamento superficial e precauções devem ser tomadas para que eles sejam mínimos. Os riscos são de dois tipos: o risco de contaminação dos operadores do sistema e o risco de produtos contaminados, que podem, posteriormente, infectar humanos e animais quando do seu consumo. Visando minimizar os riscos de contaminação, os pesquisadores têm recomendado o monitoramento das estações de tratamento de esgoto por escoamento superficial, principalmente quanto aos aspectos biológicos. ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

O coliforme fecal Escherichia coli é considerado, mundialmente, um organismo indicador de contaminação fecal. A literatura cita que várias pesquisas têm demonstrado que em regiões quentes e úmidas, no verão, a E.coli se desenvolve no solo. Portanto, deve ser questionado o uso da E. coli como indicador adequado da qualidade da água de escoamento superficial localizadas em ambientes tropicais e sub-tropicais. Objetivou-se, com a realização deste trabalho, avaliar a variação temporal e espacial da população de coliformes totais e E. coli no tratamento de esgoto por escoamento superficial, nas condições edafoclimáticas do município de Viçosa, MG. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido na unidade de tratamento de esgoto por disposição no solo instalada na Estação Experimental de Tratamento de Águas Residuárias EETAR, do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG. A ETE está localizada a 20º45 14 S, 42º52 53 W, na altitude de 693 m. A unidade é constituída de tratamento preliminar (caixa de areia, gradeamento e tanque de equalização); tratamento primário em tanque séptico (câmara dupla e leito de secagem, com tempo de detenção de, aproximadamente, 16 horas); e tratamento secundário pelo método do escoamento superficial. O efluente do tanque séptico aplicado nas faixas de tratamento foi proveniente do Condomínio Bosque do Acamari, constituído de 136 unidades residenciais unifamiliares, com 568 habitantes, situado na cidade de Viçosa, MG. A unidade de tratamento por escoamento superficial, com área total de 300 m 2, foi implantada em um solo classificado como Cambissolo Háplico Tb distrófico latossólico, textura argiloso-arenosa, (TIe variando entre 1,95 e 2,66 cm.h -1 ), tendo sido a área dividida em quatro planos de sistematização, cada um com três faixas de 1 m de largura, 25 m de comprimento e declividade de 2%, cultivadas com o capim Tifton 85 (Cynodon spp.). Das 12 faixas de tratamento implantadas, três foram escolhidas, aleatoriamente, para desenvolvimento da pesquisa, sendo uma testemunha (F6) sem aplicação do esgoto doméstico, e as outras duas (F4 e F5) com aplicação dessa água residuária na taxa de 0,48 m 3.h -1.m -1. Os dados experimentais foram coletados na faixa F5, enquanto a faixa F4 operou apenas como reserva. O efluente do tanque séptico foi conduzido até o as faixas de tratamento, por meio de tubos de PVC com diâmetro nominal de 100 mm, com sistema de controle de vazão do tipo válvulas de esfera de 50 mm de diâmetro na entrada de cada faixa. Canaletas de concreto foram construídas tanto no início de cada faixa, para uniformizar a aplicação do esgoto, como no final, para recolher o escoamento superficial. Os efluentes da unidade de tratamento foram conduzidos, por tubulação de PVC, até uma lagoa de maturação e, posteriormente, lançados na rede coletora de esgoto da UFV. A cada 2 m na faixa, foram construídos sulcos transversais a ela, para uniformizar a distribuição do esgoto no solo e possibilitar a coleta de amostras ao longo do seu comprimento; para mais adequada amostragem do esgoto coletado, foram utilizados sacos coletores esterilizados. Durante o período de seis meses de operação da unidade de tratamento, com o sistema operando no intervalo das 8 às 18 horas, de segunda a sábado, foram coletadas amostras do esgoto em 10 pontos da faixa F5, sendo no início da faixa e a cada 2 m, até se atingir os 18 m de seu comprimento. As coletas foram realizadas às quartas-feiras e aos sábados, no intervalo entre as 8 e 11 horas e 30 minutos. Em cada ponto, foi coletada uma amostra simples, em saco tipo Nasco, esterilizado, com volume de 100 