A HISTÓRIA DO CÁLCULO COMO RECURSO DIDÁTICO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA



Documentos relacionados
VII E P A E M Encontro Paraense de Educação Matemática Cultura e Educação Matemática na Amazônia

MODELAGEM MATEMÁTICA: PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO 1

JOGANDO COM A MATEMÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JOGOS ELETRÔNICOS CONTRIBUINDO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE CONCEITOS MATEMÁTICOS NAS SÉRIES INICIAIS

O USO DA CALCULADORA EM SALA DE AULAS NAS CONTROVÉRSIAS ENTRE PROFESSORES.

UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA MOODLE PARA O ENSINO DE MATRIZES E DETERMINANTES

O ESTUDO DE CIÊNCIAS NATURAIS ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA RESUMO

Pedagogia Estácio FAMAP

ANÁLISE DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA DE XINGUARA, PARÁ SOBRE O ENSINO DE FRAÇÕES

A utilização de jogos no ensino da Matemática no Ensino Médio

DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES E ALUNOS DA EJA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO FORMADOR: TRÊS ASPECTOS PARA CONSIDERAR

5 Considerações finais

UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS MATEMÁTICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

ITINERÁRIOS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

Métodos de ensino-aprendizagem aplicados às aulas de ciências: Um olhar sobre a didática.

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CAICÓ

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA EM GRUPO

O USO DO TANGRAM EM SALA DE AULA: DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO MÉDIO

Disciplina: Alfabetização

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

O USO DE PROGRAMAS COMPUTACIONAIS COMO RECURSO AUXILIAR PARA O ENSINO DE GEOMETRIA ESPACIAL

O uso de jogos no ensino da Matemática

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

OS DESAFIOS DE ENSINAR A CLIMATOLOGIA NAS ESCOLAS

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

O vídeo nos processos de ensino e aprendizagem

PROBLEMATIZANDO ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

MODELANDO O TAMANHO DO LIXO

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

Síntese do Projeto Pedagógico do Curso de Sistemas de Informação PUC Minas/São Gabriel

O USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

RAZÕES QUE DESMOTIVAM E MOTIVAM NA APRENDIZAGEM EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE PELOTAS

PROFESSORES DE CIÊNCIAS E SUAS ATUAÇÕES PEDAGÓGICAS

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

A PRODUÇÃO DE VÍDEOS COMO RECURSO METODOLÓGICO INTERDISCIPLINAR

REPRESENTAÇÕES DE AFETIVIDADE DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Deise Vera Ritter 1 ; Sônia Fernandes 2

USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRESENCIAL E A DISTÂNCIA

Aula RELAÇÕES DE DISCIPLINARIDADE. TEMAS TRANSVERSAIS. CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO DE MATEMÁTICA

CONSTRUÇÃO DE MAQUETES COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO- APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES PARA FORMAÇÃO INICIAL DE PEDAGOGOS

RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS RESUMO

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

Centro Acadêmico Paulo Freire - CAPed Maceió - Alagoas - Brasil ISSN:

PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES DE QUÍMICA DO CEIPEV. E CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA SUPERÁ-LAS.

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

O JOGO CONTRIBUINDO DE FORMA LÚDICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA

O LÚDICO: SUA IMPORTÂNCIA NO ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

COMPARAÇÃO ENTRE O ENSINO REGULAR E O ESPECIALIZADO PARA OS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO MUNICÍPIO DE ALEGRE-ES.

DOENÇAS VIRAIS: UM DIÁLOGO SOBRE A AIDS NO PROEJA

Elaboração de Projetos

ALTERNATIVAS APRESENTADAS PELOS PROFESSORES PARA O TRABALHO COM A LEITURA EM SALA DE AULA

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS NATURAIS

Indicamos inicialmente os números de cada item do questionário e, em seguida, apresentamos os dados com os comentários dos alunos.

