V-021 - USO E QUALIDADE DA ÁGUA DE DIVERSOS RIOS DO ESTADO DE ALAGOAS Gustavo Silva de Carvalho (1) Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Alagoas, Mestre em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Professor Assistente da UFAL. Consultor do PROÁGUA / AL Endereço (1) : Cj. Divaldo Suruagy - Bloco 03-B - apto. 308 - Farol - Maceió - AL - Brasil - CEP: 57055-650 - Tel: (82) 241-4835 - e-mail: gsc@fapeal.br RESUMO O Estado de Alagoas tem o seu nome oriundo da grande quantidade de lagoas presente em seu território. Maceió, sua capital, é chamada de Paraíso das Águas o que denota a situação da cidade em relação aos recursos hídricos que a cercam. Entretanto, nos últimos anos, os principais rios que formam esta estrutura de lagoas e/ou lagunas tem recebido uma carga de poluentes bastante elevada o que ocasionou colapso no equilíbrio natural dos corpos d água. Este trabalho resulta da análise das amostras coletadas em diversos rios do litoral alagoano, resultando em mais uma fonte para a implementação dos instrumentos da política estadual de recursos hídricos, principalmente o item de enquadramento dos corpos d água. PALAVRAS-CHAVE: Poluição da Água, Qualidade da Água, Enquadramento de Corpos d Água, Índice de Qualidade de Água. INTRODUÇÃO Alagoas, juntamente com a maioria dos estados brasileiros, encontra-se em um estágio, ainda que precário, de implementação dos instrumentos da Legislação Estadual de Recursos Hídricos, atrelado à Legislação Federal. Tendo sido promulgada em novembro de 1997, no mesmo ano da lei federal, a legislação estadual que define a Política de Recursos Hídricos do Estado ainda não foi regulamentada na maioria de seus itens. O Estado durante muito tempo esteve dependente, economicamente, da mono-cultura da cana-de-açúcar, tendo seu ápice nos anos 70, com o incentivo do Governo Federal ao PRÓÁLCOOL. Este programa propiciou uma acentuada devastação na Mata Atlântica em Alagoas, quando os produtores e fornecedores desmataram toda a região da Zona da Mata para o plantio de cana. O resultado deste fato, atrelado a uma parca consciência ambiental, por parte dos órgãos estaduais, prevaleceu durante boa parte deste período. O órgão ambiental de Alagoas (Instituto do Meio Ambiente IMA), apesar de um esforço incomensurável, não conseguiu a coibição do lançamento de efluentes geralmente fora dos padrões ambientais. A legislação estadual deixa muitos espaços no que se refere a estes padrões sendo também muito polêmica em diversos pontos. No estado de Alagoas, poucos são os dados de qualidade de água dos corpos d água. O trabalho resulta de coletas realizadas ao longo dos principais rios do Estado, fornecendo mais parâmetros para a avaliação e realização de futuros estudos para adequação da legislação ambiental e de recursos hídricos. O processo de conscientização e divulgação de uma legislação que versa sobre um assunto tido, até então, em algumas partes do Estado como suficiente, é muito difícil. O meio técnico e, principalmente, o meio político da sociedade alagoana iniciaram as discussões sobre a organização da unidade de planejamento físico como sendo a bacia hidrográfica e também da conscientização de que a água é um bem de uso finito, portanto de caráter econômico. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1
A conscientização de que o recurso água é finito só é percebido quando ocorre a falta d água, o que está sendo freqüente no Estado. Este fato decorre de fenômenos climáticos como o El Niño, por problemas políticos (a indústria da seca), e pela falta de uma política séria de gerenciamento dos recursos hídricos do Estado. A LEGISLAÇÃO ESTADUAL Seguindo o mote da Lei Federal n o 9.433 / 97, que determina como instrumento de gestão das águas o enquadramento de corpos d água em classes de uso preponderante, em Alagoas foi instituído em novembro de 1997 a Lei n o 5.965 / 97 que determina a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A grande maioria dos itens pertinentes a esta lei ainda não foi regulamentada, o que não propicia o balizamento das ações do órgão gestor de recursos hídricos para cumprimento da legislação. O Estado é carente de informações que promovam a implementação. O Estado conta com uma única publicação da extinta Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) Coordenação do Meio Ambiente (atual Instituto do Meio Ambiente IMA) datada de 1979 (SEMA (1979)). Esta publicação realizou um estudo para posterior enquadramento e classificação dos cursos d água de Alagoas. Nota-se que a referência é anterior à Resolução CONAMA 20/86 que estabeleceu para o território brasileiro nove classes de uso preponderante das águas. Alagoas dispõe de características hidrográficas bem distintas: uma das regiões está situada no SemiÁrido e a outra situada na Zona da Mata, tendo uma região de transição entre elas (Agreste). Esta diferença torna difícil a definição de detalhes que regulem o enquadramento de corpos d água em classes de uso de maneira uniforme para as regiões do estado. Segundo a divisão de bacias hidrográficas realizada pela antiga Secretaria de Planejamento do Estado de Alagoas, o Estado está dividido em duas grandes bacias, totalizando 44 bacias formadoras: as bacias do Atlântico e do São Francisco. A primeira se constitui dos rios que banham toda a região à qual deságuam no Oceano Atlântico. A Bacia do São Francisco é formada pelos rios situados mais à oeste do Estado, que vêm a desaguar no Rio São Francisco. Atualmente, com a criação da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Irrigação SERHI/AL, a mesma vem buscando implementar as ações que resultarão na regulamentação dos instrumentos de gerenciamento de recursos hídricos, especialmente a outorga de direito de uso da água. O processo de conscientização e divulgação de uma legislação que versa sobre um assunto tido, até então, em algumas partes do Estado como suficiente, é muito difícil. O meio técnico e, principalmente, o meio político da sociedade alagoana iniciaram as discussões sobre a organização da unidade de planejamento físico como sendo a bacia hidrográfica e também da conscientização de que a água é um bem de uso finito, portanto de caráter econômico. A conscientização de que o recurso água é finito só é percebido quando ocorre a falta d água, o que está sendo freqüente no Estado. Este fato decorre de fenômenos climáticos como o El Niño, por problemas políticos (a indústria da seca), e pela falta de uma política séria de gerenciamento dos recursos hídricos do Estado. USO E ENQUADRAMENTO DE CORPOS D ÁGUA Os regulamentos que definem o lançamento de corpos d água em Alagoas não estão definidos em leis estaduais. Por conta da implantação do Pólo Cloroquímico, foi publicado o Decreto n o 6.200, de 01 de março de 1985, anterior a Resolução CONAMA n o 20/86. Neste decreto, todos os efluentes líquidos oriundos o Pólo teriam como corpo receptor o Oceano Atlântico, tendo que obedecer a padrões de emissão (efluentes) e de recepção (oceano). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2
No ano seguinte a esta publicação a Resolução 20/86 do CONAMA regulamentou a classificação de todos os rios no território nacional. Adequando a esta resolução, os rios do estado de Alagoas se enquadraram então como de classes 1 ou 2. Atualmente está em elaboração a regulamentação da Lei 5.965 / 97 que já se encontra atrasada. Os principais tópicos na sua regulamentação são os itens relativos à outorga, cobrança e o enquadramento dos corpos d água. O enquadramento dos corpos d água em classes de uso preponderante necessita de um extensivo processo de planejamento que estabeleça as prioridades do uso da água, definindo assim, a outorga do uso e a outorga do licenciamento ambiental para poluir e utilizar o corpo d água. De acordo com a Lei Estadual, as classes dos corpos d água serão estabelecidas pela legislação ambiental, sendo o enquadramento realizado com o objetivo de garantir às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes do que forem destinadas e a