ml. Posteriormente, o material foi acondicionado em caixa térmica, sob temperatura de aproximadamente 4 ºC, e encaminhado para análise no Laboratório de Qualidade da Água do DEA/UFV. Na maioria dos dias de coleta, o tempo se encontrava nublado, com temperatura média variando entre 17,1 e 23,8 ºC. Nas amostras coletadas, foram realizadas as contagens de coliformes totais e E. coli utilizando-se o teste comercial, Auto-análise Colilert (AC), baseado na tecnologia dos substratos definidos (DST). Para contagem de coliformes totais, foi utilizado o substrato ONPG, constituído de enzimas metabolizadoras dos nutrientes, que é o açúcar β-d-galactosidase, e, como indicador da liberação do radical orgânico cromogênico, o composto 2 ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

orgânico o-nitrofenil. Para contagem de coliformes fecais (E. coli), foi utilizado o substrato MUG, constituído de enzimas metabolizadoras dos nutrientes, o açúcar β-d-glucuronidase, radical orgânico cromogênico e o composto orgânico 4-methyl-umbelliferyl. Os resultados foram expressos em número mais provável (NMP) por 100 ml de água residuária de origem doméstica. As análises de microbiologia de coliformes totais e E. coli foram efetuadas em triplicata e, no máximo, em seis horas após cada coleta, segundo recomendações descritas no Standard Methods... (APHA, 2005). O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado (DIC), para avaliar o decaimento ou acréscimo na população de coliformes totais e termotolerantes (Escherichia coli) ao longo da faixa de tratamento por escoamento superficial. Por meio do programa estatístico SAEG (1999), foram averiguadas a normalidade e a homocedasticidade e, posteriormente, a análise de variância. Caso apresentasse significância, era realizado o teste de comparação de médias de Newman Keuls, a 5% de probabilidade de erro. RESULTADOS Observou-se, que a quantidade média de coliformes totais e E. coli, respectivamente, sofreu acréscimo nãosignificativo (p < 0,05), menor que uma unidade logarítmica, de 1,14 x 107 NMP coliformes totais/100 ml para 1,50 x 107 NMP coliformes totais/100 ml e de 3,59 x 106 NMP E. coli /100 ml para 4,14 x 106 NMP E. coli /100 ml, ao longo de 18 m da faixa de tratamento. Os resultados conferem com os obtidos por Fonseca et al. (2000), quando pesquisaram a remoção de coliformes em faixas de tratamento com comprimento de 20 m em um Argissolo Vermelho Amarelo, cultivadas com o capim Coastcross e submetidas à aplicação de esgoto bruto, durante um ano. Os autores relataram que a contagem de coliformes totais e E. coli na água residuária sofreu acréscimo menor que uma unidade logarítmica e que a contagem de coliformes totais variou significativamente em relação às taxas de aplicação de 0,24 e 0,36 m 3.h -1.m -1, enquanto a E.coli não variou. Estes resultados divergem dos obtidos por Coraucci Filho (1991), Araújo (1998), Muirhead et al. (2006) e Wen et al. (2007). Coraucci Filho (1991), trabalhando com esgoto doméstico bruto, sob taxas de 0,1 e 0,4 m 3.h -1.m -1, em faixas com 8% de declividade, cultivadas com Brachiara humidicula, obteve eficiência de 50% na remoção de coliformes termotolerantes. Araújo (1998) obteve, no tratamento do efluente anaeróbio de esgoto doméstico aplicado em uma rampa cultivada com Brachiara humidicula, remoção de 1 a 2 unidades logarítmicas, o equivalente a uma eficiência de 91% na remoção. Todavia, o autor alertou que a qualidade bacteriológica do efluente final do sistema de tratamento por escoamento superficial ainda não era satisfatória para a sua utilização em irrigação irrestrita, de culturas agrícolas, uma vez que foi superior ao valor máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que estabelece o máximo de 1000 UFC.100 ml -1. Wen et al. (2007) ao aplicarem uma carga hidráulica de 28 cm.d -1 (equivalente a uma taxa de 0,54 m 3. h -1.m -1 ) de efluente poluído do Rio Wu-Lo, na Tailândia, em faixas cultivadas com diversas espécies vegetais, obtiveram remoção média de 89% de coliformes totais. A remoção de E. coli no escoamento superficial, sob condições de saturação do solo, foi investigada em faixas de tratamento com 1 m de largura e 