CONFECÇÃO DE FOLDER PARA AUXILIAR NA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL DE LACTENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO DE PEDIATRIA

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Transcrição:

CONFECÇÃO DE FOLDER PARA AUXILIAR NA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL DE LACTENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO DE PEDIATRIA Francisco Everson da Silva Costa (1), Débora Teles de Oliveira (2), Lusiana Moreira de Oliveira (3), Edcarla Silva de Oliveira (4); Maria Vera Lúcia Moreira Leitão Cardoso (5) Universidade Federal do Ceará UFC. E-mail do autor: franciscoeverson99@gmail.com

RESUMO: Dentre todas as fases do desenvolvimento humano, a infância é a mais importante, pois é nela que observamos mudanças constantes no recém-nascido, tornando-se assim essencial considerar a importância da alimentação infantil para o seu crescimento saudável. Após o nascimento, o primeiro contato da criança com a alimentação ocorre a partir da amamentação, que deve ser realizada de modo exclusivo até os 6 meses de vida, e após esse período deve ser administrada de forma correta junto a introdução de novos alimentos. O estudo teve como objetivo central relatar a experiência da confecção de um folder com conteúdo educativo sobre alimentação complementar e amamentação, com a finalidade de orientar pais/cuidadores sobre o assunto. O projeto foi desenvolvido no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC) e constou da elaboração de um folder educativo sobre a alimentação infantil e sua execução no serviço ambulatorial. A aplicação efetuou-se junto aos responsáveis das crianças atendidas no Ambulatório Especializado de Pediatria da UFC no período de março/2017 a julho/2017. Durante o período de construção, foram realizadas revisões em artigos científicos sobre a importância da alimentação infantil saudável, além da leitura de dois Cadernos de Atenção Básica que forneceram embasamento para o estudo. O folder ressaltou a importância da alimentação adequada para a criança, focando na alimentação complementar por ser um assunto em que os pais mais pecam no momento de alimentar seus filhos, ofertando dicas presentes em uma tabela para cada refeição de crianças amamentadas e não-amamentadas, correlacionando idade com tipo de alimento adequado. Verificou-se que houve uma boa recepção e aceitação dos pais/cuidadores das crianças que frequentam o ambulatório, demonstrando curiosidade pelos assuntos apresentados, pois tiveram um momento fora da consulta de enfermagem para ampliar seus conhecimentos, questionando e adquirindo aprendizado visando contribuir para o desenvolvimento saudável de seus filhos. O folder configura-se como uma tecnologia educativa viável para a promoção da alimentação infantil e proporciona meios de facilitar a transmissão de informações aos pais e cuidadores. Nesse momento, o enfermeiro caracteriza-se como o agente educador no contexto da promoção da saúde. Palavras-chave: Alimentação Infantil, Enfermagem, Promoção da saúde, Informação.

INTRODUÇÃO: A amamentação é uma das principais ações benéficas que a mãe propicia ao seu filho, pois este é o alimento natural que o recém-nascido recebe e, nele, tudo o que necessita para um bom desenvolvimento físico, psíquico, emocional e nutricional e o aporte que precisa para um bom desenvolvimento. Além disso, cria-se um vínculo afetivo muito intenso, estreitando os laços entre mãe e filho (NICK, 2011). Segundo Toma (2008), a lactação traz inúmeros benefícios para o bebê, pois previne doenças, diminui a ocorrência de alergias e consequentemente diminui a taxa de mortalidade de recém-nascidos, além de acalmar o bebê nesse período de adaptação ao novo ambiente. É importante ressaltar que a lactante também é beneficiada pelo ato de amamentar, pois a auxilia na perda de peso, combate hemorragias pós-parto e acelera a sua recuperação. Para Frota (2008), existem diversos fatores que interferem na amamentação e ocasionam o desmame precoce. Dentre os fatores relacionados a mãe, podemos citar a cultura local associada a informações errôneas que perpetuam entre as gerações, casos de mães que trabalham fora de casa e precisam retornar ao emprego, falta de apoio e ensinamento por parte dos profissionais de saúde, nível socioeconômico e baixa escolaridade associadas a falta de conhecimento sobre a temática, além de dores e patologias associadas a uma amamentação de forma incorreta. Dentre os fatores relacionados à criança, podemos elencar o uso de chupetas associado a problemas de sucção, comportamentos como nervosismo e falta de paciência da criança, baixo peso e prematuridade ocasionando déficit na sucção do leite materno, além da presença de patologias na infância. O aleitamento materno deve ser exclusivo até o sexto mês de vida, e mantido associado a outros alimentos até o segundo ano de vida conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a World Health Organization (WHO, 2003; BRASIL, 2015). A partir do sexto mês, deve ocorrer a adequação nutricional dos alimentos complementares, pois são fundamentais na prevenção de morbimortalidade na infância, incluindo desnutrição e sobrepeso. Segundo Monte (2004), alimento complementar é definido como qualquer alimento fornecido no período de alimentação complementar e que não seja leite materno. Podem ser preparados especialmente para a criança ou podem ser alimentos que fazem parte do cotidiano

