DEZEMBRO/18 PIB do Agronegócio ESTADO DE MINAS GERAIS
PIB DO AGRONEGÓCIO DE MINAS GERAIS NOTAS METODOLÓGICAS O Boletim PIB do Agronegócio de Minas Gerais é uma publicação semestral, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), que aborda aspectos da conjuntura e da estrutura do agronegócio do Estado de Minas Gerais, oferecendo um panorama a respeito do desempenho do setor no Estado. Em suas edições semestrais são apresentadas as mais recentes perspectivas e análises a respeito do PIB do agronegócio do Estado. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A análise desse conjunto de segmentos é feita também para o ramo agrícola e para o pecuário. Pelo critério metodológico do Cepea, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado total deste setor na economia, a preços de mercado. O PIB do agronegócio refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo a todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram o mesmo momento do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior). Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis preços e produções observadas e estimativas anuais de produção até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, é possível, portanto, que os resultados sejam alterados. EQUIPE RESPONSÁVEL: Coordenação Geral: Geraldo Sant Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/Professor sênior da Esalq/USP; Equipe técnica: Dra. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Bel. Ana Carolina de Paula Morais e Bel. Marcello Luiz de Souza Junior.
RESULTADOS COM BASE EM DADOS DE JANEIRO A DEZEMBRO/18 O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio de Minas Gerais, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), fechou 2018 com alta de 3,55% (Tabela 1). Esse resultado esteve atrelado às elevações de 5,60% observada na renda do ramo agrícola e de 0,74% no pecuário. A Figura 1 apresenta a composição do PIB do Agronegócio no estado em 2018, conforme segmentos. INSUMOS PRIMÁRIO INDÚSTRIA SERVIÇOS AGRONEGÓCIO Agropecuária 2,42% -0,16% 1,54% 1,45% 0,74% Ramo Agrícola 6,10% 6,33% 8,43% 1,44% 5,60% Ramo Pecuário 4,01% 2,31% 7,25% 1,44% 3,55% Tabela 1 Taxas de variação anuais do PIB do Agronegócio (2018/2017, valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018 31,1% 6,9% 34,2% insumo primário indústria serviços 27,7% 3 Figura 1 Composição do PIB do Agronegócio de Minas Gerais em 2018 (dados de janeiro a dezembro de 2018)
INSUMOS 4 O segmento de insumos do agronegócio apresentou crescimento de 4,01% em 2018 (Tabela 1). Entre os ramos, houve aumento para ambos: de 6,10% no agrícola e de 2,42% no pecuário. Entre as atividades, conforme a Figura 2, destaca-se a alta no faturamento para combustíveis (10,27%), 30,00% 20,00% com elevação de 2,7% em quantidade e de 7,37% em preços reais. Já para fertilizantes e alimentação animal, registraram-se baixas em quantidade, de 11,67% e de 3,8% respectivamente, mas alta de preços, de 19,05% e 2,65%, na mesma ordem (Figura 2). Fertilizantes e Cor. Solo Combustíveis e Lubrificantes 10,00% 7,37% 19,05% 10,27% Alim. para animais 5,15% 2,70% 2,65% 0,00% -3,80% -10,00% -20,00% -1,25% -11,67% quantidade preços reais valor Figura 2 Atividades do segmento de insumo (valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018) Fonte: Cepea-USP SEGMENTO DE
AGRÍCOLA: O segmento primário agrícola registrou alta de 6,33% no estado mineiro (Tabela 1). Tal resultado foi influenciado pelo crescimento verificado em atividades agrícolas importantes no estado, como café e soja (Tabela 2). No caso do café, o incremento da produção compensou, em termos de valor, a queda significativa nos preços. SEGMENTO PRIMÁRIO QUANTIDADE PREÇOS REAIS VALOR Café 26,49-11,51 11,93 Milho -11,44 14,74 1,62 Soja 7,69 7,29 15,54 Cana-de-açúcar -5,23-12,97-17,52 Feijão -11,25-21,95-30,73 Batata-inglesa -8,92 20,86 10,08 Carvão vegetal -11,40 40,96 24,89 Mandioca -42,04-20,56-53,96 Tomate -20,77 37,86 9,22 Laranja 4,99-4,28 0,50 Banana -9,54-18,21-26,01 Algodão herbáceo 54,65 14,54 77,13 Arroz -42,72-7,39-46,96 Trigo -6,35 28,39 20,24 Sorgo 1,71 18,36 20,39 Amendoim -13,61-10,19-22,41 Tabela 2 Atividades do segmento primário agrícola (valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018) PECUÁRIO: O segmento primário pecuário teve crescimento de 0,74% no estado (Tabela 1) em 2018. As atividades de produção de frango, leite e vacas apresentaram altas no período. Já para as demais atividades acompanhadas, foram verificadas baixas, com destaque para suínos e ovos, motivados por quedas acentuada em preços (Tabela 3). 5
Bois Vacas Frango Leite Ovos Suínos Quantidade -0,25 4,66 2,86-1,35 3,43 2,54 Preços reais -0,76-2,36 1,58 3,93-18,35-18,66 Valor -1,01 2,19 4,48 2,52-15,54-16,60 Tabela 3 Atividades do segmento primário pecuário (valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018) 6 ATIVIDADES DA AGROINDÚSTRIA AGRÍCOLA: A agroindústria de base agrícola teve alta de 8,43% (Tabela 1) em 2018, influenciada pelo crescimento em atividades de grande peso no estado mineiro, como etanol hidratado, celulose e óleo de soja refinado. Já entre atividades com que apresentaram baixa, destacam-se açúcar e café (Tabela 4). QUANTIDADE PREÇOS REAIS VALOR Celulose -0,40 37,54 36,99 Etanol Anidro -9,89 2,50-7,64 Etanol Hidratado 42,89 3,13 47,37 Têxtil -9,00-1,40-10,28 Café 3,60-9,00-5,72 Fumo -6,30-4,82-10,81 Açúcar -28,22-20,05-42,61 Óleo de soja refinado 34,74-1,57 32,63 Bebidas 0,70-2,97-2,29 Tabela 4 Atividades do segmento industrial do ramo agrícola (valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018)
PECUÁRIA: A agroindústria de base pecuária apresentou reação a partir do segundo semestre de 2018, fechando o ano com alta de 1,54% (Tabela 1). Tal elevação, por sua vez, foi motivada pelas maiores produção e preços de produtos lácteos. Já para carnes, as baixas de preço acumuladas foram significativas e motivaram a queda verificada nestas atividades (Tabela 5). QUANTIDADE PREÇOS REAIS VALOR Carne de boi -0,25-3,74-3,99 Carne de vaca 4,66-4,48-0,03 Carne de suínos 2,54-17,41-15,32 Carne de aves 2,86-3,07-0,30 Leite em Pó 20,90-9,46 9,46 Leite UHT 11,60 0,14 11,76 Queijos 15,20-1,94 12,96 Leite pasteurizado 11,35-7,76 2,71 Tabela 5 Atividades do segmento industrial do ramo pecuário (valores em %) (dados de janeiro a dezembro de 2018) 7