5 m de extensão por Muirhead et al. (2006). Nas faixas de tratamento gramadas, submetidas a uma vazão de 2 L.min -1 (0,12 m 3.h -1.m -1 ), 27% da E.coli foi removida após 5 m de escoamento superficial com a remoção seguindo uma função logarítmica em relação à distância. Quando foram aplicadas taxas mais altas, de 6 L.min -1 (0,36 m 3.h -1.m -1 ) e 20 L.min -1 (1,2 m 3.h -1.m -1 ), semelhantes às utilizadas neste trabalho, não foi observada nenhuma tendência de remoção da bactéria. Santos et al. (2006) estudaram a concentração de coliformes totais e termotolerantes em um Cambissolo Háplico Tb distrófico latossólico, fertirrigado com água residuária de origem doméstica, proveniente de lagoa facultativa e também observaram aumento significativo na contagem de coliformes totais e ausência de coliformes termotolerantes em todo o perfil do solo, quando a fertirrigação foi suspensa por mais de uma semana, e a presença de E. coli apenas até a profundidade de 0,20 m do solo, se não houve interrupção na aplicação. A redução nos valores de coliformes totais e termotolerantes é o aspecto que a técnica de tratamento por escoamento superficial é menos eficiente (Coraucci Filho, 1991 e Fonseca et al., 2001), já que remoções de 50 a 98% devem ser consideradas, segundo Coraucci Filho (1991), pequenos em vista da população de bactérias ainda que presente no efluente das faixas de tratamento. Acredita-se que as magnitudes de remoção de micro- ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

organismos em sistemas de tratamento por escoamento superficial estejam relacionadas às características da água residuária, taxa de aplicação, comprimento da faixa ou tempo de detenção da água residuária no sistema e condições climáticas. Observa-se, na Figura 1, que, houve tendência de aumento na contagem de coliformes totais até 8 m da faixa de tratamento e de decréscimo a partir daí, embora a magnitude das alterações observadas sejam muito pequenas, situando-se na faixa do erro experimental. A contagem de coliformes totais aos 8 m de comprimento da faixa chegou a ser superior à obtida no efluente do tanque séptico, aplicado no início da faixa. Já o número de E. coli (Figura 2) foi maior aos 6, 10 e 16 m ao longo da faixa de tratamento, passando a decair a partir daí. Ainda assim, a contagem de E.coli permaneceu superior à obtida no efluente do tanque séptico. Figura 1 Variação espacial do número de coliformes totais do efluente do tanque séptico ao longo da faixa de tratamento. 4 ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

Figura 2 Variação espacial do número de E.coli do efluente do tanque séptico, ao longo da faixa de tratamento Segundo Fonseca (2007), a tendência de acréscimo e posterior decréscimo da E.coli ao longo da faixa de tratamento deve-se a três hipóteses: 1ª hipótese: pode estar ocorrendo o acúmulo da E. coli ao longo do comprimento da faixa, considerando-se a ocorrência de condições favoráveis do meio (baixa luminosidade e temperaturas amenas, devido à presença do capim, e grande disponibilidade de nutrientes e água) para a sua sobrevivência. De acordo com Tyrrel e Quinton (2003), a temperatura é um fator importante na determinação do tempo de sobrevivência dos patógenos existentes nos solos, o qual aumenta com a diminuição dela. Outros fatores que podem afetar a sobrevivência dos patógenos incluem a disponibilidade de nutrientes, ph básico, dessecação e competição. Fonseca et al. (2000) relataram que os solos úmidos e ligeiramente alcalinos, com ph entre 5,8 e 7,8, estão em condições mais adequadas à sobrevivência de E. coli e Enterococcus faecalis, podendo, ambos os organismos, persistir por várias semanas nessas condições. Os mesmos autores sugeriram que a pequena remoção de coliformes totais e E. coli no efluente do tratamento por escoamento superficial é devida, provavelmente, às condições favoráveis do meio à sobrevivência das bactérias, ou seja, ph alcalino, manutenção de elevada umidade no solo, freqüente adição de material orgânico e, principalmente, a baixa insolação na sua superfície, devido à presença de cobertura vegetal, tal como ocorrido neste experimento. 