Nome: n o : E nsino: A no: T urma: Data: Prof(a): Fundamental 7 o Gramática e Redação Exercícios de Revisão I Leia com atenção o texto abaixo. Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara, no Estado de São Paulo, em 1936. Estimulado por seu pai, que também gostava de escrever, lia muito desde pequeno. Lançou seu primeiro livro de contos, Depois do Sol, em 1965. Escreveu vários livros retratando a situação política dos anos 1970 e 1980, como Zero (1975), Não verás país algum (1981) e O verde violentou o muro (1984). Incursionou também pela literatura infanto-juvenil, com os romances O menino que não teve medo do medo (1995) e O homem que espalhou o deserto (1989). Seus livros foram traduzidos para várias línguas. Divide a carreira de escritor com a de editor (é editor da revista Vogue). O homem que espalhou o deserto Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia pra o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia a dia constante, de manhã à noite. Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. À noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. Às vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas. A mãe ficava muito contente, apesar de o filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saia de casa, não andava em más companhias. Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar. Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado. Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do
2 abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado. Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo. E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar. E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão. Agora responda às questões. LOYOLA BRANDÃO, Ignácio de. In: Para gostar de ler.vol. 8. São Paulo: Ática, 1983, p. 42-4. 1) (0,5) Dentre as árvores existentes no quintal da casa do menino, qual ele julgava ser a mais rara ou a menos comum? Que expressão do texto justifica esse pressuposto? Explique.
3 2) (0,5) Segundo um provérbio popular, o trabalho enobrece o homem. Em que medida o texto lido contradiz o provérbio, em se tratando de meio ambiente? Explique. 3) (0,5) Qual a relação existente entre a riqueza pessoal e o desmatamento apresentado no texto? Explique. 4) (0,5) Segundo as ideias apresentadas no texto, o fato de se plantarem mais árvores vai evitar que o desmatamento continue? Explique.
Leia o seguinte trecho: 4 O valente José Cândido de Carvalho "E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar." 5) (1,0) Escreva os verbos do parágrafo no presente do indicativo. 6) (1,0) Com base no período: Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. a) A forma verbal destacada expressa certeza, possibilidade ou ordem? b) Portanto, em que modo ela está? c) Qual é o tempo em que foi empregada? 7) (1,0) Complete com os verbos dos parênteses, observando o emprego correto do tempo e modo: O garoto queria que o povo se (sentir) amedrontado, assim ele
5 (poder) enganar a todos. Mas mentira (ter) pernas curtas e, se a população (descobrir) a sua verdadeira história, ele não (arcar) com as consequências de seu ato. 8) (1,0) Reescreva as frases a seguir, colocando os verbos primeiramente no pretérito perfeito e depois no futuro do presente, de acordo com a variedade padrão. a) Ontem, eu atrasado. E eles, também? (levantar) Amanhã, eu atrasado. E eles, também? b) Ontem, eu nota boa. E vocês, também? (obter) Amanhã nota boa. E vocês, também? c) Ontem, eu o dinheiro. E vocês, também? (depositar) Amanhã, eu o dinheiro na conta. E vocês, também? d) Ontem, eu toda a lição. E você, também? (revisar) Amanhã, eu toda a lição. E você, também? e) Ontem, eu me portar. E vocês, também? (saber) Amanhã, eu me portar. E vocês, também? 9) (1,0) Empregue os verbos entre parênteses no subjuntivo, atentando para a correlação temporal. a) Você quer que eu (ligar) a televisão? Você queria que eu (desligar) a televisão? b) É preciso que nós (garantir) o futuro de nossas crianças. Seria preciso que todos (garantir) o futuro de nossas crianças. c) Talvez seja possível que eles (jogar) com a escola. Seria mais justo que eles (providenciar) sua parte. d) Caso papai (necessitar), nós podemos ir ao banco. Caso papai (necessitar), nós poderíamos ir ao banco.
6 e) Darei a bicicleta a você quando (fazer) aniversário. Daria a bicicleta a você se (fazer) aniversário. 10) (1,0) Empregue os verbos entre parênteses no subjuntivo, atentando para a correlação temporal. a) Você quer que nós (espantar) o desmatador? b) É preciso que nós (preservar) a natureza. c) Talvez seja possível que o garoto (plantar) muitas árvores. d) Caso isso (ocorrer), nós nos sentiremos aliviados. e) Então é necessário que nós o (incentivar) bastante. 11) (1,0) Escreva os períodos no pretérito imperfeito e no futuro do pretérito ambos do indicativo. a) Eu visitei o quintal do garoto. b) O garoto já tem dez anos? c) Ninguém nunca realizou algo parecido. d) Durante a visita, eu conversei animadamente com o menino.
e) Ele me contou muitas histórias de sua vida. 7 12) (1,0) Leia o texto com atenção. Pelé nasceu na cidade mineira de Três Corações e, desde criança, manifestou vontade de ser jogador de futebol. O apelido surgiu em 1943, quando seu pai jogava no time mineiro do São Lourenço. Pelé, com apenas três anos, ficou impressionado com as defesas do goleiro da equipe e gritava: Defende Bilé. As pessoas próximas começaram a chamá-lo de Bilé, mas as crianças entenderam o apelido como Pelé. a) Agora escreva os verbos do primeiro parágrafo no presente do indicativo. b) Escreva os verbos do segundo parágrafo no pretérito imperfeito do indicativo.