SEGUROS. Nunca optámos por uma política de despedimentos. Quebras no seguro automóvel somam 150 milhões. Indemnizações pagas pelo FGA descem 10,4%



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Transcrição:

SEGUROS DOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR VidaEconómica ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1286, de 27 Fevereiro de 2009, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Nunca optámos por uma política de despedimentos Miguel Vilarinho, director da Rede de Agências da Fidelidade Mundial e Império Bonança, explica o investimento que a Caixa Seguros está a concretizar no Projecto Activaction para juntar as agências das duas seguradoras numa rede de 95 agências bimarca. O projecto deverá estar concluído em meados de 2010. Seguradoras apostam na Reforma 72% das panhias baixaram a produção em 2008 Quebras no seguro automóvel somam 150 milhões Lusitania lança Auto XS Corretora Lazam MDS pra no Brasil Indemnizações pagas pelo FGA descem 10,4% O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) pagou no ano passado 24.518.952 euros em indemnizações às vítimas de acidentes de viação em que o responsável não tinha seguro válido. As mortes na estrada custaram ao FGA 6.077.150 euros, enquanto as indemnizações por danos corporais obrigaram ao pagamento de 11.288.229 euros. Já os danos materiais custaram ao FGA 7.153.572 euros em 2008. O ano 2005 foi positivo para o sector segurador. O ano 2008 foi ano de perdas para a grande maioria de panhias de a operar no Ramo Automóvel em Portugal. A generalidade dos operadores baixou a produção face a 2007 e fechou o ano quebras consideráveis. No total, as quebras registadas ultrapassam os 150 milhões de euros. Fidelidade Mundial, Tranquilidade, Lusitania, Sagres e BES Seguros registam quebras acima de dois dígitos em termos percentuais e viram a sua produção de seguro automóvel deixar escapar milhões, parativamente à produção de 2007. Só as cinco primeiras seguradoras do ranking de vendas de seguro automóvel caíram mais de 112 milhões de euros. Na Fidelidade Mundial, a quebra ultrapassou os 52 milhões. Na Tranquilidade chegou aos 26 milhões de euros. Do lado oposto deste quadro negro estão apenas cinco seguradoras, uma evolução ascendente Pedro Borralho acusa Seguradoras de política tarifária incoerente Seguro automóvel: maiores quebras de produção em 2008 Fonte: ISP Companhia Quebra face a 2007 Fidelidade Mundial 52.845.756 Tranquilidade 26.660.830 Axa 16.151.307 Império Bonança 12.912.814 Lusitania 11.864.668 nas contas anuais do ramo automóvel. AIG Europe, Generali, Victoria, Liberty e Açoreana conseguiram registar performances positivas e a produção de 2008 no ramo automóvel foi superior à produção de 2007. Marsh apoia empresas na Austrália

2 sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 72% das panhias baixaram a produção em 2008 Quebras no seguro automóvel somam 150 milhões Só nas cinco maiores panhias de que operam no ramo automóvel, o total de quebra de produção ultrapassou os 112 milhões de euros, a Fidelidade Mundial, do grupo CGD, e a Tranquilidade, do grupo BES, a liderarem as quebras. O ano 2008 tornou-se num ano negro para 18 panhias de e apenas cinco conseguiram subir a produção em 2008. A Fidelidade Mundial, seguradora líder de mercado e igualmente líder no Ramo Automóvel, bateu o recorde de quebra de produção em 2008. A panhia do grupo Caixa Geral de Depósitos registou uma quebra de 52,8 milhões de euros face àquilo que havia sido a produção de 2007 e detém agora uma quota de mercado de 18%. À Fidelidade Mundial juntam-se outras 17 panhias a operar no Ramo Automóvel, todas elas baixas na produção de 2008. Entre elas está a Império Bonança, do mesmo grupo, que cai 6,3% na produção de 2008, ou seja, regista uma quebra de quase 13 milhões de euros. E nem a Via Directa, que opera a marca OK! Tele- Seguro, também do grupo CGD, escapa ao ano horribilis e fecha 2008 uma quebra de quase 18 mil euros. A Tranquilidade, do grupo Espírito Santo, protagoniza a segunda maior quebra de produção do ano no Ramo Automóvel. Cai 26,6 milhões de euros na produção de 2008, fechando o ano menos 15,5% de produção que em 2007. Detém agora uma quota de mercado de 8% neste ramo. A AXA, terceiro operador no ranking automóvel, viu a produção de 2008 sofrer uma quebra superior a 16 milhões de euros, menos 7,9% que em 2007. E as quebras sucedem-se por quase toda a tabela do Ramo Automóvel. Apenas cinco panhias conseguiram fechar o ano sem baixar a produção. A AIG Europe encabeça esta lista, fruto de uma nova estratégia que passou a incluir o ramo automóvel no centro das atenções da seguradora. Generali, Victoria, Liberty e Açoreana fazem também a diferença e conseguem remar contra a maré, estancando as perdas neste ramo. São panhias que assumiram o abandono da agressividade ercial a que ficou votado o mercado segurador no ramo automóvel e que fazem questão de valer o seu preço pela qualidade do serviço. A estratégia parece ter sido vencedora e os resultados da produção de 2008 aí estão para o provar. Quando todas as outras registam quebras de produção, muitas delas gigantescas, estarão estas cinco panhias a demonstrar que não é preciso ercializar o seguro mais barato do mercado para conquistar a confiança dos seus clientes? Preços a descer A guerra de preços no seguro automóvel não eçou em 2008, mas agudizou-se ao longo de todo o ano passado. Antes disso, já a entrada em vigor da Lei das Cobranças, que transformou o não pagamento do prémio de seguro em anulação automática do contrato, havia aumentado a volatilidade das carteiras, muitos clientes a perceber que não dava trabalho algum anular o contrato a sua seguradora habitual, bastando não pagar o prémio por altura da sua renovação. Por essa altura, já a maior parte das panhias disponibilizava na internet simuladores virtuais que permitiam estimar o prémio de seguro para cada caso particular. Não tardou a que muitos clientes se munissem de argumentos para mudar de seguradora ou negociar uma redução do prémio para manutenção do contrato. E assim os preços médios praticados iam baixando, à medida que os clientes iam saltitando de seguradora em seguradora, ao sabor do preço mais barato, que todas as panhias se esforçavam por apresentar. O início de 2008 regista a entrada de dois novos operadores de venda exclusivamente directa no mercado segurador automóvel. No mesmo mês é lançada a Logo, detida pela Tranquilidade, e a N Seguros, detida pela Real. Um ano depois, a Logo anuncia ter conquistado 30 mil clientes e a N Seguros anuncia 45 mil clientes em carteira. Assumindo ercializar para o Ramo Automóvel a preços baixos, a N Seguros fecha 2008 uma produção de 5,7 milhões de euros e a Logo uma produção de 3,7 milhões. Juntas, as duas panhias detêm 0,5% do mercado. O canal de vendas por telefone e internet continua ainda a ser explorado pela Via Directa, cuja quota de mercado estabiliza em 2008 nos 1,9%, e pela Seguro Directo, que detém 1,4% do mercado. O ano ainda não tinha chegado ao fim e já algumas seguradoras anunciavam estar dispostas a inverter a tendência decrescente dos preços, mesmo sem esperar pelo ano novo. Temiam-se resultados desastrosos na produção de 2008 e na maior parte dos casos as perspectivas confirmaram-se. Agora, o mercado divide-se: de um lado estão aqueles que definitivamente encerraram as suas portas à guerra de preços e não mais estão dispostos a discutir tarifas ao cêntimo. Do outro estão aquelas que ainda conseguem suportar resultados o os de 2008, balançando-os resultados positivos em outros ramos. A dúvida reside agora em saber o Quebras