2ª hipótese: a E. coli contida no biofilme formado no início da faixa pode ser arrastada ao longo da faixa, junto ao material orgânico proveniente do filme biológico que se desprende da superfície solo-planta, quando ocorre a aplicação constante e em altas taxas da água residuária. 3ª hipótese: a E. coli pode estar se reproduzindo no solo. Tal crescimento tem sido documentado em outros estudos realizados em regiões tropicais e subtropicais do mundo (Carillo et al., 1985; Wright, 1986; Santiago- Mercado e Hazen, 1987; Rivera, 1988; Wright, 1989; Roll e Fujioka, 1997; Hardina e Fujioka, 1991; citados por Solo-Gabriele et al., 2000). Solo-Gabriele et al. (2000) citaram que a capacidade da E. coli de se multiplicar no solo é função do conteúdo de água neste, provavelmente devido à capacidade deste organismo de superar os predadores naturais do solo relativamente seco. Os autores ainda relataram a importância da umidade do solo na regularização da multiplicação da E. coli em áreas afetadas por marés, em razão do periódico umedecimento e ressecamento do solo. ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

NMP/100 ml Relação entre E.Coli e coliformes totais (%) 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental Observa-se, na Figura 3, que a diferença na contagem de E. coli em relação às obtidas para coliformes totais foi menor que uma unidade logarítmica, diferindo dos resultados citados por Fonseca et al. (2000), que observaram diferença de, aproximadamente, uma unidade logarítmica na contagem desses grupos de bactérias. 1,00E+09 35 30 1,00E+08 25 20 1,00E+07 15 10 1,00E+06 TS 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Distância (m) Coliformes totais E.coli Percentual de E.coli Coliformes totais E.coli Figura 3 Diferença do valor médio do número de coliformes totais em relação a E. coli, ao longo da faixa de tratamento. 5 0 A contagem de E. coli no efluente do tanque séptico tendeu a diminuir nos primeiros 8 m da faixa de tratamento, atingindo-se 18,0% da contagem de coliformes totais, entretanto, a partir deste ponto até o final da faixa (18 m), atingiu o valor de 27,5%. Considerando que nos primeiros 8 m da faixa o filme biológico é mais espesso, provavelmente pode ter ocorrido o crescimento de outros organismos, competidores da E. coli, causando, conseqüentemente, decréscimo na sua contagem. Já a partir dos 8 m, ocorreu o aumento da E. coli em relação ao coliformes totais, possivelmente pela redução na competição entre os microorganismos ou, hipoteticamente, por estarem se reproduzindo. Como a população de E. coli aumentou ao longo da faixa, ela não é um bom indicador da eficiência de tratamento de águas residuárias domésticas por escoamento superficial. Byappanahalli e Fujioka (2004) verificaram que os solos do Hawaí possibilitaram o crescimento in situ de E. coli e Enterococci. Segundo os autores, esses micro-organismos tem capacidade genética para constituírem pequenas populações da microflora do solo. Embora as contagens desses organismos seja fração pequena da microbiota total do solo, sua presença nesse habitat pode ser muito significativa. Os mesmos autores concluíram que a E. coli e o Enterococci foram indicadores inadequados para medir o grau de contaminação fecal e a presença potencial de patógenos oriundos de esgoto doméstico em córregos havaianos. Dessa forma, recomenda-se o estudo do uso de novos indicadores de contaminação biológica, provavelmente um indicador de poluição ambiental do solo como o controle da biomassa microbiana, no monitoramento de sistemas de tratamento que envolvam solo. Observa-se que houve pequena tendência de redução na contagem de coliformes totais (Figura 4) e E. coli (Figura 5) na água residuária de origem doméstica, ao longo da faixa de tratamento, em seis meses de operação. Acredita-se que após a formação do filme biológico ao longo de toda a faixa, poderá haver aumento na remoção de coliformes, devido à predação e competição de microorganismos presente no meio. 6 ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