diminuição dos custos de combate à poluição da água, através de ações preventivas permanentes. A publicação da Coordenação do Meio Ambiente (atual Instituto do Meio Ambiente IMA) datada de 1979 (SEMA (1979)), encontra-se absolutamente defasada e descaracterizada. Como exemplificação pode-se citar os rios que foram enquadrados como de classe 1, nas proximidades da capital Maceió. Por se tratar de rios destinados ao abastecimento da cidade de Maceió, os Rios Prataji, Jacarecica, do Silva, e dos Remédios, foram determinados como classe 1. Entretanto, a efetiva fiscalização aliada ao desenvolvimento exagerado e incontido da cidade de Maceió conduziu estes mananciais a um estado de crescente degradação. RIOS ESTUDADOS Os rios estudados neste trabalho estão dispostos ao longo de toda a chamada Bacia do Atlântico, situados basicamente no litoral. Particularmente, os rios situados próximos a Maceió apresentam as seguintes características: Jacarecica: Inserida totalmente no município de Maceió e ocupando uma área de 40 Km 2, é uma bacia de regime de enxurrada torrencial no inverno, mas eles são perenes em sua totalidade.o Riacho Jacarecica tem um importante papel no desenvolvimento da cidade pois está previsto para ser lançado neste riacho todo o excesso de água drenada na bacia localizada no Distrito Industrial Luiz Cavalcante (40 Km 2 ), situado no Tabuleiro dos Martins, na parte alta da cidade. Este projeto está atualmente em andamento; Prataji: Esta bacia abrange os municípios de Maceió (com cerca de 60 % da área), Messias (30 %) e Rio Largo (10 %). A área desta bacia está calculada em 133,5 Km 2. A Bacia Hidrográfica do Rio Prataji merece especial atenção pois este rio é tido como a redenção do abastecimento de água da cidade de Maceió. No entanto, nenhuma medida concreta para preservação de um manancial desta importância fosse degradado foi efetivamente tomada. Neste período a cobertura vegetal da Bacia não é mais a mesma, a ocupação urbana torna-se cada vez mais intensa e, conseqüentemente, a qualidade da água fica comprometida. Isto também é decorrente do desmatamento realizado para o plantio de cana-de-açúcar na região, podendo carrear para o rio os defensivos agrícolas usados na cultura, já que o solo nu não dispõe de meios para reter a água precipitada. Especial atenção na descrição física das características dos rios foi dada para os Rios Prataji e Jacarecica pelos motivos evidenciados acima e que, pela atual legislação de enquadramento do Estado, estes estão definidos como de classe 1, destinados ao abastecimento doméstico, sem ou com prévia desinfecção. METODOLOGIA DE ANÁLISE A metodologia aqui utilizada utilizou um procedimento ágil e útil para caracterizar as condições de qualidade dos rios do Estado de Alagoas, que é um índice de qualidade de água (CARVALHO, 1997). O índice aqui utilizado foi o proposto pela National Sanitation Foundation, nos EUA, e muito utilizado no Brasil. O IQA é conceitualmente um número resultante uma síntese de valores de vários parâmetros, físicos, químicos e biológicos de qualidade. O IQA passa a ser assim calculado: ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3
onde: IQA = Produto (q i.w i ) q i = nota ou qualidade da variável i ; wi = peso da variável i. Com a determinação deste valor, é feitos a análise comparativa da amostra de água com os parâmetros de qualificação da tabela 1. Tabela 1: Designação qualitativa da água para abastecimento público. Valor do IQA Entre 80 e 100 Entre 52 e 80 Entre 32 e 52 Entre 20 e 32 Entre 0 e 20 DIAGNÓSTICO A água é ótima A água é boa A água é aceitável A água é imprópria para tratamento convencional A água é imprópria De acordo com a equação, quanto maior o IQA, melhor a qualidade de água do rio. Vale salientar que este é apenas um método, e tem características empíricas, sendo desta forma limitado, devendo-se adequar a condições de aplicabilidade e validade dos resultados. RESULTADOS Neste trabalho foi analisado a qualidade da água através de parâmetros físico-químico e