de produção (em euros) que irá acontecer ao preço médio do seguro automóvel, já que se anuncia para 2009 a sua subida, tendo em conta os resultados de 2008, mas há também quem Companhia Quebra face a 2007 Fidelidade Mundial 52.845.756 Tranquilidade 26.660.830 Axa 16.151.307 Império Bonança 12.912.814 Lusitania 11.864.668 Sagres 9.082.086 Mapfre 4.698.004 Allianz 3.896.241 Zurich 3.884.114 BES Seguros 1.971.520 Ocidental 1.716.620 Global 1.485.862 Real 1.242.597 CA Seguros 963.990 Seguro Directo 830.618 Groupama 83.278 AMA 71.478 Via Directa 17.994 TOTAL 150.379.777 Fonte: ISP - Produção Provisória Aumento de produção (em euros) AUMENTO de produção (em euros) Companhia Aumento face a 2007 AIG Europe 2.374.579 Generali 1.410.608 Victoria 1.144.278 Liberty 1.068.054 Açoreana 773.160 TOTAL 6.770.679 onte: ISP Produção Provisória acredite que ele permanecerá em baixa por mais algum tempo, sobretudo numa época em que os portugueses querem cortar custos no seu orçamento familiar. Lusitania lança Auto XS Para dar resposta aos clientes que procuram um seguro automóvel a preços baixos, a Lusitania lançou o Auto XS, um seguro que inclui a cobertura obrigatória de responsabilidade civil e as coberturas de assistência em viagem e protecção jurídica. Disponível para veículos ligeiros de passageiros ou de mercadorias, o Lusitania Auto XS abrange o capital mínimo obrigatório de 1,8 milhões de euros e ainda os danos causados pelo veículo seguro em toda a União Europeia e países limítrofes assinalados na Carta Verde. A cobertura de assistência em viagem pode ser accionada em Portugal ou no estrangeiro sem implicar o agravamento do prémio. Neste serviço estão incluídos, entre outros, a perda ou roubo de chaves e chaves trancadas dentro da viatura, a desempanagem, a substituição de roda em caso de furo de pneus ou o reboque do veículo para oficina em Portugal. Já a cobertura de protecção jurídica disponibiliza assistência jurídica em processos judiciais civis e penais em casos relacionados acidentes de viação envolvendo o veículo seguro. FGA paga 24,5 milhões em indemnizações O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) pagou no ano passado 24.518.952 euros em indemnizações às vítimas de acidentes de viação em que o responsável não tinha seguro válido. Deste valor, 11.288.229 euros foram pagos a vítimas lesões corporais e 7.153.572 euros foram pagos a vítimas danos materiais. Os restantes 6.077.150 foram pagos por mortes na sequência de acidentes causados por veículos sem seguro válido. Desde 2003 que o Fundo de Garantia Automóvel não conseguia registar uma valor tão reduzido de indemnizações pagas. Em 2004, as indemnizações do FGA chegaram aos 26 milhões de euros e em 2006 ultrapassaram mesmo os 27 milhões de euros. A tendência decrescente é registada, pela primeira vez, em 2007, quando o valor total de indemnizações baixa ligeiramente (-0,92%), mas é reforçada em 2008, uma quebra de 10,4% face aos 27,3 milhões de euros pagos no ano anterior. De acordo o FGA, só em 2008 foram abertos 5200 novos processos, menos 315 que em 2007. Além de ter reduzido o valor total de indemnizações pagas, o FGA conseguiu também aumentar o valor de reembolsos conseguidos. Recorde-se que, apesar de o FGA pagar as indemnizações às vítimas de acidentes causados por veículos sem seguro válido,, os responsáveis pelos sinistros ficam obrigados a reembolsar o FGA juros. Assim,, em 2008, o FGA recuperou 2.829.459 euros, o que representa um acréscimo de 14,6% face aos reembolsos registados no ano anterior.

sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 3 Fidelidade Mundial e Império Bonança lançam Programa Consciência Leve Seguradoras apostam na reforma Um prémio para investigações académicas, um índice sociológico, conferências e programas de televisão são algumas das acções previstas pelo grupo Caixa Geral de Depósitos para aumentar a sensibilização dos portugueses para a necessidade de poupar individualmente para a reforma. A Fidelidade Mundial e Império Bonança elegeram o tema da reforma o uma das bandeiras da sua operação em 2009 e lançaram o programa Consciência Leve, baseando-se no nome do Plano Poupança Reforma lançado pelo grupo Caixa Geral de Depósitos em Abril de 2007. Com 70.000 novos clientes conquistados só em 2008 para o PPR Leve, o grupo entendeu ser hora de intensificar a sensibilização geral da sociedade para a importância da poupança individual para a reforma. Já conseguimos rejuvenescer a nossa base de clientes e 43% dos novos clientes conquistados em 2008 têm idade inferior a 40 anos, mas faltava-nos uma ambição de longo prazo. Pretendemos alicerçar mais este conceito na sociedade porque queremos ser uma referência neste mercado, justifica Jorge Magalhães Correia, presidente da Fidelidade Mundial e Império Bonança. O Programa Consciência Leve assenta na promoção de maior conhecimento sobre a reforma e na divulgação desta temática. Para promover conhecimentos sobre o tema, as seguradoras instituíram o Prémio Inovação Reforma, que oferece 50 mil euros ao melhor trabalho de investigação académica sobre reforma. Paralelamente, é criado o Índice Consciência Reforma, em parceria o ISCTE, avaliando anualmente a predisposição dos portugueses para poupar e consumir, medindo ambições, preocupações e montantes disponíveis para poupar. E serão ainda organizadas conferências dedicadas à reforma e à poupança individual. Já na vertente de divulgação, a Caixa Seguros prepara-se para estrear um programa de televisão dedicado à reforma, a que se juntarão acções junto das escolas e publicações especializadas. PPR para todo o ano Não é de hoje que as panhias de deitam olho ao tema da reforma, elegendo-o o uma prioridade das suas estratégias erciais. Atentas às notícias que dão conta de alterações nas formas de cálculo de reformas, na maior parte das vezes traduzidas em cortes nas expectativas dos cidadãos, as seguradoras desdobram-se em acções de sensibilização dos seus clientes para a necessidade da poupança individual, o forma de garantir uma velhice financeiramente tranquila. Ser uma seguradora referência no mercado da poupança para a reforma é hoje o discurso assumido pela Caixa Seguros, o já o era em 2007 pela AXA Portugal, quando apresentou os primeiros mediadores especialistas em sistemas privados de reforma. Nessa altura, a AXA já apresentava a terceira edição do Barómetro Reforma, estudo que avaliava as expectativas dos portugueses e outros povos europeus face à reforma. De resto, os planos poupança reforma apenas costumam ocupar um lugar cativo nas campanhas publicitárias das panhias de nos meses de Novembro e Dezembro, aguardando pelo tradicional aumento da procura destes produtos no final de cada ano. Mas os produtos do Ramo Vida a assumirem maior protagonismo nas vendas das seguradoras, o tema da Reforma deixa cada vez mais de estar relegado para os finais de ano e passa a ocupar grande parte do marketing das seguradoras, também elas cada vez mais empenhadas em aumentar a sensibilização da sociedade para o assunto e a explorar mais intensidade este mercado. A nossa maior responsabilidade... Aconselhar! Pedro Cardoso Vice-presidente da Direcção da APROSE Algumas seguradoras poderão ser arrastadas para situações de ruptura financeira grave, protelando o pagamento de sinistros Depois do terramoto financeiro do já apelidado Outubro negro, as consequências efectivas vão eçar a fazer-se sentir neste primeiro trimestre no sector segurador. Imagino que será nesta altura que as panhias de vão mostrar o quanto perderam os tais produtos financeiros tóxicos e a falência de algumas instituições em que participavam o