dos demais membros da família, modificados para atender às necessidades e habilidades da criança. Para Bresolin (2008), a introdução precoce desses alimentos pode ter desvantagens e aumentar consideravelmente o número de óbitos na infância pelos seguintes motivos: atenuação da duração do aleitamento, diminuição da ingestão de fatores protetores existentes no leite materno, problemas na absorção de nutrientes tais como ferro e zinco, substituição de parte do leite materno por alimentos nutricionalmente deficientes, contribuição para o desenvolvimento de doenças atópicas, além da perda da proteção fornecida para combater doenças crônicas como diabetes mellitus e obesidade. Por outro lado, a introdução tardia de alimentos complementares pode prejudicar o crescimento da criança associando-se aos riscos de desnutrição e de deficiência de micronutrientes. Para auxiliar nesse processo de educação em saúde, identificação de riscos e desenvolvimento de medidas mitigadoras, o profissional de enfermagem pode se utilizar de inúmeras tecnologias gráficas, tais como: banner, panfleto, folder, cartaz e entre outras. Dessa maneira, pode-se utilizá-las com o objetivo de reforçar o que foi dito em uma explanação oral, evitando o esquecimento, e transmitindo conhecimento de maneira rápida, fácil e segura. O folder, é uma das tecnologias de comunicação mencionadas que cresce diariamente e que está ganhando as ruas, sendo aceito pela sociedade por ser um produto que agrega valor em relação à informação. Ele é um tipo de material publicitário impresso usado para transmitir uma quantidade considerável de conteúdo, seja ele de caráter promocional ou instrucional. No geral, o folder é indicado para esclarecer informações de maneira prática e objetiva. A alimentação infantil exige muita atenção dos pais, pois eles são os maiores responsáveis por proporcionar hábitos saudáveis de alimentação. Desse modo, orientá-los sobre a importância da amamentação e da alimentação complementar utilizando o folder como tecnologia educativa, torna-se uma possível alternativa para prevenir doenças crônicas como a hipertensão, o diabetes e a obesidade, contribuindo assim para desenvolvimento saudável de seus filhos.

METODOLOGIA O estudo em questão trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC) por alunos da graduação do curso, pertencentes ao terceiro e quarto semestre do período letivo de 2017.1, membros do Núcleo de Pesquisa na Saúde do Neonato e da Criança (NUPESNEC). O trabalho constou na elaboração de um folder educativo sobre a amamentação e alimentação complementar. A aplicação dessa tecnologia educativa ocorreu junto aos pais, responsáveis e acompanhantes das crianças atendidas no Ambulatório Especializado de Pediatria da UFC, localizado no Campus do Porangabuçu, na cidade de Fortaleza-CE. Para essa construção, foram realizadas revisões em artigos científicos sobre a importância da amamentação e da alimentação complementar após os 6 meses de vida da criança, além da leitura de textos e livros entre o período de março/2017 a julho/2017. A construção do folder teve como base principal os Cadernos de Atenção Básica nº23, que versa sobre aleitamento materno e alimentação complementar, e o nº33, que versa sobre a saúde da criança seu crescimento e desenvolvimento, ambos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. A aplicação deu-se início na sala de espera do ambulatório de pediatria referido anteriormente, enquanto as mães aguardavam o atendimento aos seus bebês. Todos os aspectos éticos foram respeitados e todas as mães tiveram seu anonimato preservado. Por meio do folder, dicas para as refeições foram ofertadas, tais como evitar sal e temperos condimentados (kinor e temperos prontos), evitar açúcar e mel até os 12 meses; banir alimentos muito gordurosos e substituir a fruta por suco, fornecer o leite materno até os dois anos, ofertar bastante água entre as refeições a partir dos seis meses de idade, preparar apenas a quantidade que a criança irá comer naquele determinado horário, tipos de alimentos e a quantidade de refeições diárias para cada mês de vida.