E. coli (NMP/100 ml) Coliformes totais(nmp/100 ml) 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 6E+07 5E+07 2 m 4 m 6m 10 m 12 m 14 m 4E+07 3E+07 8 m 10 m 16 m 18 m 2E+07 1E+07 0E+00-1E+07 22/7 7/8 23/8 8/9 24/9 10/10 26/10 11/11 27/11 13/12 Tempo (dias) Valores médios Tendência de remoção até 18 m Figura 4 Variação temporal do número de coliformes totais na faixa de tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial. 1E+07 9E+06 8E+06 7E+06 4 m 6 m 8 m 10 m 12 m 14 m 16 m 18 m 6E+06 5E+06 4E+06 3E+06 2E+06 1E+06 0E+00-1E+06 22/7 7/8 23/8 8/9 24/9 10/10 26/10 11/11 27/11 13/12 Tempo (dias) Valores médios Tendência de remoção até 18 m Figura 5 Variação temporal do número de E. coli na faixa de tratamento de esgoto doméstico por escoamento superficial. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS O tratamento de esgoto doméstico pelo método do escoamento superficial não é eficiente na remoção de coliformes totais e E. coli; Há evidências que a bactéria E.coli reproduz ao longo da faixa de tratamento. ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7

Não se recomenda a E. coli como indicador para monitoramento de unidades de tratamento de esgoto por escoamento superficial. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Universidade Federal de Viçosa, pelo apoio para execução dos trabalhos e o financiamento da pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21º. ed. Washington. D.C.: APHA s.n.p, 2005. 1600p. 2. ARAÚJO, G. C.; COTA, R. S.; ZERBINI, A. M.; CHERNICHARO, C. A. L.; Von SPERLING, M.; VIANA, E. M. Avaliação de um sistema de escoamento superficial de esgotos de efluentes de reatores UASB. In: Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo. São Carlos, SP: PROSAB, 2000 p. 31-45. (Coletânea de trabalhos técnicos). 3. BYAPPANAHALLI, M.; FUJIOKA, R. Indigenous soil bacteria and low moisture may limit but allow faecal bacteria to multiply and become a minor population in tropical soils. Water Science Technology, v.50, n.1, p.27-32, 2004. 4. CORAUCCI FILHO, B. Tratamento de esgotos domésticos no solo pelo método do escoamento superficial. Campinas, SP: UNICAMP, 1991. 1368 p. Tese (Doutorado em Engenharia) Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 5. FONSECA, S. P. P. Avaliação de uma estação de tratamento e esgoto doméstico por escoamento superficial. Viçosa, MG: UFV, 2007. 125f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola Recursos hídricos e ambientais) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 6. FONSECA, S. P. P.; SOARES, A. A.; MATOS, A. T. Remoção de coliformes totais e fecais - Escherichia coli no tratamento de esgoto doméstico pelo método do escoamento superficial. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE MICROBIOLOGIA APLICADA AO SANEAMENTO, 2000, Vitória. Anais... Vitória: UFES, 2000. p. 189-199. 7. MUIRHEAD, R. W.; COLLINS, R. P.; BREMER, P. J. Interação da Escherichia coli e as partículas do solo no escoamento. Applied and Environmental Microbiology, v.72, n.5, p. 3406-3411, 2006. 8. SANTOS, S. S.; SOARES, A. A.; MATOS, A. T.; MANTOVANI, E. C.; BATISTA, R. O.; MELO, J. C. Contaminação microbiológica do solo e dos frutos de cafeeiros fertirrigados com esgoto sanitário. Engenharia na Agricultura, v.14, n.1, p.16-22, 2006. 9. SISTEMA DE ANÁLISE ESTATÍSTICA E GENÉTICA (SAEG). Viçosa, MG: UFV, Central de Processamento de Dados, 1999. 10. SOLO-GABRIELE, H. M.; WOLFERT, M. A.; DESMARAIS, T. R.; PALMER, C.J. Sources of Escherichia coli in a coastal subtropical environment. Applied and Environmental Microbiology, v.66, n.1, p.230-237, 2000. 11. TYRREL, S. F.; QUINTON, J. N. Overland flow transport of pathogens from agricultural land receiving faecal wastes. Journal of Applied Microbiology, v.94, n.07, p.875-935, 2003. 12. U. S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY EPA. EPA/625/R-00/008. Onsite waste treatment systems manual. Washington, D.C.: Office of Water; Office of Research and Development, February, 2002. 13. WEN, C. G.; CHEN, T. H.; HSU, F. H.; LU, C. H.; LIN, J. B.; CHANG, C. H.; CHANG, S. P.; LEE, C. S. A High loading overland flow system: impacts on soil characteristics, grass constituents, yields and nutrient removal. Chemosphere, v.67, n.8, p. 1588-1600, 2007. 8 ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental