DECLARAÇÕES AOS JORNALISTAS DO MINISTRO PAULO PORTAS, EM VIANA DO CASTELO, APÓS REUNIÕES DE TRABALHO COM O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E COM A COMISSÃO DE TRABALHADORES DOS ESTALEIROS NAVAIS DE VIANA DO CASTELO (10/11/04): Vai realizar-se, no próximo ano, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) um investimento bastante importante. Na verdade, no próximo ano, o investimento que o Estado vai fazer nos Estaleiros portugueses, com operários portugueses, técnicos portugueses, para construir navios de fiscalização marítima e de combate à poluição para a Marinha Portuguesa é de 68 milhões de euros. Isto, em grande parte no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), mas também da Lei de Programação Militar. Trata-se do maior investimento nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo há muitos anos e é uma extraordinária oportunidade para dar a volta, no melhor sentido da palavra, em termos positivos, à situação da construção naval portuguesa. Trata-se de financiar o primeiro par de Navios Patrulha Oceânicos e o primeiro par de Navios de Combate à Poluição. Os Navios Patrulha Oceânicos substituem corvetas, que já têm 40 anos, e permitem fazer a fiscalização marítima, que é essencial para proteger riquezas do mar. Os Navios de Combate à Poluição Portugal nunca os teve, é a primeira vez que vai ter e permitem, em termos técnicos, quando há um acidente ecológico, médio ou grave, limpar em mar, uma parte significativa da poluição aí gerada, evitando que venha para terra e prejudique os interesses das pessoas em terra. O lançamento do Programa dos Navios Patrulha Oceânicos, que substituem as corvetas antigas e vão fiscalizar o nosso mar, tal como o lançamento do Programa dos Navios de Combate à Poluição, é essencial na modernização da Marinha Portuguesa. É, por isso, que modernizar a Marinha e renovar, eu diria até salvar a construção naval portuguesa, é uma oportunidade única. Faz por
isso, aliás, todo o sentido que o Ministro que tutela a Marinha tenha, também, a tutela dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, como acontece no XVI Governo. A Marinha vai reequipar-se. Em vez de o fazer lá fora, sempre que puder deve fazê-los em estaleiros navais que servem a capacidade industrial portuguesa, ganha tecnologicamente o País com isso, dão-se postos de trabalho, e moderniza-se a nossa Marinha, que serve missões muito importantes para o País. Portanto, este é o primeiro ponto que vos queria citar. É o investimento relativo ao próximo ano. O que significa um compromisso muito forte com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Eu chamo a vossa atenção que a última vez que houve um grande projecto de construção naval militar entre a Marinha e os estaleiros portugueses aconteceu, exactamente, em Viana do Castelo, creio que em 1968. Portanto, houve uma ruptura, não vale a pena agora comentar, entre as encomendas militares e os estaleiros nacionais. Eu tenho muito orgulho em ter feito a ligação, o vínculo entre reequipamento da Marinha e modernização dos estaleiros portugueses. Aqui vão ser feitos os Navios patrulha Oceânicos, os Navios de Combate à Poluição e, também, o Navio Polivalente Logístico, que é, talvez, o meio mais importante para as nossas Forças Armadas todas. Em segundo lugar, estamos a preparar, também discuti isso, agora, na reunião com o Conselho de Administração, nós estamos a preparar um contrato quadro que dê uma perspectiva de estabilidade, de investimento e também tenha obrigações de competitividade e de produtividade, para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Em vez de estarmos a fazer navio a navio, como temos pela frente um Programa de 10 Navios Patrulha Oceânicos, dois dos quais com valência no combate à poluição, 10 Navios Patrulha Oceânicos,mais cinco lanchas rápidas de fiscalização, esse é o Programa que temos pela frente até 2015, faz todo o sentido fazer um contrato quadro. Ou seja, em vez de estarmos a comprar materiais para cada navio, cada vez que há um contrato fazer uma encomenda, estabelecermos um contrato quadro dá estabilidade financeira e permite economias de escala,
nomeadamente quanto aos materiais e quanto à programação. Vamos fazer esse contrato programa para 10 Navios Patrulha Oceânicos, que substituem as corvetas antigas, e nos permitem fiscalizar o nosso mar, e, também, para 5 lanchas de fiscalização rápida que são essenciais no ataque a certo tipo de crimes. Estamos a negociar, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Ministério da Defesa Nacional, um contrato quadro em que o Estado, por um lado, a meu ver revela visão estratégica, ou seja Portugal é um país marítimo, tem que ter construção naval, a forma de dar a volta à situação da construção naval portuguesa é através das encomendas da Marinha, é um programa que é uma oportunidade única, vamos a isso. Mas devemos fazê-lo, também, percebendo que o mercado da cosntrução naval, em toda a parte da Europa está a sofrer um momento muito difícil. Aqui, as pessoas do Norte sabem o que se está a passar em Espanha, estão estaleiros a fechar, e, por isso mesmo, isto é um compromisso de ferro, o Estado tem obrigação de perceber que é estratégico para Portugal ter construção naval, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, como o Arsenal do Alefeite, são essenciais para servir essa construção naval, dão trabalho a técnicos e a operários, temos que os proteger, temos que ter produtividade e competititvidade, podemos vender os nossos projectos no exterior, mas isso implica coesão entre quem dirige, entre quem trabalha, entre quem desenha entre quem pensa, entre quem investe. Este contrato programa, espero eu, estará concluído na próxima semana. Outro projecto que é importante, podem ver o actual estado de construção dos Patrulha Oceânicos, já se consegue ver o navio, a chapa e isso é extraordinário, durante anos não passou do papel. Há um outro projecto que é importante para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Para a modernização dos Estaleiros nós pensámos, aquando da assinatura do contrato de renovação da capacidade submarina portuguesa (os submarinos) que, os contratos militares, como sabem, têm contrapartidas, e nós
pensámos nos Estaleiros de Viana do Castelo quando pensámos nas contrapartidas da capacidade submarina. Em contrapartida, do contrato dos submarinos, vem para Viana do Castelo um equipamento estimado em cerca de 50 milhões de euros, que são estaleiros que estão no Centro da Europa e que permitem melhorar as condições de construção em série, em sequência, aqui em Viana do Castelo, e podem gerar condições para um aumento de produtividade superior a 15%. E isso é muito importante, quer do ponto de vista das condições industriais, quer, também, do ponto de vista das condições financeiras. Não é segredo para ninguém e eu adopto uma política de verdade, há muitos anos que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo vivem numa situação financeira dificílima. Se não fosse o programa de reequipamento da Marinha portuguesa, provavelmente, os Estaleiros teriam fechado. Viveram numa situação de falência técnica extremamente preocupante. Primeiro sinal de esperança e confiança vai ser dado com a saída dessa situação de falência técnica, que eu espero que possa acontecer no início de 2005. Com a assinatura do contrato quadro dá-se perspectiva de crescimento. E aquilo que eu tenho dito, quer à administração, que pratica diálogo social e faz bem, quer aos trabalhadores, que têm consciência das dificuldades por que estão a passar, por exemplo em Espanha estão estaleiros a fechar, é que há aqui um contrato entre várias partes, no fundo. Eu tenho a absoluta determinação de fazer o máximo pelo sector da construção naval portuguesa. Sei que, neste momento, salvar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo significa usar o programa de reequipamento da Marinha para adar a volta à nossa construção naval. A construção naval militar pode ser, vai voltar a ser uma fonte de progresso para o sector industrial naval português. Mas isto tem obrigações, repito, do ponto de vista que é uma escada que nós vamos subir. Nós vamos subir uma escada, estamos a trazer para aqui navios, estamos a pôr aqui projectos, vamos dar trabalho aos Estaleiros, aqui como também no Arsenal do Alfeite (em Lisboa). Mas isso significa que temos que ser competitivos e temos que ser produtivos.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, garanto-vos eu, não fecham. Portugal precisa da construção naval para ser um país marítimo digno desse nome. Tem uma oportunidade extraordinária com este programa de 10 Navios Patrulha Oceânicos e 5 lanchas de fiscalização rápida para o combate a certo tipo de crimes. Vamos usá-lo, as pessoas aqui em Viana do Castelo já o perceberam, o clima de confiança é muito superior ao que foi, vamos sair com este programa, com a vinda dos estaleiros da Flanders, da tal situação financeira mais crítica, e isso é uma grande notícia ao fim de vários anos, mas é apenas um degrau da escada. Eu gostava que tivessem a noção do seguinte. Eu, costumo dizer, estou a tornar-me especialista em receber empresas em situação difícil e ter orgulho em, com a ajuda de muita gente, dar-lhes a volta completamente. Eu recebi a OGMA à beira da falência, sem um tostão para pagar salários. Dois anos e meio depois a OGMA está com resultados a caminho do positivo, em fase de internacionalização, todos os dias com novos contratos. Os trabalhadores perceberam, deram uma grande ajuda, a empresa podia ter fechado, hoje está florescente. A mesma coisa em relação a Viana do Castelo. Recebida em situação difícil, há muitos anos com números críticos, temos uma oportunidade que é o programa de reequipamento da Marinha, vamos dar a volta, modernizar, renovar. O meu compromisso com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo é total. Eu acho que cada ano que aí vem deste programa, ao longo de dez anos a reequipar a Marinha portuguesa, vai permitir que muita gente aqui trabalhe, conserve o seu posto de trabalho, que haja ganhos de tecnologia. E, atenção, os projectos técnicos de que eu estou a falar o Navio Polivalente Logístico, Navios Patrulhas Oceânicos, Lanchas de Fiscalização Rápida são projectos quase todos essencialmente portugueses do ponto de vista da sua concepção e se forem devidadamente vendidos lá fora podem ganhar mercado externo. Portanto, eu não quero apenas que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo façam o reequipamento da Marinha Portuguesa, também com o Arsenal do Alfeite. Quero, também, que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo sejam capazes de colocar no exterior noutros mercados, projectos
de construção naval de origem portuguesa, com assinatura portuguesa, engenheiros navais portugueses, de desenhadores portugueses, que são muito bons e que podem interessar a muitos países. Mas para vender é preciso praticar bons preços, ser competitivos. E, portanto, foi este ponto de situação que eu aqui quis fazer com o Conselho Administração e com a Comissão de Trabalhadores. Espero para a semana poder subscrever o contrato quadro que vem dar a sinalização de tudo isto que vos estive a dizer. Como sabem, até hoje tinha sido assinado o contrato do primeiro par de Patrulhas e dos navios de combate à poluição, que estão a ser construídos. Agora, este contrato quadro vai desenvolver o programa até 2015. Todos os contratos militares têm contrapartidas acima de um certo valor, contrapartidas que significam transferência de negócio, transferência de tecnologia para indústrias nacionais. Quando se tratou da negociação do contrato de submarinos, eu determinei com clareza que uma parte considerável das contrapartidas viesse para a indústria naval portuguesa e uma parte considerável dessa parte viesse para os Estaleiros de Viana do Castelo. Uma das contrapartidas dos Estaleiros de Viana do Castelo é passar a beneficiar de estaleiros, os chamados estaleiros da Flenders, que vão ser aqui instalados, durante o próximo ano, vão ser desmontados, transportados e, depois, montados, outra vez, aqui, permite uma cadeia de construção muito mais sequencial, ganhos de produtividade à volta dos 15%, há até quem diga mais, mas eu fico-me por aqui, permite fazer, ao mesmo tempo, vários navios e também estar a pensar em mercados externos, não apenas para a Armada Portuguesa~mas para outros clientes e isso tem um valor muito significativo, foi contabilizado em cerca de 50 milhões de euros pelas auditoras respectivas. E, portanto, é extremamente importante. Outro projecto que vai ser feito aqui e que é contrapartida do contrato da capacidade submarina é o projecto do Navio Polivalente Logístico. A Espanha está, neste momento, a construir o terceiro. Portugal nunca teve nenhum. Se em Viana do Castelo conseguirmos construir, como vamos conseguir, um Navio Polivalente Logístico, isso dá uma capacidade aos Estaleiros Navais de Viana
do Castelo, em termos de mercado externo e de escala de valor, muito grande. Só esse projecto são dezenas, o valor do projecto técnico do navio Polivalente Logístico são 15 milhões de euros. Só o projecto técnico. Como hão-de imaginar, é um navio com uma tal complexidade - é um navio que evacua feridos, transporta forças militares, leva helicópteros, lanchas, é uma espécie de navio polivalente, por isso é que se chama logístico esse é um ganho, um salto tecnológico para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo extraordinário. Portanto, chamo a vossa atenção que no passado longínquo a construção naval portuguesa tinha capacidades que levavas a construir cá fragatas. Portugal chegou a construir fragatas e depois interrompeu o ciclo de ligação entre equipamento militar e construção naval. Essa ligação que é evidente, que a Espanha faz, que a Alemanha faz, que o Reino Unido faz, que a Itália faz, foi retomada com o Programa dos Navios Patrulha Oceânicos, dos Navios de Combate à Poluição e do Navio Polivalente Logístico. Se tudo isto correr bem, como nós esperamos que vá correr, o primeiro Patrulha deverá ser lançado ao mar no final de 2005. Na próxima semana já se vai ver em chapa e é obra totalmente portuguesa, no projecto, no desenho, na concepção, na chapa, nos operários, no trabalho. É totalmente uma obra portuguesa, com imenso valor e imensa competitividade. A nossa construção naval militar sempre foi muito boa. Trata-se de puxar essa capacidade para o Século XXI e pô-la ao serviço de estaleiros como o de Viana do Castelo, que é o maior estaleiro português. Agora, vejam bem a importância e, ao mesmo tempo a responsabilidade que isto significa, o maior estaleiro português viveu, durante muitos anos, numa situação financeira para lá do risco vermelho. E é este programa que vai permitir, se houver responsabilidade, como eu acho que vai haver, de produtividade, como eu acho que vai haver, uma extraordinária oportunidade para nós modernizarmos, reestruturarmos, renovarmos a capacidade naval portuguesa. Daqui a duas semans trarei aqui um colega meu para os ver (Navios Polivalente Logísticos) em detalhe. Eu acredito
totalmente na construção naval portuguesa. Acredito que Portugal, se é país marítimo, tem que ter construção naval para equipar a sua Marinha e para vender a outras marinhas. Cada vez que eu vou ao estrangeiro levo dentro da minha pasta o projecto dos Navios Patrulha Oceânicos, das Lanchas de Fiscalização Rápidas, e hei-de levar o do Navio Polivalente Logístico. E, portanto, faz parte do meu dever tentar vender os projectos portugueses, que, obviamente, depois, numa base profissional e empresarial entram em competição com outros, a outros países. Já é extraordinário, veja, bem a diferença, normalmente Portugal vai procurar a outros países aquilo que quer adquirir. Estanos, aqui, a construir uma capacidade que permite não só fazer, em estaleiros portugueses, a modernização da Marinha Portuguesa, como vender a outros países projectos portugueses. Isso é que tem que ser feito. E aproveitar, olhar com muita atenção ao que se está a passar em Espanha. Espanha está à beira de fechar estaleiros. São milhares de postos de trabalho! Eu sei, exactamente, o que é sentir isso, porque eu sei exactamente o que é que aconteceu na OGMA e o Dr. Fernando Geraldes também sabe. Foi uma das pessoas que eu chamei para a administração da OGMA. E por causa dessa experiência, foi quem eu indiquei para a presidente do Conselho de Administração dos Estaleiros de Viana do Castelo. Eu sei muito bem que é receber uma empresa, ter um papel à minha frente que me diz não há um tostão para pagar salários. Eu podia ter dito que a culpa não era do governo de que eu faço parte e não pensar mais no assunto. E tomei a decisão firmíssima: eu não deixo fechar a OGMA. Isto vai ser um processo duro, mas vai resultar. E hoje não há uma pessoa que não reconheça que a OGMA é uma empresa com resultados a caminho do positivo, saíu do vermelho, tem contratos novos todos os dias, foi um esforço de dois anos e meio. A mesma coisa em relação aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Se não fosse o programa de reequipamento da Marinha, estes estaleiros passavam um momento muito difícil. Vamos aproveitar o programa de reequipamento da Marinha, que traz negócios, que traz trabalho, que traz projecto para a capacidade aqui em Viana do Castelo, e também, no Arsenal do Alfeite (Lisboa), para dar a volta, trazer a nossa construção naval
para o Século XXI, retomar uma grande tradição portuguesa, que tem séculos, que é a construção naval militar. A tradição portuguesa na construção naval militar tem séculos. É o tal subir da escada. Vamos ser capazes de construir Lanchas de Fiscalização Rápidas, vamos ser capazes de construir Navios Patrulha Oceànicos, valos sr capazes de construir Navios Polivalente Logísticos e um dia seremos capazes, com certeza, de recuperar a nossa capacidade, também, na área das fragatas. Agora, eu comprometo-me com aquilo que eu sei que é estimável, que é previsível, que é possível dizer neste momento. Agora, se sairem daqui e olhares para um «dinky toy» que está ali, repararão que está ali uma fragata que foi construída aqui. A poucas centenas de quilómetros daqui os espanhóis constroem fragatas. Agora, houve um hiato de décadas entre projectos da Marinha e estaleiros portugueses. Trata-se de voltar a cruzar os dois lados. Voltar a pôr os projectos da Marinha ao serviço da capacidade de construção naval portuguesa, da indústria portuguesa, dos quadros portugueses, dos operários portugueses. Isso dá negócio e dá trabalho. Por que é que havemos de fazer lá fora quando pudermos fazer aqui? Agora, significa um esforço muito grande, um caminho que é difícil, e eu apelo ao sentido de diálogo e de verdade da Administração, como tenho apelado ao sentido de responsabilidade da Comissão de Trabalhadores, porque a situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo já foi muito crítica, vai sair do vermelho no início do próximo ano, mas isto é um esforço em que cada um mantém a sua identidade, representa os seus interesses, mas há aqui um valor de coesão essencial, que é à volta deste projecto agarrar esta oportunidade. Como diz o Dr. Fernando Geraldes e bem, para além de tudo o mais, nós, progressivamente, deixamos de importar tecnologia e passamos a exportar tecnologia. Em contrapartida do contrato dos submarinos, o Estado Português exigiu muitas coisas. Uma das coisas que exigiu foi este estaleiro da Flenders ser transportado para Portugal, porque
vai, obviamente, lemhorra as capacidades industriais de uma empresa como os Estaleiros de Viana do Castelo. E isso foi valorizado. Só isso em cerca de 50 milhões de euros. Cada contrato militar acima de 5 milhões de euros têm direito a contrapartidas. Resta saber se o Estado as sabe negociar bem ou menos bem. Contrapartidas o que são? É trazer negócio ou transferir tecnologia. Aqui há transferência de equipamento e de tecnologia. É dá um salto teconlógico para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Na próxima semana espero que já seja possível ver o caminho do Navio Patrulha Oceânico de concepção portuguesa que está aqui a ser feito. Trarei a Viana do Castelo todos os meus colegas, ministros da Defesa, que puder. Venho mostrar o projecto, conversar com os técnicos da Marinha respectiva e farei isto, não é uma ocasião excepcional. Todos os países com quem Portugal tem relações de amizade, cujas marinhas se estão a modernizar, têm problemas como nós de fiscalização marítima, sabem que os Navios Patrulha Oceânicos são excelentes navios para fazer fiscalização do mar, que as lanchas rápidas são óptimas para combater certos tipos de crimes, já toda a gente percebeu quais, e que há aqui projectos. Agora, é evidente que abrem-se concursos e é preciso ser competitivo no preço, não é! Isto tanto é verdade na Europa, como no Magrebe, como na América do Sul. E, portanto, é preciso pôr estes projectos no mercado externo. Agora, assumir uma coisa, é que para vender estes projectos e ganhar concursos, é preciso ser competitivo.