accionistas, e do acerto da valorização da carteira de investimento imobiliário, para além da descida de prémios praticada pela generalidade do sector nas renovações dos negócios em Dezembro último. Tal situação pode, de um momento para o outro, arrastar algumas seguradoras para situações de ruptura financeira grave, protelando dessa forma o pagamento de sinistros, já que as garantias que as mesmas detêm o reservas para o risco em curso, auditadas pelas entidades de supervisão, parecem ser suficientes para a liquidação dos promissos assumidos. No entanto, o cliente ficará sempre prejudicado, dado o tempo que decorrerá até que tal garantia se converta em liquidez para pagamento de um sinistro. Por outro lado, a recolocação do risco a meio de um contrato, por motivo de uma falência surpresa seria outra situação muito plexa, situação esta a que o mercado segurador reagiu muito bem na Holanda, onde ocorreu tal facto, sendo que um colégio de seguradoras assumiu desde logo ser sem custo adicional para o tomador um pára-quedas para o risco em curso de uma seguradora em dificuldade de liquidez. Mas perguntar-me-ão qual a nossa responsabilidade enquanto mediadores? De facto, não detemos qualquer responsabilidade efectiva e directa, pois em primeiro lugar é a própria seguradora a responder pelo risco e depois, em caso extremo, o próprio Estado, através do órgão de supervisão respectivo. A nossa responsabilidade é somente moral e ética perante o haver aconselhado/apresentado determinada seguradora e determinado produto para colocação do risco e, por isso, teremos de ter respostas para dar e soluções alternativas que se apresentem válidas perante um cenário atípico. Cabenos então, na qualidade de conselheiros/consultores, apanhar a evolução dos ratings (valendo estes o que valem!), as publicações, a que temos acesso, das contas das seguradoras e dos rumores que por vezes circulam no mercado para incluir ou não na nossa escolha de apresentação para o cliente. De facto, a vantagem concorrencial eça a desenhar-se para os operadores da mediação, pois a sua independência levará a que o consumidor, num ambiente adverso, procure um mediador que se destaca pela sua independência, pela sua qualidade e integridade, exigindo simultaneamente um padrão elevado de transparência e protecção. Os dias em que o preço era a razão da mudança estão a ter o seu fim! PUB

4 sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 calendário de eventos da actividade seguradora março 2009 - consulte online em aprose.pt Data Evento 28/02/09 Os desafios da profissão de perito em 2009 2/03/09 Colóquio: Assimetria informativa no seguro 2/03/09 Curso: Agentes e corretores de 7/03/09 Conferência: Assédio moral - Uma realidade no local de trabalho? 11/03/09 Curso: Impactos fiscais da introdução do PCES 12 e 13/03/09 Formação em bate ao branqueamento de capitais 14/03/09 Conference: MultaQa Qatar 2009 16/03/09 Curso: Agentes e corretores de 16 e 17/03/09 Curso: Avaliação de desempenho 19/03/09 CEA Motor Insurance 25 a Forinvest 27/03/09 Local Contactos e informações Organização Cidade Endereço Telefone Fax E-mail Web page Leiria Instituto Politécnico de CNPR 226068871 226067822 cnpr@cnpr.pt cnpr.pt Leiria Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 SPAIDA 213848105 213831422 spaida@ Lisboa Lisboa A indicar aos interessados Auditório do Hotel Roma PROFITECLA 707101710 info@ institutoprofitecla. institutoprofitecla. STAS 218802160 218802169 stas@stas.pt stas.pt Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 form@ Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 form@ Doha, Qatar Sharq Village and Spa Newsquest +442076183423 +442076183420 rajesh.sidhu@ globalreinsurance. Porto A indicar aos interessados PROFITECLA 707101710 info@ institutoprofitecla. Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430 form@ Bélgica, Bruxelas Espanha, Valência Rue Wiertz 77 CEA +3225475811 +3225475819 conference@cea. eu Feira de Valência Instituto Valenciano de Finanzas +34963636111 feriavalencia@ feriavalencia. globalreinsurance. institutoprofitecla. cea.eu http://forinvest. feriavalencia. Seguros um olho no burro Nos tempos que vão correndo e a crise económica mais ou menos instalada, assistimos, por parte da generalidade dos actores do mercado, à quase obrigação na revisão em baixa dos preços dos, especial incidência no seguro automóvel. Porque o sujeito ouviu na rádio, sabe pela vizinha ou porque até assistiu a uns pencudos ou narigudos num anúncio a dizerem quanto pouparam na alteração do seu seguro para a panhia xpto, motiva, quase que diríamos, uma histeria colectiva ou leilão de preços para ver quem faz ao mais baixo preço. No fundo, aceitam licitações, bastando para tanto a indicação da última oferta. Não estamos perante um caso de gravidez, mas daqui a nove meses, ou, para sermos mais precisos, em 1 de Dezembro entrarão em vigor os novos mínimos obrigatórios para o ramo automóvel. Ou seja, enquanto hoje em dia o mínimo obrigatório se traduz em 1,2 milhões de euros para danos corporais e 600 mil euros em danos materiais, perfazendo o capital mínimo obrigatório de 1,8 milhões de euros, a partir da supracitada data temos um mínimo de 2,5 milhões de euros para danos corporais e 750 mil euros para danos materiais, o que totaliza, a partir daí e até 31 de Maio de 2012, o mínimo obrigatório para a generalidade das situações de 3,25 milhões de euros. Se eçarmos a escalpelizar, verificamos que o mínimo obrigatório para danos corporais sobe 108,33%, enquanto os danos materiais sobem 25%. Convém então esperar-se que as indemnizações atribuídas pelos tribunais venham a disparar a partir daí, naquilo que no dia-a-dia já vínhamos assistindo. O mesmo vai acontecer aos danos materiais correspondentes. Também a partir dessa data e entre outras, os danos corporais passam a ficar sujeitos a um Luiz Filipe Acta Corretores de Seguros, SA conjunto de prazos de que salientamos: os exames médicos terão de ser efectuados entre 20 e 60 dias, a fim de que se possa dispor do relatório para os sinistrados (dentro dos 10 dias seguintes), assumindo ou declinando a responsabilidade pelos danos, conforme preceituado nos artigos 32º e 37º do Decreto-Lei 291/2007, de 21 de Agosto. Outra das situações que passa a ocorrer diz respeito à definição de perda total, que passa a ser considerada desde que o valor da reparação, adicionado do montante da avaliação dos salvados, ultrapasse 100% no caso de a viatura ter menos de dois anos ou de 120% quando a mesma tiver mais de dois anos. Resumindo, vamos ter obrigatória e naturalmente maior exposição ao risco e indemnizações mais avultadas, fazendo crer muitas seguradoras que o importante nesta fase do campeonato é vender a todo o custo, mas manter o ranking na tabela das seguradoras. Grande parte dos mediadores profissionais de seguro tem feito sentir aos seus clientes, de uma forma pedagógica e séria, que os tempos que se avizinham é de crescendo nos prémios face ao avolumar das responsabilidades e também ao consequente agravamento dos prémios por parte dos resseguradores internacionais, mas há sujeitos que acreditam no coelho da Páscoa e os seus ovos a saltarem da cartola por artes mágicas, pensando que, mais dia, menos dia, até lhe oferecem o seguro. A nossa reendação é aquela do ditado popular: Temos que estar um olho no burro e outro no cigano, senão pode acontecer a muitos gestores o mesmo que aconteceu àquele treinador brasileiro da equipa londrina que via um olho o não querer ser burro, não teve cuidado o outro e foi posto na rua (embora nesse particular uma choruda indemnização). Bons e Boa Páscoa são os nossos votos.

sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 5 Pedro Borralho, sócio-gerente da PB Seguros, critica evolução tarifária no Ramo Não Vida Não houve uma política coerente da parte da indústria seguradora Mediadores, corretores e seguradoras têm sido arrastados para uma corrida ao negócio, acusa Pedro Borralho, sócio-gerente da PB Seguros, perante a evolução dos preços praticados no Ramo Não Vida e os resultados agora conhecidos. Pedro Borralho fala em incoerência de políticas e acusa também as seguradoras de terem dado escassa formação aos mediadores sobre o novo regime de contrato de seguro. A mediação terá que se pautar cada vez mais pela qualidade de serviços, afirma Pedro Borralho. Vida Económica Que balanço faz da história da empresa? Pedro Borralho O início da nossa empresa teve por base a carreira profissional ao longo de 10 anos, primeiro o consultor, depois o gerente de delegação na American Life Insurance Company e, posteriormente, na Deutsche Bank Vida (DB Vida). Em 2002, a pra desta panhia por parte da Zurich Vida, S.A., decidimos avançar para a criação da Pedro Borralho - Mediação de Seguros, Lda., PB SEGU- ROS, partindo de uma pequena carteira criada até então, localizada basicamente em Aveiro, onde temos o nosso escritório. VE Qual o volume de prémios geridos, de negócio e número de trabalhadores? PB A PB SEGUROS gere actualmente um valor de prémios de 1,7 milhões de euros, cerca de 3200 clientes individuais e empresas, diversificados em vários ramos e um volume de negócios de 220 mil euros. A nossa equipa é posta por quatro profissionais um já vasto conhecimento na actividade. VE Por que valores procura pautar a actividade da empresa? PB Credibilidade, criação de soluções para os riscos e qualidade de serviços, garantindo a satisfação e o êxito dos nossos clientes. VE Num sector em que pululam os diferentes canais de distribuição de, de que forma poderá a mediação afirmar-se em termos de concorrência? PB O nosso posicionamento no mercado passa pela apresentação de soluções inovadoras e técnicas diferentes aos clientes, deixando os produtos de venda massiva para os outros canais de distribuição. A mediação terá que se pautar cada vez mais pela qualidade de serviços e fazer valer o facto de ter um balcão/escritório aberto profissionais para apoiar os clientes. VE Foram recentemente divulgadas as estatísticas relativas à actividade seguradora em 2008. Apesar de se ter assistido a um crescimento global de 11%, no Ramo Não Vida o volume de prémios caiu mais de 2%. Que entário lhe suscita esta situação? PB A indústria seguradora nestes últimos anos passou por vários momentos, um dos quais foi o surgimento de mais operadoras telefónicas, outro foi a diminuição da sinistralidade rodoviária que originou a baixa dos prémios de seguro automóvel, generalizandose a outros ramos em alguns casos de forma desmedida. Esta e outras situações arrastaram mediadores, corretores e seguradoras para uma corrida aos negócios, obrigando a um trabalho redobrado, tanto na redução dos negócios o na procura de novos, ou seja, muita facturação mas menos prémios. Nestes últimos anos, de uma forma geral, não houve uma política coerente da parte da indústria seguradora. Será este ano que vamos assistir a uma inversão? VE O novo regime legal do contrato de seguro entrou recentemente em vigor. Como classificaria a formação conferida pelas seguradoras aos seus agentes a este respeito? PB A formação por parte das seguradoras foi escassa, havendo mesmo ainda algumas dúvidas nos procedimentos nos próprios balcões das seguradoras. VE Que leitura faz da aposta que muitas seguradoras têm vindo a fazer nos mediadores de ligados? O que explica, na sua opinião, esta tendência? PB Aquando da discussão do Decreto-Lei 144/2006, já havia algumas reservas quanto a esta figura, mas foi necessário pôr em prática para se verificar que se trata de uma figura contraditória, indo de encontro à confirmação daquilo que já era esperado pelos mediadores e corretores, que nada dignifica o profissionalismo da actividade. VE Julga poderem estar em risco os interesses dos consumidores? PB Sim. É um facto. Os mediadores ligados, regra geral, operam por conta e risco de uma seguradora, pelo que apenas podem apresentar os produtos dessa empresa, deixando de existir termo de paração para o consumidor. PUB Corretora Lazam MDS pra no Brasil A corretora brasileira Miral foi adquirida pela Lazam MDS, joint-venture criada há sete anos entre a corretora portuguesa MDS, do grupo Sonae, e a brasileira Lazam, do grupo Suzano. De acordo o unicado emitido pela MDS, esta aquisição permite à Lazam MDS aumentar o seu volume de prémios para os 205 milhões de euros, o equivalente a 600 milhões de reais. A aquisição da Miral permite também à Lazam MDS reforçar o seu posicionamento no mercado ressegurador, que agora eça a ganhar expressão no Brasil. A Miral conta já 30 anos de história no mercado brasileiro e do seu portefólio fazem parte a consultoria de seguro, resseguro e gestão de riscos para a indústria, para os segmentos marítimo e aeroespacial, serviços, financeiro, garantias e pessoas. Marsh apoia empresas na Austrália A corretora Marsh, através da sua operação na Austrália, disponibilizou apoio gratuito a todas as empresas que tenham sofrido danos na sequência dos incêndios que afectaram aquele país e que não disponham de um corretor de para dar apoio na participação dos sinistros. Esta é já a segunda operação de aquisição protagonizada pela Lazam MDS em 2009, já que a corretora havia anunciado logo no início do ano a pra da ADDmakler. É também a sétima aquisição desde que foi formada a joint-venture. E a intenção de prosseguir a onda de aquisições continua patente entre os responsáveis da corretora, que admitiram já a hipótese de concretizar outras pras nos próximos meses. Da carteira de clientes da Lazam MDS fazem agora parte 500 grandes empresas, 8500 pequenas e médias empresas e ainda 700 mil particulares. A corretora conta 530 colaboradores, tem sede em São Paulo e escritórios no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Ceará, Baía e Minas Gerais. agomes@vidaeconomica.pt A confiança de quem se encontra fragilizado conquista-se quando se esbate a barreira da unicação e se garante que alguém qualificado tomará conta do problema, explica Marina Apolinário Kong, claims manager da Marsh em Portugal.