O TRABALHO COM PROBLEMAS GEOMÉTRICOS

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

SUPERVISOR DARLAN B. OLIVEIRA

PRODUTO FINAL ASSOCIADA A DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Profª. Maria Ivone Grilo

A TUTORIA A DISTÂNCIA NA EaD DA UFGD

Tutorial 7 Fóruns no Moodle

Palavras-chave: Ambiente de aprendizagem. Sala de aula. Percepção dos acadêmicos.

A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS EDUCATIVAS NAS SÉRIES INICIAIS SOB A VISÃO DO PROFESSOR.

APLICATIVOS BR OFFICE: UMA FERRAMENTA EFICAZ NO ENSINO DA ESTATÍSTICA

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR DE NOVOS CONHECIMENTOS 1

OS SABERES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA. Cleber Luiz da Cunha 1, Tereza de Jesus Ferreira Scheide 2

TECNOLOGIA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

QUANTO VALE O MEU DINHEIRO? EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PARA O CONSUMO.

II MOSTRA CULTURAL E CIENTÍFICA LÉO KOHLER 50 ANOS CONSTRUINDO HISTÓRIA

A MATEMÁTICA ATRÁVES DE JOGOS E BRINCADEIRAS: UMA PROPOSTA PARA ALUNOS DE 5º SÉRIES

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS NO CONTEXTO ESCOLAR

A ÁLGEBRA NO ENSINO FUNDAMENTAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÃO

SOFTWARE EDUCACIONAL: RECURSO PEDAGÓGICO PARA MELHORAR A APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA

A escola para todos: uma reflexão necessária

INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

PROFISSÃO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA UEPB MONTEIRO PB.

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

O ENSINO DA DANÇA E DO RITMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIENCIA NA REDE ESTADUAL

UMA ABORDAGEM BASEADA NA ELABORAÇÃO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

A REGULAMENTAÇÃO DA EAD E O REFLEXO NA OFERTA DE CURSOS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

CORRIGINDO UMA PROVA ESCRITA DE MATEMÁTICA: O QUE DETERMINA AS REGRAS DO JOGO?

SALAS TEMÁTICAS: ESPAÇOS DE EXPERIÊNCIAS E APRENDIZAGEM. Palavras Chave: salas temáticas; espaços; aprendizagem; experiência.

COMUNICADO À COMUNIDADE ACADÊMICA DO PROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - IFMA

NARRATIVAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES 1

BRINCANDO DE MATEMÁTICO

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS

O USO DE PROJETOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

LIDERANÇA, ÉTICA, RESPEITO, CONFIANÇA

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS E MATERIAIS MANIPULATIVOS NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

O USO DE JOGOS DE CARTAS COMO ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

Matemática básica para o curso de Automação Industrial: um estudo de caso da Faculdade de Tecnologia de Catanduva

A IMPORTANCIA DOS RECURSOS DIDÁTICOS NA AULA DE GEOGRAFIA

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ATRAVÉS DO LUDICO

TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Maria Teresa Marques Amaral. Introdução

REFLEXÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DE JOGOS CARTOGRÁFICOS COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Transcrição:

A HISTÓRIA DO CÁLCULO COMO RECURSO DIDÁTICO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA Joel da Silva Salvador Especialização latu sensu em Educação Matemática pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE) Modalidade: Comunicação Científica RESUMO O presente artigo científico tem como objetivo apresentar uma retrospectiva histórica do cálculo, para contribuir com uma melhor compreensão do conteúdo dos alunos da Licenciatura de Matemática, partindo do desenvolvimento do précalculo até a exploração do cálculo no século XVIII. Esta pesquisa pretende realizar um levantamento sobre a História do Cálculo definindo historicamente o seu o seu nascimento e aplicação de modo a contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem da disciplina Cálculo nos cursos de Licenciatura em Matemática. Para finalizar, este artigo apresentará a História do Cálculo como uma ferramenta metodológica no ensino da Matemática nos cursos de Licenciatura de Matemática e estabelecer cuidados de interpretação ao trabalhar com a História da Matemática em sala de aula. Palavras-chave: História da Matemática, História do Cálculo, Licenciatura em Matemática, História, Cálculo.