RESULTADOS O folder que era entregue as mães ao final de cada orientação, visava enfatizar a alimentação complementar, por meio de dicas para cada refeição, presentes em uma tabela para crianças amamentadas e não-amamentadas, correlacionando idade com tipo de alimento. A tecnologia de educação em saúde consta de ilustrações coloridas extraídas da internet específicas para o tema, com a finalidade de atrair a atenção das mães e evitar que a leitura do folder torne-se cansativa e entediante. Participaram desta ação mães, responsáveis e acompanhantes das crianças atendidas no Ambulatório Especializado de Pediatria da UFC, com a finalidade de proporcionar momentos de reflexão com informações sobre alimentação complementar. Durante a ação, foi proporcionado às participantes um espaço para colocações e perguntas, momento em que indagaram sobre aspectos que lhes causavam dúvidas, principalmente direcionadas às ideias que são transmitidas de uma geração para outra e que trazem determinados mitos com referência ao aleitamento e ao alimento suplementar como comida forte é comida de panela, além de preconceitos com referência ao leite fraco, e repassam tais saberes aos seus descendentes na prática destes conceitos. Também se constatou que houve uma boa recepção e aceitação pelas mulheres que frequentam o ambulatório, demonstrando interesse pelos aspectos abordados, pois tiveram a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e aprender a contribuir para o desenvolvimento saudável de seus filhos. DISCUSSÃO As informações coletadas no estudo em questão indicam que a introdução alimentar é influenciada por fatores ligados ao contexto socioeconômico, cultural e familiar. Para Rotenberg & Vargas (2004), o preparo das refeições e o cuidado com a saúde da criança ainda são uma atribuição da mulher, na maioria dos casos passados de geração em geração, correlacionando a dimensão econômica com a afetiva, já que a família é responsável pela transmissão da cultura alimentar. Com relação à escolaridade da mãe, as mulheres com grau de escolaridade mais elevado tendem a valorizar mais o aleitamento materno exclusivo. Deste modo, ao priorizarem o aleitamento materno exclusivo,

introdução de alimentos complementares seguiria as normas preconizadas pela OMS (CORREA, 2009), diferenciando-se das mães com menor nível de escolaridade, que priorizam a alimentação consumida pelo núcleo familiar. O folder trouxe informações que possivelmente seriam esquecidas depois de uma explanação oral, dessa maneira, as mães vão poder acompanhar quais alimentos e quantas refeições serão ofertadas para seu filho a partir dos 6 meses de vida. A tecnologia de educação em saúde possui um baixo custo de confecção e pode gerar grandes mudanças positivas na vida de determinado ser humano, dependendo do foco, conteúdo, público alvo e empenho do indivíduo que será beneficiado associado a conscientização a respeito da importância do tema. CONCLUSÃO: Observou-se durante todo o período de construção e implementação do folder que boa parte das mães não sabem a forma adequada de introduzir alimentos aos seus filhos pequenos no momento de transição alimentar, o que pode gerar desde problemas nutricionais a doenças crônicas. Diante disso, o estudo em questão mostra o folder como uma tecnologia educativa viável para a promoção da alimentação infantil saudável, pois proporciona meios de facilitar o repasse de informações aos pais e cuidadores, principais responsáveis pela nutrição, saúde e bem-estar de seus filhos, podendo ser aplicado em hospitais públicos e privados juntamente com a Estratégia Saúde da Família, visando enaltecer a figura do profissional de enfermagem no contexto da promoção e da educação em saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, Nilza Alves Marques, FERNANDES, Aline Garcia; ARAÚJO, Cleide Gomes - ALEITAMENTO MATERNO: UMA ABORDAGEM SOBRE O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PÓS-PARTO. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 03, p. 358-367, 2004. Disponível em <www.fen.ufg.br> FROTA, Mirna Albuquerque, COSTA, Fabiane Lope, SOARES, Simone Dantas, FILHO, Osvaldo Albuquerque Sousa, ALBUQUERQUE, Conceição de Maria, CASIMIRO, Cíntia Freitas FATORES

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