6 sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 Miguel Vilarinho explica investimento da Caixa Seguros no Projecto Activaction Este é um projecto grande, que implica formação em pessoas, investimento em instalações e em informática, confirma Miguel Vilarinho. Vida Económica Começam a ser conhecidos os resultados de 2008 e conclui-se que o ano não foi famoso para as panhias líderes de mercado. Comecemos pelo Ramo Não Vida. A Fidelidade Mundial cai 6,3%. A Império Bonança 7,2%. Que ramos foram mais responsáveis por estas quebras? Miguel Vilarinho Na Rede de Agências e Mediação, foi claramente o ramo automóvel. Foi um ano muitas perdas de apólices, sobretudo na Fidelidade Mundial porque a Império Bonança já conseguiu nos últimos nove meses do ano um saldo nulo de apólices e a quebra fez-se sentir sobretudo pela redução do prémio médio. O mercado está mais petitivo, temos todos que descer preços até um determinado nível e foi isso que aconteceu do lado da Império Bonança. Do lado da Fidelidade Mundial houve uma perda de apólices bastante acentuada, sobretudo nos primeiros sete ou oito meses do ano e na fase final já assistimos a uma recuperação, mas binando isso a redução do prémio médio acabamos por ter um resultado francamente negativo. Depois temos também os Acidentes de Trabalho e também uma quebra mais visível do lado da Fidelidade Mundial, onde houve uma redução muito forte das taxas e redução da massa salarial no contexto da crise económica. Esses dois factores juntos têm um efeito muito acentuado. VE O ramo automóvel caiu 6,9%. Chegou-se longe de mais na guerra de preços? MV Não posso falar pelo mercado, só falo pela nossa realidade. Nós temos condições, pela dimensão que temos, pela rede de prestadores que temos e pelo nosso modelo de gestão de sinistros, de baixar o preço e não fomos além daquilo que poderíamos ir. Não estamos a pôr em causa a rentabilidade do ramo automóvel, mas reconheço que estamos hoje mais próximos do limite do que estávamos em 2007 ou em 2006. VE O que vai acontecer ao preço médio do seguro automóvel em 2009? MV Eu estou convencido que o prémio médio ainda irá descer mais, não tanto por via dos novos, que aí já não deve haver margem para descer muito mais, mas existirão ainda alguns clientes um prémio superior àquilo que poderiam estar a pagar fazendo um seguro novo. Acredito que o prémio médio ainda vá descer um pouco por via destas negociações, embora grande parte da carteira já esteja renegociada. Mas em breve os preços vão estabilizar porque não há muito mais margem para descer. VE E o que se passa o ramo de Acidentes de Trabalho? A que se devem tão maus resultados em todo o mercado? MV O ramo Acidentes de Trabalho é o espelho do desenvolvimento económico do país. Quando estamos num contexto de expansão e de criação de emprego, normalmente, o ramo cresce. Quando estamos no ciclo inverso, o temos sentido, invariavelmente, vai ter de continuar a decrescer, mais uma vez, até determinado limite ao nível das taxas. Mas se a massa salarial continuar a reduzir aí não poderemos fazer nada. VE No Ramo Vida temos o grupo Caixa Geral de Depósitos a apostar fortemente na reforma, numa altura em que o último produto que lançaram o LeVE está a ser muito bem recebido no mercado. Os portugueses estão cada vez mais despertos para esta temática da poupança individual para a reforma? Nunca optámos por uma política de despedimentos Até meados de 2010, Fidelidade Mundial e Império Bonança estarão presentes em 95 agências bimarca espalhadas pelo país. O projecto Activaction já está em curso e vai separar agências de clientes e centros de mediadores, depois de uma experiência piloto bem sucedida no Montijo. Afastada continua a hipótese de criar uma marca única, mantendo-se todas as agências a operar as duas marcas, embora produtos iguais e backoffices unidos. Miguel Vilarinho, director da rede de agências, explica o conceito inerente ao Projecto Activaction, o investimento que está a ser feito na capilaridade da rede e os objectivos de retenção da carteira líder de mercado depois de um ano negro do Ramo Não Vida e auspicioso no Ramo Vida. MV Eu diria que nesta área o potencial de crescimento é enorme, porque, de facto, um PPR as pessoas não estão a gastar dinheiro, estão a fazer uma poupança. A sensibilização tem evoluído muito porque nós estamos a atingir um target cada vez mais jovem. O PPR era um produto penetração muito mais elevada nos escalões etários mais altos e agora estamos a vender mais nos escalões mais baixos e isto representa uma inflexão no pensamento das pessoas, porque os mais novos não se preocupavam o futuro e agora preocupam-se de facto. VE Qual é, actualmente, a dimensão da vossa rede de mediadores? MV Entre Fidelidade Mundial e Império Bonança temos 12 a 13 000 mediadores. Isto significa já uma redução para metade face àquilo que era o número de mediadores antes da entrada em vigor da nova Lei da Mediação, quando chegámos a ter perto de 25 000 mediadores. Mas entre os mediadores que temos actualmente registados eu encontro cerca de 3000 mediadores profissionais. Os restantes 9000 têm uma participação reduzida e acredito que muitos deles, mais tarde ou mais cedo, vão acabar por vender as suas carteiras. VE Vamos assistir a um fenómeno de consolidação de carteiras? MV Nós já temos assistido a algumas consolidações de carteira e até temos alguns casos de sucesso, embora eu veja que em Portugal os mediadores não estão a apostar muito nessa forma de consolidação. Eles pensam que, se um mediador quer vender a carteira, é porque está inactivo, logo a sua carteira acabará por ficar disponível e não Vida Económica Que papel ocupa a formação na vossa estratégia? Miguel Vilarinho A formação de agentes tem um papel fundamental e nós ganhamos sinergias a aquisição da Império Bonança. Entendemos que, se a formação de um mediador for feita de forma muito apanhada, é a garantia de formação de um profissional altamente qualificado. E este profissional fica, depois, uma relação muito forte connosco, uma relação de verdadeira parceria, em que todas as sugestões vão no sentido de acrescentar valor a ambas as partes. Isto é muito diferente da tradicional formação que se dava para passar no exame do instituto e a partir dessa altura deixava-se o mediador sozinho no mercado. A Império já tinha há muitos anos o projecto da Academia, em que ali formava profissionais. Hoje, há grandes mediadores na Império Bonança que provêm dessa academia. A Bonança também teve vários projectos, desde a Rede de Consultores aos Jovens Empresários, e agora integrou o nosso projecto um, a que chamámos Gestores de Clientes. E neste momento estamos a implementar este projecto muita força no lado da Fidelidade Mundial, porque no lado da Império Bonança ele está relativamente enraizado, porque, de facto, nós temos muitos mediadores, mas poucos mediadores profissionais. Há poucas seguradoras no mercado projectos desta natureza, e eu considero que o nosso é, claramente, um projecto ganhador. VE Quantos mediadores foram formados em 2008 no âmbito desse projecto? MV Em 2008 formámos 225 gestores de clientes, valerá a pena estar a pagar por ela. Por outro lado, ao prarem uma carteira, os mediadores têm de assumir o risco de uma parte do negócio vir a ser perdida porque se quebrou a relação existente o mediador anterior. Alguns casos de sucesso a que tenho assistido passam por negociar a venda da certeira, mas garantir a colaboração do vendedor durante um ano ou dois. Assim, o vendedor apanha o processo de renovação e contacta todos eles, explicando a transição. VE Que novas exigências enfrentam hoje os mediadores? Que papel está hoje reservado para o mediador? MV Sendo este um mercado ainda muito hermético, o mediador tem um papel descodificador, que é um papel fundamental. O mediador é alguém em quem o cliente confia. Muitas vezes o mediador desempenha para o cliente um papel mais importante que a própria seguradora. É claro que, se nós conseguirmos aliar a importância do mediador, a imagem que este tem na sua zona de actuação, à imagem de uma seguradora forte e sólida, estão aqui os ingredientes para uma receita de sucesso. A maior parte das pessoas ainda tem medo de ir a uma seguradora e subscrever um seguro porque não dominam tecnicamente o produto, o que está coberto e o que não está coberto. Por isso, preferem confiar no seu mediador, que muitas vezes é uma pessoa que já conhecem. Pedem-lhe um seguro, perguntam o preço e a partir daí ficam descansados porque sabem que o mediador vai escolher para eles a melhor protecção e vai prestar-lhes um serviço quando acontecer um sinistro. O papel do mediador profissional está para durar durante muitos anos e não há canal directo que retire esse papel ao mediador profissional. Fidelidade Mundial e Império Bonança formou 225 gestores de clientes em 2008 Temos poucos mediadores profissionais quando tínhamos o objectivo de chegar aos 160. Mas o número não é muito importante, porque nós queremos que estes gestores de clientes sejam altamente qualificados, logo, é mas importante a qualidade do que a quantidade. VE É assim que se faz uma nova geração de mediadores profissionais? MV Sim, eu acho que esta é a forma de fazer essa nova geração de mediadores profissionais. Mas podemos estar a falar de pessoas 40 ou 50 anos. Há casos de pessoas nessa faixa etária que deixaram as suas profissões e abraçaram a actividade seguradora pela primeira vez. Depois, nós temos de pensar também no reforço da rede e aí estamos a falar de mediadores já instalados no mercado, que são multimarca e que eçam a sentir a necessidade de se ligar, exclusivamente a uma marca. São mediadores que já têm uma relação connosco, mas que tiveram de repensar o seu posicionamento porque um mediador que tenha, por exemplo, uma carteira de 500 mil euros e que trabalhe cinco seguradoras tem mais custos do que um mediador que trabalhe só uma seguradora, porque tem de conversar cinco pessoas, saber cinco políticas de subscrição, ter cinco sistemas informáticos e isso é muito difícil. E felizmente nós temos conseguido reforçar a nossa rede muitos mediadores profissionais que já tinham uma relação connosco e que entenderam que era altura de eleger um parceiro único para o seu negócio. E este segmento de lojas e pontos de venda exclusivos tem tido excelentes resultados, quatro ou cinco pontos percentuais acima do mercado, o que significa que se trata de um projecto vencedor.

sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 7 VE Mediadores de ligados, agentes e corretores eçam agora a encontrar uma nova estrutura de interlocutores na Fidelidade Mundial e Império Bonança. O que está a mudar nas agências das duas panhias? MV Está a haver uma reorganização e também uma redinamização, no âmbito do Projecto Activaction, que estamos a lançar. Na reorganização, o que estamos a fazer é a separação de clientes e mediadores. Vamos colocar em espaços diferentes a gestão de clientes e a gestão de mediadores porque até aqui, e o acontece em todas as agências, os clientes eram atendidos ao lado dos mediadores, ouviam problemas que não sabiam se eram de outros clientes ou de mediadores e eles próprios, muitas vezes, a certas horas do dia, já nem sabiam se estavam a lidar mediadores ou funcionários da panhia. Isto passa-se geralmente em todo o mercado. E nós decidimos fazer um investimento. Considerando que temos dimensão crítica para esta decisão, vamos criar espaços específicos para atender clientes, quer sejam clientes directos, clientes da banca ou clientes mediados. É um investimento porque estamos presentes em quase 100 localidades, há algumas em que só temos a presença da Fidelidade Mundial, outras em que só temos a presença da Império Bonança e assim vamos passar a estar presentes em todas elas a Fidelidade Mundial e a Império Bonança. No fundo, há um aumento da representação das marcas em todo o país, já que ficaremos 95 balcões bimarca em todo o país, incluindo ilhas. A primeira agência bimarca eçou a funcionar no Montijo, em Setembro, e entretanto já temos agências bimarca em Angra do Heroísmo, em Ponta Delgada e no Funchal. Depois já temos algumas agências exclusivas só para clientes, mas ainda uma só marca, o acontece no Colombo, no Cascais Shopping, na 5 de Outubro (Lisboa) e nos Clérigos (Porto), que ainda operam só o Império Bonança e em breve terão as duas marcas, ou o acontece na João XXI (Lisboa) e Amoreiras (Lisboa), que só operam o Fidelidade Mundial e também vão passar a ter as duas marcas. À parte estarão os centros de mediadores, que funcionarão só para atender mediadores, em instalações diferentes das agências. Este é um projecto grande, que implica formação em pessoas, investimento em instalações e em informática. Nós contamos ter a reorganização concluída até meados de 2010. VE E que balanço se pode fazer já das primeiras experiências? MV Estão a correr muito bem. Os resultados do Montijo apontam para um crescimento da carteira superior ao crescimento médio das duas panhias e superior à média de um grupo de controlo que existia na zona. Essa é a vertente de redinamização. Nós temos um conjunto de mediadores a integrar o projecto, mas também um outro grupo de mediadores que actuam na mesma zona, mas está fora do projecto da redinamização. E parando os resultados deste grupo de mediadores que integrou a experiência piloto o outro grupo de mediadores da zona e a média nacional temos um resultado que se traduz num crescimento superior de carteira. Depois de feita a separação das agências de clientes e centros de mediadores, concretiza-se a redinamização da rede, onde as pessoas das agências estão a receber formação portamental, estão a ser mais orientadas para os resultados e muito mais especializadas a receber clientes. Estamos a falar de equipas pequenas, postas por um gerente e três assistentes de clientes. Nos centros de mediadores, por seu turno, as pessoas recebem formação específica para trabalhar os mediadores. Vamos ter aqui gestores de mediadores e assistentes de mediadores a trabalhar num espaço de porta fechada, que nem sequer vai estar perto das agências. Temos já o exemplo do Vale do Sado, onde temos, em Almada, uma agência para a Fidelidade Mundial e outra para a Império Bonança. Vamos ficar só a agência da Fidelidade Mundial, que é a que tem melhor localização, e aí funcionará a nossa agência de clientes. Já os mediadores que estavam afectos a Almada vão passar a reunir-se no centro de mediadores do Casal do Marco, que tem melhores acessos e muito estacionamento. E apesar do investimento que vamos fazer, até vamos conseguir alguma economia porque, vamos libertar mais metros quadrados Integração no grupo CGD é vantagem em tempo de crise Começa-se a olhar outros olhos para a solidez das seguradoras Vida Económica Retenção continua a ser uma palavra de ordem em 2009. Mas o se faz retenção em tempo de crise, quando os portugueses tentam a todo o custo cortar despesas? Miguel Vilarinho O preço continua, claramente, a ser um factor decisivo. Mas se nós conseguirmos antecipadamente contactar o cliente, cliente a cliente, ver se o preço está adequado, se há margem para fazer alguma redução e se o cliente valorizar o valor acrescentado que o mediador tem, a retenção será um sucesso. E se nós conseguirmos fazer uma boa retenção junto dos nossos 4 milhões de clientes e em cima disso conseguirmos fazer acções de cross-selling ou up-selling estaremos no bom caminho. Porque o mediador vai estar a prestar um bom serviço se alertar o cliente para o valor desactualizado da sua apólice de multirriscos habitação, por exemplo. E esse mediador pode também oferecer um desconto no seguro automóvel ao cliente se ele subscrever um seguro de saúde ou um PPR. Há um conjunto de ferramentas para aumentar o valor do cliente para a panhia e para que o cliente se sinta também valorizado. VE A crise pode trazer oportunidades para quem tem a dimensão da Caixa Seguros? Miguel Vilarinho acredita que o prémio médio do seguro automóvel ainda vá descer em 2009 por via das negociações, mas em breve os preços vão estabilizar porque não há muito mais margem para descer. MV A crise pode trazer uma oportunidade para a Caixa Seguros não pela sua dimensão, mas pela sua solidez. Eu já trabalhei em empresas pequenas, médias e grandes e sei que a dimensão, por si só, não é uma vantagem e muitas vezes até é uma desvantagem, em termos de flexibilidade. É muito mais difícil mover um elefante do que uma formiga. Mas as pessoas, sejam clientes ou mediadores, já eçam a olhar outros olhos para questões o a solidez ou o a margem de solvência e nós temos clientes de referência nos seus mercados, que antes não estavam connosco e agora passaram a estar por sermos do grupo CGD, porque estão à procura dessa solidez. Dizem que por serem empresas de referência nos seus sectores querem ter parceiros de referência nos vários sectores e não querem correr o risco de ter um sinistro e não receberem uma resposta à altura. Este fenómeno acontece na banca e nos. E eu acho que está também no momento de os próprios mediadores fazerem as suas opções. VE Em, o se defende uma liderança de mercado? MV Para mim, o ponto-chave continua a ser uma relação forte os mediadores e os clientes. É mais de meio caminho andado para o sucesso. do que aqueles que vamos precisar para novas instalações. VE Existirá um centro de mediadores por cada agência de clientes? MV Não. Vamos ter 95 agências de clientes e 60 centros de mediadores. As nossas