ABSTRACT This research paper aims to present a historical review of the calculation, to contribute to a better understanding of content of college students majoring in mathematics, starting with the development of pre-calculus and the exploration of the calculation in the eighteenth century. This research intends to conduct a survey on the History of Calculus historically defining your birth and your application in order to contribute to the improvement of the teaching-learning course Calculus in degree courses in Mathematics Finally, this article presents the History of Calculus as a methodological tool in teaching mathematics courses in the Bachelor of mathematics and interpretation to provide care to work with the history of mathematics in the classroom. Keywords: History of Mathematics, History of Calculus, Degree in Mathematics, History, Calculus.

1. INTRODUÇÃO Este artigo científico pretende discutir os aspectos teóricos que envolvem a História do Cálculo no ensino da Matemática como ferramenta metodológica no processo ensino-aprendizagem dos graduandos de cursos na área de Ciências Exatas. Utilizaremos os aspectos teóricos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para mostrar que o uso da História da Matemática é muito importante para que se possa responder a muitos porquês dos alunos. De acordo com o trecho, Em muitas situações, o recurso à História da Matemática pode esclarecer ideias matemáticas que estão sendo construídas pelos alunos, especialmente para dar respostas a alguns porquês e, desse modo, contribuir para a constituição de um olhar crítico sobre os objetos do conhecimento. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: MATEMÁTICA, 1997, p.46). Verifica-se que as aulas de Cálculo nos cursos de Ciências Exatas são voltadas, em sua maioria, à resolução de contas com tabelas ou métodos préestabelecidos, tornando-se assim o seu estudo, muitas vezes, vago e insignificante para o crescimento intelectual. Percebe-se que não desperta curiosidade e muito menos prazer em seu estudo. Acredita-se que a inserção da História do Cálculo como disciplina na grade curricular dos cursos de Licenciatura em Matemática despertará maior interesse nos alunos e perceberão a relevância desse estudo. A evolução histórica do Cálculo surgirá como importante ferramenta para motivar a compreensão da construção da Matemática que conhecemos hoje. Esta pesquisa tem como objetivo apresentar uma retrospectiva histórica do Cálculo, realizando levantamento e delimitando historicamente a origem, a evolução e aplicação dessa disciplina. Com esse projeto de pesquisa, pretendese contemplar mais um desafio que é o de mostrar a aplicação do estudo do Cálculo aos futuros Educadores Matemáticos. O presente artigo científico pretende investigar e responder à seguinte questão: Qual a importância do estudo da História do Cálculo na disciplina de Cálculo nos cursos de Licenciatura em Matemática?