bacteriológico (OD, ph, NMP coliformes totais, Turbidez, DBO, dentre outros) dos Rios: Jacarecica, Prataji, Camaragibe, Mundaú e Piauí. Destes, apenas o Rio Piauí está situado na Bacia do São Francisco, estando os outros desaguando no Oceano Atlântico. O rio Camaragibe tem como principal usuário as usinas que estão dispostas ao longo do seu leito. O rio Mundaú, formador da Lagoa Mundaú, no complexo lagunar Mundaú-Manguaba, também tem diversas usinas situadas no seu leito, mas a situação é mais agravada devido ao lançamento de águas residuárias às suas margens. A tabela 2 ilustra alguns dos valores médios encontrados para os pontos de estudo deste trabalho. Tabela 2 Dados de qualidade de água de parâmetros em alguns rios estudados. Rio Parâmetros Camaragibe Rio Piauí 1 Rio Piauí 2 Prataji Rio Piauí 3 Unidade PH 7,50 7,87 8,01 6,80 7,07 Íons g/l Temperatura 26,00 30,00 29,00 26,00 26,85 C DQO 3,91 320,00 23,40 2,00 mg/l Condutividade 66,20 973,00 976,00 53,80 0,50 µohm/cm Cloreto 9,75 166,10 166,00 0,14 mg/l OD 8,73 0,00 2,62 5,51 7,36 mg/l Turbidez 3,80 22,00 3,10 2,10 7,00 UT Nitrato 0,01 0,001 0,01 0,05 mg/l Ferro Total 0,79 3,36 0,73 0,14 mg/l DBO 2,50 72,50 1,90 1,00 8,00 mg/l Salinidade 3,0 3,0 0,01 0,2 % Fósforo 0,558 0,03 0,01 mg/l Coliformes Totais 1.600.000,00 1.600,00 150,00 NMP/100ml Coliformes Fecais 1.600.000,00 900,00 23,00 1250,00 NMP/100ml ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4
As figuras 1 e 2 ilustram o comportamento dos valores médios de OD e de DBO 5 nos rios acima citados. Rios Estudados 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 Rio Camaragibe DBO (mg/l) Prataji Valores de DBO5 Figura 1- Dados de DBO 5 para os rios Camaragibe, Piauí e Prataji OD (mg/l) Rios Estudados 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 Rio Camaragibe Prataji Valores de OD Figura 2- Dados de OD para os rios Camaragibe, Piauí e Prataji Dos rios estudados, os rios Jacarecica e Prataji, pela atual legislação de enquadramento do Estado estão definidos como de classe 1, destinados ao abastecimento doméstico, sem ou com prévia desinfecção. A tabela 3 retrata o resultado deste trabalho apresentando os valores do IQA encontrados para o s rios estudados. Tabela 3 Valores do IQA encontrados para os rios estudados. Rio Valor do IQA Diagnóstico Piauí 1 10 Imprópria Piauí 2 28 Imprópria para trat. convencional Prataji 38 Aceitável Jacarecica 17 Imprópria Camaragibe 53 Boa Mundaú 41 Aceitável COMENTÁRIOS Os resultados aqui obtidos devem ser criteriosamente analisados em termos das condições em que foram determinados. O presente trabalho visa tão somente uma caracterização inicial sobre os rios analisados, não devendo ser admitido como a situação ao longo de seu corpo d água. Desta forma, o rio Piauí foi apresentado como em 3 pontos, ou trechos. O enquadramento de corpos d água segue o critério de definição por trechos e este mesmo método deve ser também considerado para a aplicação do índice de qualidade de água. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5
No rio Piauí, a seção (ou ponto) 1 está situada bem próximo à cidade de Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas. Este rio recebe uma grande parte da contribuição de esgotos provenientes da área urbana desta cidade, sendo um percentual estimado de 30 % de sua população (180.000 habitantes). Assim, neste ponto o rio Piauí tem a pior situação encontrada. No ponto 2, situado cerca de 10 Km a jusante, o mesmo já recebe outras contribuições de afluentes e sofre uma pequena diluição, se apresentando em melhores condições. Já no ponto 3, situado a cerca de 45 Km a jusante do ponto 2, o seu uso não se dá mais para a diluição de efluentes e sim para irrigação de uma colônia de produtores na região de Pindorama. Alem disto, é utilizado para o processo industrial da usina. O rio Camaragibe, no ponto de coleta situado no município de Joaquim Gomes Aldeia Vassu Cocal, é o que apresenta melhores condições de uso. Neste ponto, o mesmo tem pequenas utilizações para irrigar