contas indicam que cada mediador não terá uma deslocação superior a 25 minutos para chegar ao seu centro de mediadores. Depois de reorganizados estes centros de mediadores, vamos avançar também a sua redinamização, que consiste em sistematizar a acção de todos os elementos, ao contrário do que acontece hoje, em que cada um trabalha da sua forma. Para mim, é a diferença entre puxar pela carroça ou ser puxado por ela. Os centros de mediadores vão passar a puxar muito mais pelos mediadores, mas de forma muito positiva. Queremos menos reactividade e mais proactividade. E temos verificado uma receptividade muito positiva à experiência piloto, tanto de mediadores exclusivos o de mediadores multimarca. Neste projecto é feito o diagnóstico dos pontos fortes e dos pontos francos de cada um dos mediadores, de forma sistematizada, procurandose soluções, em conjunto o mediador, para minimizar os seus pontos fracos, e apanhando os resultados. Isto vem ao encontro daquilo que temos vindo a defender, que é a retenção. Numa seguradora 4 milhões de clientes não é preciso ir à procura de novos clientes, mas sim de trabalhar os clientes em carteira. Há um potencial enorme para os mediadores explorarem nos seus clientes. VE Juntar colaboradores da Fidelidade Mundial e da Império Bonança no mesmo espaço é um processo pacífico? MV É perfeitamente pacífico. Nós iniciámos em 2005 um processo de fusão dos backoffices da Fidelidade Mundial e da Império Bonança. Em Setembro, as duas únicas áreas que ainda tinham autonomia das marcas eram as redes erciais e os marketings. E desde Setembro que estamos a juntar isso. VE Fica afastada a possibilidade de despedimentos nos casos de sobreposição de cargos? MV Nós nunca optámos por uma política de despedimentos. Esta decisão tinha sido tomada alguns meses antes da crise, mas manteve-se, apesar da crise. É uma oportunidade que estamos a aproveitar. Fazendo o investimento correcto, sem sermos gastadores, é possível ter um resultado acima daquele que teríamos se fizéssemos uma fusão simples. Nesse caso iríamos ficar uma presença mais reduzida no país, iria sobrar muita gente e certamente iríamos perder receita. Com este projecto Activaction não estamos a juntar marcas, porque elas continuam a existir autonomamente, mas estamos a juntar redes e espera-se que haja um ganho. VE É um projecto caro? MV Face ao benefício que nós e os mediadores esperamos ter ele, até acho que é barato. VE Qual é o benefício esperado? MV O nosso grande objectivo é manter a quota de mercado. Estamos um pouco abaixo dos 30% e seria irrealista apontar para um crescimento quando se é líder destacadíssimo em Portugal e o quarto maior segurador ibérico. VE Mas qual o valor do investimento neste Projecto Activaction? MV Ainda não está totalmente quantificado, mas estamos a falar de uma rede que factura quase mil milhões de euros por ano, em vendas, por isso, o que vamos investir face à nossa facturação é relativamente marginal. É mais importante a questão psicológica de estamos a investir quando poderíamos estar a fazer cortes de custos. Todos os dias ouvimos falar de empresas em dificuldades e outras a fechar portas. Hoje há que dar valor ao emprego que se tem. VE Com o backoffice unido, o Marketing e a rede ercial agora também unidos, continua fora dos vossos planos a fusão das marcas? MV Neste momento a fusão das marcas não é uma hipótese em cima da mesa.

8 sexta-feira, 27 Fevereiro de 2009 consultório jurídico Novo Regime de Pagamento de Prémios de Seguros Decreto-Lei nº 72/2008 Por se revestir de enorme importância para a actividade de mediação de que desenvolvo e por constatar a extrema lacuna em termos de informação no que respeita ao novo quadro legal de pagamento de prémios de, agradecia os esclarecimentos possíveis sobre a nova lei. Para uma melhor explicitação, dividiremos os nossos esclarecimentos em duas partes: uma dedicada à generalidade dos contratos de e outra aos contratos de seguro de vida e operações de capitalização, de colheitas e pecuário, mútuos em que o prémio seja pago o produto de receitas e de cobertura de grandes riscos, uma vez que poderá, o veremos, ser diferente o regime a aplicar a uns e outros, respectivamente. Nesta oportunidade, abordaremos, por razões de espaço disponível, a temática relativa ao regime instituído para a generalidade dos contratos de, deixando para a próxima edição deste suplemento o atinente aos contratos de excepcionados do regime geral. Na sequência da publicação e entrada em vigor, em 1/01/2009, do Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de Abril, o qual estabeleceu, o é sabido, o regime do contrato de seguro (RCS), têm vindo a constatar-se enormes dúvidas e imensos pedidos de esclarecimento muitos dos quais originados pela redacção e técnica legislativa, em alguns preceitos, de qualidade questionável acerca do enquadramento legal instituído e, em particular, mas não só, do novo regime jurídico do pagamento de prémios de, para cuja clarificação e esclarecimento se pretende, de alguma forma, contribuir o presente artigo. Para que se preenda o RCS, importa reter, o nota prévia, que a esmagadora maioria dos preceitos do DL n.º 72/2008 assume natureza supletiva e, o tal, apenas se aplicarão aos contratos de celebrados entre os seguradores e os tomadores se e na medida em que os contraentes não disponham de modo diverso no âmbito das respectivas condições gerais, especiais e particulares, sendo que são parativamente poucas as disposições legais relativamente imperativas, ou seja, que podem ser afastadas por vontade das partes contanto que se estabeleça um regime mais favorável ao tomador, ao segurado ou ao beneficiário da prestação de seguro, e, por último, consagram-se ainda em menor número os preceitos absolutamente imperativos, isto é, que não admitem convenção ou acordo em contrário, exigindo às partes o seu respeito e cumprimento e impõem-se, por regra, em toda a sua extensão (embora excepções), à vontade dos contraentes. Assim, à semelhança do quadro legal revogado em 1/01/2009 DL n.