2. O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM Para os educadores matemáticos uma das lições mais profundas de como se promover um bom ensino, ficou por conta de John Dewey, que nos ensina aprender fazendo e também pensando sobre o que fazemos, pois no contexto atual, a visão do aluno em relação à escola de que são ensinados procedimentos, fórmulas, muitos exercícios e pouco significado prático a serem utilizados, estando sempre essas formas educacionais bem distantes da realidade de seu convívio social. Segundo Kilpatrick e Silver os alunos necessitam de mais e melhores oportunidades para compreenderem a Matemática que estão a aprender, ou seja, precisam de um bom ensino, porém, a citação anterior deixa-nos uma importante indagação: Como promover um bom ensino de Matemática? Que recursos utilizar para que possamos contribuir para o melhor desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno em sala de aula? Kilpatrick e Silver (2004, p.81) também demonstram essa preocupação com os alunos em relação ao bom ensino da Matemática e juntos visando favorecer para a melhor compreensão do aluno perante aos conteúdos matemáticos propuseram alguns procedimentos, afirmando que: Ao longo do século XX um bom ensino de Matemática foi visto de várias formas: dar aos alunos explicações claras; identificar objetivos de ensinos claros; preparar o ensino de conhecimento e capacidades complexas com hierarquizadas de pré-requisitos; dividir o ensino em pequenos passos que os alunos possam facilmente realizá-los por si próprio; apresentar aos alunos dilemas a enfrentar; ajudar os alunos a resolver as interrogações dos outros; adaptar atividades de aprendizagem às formas de aprendizagem individuais. Reconciliar pontos de vista tão díspares implica que cada um deles seja minuciosamente analisado à luz de outras formas de ensino. (KILPATRICK e SILVER, 2004, p.81). Conclui-se acima, que apesar de todos os procedimentos propostos para melhorar o ensino da Matemática o Educador deve refletir que o objetivo tem sempre de estar voltado para o favorecimento do desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem do aluno perante o conteúdo matemático a ele ensinado. No entanto, como esse processo será desenvolvido pelo o educador, cabe ao mesmo analisar e definir a melhor alternativa para o bom desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno, contribuindo para que obtenham a sua própria compreensão sobre o conteúdo matemático. Uma conclusão que coaduna com a de Kilpatrick e Silver, explica: O objetivo é ajudar o aluno a reconhecer, compreender e criticar diferentes formas de resolver problemas, de modo a aperfeiçoar a sua compreensão. Ambos os modelos utilizam o pensamento dos alunos, o contingente como um leme para dirigir a lição na direção de um objetivo

emergente, o de antecipação como um veículo para chegar a um objetivo pré-determinado.(kil[atrick e SILVER, 2004, p.81) Os desafios e as propostas que é a inserção da História do Cálculo na Grade curricular que deverá contribuir para um melhor ensino da Matemática nos fazem analisar e definir uma ferramenta metodológica que favoreça tanto a compreensão do aluno, em relação ao conteúdo matemático, realizando um trabalho focado na História da Matemática. Iniciando a discussão sobre o uso da História da Matemática como ferramenta do ensino-aprendizagem, se faz necessário colocar em debate algumas questões importantes sobre a abordagem e o objetivo da História da Matemática em sala de aula, com destaque para a questão a seguir: Por que é importante a História da Matemática para o Educador Matemático? Segundo D Ambrosio: Ninguém contestará que o professor de matemática deve ter o conhecimento de sua disciplina. Mas a transmissão desse conhecimento através do ensino depende de sua compreensão de como esse conhecimento se originou de quais as principais motivações para o seu desenvolvimento e quais razões de sua presença nos currículos escolares. Destacar esses fatos é um dos principais objetivos da História da Matemática. (D AMBROSIO, 2001) Com isso vamos criando um conceito de que a História da Matemática é um valioso recurso para o processo ensino-aprendizagem da Matemática, Portanova afirma que, é através dessa ferramenta que o professor tem a possibilidade de desenvolver atitudes e valores positivos frente ao conhecimento matemático, fazendo com que o aluno, Reconheça a matemática como uma criação humana, que surgiu a partir da busca de soluções para resolver problemas do cotidiano, conhecerá as preocupações dos vários povos em diferentes momentos históricos, identificando a utilização da Matemática em cada um deles e estabelecerá comparações entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente.(portanova,2004) E é quase incontestável a importância do uso da História da Matemática como ferramenta para o Ensino da Matemática. D Ambrosio nos alerta quanto ao modo como o processo de evolução da humanidade é descrita, analisada, interpretada e usado nas várias maneiras de se organizar o conhecimento histórico. Com o alerta relatado, segundo D Ambrosio nos propõem: A alternativa de orientar o currículo Matemático para a criatividade, para a curiosidade e para a crítica e questionamento permanentes, contribuindo tanto para a formação de um cidadão, como na invenção Matemática a todo individuo e a importância dessa invenção depende do contexto social, político, econômico e ideológico. (D AMBROSIO, 1999, p.97-115) Este conceito que vai ao encontro com uma ferramenta fundamental do Ensino da História da Matemática que é a Etnomatemática, cujo objetivo maior é analisar as raízes sócio-culturais do conhecimento Matemático.