culturas da região norte do Estado, além do abastecimento humano. O riacho Jacarecica já se encontra elevada condição de degradação. A ocupação de suas encostas desordenadamente, sem qualquer controle por conta da Prefeitura de Maceió e do órgão ambiental do Estado conduziram a uma situação caótica. A parte alta da bacia já está grandemente urbanizada, ou seja, com a presença de aglomerados urbanos mas que, em sua maioria, não dispõem de um adequado destino de seus resíduos, tendo o leito do rio o natural lançamento destes. Em sua parte baixa, o riacho sofre com a presença de conjuntos habitacionais que lançam os esgotos gerados em seu leito. Para um rio que é considerado classe 1, destinado ao abastecimento da cidade de Maceió, este rio tem seu destino já traçado por um projeto de macrodrenagem de uma bacia de igual área situada na parte alta da cidade de Maceió. Esta bacia do Tabuleiro lançará o eventual pico de cheia que possa vir a ocorrer no riacho Jacarecica. O procedimento de falta de coleta e destinação de resíduos também se repete nesta outra bacia o que conduz para problemas mais elevados no rio Jacarecica dentro de um futuro bem próximo. O rio Mundaú desempenha um papel sem igual no município de Maceió e Rio Largo, ponto de estudo. O ponto de coleta está situado a cerca de 6 Km a montante de Rio Largo, a montante da Usina Santa Clotilde. Este rio é o formador da Lagoa (laguna) Mundaú, pertencente ao Complexo Estuarino Lagunar Mundaú- Manguaba, que é complementado pelo rio Paraíba do Meio. No leito do rio Mundaú os usos são os mais diversos possíveis sendo utilizado para o abastecimento humano, consumo animal, irrigação, industrial (diversas indústrias situadas às suas margens), etc. Uma importante consideração a fazer é que o monitoramento realizado o rio Mundaú se deu em um período chuvoso, ajudando ao processo de diluição. O rio Prataji é um rio que a Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento de Alagoas CASAL pretende utilizar como manancial abastecedor para Maceió. Entretanto, esta proposta é desde o fim da década de 70 e, desde então, não foi realizada nenhuma atitude no controle e disciplinamento do uso para manter as condições ambientais da época. Recentemente toda a área foi determinada como Área de Preservação Ambiental mas não surtiu o menor efeito. Este é um rio que desperta maiores cuidados. CONCLUSÕES Conforme se pode observar com os resultados apresentados, alguns dos rios mais importantes do Estado de Alagoas encontram-se em estado avançado de degradação, considerando um índice de referência (índice de qualidade de água). Este resultado retrata a fiel situação dos mananciais e o absoluto descaso do poder público e da sociedade em preservar ao menos aqueles que foram definidos como reservas para o abastecimento humano, como os rios Prataji e Jacarecica. Alagoas, com a implantação da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos e Irrigação, tem um longo trabalho a desenvolver para implantar a Lei Estadual 5.965 / 97 e implementar os instrumentos de gerenciamento de recursos hídricos. Este trabalho serve como um indicador para que o órgão gestor decida as intervenções a serem feitas para modificar este processo de crescente degradação. O processo de enquadramento dos corpos d água, cuja legislação estadual está defasada, é um dos passos a serem dados, atrelado a formação dos comitês de bacias hidrográficas, principais atores desta concepção. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CARVALHO, G.S. O Índice De Qualidade Da Água E Sua Aplicação No Gerenciamento Dos Recursos Hídricos em Maceió. XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS (ABRH), Vitória ES, 1997. 2. PEDROSA, V.A., Discussões Sobre a Outorga na bacia do Rio Prataji, no prelo 1999. 3. SEMA, Estudo, Enquadramento e Classificação de Bacias Hidrográficas de Alagoas, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, COORDENAÇÃO DE MEIO AMBIENTE, Maceió AL, 1979. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7