º 142/2000, de 15/07, também à luz do novo regime jurídico do pagamento de prémios se poderá apontar, grosso modo e apenas para melhor elucidação, um regime geral e um regime especial, embora em termos e soluções diversas quando paradas o anterior. Regime geral do pagamento de prémios de corvaceira gomes Departamento jurídico/ Director Executivo APROSE O segurador deve avisar o tomador do seguro do montante a pagar uma antecedência mínima de 30 dias a) Âmbito: O regime geral do pagamento de prémios aplica-se, em regra, à generalidade dos contratos de, excepção do seguro de vida e operações de capitalização, dos de colheitas e pecuário, dos mútuos em que o prémio seja pago o produto de receitas e de cobertura de grandes riscos. Convém realçar que os contratos de e operações que são excepcionados do regime geral de pagamento de prémios poderão, contudo, ser sujeitos ao regime aplicável à generalidade dos contratos, no pressuposto de que essa aplicação decorra de estipulação das partes e não se oponha à natureza do vínculo. b) Cobertura de riscos: Mantendo o regime-regra do quadro legal anterior, continua a perfilhar-se o princípio nos termos do qual não existe cobertura do seguro enquanto o prémio não for pago, ou seja, a cobertura dos riscos depende do prévio pagamento do prémio do seguro. c) Vencimento do prémio: Salvo convenção em contrário, o prémio inicial, ou a primeira fracção deste, é devido na data da celebração do contrato. Atendendo à natureza supletiva do artigo 53º do RCS, as partes poderão acordar, no entanto, que o respectivo pagamento possa ter lugar num momento posterior à data da celebração do contrato, sendo, nesse caso, o contrato ineficaz não cobre o risco até que o prémio seja pago. As fracções seguintes do prémio inicial, o prémio de anuidades subsequentes e as sucessivas fracções deste são devidos nas datas estabelecidas no contrato, conquanto que a parte do prémio de montante variável relativa a acerto do valor e, quando seja o caso, a parte do prémio correspondente a alterações ao contrato são devidas nas datas indicadas nos respectivos avisos. d) Aviso de pagamento: Não obstante assumir natureza relativamente imperativa e podendo, por conseguinte, estabelecer-se em termos de auto-regulação regime mais favorável ao tomador, ao segurado ou ao beneficiário, passou-se a prescrever que o segurador deve avisar por escrito o tomador do seguro do montante a pagar, assim o da forma e do lugar de pagamento, uma antecedência mínima de 30 dias em relação à data em que se vence o prémio, ou fracções deste, sendo que do aviso devem constar, de modo legível, as consequências da falta de pagamento do prémio ou de sua fracção. Abandonou-se, assim, contrariamente ao que sucedia à luz da legislação anterior no âmbito do regime geral do pagamento de prémios, o prazo mínimo de 60 dias de antecedência para emissão do aviso de cobrança. Nos contratos de seguro em que seja convencionado o pagamento do prémio em fracções de periodicidade igual ou inferior a três meses e em cuja documentação contratual se indiquem as datas de vencimento das sucessivas fracções do prémio e os respectivos valores a pagar, bem o as consequências do seu não pagamento, o segurador pode optar por não enviar o aviso que teria de ser efectuado até 30 dias antes da data em que os prémios ou fracções são devidos, cabendo-lhe, nesse caso, a prova da emissão, da aceitação e do envio ao tomador do seguro da documentação contratual que refere a informação relevante para este efeito. e) Falta de pagamento do prémio: Sem prejuízo das regras gerais, a falta de pagamento do prémio, quer se trate do prémio ou fracção inicial, quer se trate do prémio de anuidades subsequentes ou da primeira fracção deste, determina, em regra, a resolução automática do contrato, no primeiro caso, a partir da data da sua celebração, no segundo, impedindo a renovação ou prorrogação do contrato, embora haja alguma doutrina que entenda, ao invés mas sem grande interesse prático, que neste último caso se está na presença da figura da caducidade e não da resolução. De igual modo, a falta de pagamento de uma fracção do prémio no decurso de uma anuidade, de um prémio de acerto ou parte de um prémio de montante variável ou de um prémio adicional resultante de uma modificação do contrato fundada num agravamento superveniente do risco determina a resolução automática do contrato na data do vencimento do respectivo prémio ou fracção. Todavia, no que toca ao prémio adicional resultante de uma modificação contratual, o seu não pagamento até à data do vencimento poderá determinar apenas a ineficácia da alteração, subsistindo o contrato o âmbito e nas condições que vigoravam antes da pretendida modificação, a menos que a subsistência do contrato se revele impossível, caso em que se considera resolvido na data do vencimento do prémio não pago. Se, por um lado, atenta a natureza absolutamente imperativa que não podem ser afastadas pela vontade das partes (artigo 61º) das disposições que fixam agora as consequências para a falta de pagamento do prémio, se dita o fim do regime especial de cobrança de prémios que vigorou à luz do DL n.º 142/2000, na redacção dada pelo DL n.º 122/2005, de 29 de Julho, e que se aplicava, o é sabido, apenas aos contratos de de prémio variável e contratos titulados por apólices abertas, relativamente aos quais se prescrevia a renovação e prorrogação automática dos contratos mesmo na circunstância de o respectivo prémio ou fracção não haver sido pago, por outro, nada impedirá que os seguradores (ou mediadores, desde que especificamente autorizados por aqueles para o efeito) continuem a aceitar pagamentos de prémios fora dos vencimentos, repondo em vigor contratos que nos termos da lei estariam resolvidos, contanto que, caso o incumprimento de pagamento do prémio se torne definitivo, não haverá lugar a divida nem possibilidade de cobrança coerciva através dos tribunais. O Plano de Acção do Governo para o Descongestionamento dos Tribunais, iniciado em 2005, atinge assim o corolário no que diz respeito aos, uma vez que se alargou agora igualmente aos contratos de de prémio variável e contratos titulados por apólices abertas o princípio da não renovação e não prorrogação automática dos contratos sem que o respectivo prémio ou fracção tenha sido pago pelo tomador. (a continuar na próxima edição deste suplemento) Auzenda Dias Agente de Seguros Ser-se profissional Todos nós sabemos a fama das seguradoras, alvo fácil por parte dos clientes, que dizem são todas iguais, o que querem é dinheiro. Mas, provavelmente, isto só acontece por desconhecimento total da razão de ser de um seguro. E é aqui que nós, mediadores, formação adequada, devemos intervir. É claro que aos nossos clientes não interessa saber se a origem dos foi no ano 4700 A.C., se foi no Egipto ou na China, mas, se nos sentarmos e, olhos nos olhos, conversarmos, se em vez de termos o alvo principal o preço e a concorrência e explicarmos o porquê da importância do seguro, quer ao nível económico, quer social, não uma linguagem técnica, mas de maneira clara e objectiva, certamente o cliente eçará a ver a actividade seguradora outros olhos. Nós, mediadores, em regra geral, conhecemos os nossos clientes e sabemos o chegar a cada um e o devemos fazer passar a nossa mensagem, a qual não deverá ser apenas através de números, mais uns euros ou menos uns euros, mas sim transmitindo tranquilidade, segurança e muita transparência, para que, na hora de assinarem o contrato de seguro, saibam o que estão a fazer e se realmente o querem fazer. A nossa maneira de estar, a nossa disponibilidade e principalmente, em caso de sinistro, o saberem que não estão sós e que sabem quem podem contar é fundamental. O nosso profissionalismo e petência serão o segredo do nosso sucesso, mas para que este seja uma realidade, para além da formação contínua, ser membro da APROSE é uma mais-valia e uma referência, porque só assim estaremos informados, actualizados e preparados para os desafios da nossa actividade.