Alem disso como recomendação do ICMI (2000, apud PORTANOVA (2004)) a História da Matemática deve significar um processo de transposição didático que junto com outros recursos didáticos e metodológicos pode oferecer uma importante contribuição no ensino-aprendizagem da Matemática. Com isso concluímos com uma citação de Portanova (2004) que coaduna perfeitamente com as ideias desenvolvidas neste projeto de pesquisa, que buscando contemplar essas importantes e distintas visões sugere aos professores a importância de demonstrar aos seus alunos uma Matemática que faz parte do mundo que os cerca e as suas aplicações. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS D ambrosio relata o que é e qual a importância da aprendizagem da História da Matemática: Mas História é tudo o que se passou o que se pretende registrar com nomes, datas e lugares, mas também o que se pretende esquecer e apagar. A crítica histórica inclusive não pode deixar de lado o que a imaginação e mesmo interesses introduziram como fato histórico. O estudo das próprias construções e eliminação do fato histórico, isto é, da manipulação, é, historicamente, extremamente importante, assim como a definição que então se passa a fazer do próprio fato científico. Como excluir aquilo que efetivamente se prestou e serviu como forma de explicação e de ação a não ser pela destituição de seu significado e de seu papel de conhecimento evoluído num contexto cultural. Despojá-los de nomes, datas e lugares não é suficiente e se torna necessário destruílos da categoria de pensar e da racionalidade aí implícita, reduzindo-o a maneiras ad hoc de tratar fenômenos e de lidar com situações novas. O pensar é reduzido a um pré-pensar, mais alinhado com os instintos ou atos reflexos e assim não categorizados como um produto inteligente de seres inteligentes. Seria admissível um outro racionalismo?.( D AMBROSIO,1989,p.79-80) Conclui-se de como é valioso o recurso da História da Matemática para o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos de Cálculo. Através dessa ferramenta tem-se como minimizar certas posturas dos alunos como a constante utilização do mecanismo automático, tabelinhas, etc., pois isso faz com que os alunos sintam-se motivado fazendo assim da aprendizagem do Cálculo algo prazeroso. Swetz descreve o que ocorre em muitas aulas de matemática: Frequentemente nos encontramos preocupados com o ensino da "matemática" - os símbolos, a parte mecânica, a resposta resultante dos procedimentos - sem realmente ensinar o que "a matemática é" - de onde veio como foi elaborada, como as idéias foram percebidas, refinadas e desenvolvidas em teorias úteis - em resumo, sua relevância social e humana. (SWETZ, 1995, p.3) Através dessa citação deseja-se apresentar e analisar alguns argumentos e subsídios da compreensão das potencialidades da História da Matemática.

Diante dos inúmeros problemas encontrados tanto do professor em relação ensino, como do aluno em relação à aprendizagem. 4. REFERÊNCIAS D AMBROSIO, U. A história da matemática: questões historiográficas, políticas e reflexo na educação matemática; pesquisa em educação matemática. UNESP. São Paulo, 1999, p.97-115. D AMBROSIO, U. Etnomatemática, elo entre as tradições; Autêntica. Belo Horizonte, 2001. D AMBROSIO, U. Painel Especial História da Matemática, Unicamp; São Paulo;1989; p.79-80. D AMORE, B. Elementos de didática da matemática. Tradução de Maria Cristina Bononi. Livraria da Física. São Paulo, 2007. KILPATRICK, J. e SILVER, E. Uma tarefa inacabada: desafios aos educadores matemáticos para as próximas décadas. Revista: Educação e Matemática n.81, Nov./dez., 2004. MORETTIN, Pedro A. et al. Cálculo: funções de uma e várias variáveis. Saraiva. São Paulo, 2003. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN). Ministério da Educação e Cultura (MEC),1997, p.46. PORTANOVA, R. História da matemática: um recurso metodológico? (apresentação de trabalho/congresso)2004. SWETZ, F. et al. Lear from the Masters. Washington: the mathematical Association of American, 1995.